Capítulo 3

POV INGRID

Ao encerrar a reunião, pude sentir a sala começar a pender a meu favor. A maioria dos homens parecia intrigado, se não convencido.

Até o senhor Nothan, o que foi chocante.

Juntei meus papéis, sentindo uma renovada sensação de controle, até que o notei, ainda sentado, me observando com o mesmo olhar intenso.

Ughh, por que ele tem que ser tão irritante?

Enquanto os outros se despediram, ele não se moveu. Em vez disso, ele se sentou, abrindo as pernas, seus olhos focados em mim, esperando.

Hesitei, sentindo uma estranha atração para me aproximar dele. Ele está me perseguindo? pensei, meio brincando, mas a curiosidade levou a minha boca a perguntar.

— Você... está me seguindo? — perguntei, mantendo um tom neutro, mas direto ao ponto.

Ele não respondeu imediatamente, apenas me lançou um olhar divertido e compreensivo.

— Não preciso seguir. — ele respondeu suavemente, sua voz baixa. — Se eu quero algo, eu encontro.

Não fique vermelha, não fique vermelha, vadia, é melhor você não ficar vermelha!

Eu corei...

Cruzei os braços confiantemente.

— Você encontrou o que estava procurando?

Seu sorriso se aprofundou como se ele estivesse chocado.

— Talvez eu tenha achado. — Ele diz enquanto se levanta em sua altura máxima.

Droga, eu estou de salto e ele ainda é mais alto que eu.

Ele se moveu em volta da mesa, chegando mais perto, mas eu me mantive firme. Quanto mais perto ele chegava, mais meu coração disparava. Eu não recuaria, não podia mostrar a ele que ele estava me afetando.

Ele parou a poucos centímetros de distância, com as mãos apoiadas na mesa ao meu lado enquanto se inclinava, com os olhos nos meus.

— Deixe-me levá-la para sair, Ingrid.

Eu ri um pouco.

— Eu não namoro.

Seus olhos brilharam com diversão, uma risada profunda ecoou dele.

— Mas você fode, certo?

Meu contato visual quebrou e comecei a olhar para trás dele. Engoli em seco, porque porra...

Seu olhar nunca deixou meu rosto.

— Se eu te dobrasse sobre esta mesa... você me impediria?

Minha respiração ficou presa na garganta, e senti uma sensação quente no estômago. Minhas pernas se apertaram imediatamente e seu olhar caiu, percebendo isso.

Seus olhos escureceram e um sorriso malicioso se espalhou por seu rosto.

— Já está molhada?

Revirei os olhos, empurrando seu peito levemente, mas ele não se mexeu.

— Eu nem te conheço.

— Acho que você vai ter que conhecer. — ele diz, recuando em direção à porta.

— Ah, e Senhor Misterioso. — digo, fazendo-o parar no meio do caminho. — Não traga armas para o meu prédio. — Eu disse, ele se virou, sorriu e saiu.

Assim que ele saiu, soltei um suspiro profundo. Eu realmente queria que ele me dobrasse sobre a mesa, pensei, mordendo o lábio.

Quem é esse homem? Ele tinha dinheiro e poder, obviamente.

A maneira como ele comandava a sala, a maneira como os outros homens ficavam em silêncio quando ele falava, me diziam que ele não era alguém com quem se deve mexer.

Ele era claramente perigoso, até trouxe uma porra de uma arma. Claro que eu notei. Era como se ele quisesse que qualquer um visse.

Por que isso é quente?

— Garota, isso é problema e você sabe disso. — murmurei para mim mesma.

Mas quando saí, eu sabia que não conseguiria deixar isso para lá. Ainda não. Eu precisava saber quem ele era.

............................

HORAS DEPOIS

Depois da reunião, parei na minha boutique, folheando uma prateleira de novidades quando meu telefone vibrou na minha bolsa. A mensagem de Joyce apareceu na minha tela.

Joyce : Então... quem é o cara alto, sexy e misterioso da noite passada? Fala, gata!

Sorri e revirei os olhos enquanto respondia.

Eu : Não sei, o nome dele é Alex. Ele estava na minha reunião com investidores esta manhã. Não tenho ideia do porquê.

Joyce : Garota, é melhor você descobrir. Aquele homem parecia que poderia comprar um prédio inteiro só para te levar para jantar.

Suspirei, sabendo que ela estava certa. Não sobre ele me levar para sair, mas pessoas de alguma forma encontrando uma maneira de entrar no meu negócio.

Eu não gosto disso.

Naquela noite, decidi entrar em contato com um dos meus contatos comerciais, Matthew, que sempre sabia de tudo.

Eu sabia que se alguém pudesse obter informações sobre meu homem misterioso, seria ele. Depois de alguns minutos de bobagens, eu casualmente coloquei Alex na conversa.

— Ei, então você conhece alguém chamado Alex... Não entendi o sobrenome dele, mas é alto, pele escura, meio intenso... — esperando que Matthew reconhecesse a descrição vaga.

Houve uma pausa na linha.

— Alex Macclister? Você esbarrou nele? — ele diz chocado

— Por que? eu deveria me preocupar?

Matthew riu, mas havia seriedade em sua voz.

— Depende de como você olha para isso. Ele não é exatamente um cara que você conhece por acidente, Ingrid. Ele é o líder da Máfia Negra, provavelmente o cara mais perigoso da América.

Um arrepio percorreu minha espinha. É por isso que os homens na reunião ficaram quietos. Mas por que ele estava interessado em mim?

— Ah, e Ingrid? — Matthew acrescentou. Se o conhece, fique longe dele.

Murmurei um “obrigada” e desliguei, minha mente zumbindo com mais perguntas do que respostas. Isso explica o pit bull idiota do clube que não me deixou entrar.

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