Capítulo 39

Camila

LEMBRO-me de quando eu era criança e a tia Malu me contava com o seu jeito debochado sobre os seus namorados e dos motivos que a faziam não levar seus relacionamentos com eles adiante. Um era muito ciumento, o outro era bagunçeiro demais e alguns não sabiam saborear a flor, dizia me dando seu olhar cúmplice. Recordo-me que uma vez a perguntei se ela algum dia pensou em se casar, e ela me respondera com toda seriedade que ainda não tinha conhecido ninguém que a fizesse gostar mais de abraços do que de beijos e que estivesse ao seu lado ainda que ela não pedisse. Dissera-me também que eu não devia me casar se eu não encontrasse alguém que pudesse fazer essas coisas por mim.

Eu cresci observando as mulheres ao meu redor. Perdi as contas de quantos casais mal olhavam nos olhos um do outro, e eu jurei para mim mesma que eu não teria um relacionamento desse tipo para a minha vida. No fim, casar para mim não era nada menos que um rótulo social. 

Hoje, minha visão qu
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