Capítulo 09
Elena ficou paralisada, o desenho ainda repousando no chão como uma relíquia caída de um altar profano, os traços delicados da mulher de 1789 encarando o teto com uma serenidade que parecia zombar do caos que tomava conta dela. O escritório de Victor Blackwood, mergulhado na penumbra fria da noite, parecia encolher ao redor dela, as paredes brancas e as pinturas abstratas transformando-se em sentinelas silenciosas que testemunhavam o confronto. O coração dela batia descontrolado, um tamborilar frenético contra as costelas que ecoava em seus ouvidos como um tambor de guerra, enquanto os olhos cinza de Victor a perfuravam com uma intensidade que era ao mesmo tempo acusatória e insondável. Ele estava na porta, a figura alta e imponente recortada contra a luz fraca do corredor, o terno cinza-escuro impecável como uma armadura que escondia qualquer vulnerabilidade. Mas havia algo nos olhos dele – uma sombra que não era só raiva, um peso que parecia atravessar o espaço entre eles como uma co
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