Mesmo tendo de voltar a Recanto Dourado, para convencer sua sogra a pagar o valor cobrado pelo chantagista, Dalila também estava ansiosa em colher os frutos de sua tramoia para azedar o compromisso de Joana. — Reclamou com ele? — Não é da sua conta — Joana respondeu sem retirar a atenção da planilha em que trabalhava. — Deveria arranjar um trabalho também, pra não perturbar os dos outros. — Você é minha irmã e me importo com sua felicidade. Joana encarou Dalila com atenção, reprovando seu cinismo. No dia anterior estivera tão enojada com as revelações sobre as intenções de Maximiliano que só agora percebia que o interesse de Dalila nunca foi proteger a família. E, por causa das intrigas dela, passou pela descoberta mais constrangedora de sua vida, de que a mulher que tanto adorava, que enxergava como uma mãe, era cruel e não praticava nada do que cobrava dos demais. — Basta de fingir, Dalila! Cansei de suportar suas mentiras e veneno! — Joana disse firme e com tom moderado para nã
Atendendo o chamado de Carmem após, e imaginando o possível motivo do convite, Joana seguiu do trabalho direto para a casa de seus pais. Para seu alívio, Dalila partiu para Recanto Dourado, como tinha avisado de manhã, tornando-se menos um problema atormentando-a. — Pedi para Paula nos trazer chocolate quente e biscoitos — Carmem disse sentando a sua frente e apontando uma bandeja com pãezinhos caramelados. — Como está a vida ao lado do seu noivo? — Bem. Donato já finalizou a legalização e Maximiliano está à procura da casa em que moraremos após casar — contou transbordando de orgulho do marido e felicidade. Esfregando as mãos nervosamente em sua coxa, Carmem assentia e soltava sons imprecisos a tudo que Joana dizia sobre os planos futuros, como se a escutasse quando só ouvia os próprios temores. Depois da carta ameaçadora, tinha decidido alertar a filha mais velha. Caso o pior ocorresse, sua filha necessitaria estar atenta e impedir qualquer situação que prejudicasse a família. Me
À noite, sentado na cama ao lado de Joana, Maximiliano colocava em palavras uma das coisas que tomou seu pensamento após a conversa com Margô. — Cometi um erro ao continuar ocultando de você meus planos a respeito dos Orleans — lamentou, observando a expressão reservada de Joana diante do tema. — Não antecipei que outros podiam fazê-lo e da forma errada. Ignorava que Margô usaria isso para prejudicar nosso noivado. — Ela fez isso porque está apaixonada por você — Joana comentou, esclarecendo diante do olhar confuso dele. — Quando dei aulas para ela, Margô falou sobre o que vocês tiveram e que quando retornasse ficariam juntos. — Nunca planejei nada do tipo. Minha intenção com ela é a mesma que tenho com o restante do grupo, proteger como me protegem. — Eu sei. Donato me explicou tudo a respeito de como a conheceu, que a vê como irmã e só deseja cuidar dela, quando o questionei sobre algumas coisas que Margô me contou — explicou titubeando antes de ter coragem para continuar escolhe
Com mãos ansiosas, beijos e carícias abrasadoras removeram os obstáculos criados pelas peças de roupas, encontrando pele nua contra pele nua ao caírem sobre o leito macio com Joana montada na cintura dele. As palmas se espalharam calorosas no peito musculoso, sentindo o coração alucinado, clamando por ela. Os olhos azulados apreciaram o rosto másculo, cravando nas retinas cada detalhe da beleza do homem amado. Maximiliano enrolou a mão em uma mecha, os dedos se espalhando em direção à nuca, puxando-a para si até conectar seus lábios em um beijo lascivo. Mais do que o desejo despertado pelo beijo selvagem, sugando-a, mordiscando e tomando-a com sede, Joana sentia o membro ereto entre suas pernas, enchendo-a de um fogo ansioso por ser aplacado pela junção de seus sexos. Ao afastar suas bocas, os olhos escuros percorreram o corpo de Joana, deslizando como mel pelos seios nus, a barriga e até mais embaixo, as coxas apoiadas em seu quadril: — Você é meu porto seguro — declarou em um mur
