Ao fim do jantar, mesmo com a aparente paz instaurada entre Maximiliano e Adriano, a tensão persistia entre as irmãs, foi com alívio que se iniciou as despedidas para partir. — Bem, já temos que ir para casa — Maximiliano anunciou erguendo-se e estendendo a mão para Adriano. — Obrigado pela oferta. Levantando-se, Adriano aceitou, apertando-a com firmeza. — Foi um prazer! E tenha certeza que pode contar com minha amizade no que precisar. — Até mais, mãe! — Abraçou sua mãe com carinho, que a apertou com força entre seus braços, sem vontade de soltá-la. — Até, filha! Dalila acercou-se e Joana a fitou em silêncio, não desejando gastar cordialidade com quem não a merecia. — Até mais irmãzinha, nos veremos em breve — prometeu Dalila, a ameaça velada se estendendo ao se aproximar oferecida do Gonzalez. — E você Maximiliano, espero que no futuro nos convide a visitar sua casa. — Quando comprar a residência que presentearei minha noiva os convidarei — ele respondeu educadamente olhando
Com o corpo emaranhado ao da noiva, o lençol fino sobre as peles suadas, Maximiliano deslizava os dedos pela sedosa face feminina, serenamente tentando apagar as preocupações que insistiam em perturba-la por causa do que foi dito no jantar na casa dos pais. — Porque tem tanto medo? O que ela pode fazer? — A beijou carinhoso, garantindo com firmeza. — Nada. — Não a conhece. É má e mentirosa — contou indignada com tudo que a irmã já fizera e prometeu fazer. — É capaz de todo tipo de artimanha para impedir nosso casamento. Até me disse... — calou-se, escondendo o rosto contra o tórax largo ao sentir um leve calor cobrir suas bochechas. — O que foi? — Maximiliano questionou. Quando o silêncio persistiu segurou o queixo dela para ver seu rosto pálido, ordenando autoritário: — Diga-me! Joana baixou o olhar com vergonha. — Disse que... você sempre seria dela. Maximiliano soltou um riso seco, fazendo Joana empertigar-se. — Não ria! — Joana exigiu, lembrando a agonia que passou após as p
Sem desconfiar da tormenta que se aproximava, enquanto aguardava Joana se trocar para passearem, Maximiliano trocava mensagens com seu grupo explicando o motivo de não seguir para o porto naquela manhã. Não tinha o costume de dar satisfação de seus passos, mas, com tantos pormenores de sua vingança e do estabelecimento de seus negócios a serem concluídos, era inevitável que os marinheiros a seu serviço estranhassem sua falta e o procurasse. Planejava passar aquele dia ao lado de sua bela noiva sem interrupções. — Estou pronta! — Ouviu Joana anunciar as suas costas. Colocando o celular de lado, Maximiliano ergueu-se e se voltou, ficando um instante parado, maravilhando-se com a beleza dela. — Está muito bonita — murmurou pegando a mão de Joana para fazê-la dar uma volta, de forma a apreciar cada detalhe do corpo envolto em um vestido verde água de alcinhas. — A mais bonita das mulheres — musicou aproximando-a de si. O inebriante riso feminino o encheu de vontade de aperta-la em se
Pronta para sua volta as funções na escola religiosa, mas necessitando resolver sua situação com sua irmã, Joana acordou cedo e aceitou a carona de Maximiliano até a casa de seus pais. Não se surpreendeu ao saber que seu pai passou outra noite fora, só se preocupou com o conformismo de sua mãe em ter um marido dilapidando o parco patrimônio da família. — E Dalila continua aqui? — Joana questionou ao sentar, o olhar se movendo para o topo das escadas, em que o segundo piso abrigada os quartos. — Está tomando o café — Carmem respondeu sentando-se em frente à filha mais velha. — Tenho que falar com ela. — Aconteceu algo? — Concorda com ela morando aqui, sem o Adriano? — Não — Carmem apressou-se a responder, acrescentando suas preocupações: — Acha que pretende se encontrar com Maximiliano? — Dalila quer me perturbar, impedir meu casamento, e deixou isso claro diversas vezes. Carmem apertou as mãos, a constante sensação de enviar uma filha para o sacrífico dominando-a. — Nisso, qu
