JOYCE Não acredito que estou chorando por um psicopata maluco com quem eu nem estava namorando.Claro, ele transa com outras mulheres. As mulheres provavelmente se jogam em cima dele todos os dias.Mas ainda assim... ugh. Eu realmente achei que estávamos caminhando para algo. Quer dizer... Docinho parece algo que ele diria para qualquer uma mas ele estava me chamando de sua linda bebê. Me levava para o trabalho. Comprava um Starbucks para mim todo dia como se realmente se importasse se tomo meu café favorito. Fui muita ingênua de achar que ele estava só comigo?Saí correndo daquele prédio enorme tão rápido que nem olhei para trás.Ingrid estava olhando para mim, estreitando os olhos. Esperando que me acalmasse para explicar.— Certo. O que aconteceu?Funguei, esfregando o nariz. — Tinha... Tinha uma mulher seminua no escritório dele.— O QUÊ?!Estremeci com o tom de voz, mas, sinceramente, senti a mesma coisa na hora que vi. — É.Ingrid agarrou o volante com tanta força que pens
DAMON Acordei com minha boca seca, minha cabeça latejava muito e meu corpo parecia que tinha sido atropelado.Pisquei para o teto e levei um minuto para registrar onde eu estava.Não é meu escritório.Não é meu carro.A mansão.Então eu os vi.Alex e Liam estavam na minha frente, de braços cruzados, me encarando como dois pais decepcionados.Ao lado deles, nosso médico estava com uma prancheta, balançando a cabeça como se também estivesse decepcionado.Gemi, minha garganta parecia uma lixa. — Que porra aconteceu?— Diga você, seu idiota! — Sua voz era áspera, cortante.O médico suspirou. — Você teve uma overdose.— E? — Pisquei. — E?!! — Liam gritou, dando um passo à frente como se fosse me atacar. — Você podia ter morrido, seu idiota! Você quase morreu, seu filho da puta idiota!— Não me importo.O médico suspirou novamente, esfregando as têmporas. — Seu coração parou por quase um minuto inteiro antes de te estabilizarem. — Ele balançou a cabeça. — Você tem sorte de estar vivo.
JOYCE Duas semanas depois...Mal consegui chegar ao banheiro a tempo, vomitei tudo o que tinha no estômago até não restar nada além de ânsia e respiração ofegante.Isso não poderia estar acontecendo.Não, não, não, não.Só de pensar na possibilidade, meus olhos ardiam com lágrimas. Meu estômago se revirou, não de náusea, mas de pânico. Me forcei a levantar, lavei a boca e peguei minhas chaves com as mãos trêmulas.A farmácia não ficava longe, mas a viagem parecia interminável. Meus dedos batiam no volante ansiosamente, meu coração estava disparado. Assim que estacionei, corri para dentro, mal prestando atenção em qualquer coisa ao meu redor enquanto pegava o teste e jogava o dinheiro no caixa.Quando cheguei em casa, minhas mãos estavam suando enquanto eu desembrulhava a caixa. Fiz o teste, coloquei no balcão e andei de um lado para o outro no banheiro, roendo as unhas. Os três minutos mais longos da minha vida.Então eu vi.Positivo.AI MEU DEUS.Caí no chão do banheiro, de costas p
JOYCE — Não, eu não vou. — eu disse, revirando os olhos enquanto segurava o telefone na chamada de video com Ingrid e Rose.A Ingrid estava tentando me convencer a ir até lá e entrar na piscina, mas eu já sabia o que isso significava... O Damon estaria lá. Ele morava lá. E a última coisa que eu queria era estar perto dele depois de tudo.— Caramba, ele nem está aqui. — Ingrid gemeu dramaticamente. — Ele está trabalhando, eu juro.Rose assentiu. — Vamos lá, baby. Você está confinada em casa há semanas, deprimida. Você precisa disso.Suspirei, esfregando as têmporas. Eu não tinha energia para a persuasão delas em dupla. Elas continuaram divagando, e eu finalmente desisti. — Tudo bem! — gritei ao telefone antes de desligar.Levantei e fui até o meu armário para escolher um biquíni e uma roupa. Depois de me vestir, prendi o cabelo num rabo de cavalo alto, passei um gloss labial, peguei minha bolsa e saí.[...]Ingrid já estava do lado de fora me esperando, supersexy de maiô. Beijei-a
JOYCE Caminhamos pelo calçadão, a brisa do mar se misturando com a doçura do nosso sorvete. Ele meio que ainda não foi perdoado... mesmo que ele cuspa essas ameaças idiotas como se significassem alguma coisa. O problema era que meus pensamentos continuavam voltando para aquilo. Para o que eu fiz. Para o bebê que eu não tinha mais. Eu estava escondendo isso dele. Eu devia contar, mas não sabia como ele reagiria. E se ele quisesse ser pai? E se eu tirei isso dele sem lhe dar escolha? Foi egoísmo da minha parte? — Quando você vai me contar o que está te incomodando? Sua voz interrompeu meus pensamentos, me trazendo de volta à realidade. — Hmmm? — perguntei, quase engasgando com meu sorvete. Seus olhos permaneceram em mim. — Me conta. Forcei um pequeno sorriso, suspirando. Não posso contar a ele. Ainda não. Talvez nunca. — Não é nada. — menti. Sua cabeça se inclinou, sem tirar os olhos do meu. Então ele se aproximou, seus lábios quase roçando minha orelha.