As engrenagens do tempo moveram-se, encaminhando para o dia do noivado de Joana e Maximiliano. Muito tinha se transformado naqueles quatorzes dias de longa espera para o casal, e também para os inimigos dele. Mensagens conectavam Recanto Dourado e a cidade de Sanmarino por motivos distintos. Do lado do grupo de Maximiliano, havia troca de informações com Gabriel, coletando qualquer mínimo fato para utilizarem na vingança do Gonzalez. De Recanto Dourado havia Dalila sofrendo com o resultado da mensagem que ameaçou expor seu caso com Maximiliano. Kassandra ajudou no pagamento como imaginou, mas cobrou em troca sua obediência e permanência servil em Recanto Dourado. As constantes humilhações e insultos começavam a fazer Dalila se perguntar se o melhor não seria deixar o caso explodir. Talvez assim Maximiliano voltasse para seus braços. Estava cansada de aturar os insultos velados, e outros nem tanto, da viúva Orleans, e não suportava morar na fazenda, ainda mais com os preparativos do
Retornando do porto, Maximiliano se apressou para dentro da cabana para se trocar. Sua festa de noivado seria em algumas horas. Ao entrar no quarto, arfou quase sem fôlego com a visão de sua noiva. Ela estava de costas para ele, curvada frente ao espelho, que normalmente ficava na parede do quarto, mas foi colocado na cômoda do quarto. Imaginava que fosse para facilitar mexer em toda a maquiagem que estava sobre o móvel. Aproximou-se observando o vestido de seda vermelha que abraçava perfeitamente as curvas de sua noiva. Por causa da posição dela, podia ver com detalhes a bunda redonda de encontro com o tecido suave e delicado, realçando suas formas voluptuosas e despertando o desejo dele de imediato. Encurvada em frente ao pequeno espelho que colocou em cima da cômoda, Joana finalizava a maquiagem. Tinha voltado para casa horas antes, tomado um banho e colocado o vestido de um ombro escolhido dias antes, agora aplicava a maquiagem a prova d’água e feita para durar toda a festa. Es
Prontos para participar da festa de noivado do capitão Gonzalez, junto com seu primo Baltasar e o tio de Maria, Cristiano aguardava no salão do bar o restante do grupo que seguiria com ele para Recanto Dourado. — Elas vão demorar quanto? Vamos acabar perdendo os comes e bebes — reclamou Baltasar. Olhando aborrecido para a escada que levava ao segundo piso, Baltasar apertava uma mão na outra para não mexer no cabelo e nem na roupa elegante que Maximiliano presenteou todos eles. Queria estar apresentável quando chegasse à festa lotada pelos grã-finos de Sanmarino. — Certeza que Margô está fazendo das suas para atrasar nossa partida — Cristiano presumiu segurando-se para não subir e invadir o quarto ocupado pelas duas mulheres. — Como se isso impedisse o capitão de casar com Joana — disse Baltasar com um muxoxo. — O capitão está de quatro pela noivinha. E quem não estaria? É a mulher mais linda e gentil que conheci — soltou passando o dedo pela gola da camisa. — E cozinha bem pra cara
Recepcionando a festa de noivado que foi obrigada a dar, a viúva Orleans ganhava um novo defeito: impaciência. Pura, corrosiva e em crescimento conforme os minutos passavam e o infame Gonzalez não chegava. Não o desejava em sua fazenda, mas quanto antes chegasse mais rápido terminariam aquele circo. Seu pé batia impaciente na grama, seus lábios doíam pelo esforço de mantê-los esticados e seus ombros necessitavam de uma boa massagem. Muito embora o peso sobre eles só teria uma diminuição quando ficasse bem longe do contrabandista que foi forçada a aceitar em sua família e abrir as portas de sua fazenda naquela noite. Com um leque, abanou-se aflita, embora isso pouco contribuísse para acalma-la. Quantos anos passados na segurança da fazenda do falecido marido, evitando Sanmarino e o filho sobrevivente da mulher que quase acabou com suas chances de casamento, para agora suportar respirar o mesmo ar que um Gonzalez bandido e de sangue ruim de ciganos. Pior, agora tinha de suporta-lo com