Desolada com a desunião das filhas, e sentindo-se a maior culpada, Carmem decidiu que tinha de fazer alguma coisa, pelo menos garantir que uma delas obteria alguma felicidade no matrimônio. — Joana enfim se foi? — Dalila questionou se aproximando. Sentindo-se atordoada por tudo que aconteceu nos últimos minutos, Carmem assentiu devagar, confusa com a reviravolta em sua vida desde que Dalila colocou os olhos traiçoeiros no Orleans. — Sairei para comprar alguns itens para o almoço — disse evitando o olhar da filha e se encaminhando para as escadas, a fim de pegar sua bolsa. — Te acompanharia, mas estou cansada — Dalila mentiu subindo logo atrás. Engolindo a seco o mal estar com a continuidade do noivado de Joana e Maximiliano, Dalila observou sua mãe sumir no quarto de casal antes de seguir apressada para o quarto de Joana. Dentro do cômodo, remexeu as gavetas da penteadeira, depois cada canto do guarda-roupa até encontrar, em uma caixa as fotografias de Adriano que ela recebeu ao
Assim que Paula confirmou que a levaria ao endereço em que encontraria Maximiliano, abandonando sua antiga estratégia de usar disfarces, Dalila preparou-se para seduzir e fazê-lo abandonar os planos de casar com Joana. Arrumou-se com esmero, prendendo o longo cabelo acobreado em coque frouxo, com cachos soltos destacando sua nuca e pescoço, para lembra-lo do quanto ele gostava de beijar aquela parte de sua anatomia. A escolha da roupa também foi feita para atrai-lo. Na noite anterior separou um vestido pêssego de alcinhas que marcava sua cintura, com o decote em v que realçava as curvas de seus seios e que acabava bem antes de seus joelhos, deixando as longas pernas à mostra, na esperança que ele lembrasse como era tê-las em volta dele. E caprichou na maquiagem, aplicando nos lábios batom vermelho, deixando-os carnudos e convidativos. Tudo para Maximiliano pensar nas tardes e noites que passaram entregues a paixão. Para não despertar suspeitas, incluiu uma jaqueta com capuz largo,
Finalizando a limpeza de um dos quartos que Cristiano alugava para os bêbados que se sentiam incapaz de retornar para casa, Margô viu o dono do Crista do Mar levar uma mulher para o quarto do capitão Gonzalez. Como estava atrás dele, não conseguiu ver quem era. Curiosa, no lugar de se unir a Maria para verificar as tarefas restantes, entrou no quarto e por uma fresta observou o corredor, decidindo aguardar. A decisão se mostrou acertada quando Lucas, Beto e Cristiano se afastaram do quarto conversando e expondo que a mulher no quarto não era a noiva do capitão. Sem que os três notassem, Margô os ouviu claramente enquanto caminhavam pelo corredor. — Ela ainda é amante dele? — Cristiano perguntou. — Não — Beto e Lucas responderam ao mesmo tempo. — Então o que Dalila faz aqui? — Acho que quer voltar pro capitão — Lucas deduziu. — Trair o marido e a irmã? — Cristiano espantou-se — Ela foi capaz de trair o capitão. Dessa ai não espero nada de bom — Lucas disse enojado. — Só espero
A descrição de Dalila para a joia, que carregava uma foto e declaração de amor de Joana para Adriano Orleans, dava voltas na mente de Maximiliano, lembrando-o do colar que ficou meses em seu poder até devolver, inocentemente, para sua noiva. Joana nunca contou que o pingente se abria, e muito menos o que havia em seu interior. — Eu te amo muito Maximiliano — Dalila declarou apaixonada, ignorando o distanciamento imposto pelo ex-amante. — Pra mim nunca haverá outro como você. Palavras semelhantes às que Joana tinha declarado diversas vezes nos últimos dias. — Fique longe de mim! — Com brusquidão Maximiliano se livrou do abraço de Dalila. — Vá embora! Fora! — Trovejou. — Maximiliano... Sabe que é você que eu amo. — Levou a mão até o peito do Gonzalez, mas antes que pudesse tocá-lo teve o pulso segurado e repelido. — Casar com Joana só para me fazer ciúme é uma loucura e desnecessário. — Argumentou, supondo ser esse o motivo da frieza masculina. Um mínimo sorriso sarcástico brincou