DAMON Me encostei contra a cabeceira da cama, com o telefone em uma mão e a outra acariciando seus cachos macios enquanto ela dormia, seu corpinho encolhido em meu colo, sua respiração lenta e constante. Ela parecia tão em paz. Eu não a mereço. Nem um pouquinho. Voltei para o meu telefone, rolando as negociações comerciais, procurando algo para ocupar minha mente. Mas não funcionou. Porque eu não conseguia parar de pensar na informação que recebi dias atrás. Eu finalmente descobri porque ela parecia diferente e tensa. Quando ela não estava falando comigo, eu fazia o que faço de melhor... mandava meus homens segui-la. Eu sabia onde ela ia, com quem estava, cada lugar que ela pisava. Um desses lugares foi uma clínica. Não uma clínica comum. No começo, ignorei. Queria que ela me contasse. Mas ela nunca o fez. Ela acordou, seu corpo se mexendo e seu rostinho sonolento se inclinando em direção ao meu. Olhos semicerrados, lábios fazendo beicinho, voz doce e preguiçosa qua
JOYCE— Abaixe-se. — Damon ordenou me fazendo arrepiar.Eu me inclinei, não precisei me virar para saber que ele estava me encarando. Soltei um suspiro, sentindo a dor aguda da palma da mão dele na minha bunda.— É melhor você não se curvar com esse vestido. — ele avisou, com um tom sombrio e cheio de promessas.Revirei os olhos, fiquei em pé e alisei meu vestido. O telefone de Damon tocou, desviando sua atenção.— O quê? — ele atendeu, já parecendo irritado.Observei seu rosto mudar. De irritado a sério, ele franziu as sobrancelhas enquanto ouvia.Então ele desligou, toda sua energia tinha mudado.— Tenho negócios para resolver, querida. Chego aí mais tarde.— Você está me deixando ir à balada sozinha vestida assim? — provoquei, inclinando a cabeça. — Espero que ninguém...Eu nem consegui terminar a frase antes que a mão dele estivesse em volta do meu pescoço, apertando-o com força.Meus olhos se arregalaram, minha respiração ficou ofegante quando ele inclinou a cabeça, seus lábios s
JOYCE Mordi o lábio, nervosa. Sei que o Damon quer falar sobre o bebê. Mas não sei o que dizer. Não sei como dizer. Suspirei, peguei minha taça de vinho e fui até a porta quando a campainha tocou.Damon entrou com os dedos já afrouxando a gravata. — Pode começar a falar. — murmurou, jogando a gravata no sofá. Então, ele começou a desabotoar a camisa.— Damon eu...— Por que você fez isso?Meu estômago se revirou. Engoli em seco, sem me virar para ele. — Não sei... Eu simplesmente não estava pronta para um bebê. — admiti, com a voz embargada enquanto sentia as lágrimas queimando meus olhos.— Shhh. — ele murmurou, dando um beijo na minha testa.— Desculpe. — eu disse, enquanto as lágrimas começavam a cair. — Foi egoísmo. Eu não te contei e ainda...— Querida, tudo bem. — ele interrompeu, com um tom mais suave do que o normal. — Não foi egoísmo. É o seu corpo. — Ele suspirou, passando a mão pelo rosto. — É, eu queria que você me contasse, mas se você não estava pronta, não estava.