JOYCE — Não, eu não vou. — eu disse, revirando os olhos enquanto segurava o telefone na chamada de video com Ingrid e Rose.A Ingrid estava tentando me convencer a ir até lá e entrar na piscina, mas eu já sabia o que isso significava... O Damon estaria lá. Ele morava lá. E a última coisa que eu queria era estar perto dele depois de tudo.— Caramba, ele nem está aqui. — Ingrid gemeu dramaticamente. — Ele está trabalhando, eu juro.Rose assentiu. — Vamos lá, baby. Você está confinada em casa há semanas, deprimida. Você precisa disso.Suspirei, esfregando as têmporas. Eu não tinha energia para a persuasão delas em dupla. Elas continuaram divagando, e eu finalmente desisti. — Tudo bem! — gritei ao telefone antes de desligar.Levantei e fui até o meu armário para escolher um biquíni e uma roupa. Depois de me vestir, prendi o cabelo num rabo de cavalo alto, passei um gloss labial, peguei minha bolsa e saí.[...]Ingrid já estava do lado de fora me esperando, supersexy de maiô. Beijei-a
JOYCE Caminhamos pelo calçadão, a brisa do mar se misturando com a doçura do nosso sorvete. Ele meio que ainda não foi perdoado... mesmo que ele cuspa essas ameaças idiotas como se significassem alguma coisa. O problema era que meus pensamentos continuavam voltando para aquilo. Para o que eu fiz. Para o bebê que eu não tinha mais. Eu estava escondendo isso dele. Eu devia contar, mas não sabia como ele reagiria. E se ele quisesse ser pai? E se eu tirei isso dele sem lhe dar escolha? Foi egoísmo da minha parte? — Quando você vai me contar o que está te incomodando? Sua voz interrompeu meus pensamentos, me trazendo de volta à realidade. — Hmmm? — perguntei, quase engasgando com meu sorvete. Seus olhos permaneceram em mim. — Me conta. Forcei um pequeno sorriso, suspirando. Não posso contar a ele. Ainda não. Talvez nunca. — Não é nada. — menti. Sua cabeça se inclinou, sem tirar os olhos do meu. Então ele se aproximou, seus lábios quase roçando minha orelha.
DAMON Me encostei contra a cabeceira da cama, com o telefone em uma mão e a outra acariciando seus cachos macios enquanto ela dormia, seu corpinho encolhido em meu colo, sua respiração lenta e constante. Ela parecia tão em paz. Eu não a mereço. Nem um pouquinho. Voltei para o meu telefone, rolando as negociações comerciais, procurando algo para ocupar minha mente. Mas não funcionou. Porque eu não conseguia parar de pensar na informação que recebi dias atrás. Eu finalmente descobri porque ela parecia diferente e tensa. Quando ela não estava falando comigo, eu fazia o que faço de melhor... mandava meus homens segui-la. Eu sabia onde ela ia, com quem estava, cada lugar que ela pisava. Um desses lugares foi uma clínica. Não uma clínica comum. No começo, ignorei. Queria que ela me contasse. Mas ela nunca o fez. Ela acordou, seu corpo se mexendo e seu rostinho sonolento se inclinando em direção ao meu. Olhos semicerrados, lábios fazendo beicinho, voz doce e preguiçosa qua
JOYCE— Abaixe-se. — Damon ordenou me fazendo arrepiar.Eu me inclinei, não precisei me virar para saber que ele estava me encarando. Soltei um suspiro, sentindo a dor aguda da palma da mão dele na minha bunda.— É melhor você não se curvar com esse vestido. — ele avisou, com um tom sombrio e cheio de promessas.Revirei os olhos, fiquei em pé e alisei meu vestido. O telefone de Damon tocou, desviando sua atenção.— O quê? — ele atendeu, já parecendo irritado.Observei seu rosto mudar. De irritado a sério, ele franziu as sobrancelhas enquanto ouvia.Então ele desligou, toda sua energia tinha mudado.— Tenho negócios para resolver, querida. Chego aí mais tarde.— Você está me deixando ir à balada sozinha vestida assim? — provoquei, inclinando a cabeça. — Espero que ninguém...Eu nem consegui terminar a frase antes que a mão dele estivesse em volta do meu pescoço, apertando-o com força.Meus olhos se arregalaram, minha respiração ficou ofegante quando ele inclinou a cabeça, seus lábios s
JOYCE Mordi o lábio, nervosa. Sei que o Damon quer falar sobre o bebê. Mas não sei o que dizer. Não sei como dizer. Suspirei, peguei minha taça de vinho e fui até a porta quando a campainha tocou.Damon entrou com os dedos já afrouxando a gravata. — Pode começar a falar. — murmurou, jogando a gravata no sofá. Então, ele começou a desabotoar a camisa.— Damon eu...— Por que você fez isso?Meu estômago se revirou. Engoli em seco, sem me virar para ele. — Não sei... Eu simplesmente não estava pronta para um bebê. — admiti, com a voz embargada enquanto sentia as lágrimas queimando meus olhos.— Shhh. — ele murmurou, dando um beijo na minha testa.— Desculpe. — eu disse, enquanto as lágrimas começavam a cair. — Foi egoísmo. Eu não te contei e ainda...— Querida, tudo bem. — ele interrompeu, com um tom mais suave do que o normal. — Não foi egoísmo. É o seu corpo. — Ele suspirou, passando a mão pelo rosto. — É, eu queria que você me contasse, mas se você não estava pronta, não estava.
JOYCE — Querida, é só isso que você trouxe? — Damon perguntou olhando para as sacolas que coloquei na cama como se eu o tivesse insultado.Franzi as sobrancelhas. — O quê?Ele se aproximou, revirou minhas coisas como se estivesse pessoalmente ofendido, balançando a cabeça. — Não, não era isso. Você quase não comprou nada.Dei uma risadinha, dobrando a camisa que comprei. — Damon, não vou gastar seu dinheiro.E assim, de repente, ele caiu na gargalhada, uma gargalhada grave, psicótica e descontrolada. Olhei para ele como se ele tivesse perdido o juízo, o que, sejamos sinceros, já se foi a muito tempo.Ele segurou meu braço e começou a me arrastar para fora do quarto.— Damon, que porra é essa? — gritei, tropeçando atrás dele enquanto ele me puxava por aquela mansão enorme.Descemos as escadas.Depois desce mais escadas.Então... descendo mais uma escadaria.Droga, preciso malhar.— É aqui que você vai me matar? — perguntei secamente, recuperando o fôlego.Damon se virou, sorrindo
JOYCE De volta em casa, deitei na cama, assistindo Netflix, finalmente relaxando. Então, é claro, meu telefone começou a tocar. Suspirei muito alto porque odeio ser interrompida quando estou imersa na minha paz.Peguei meu telefone e era uma chamada de vídeo do Damon. Hesitei por um segundo antes de deslizar para responder.Este homem... Corte de cabelo novo. Terno. Parecendo um modelo. Enquanto isso, eu usava uma camiseta larga, sem sutiã.— Oi, candy. — ele sorriu, seus dentes brancos e perfeitos brilhando na tela.Estreitei os olhos e me sentei na cama.— Oi... aonde você vai com esse visual?— Para um encontro. — ele disse, com toda a indiferença.Eu congelei. Encontro??Eu nem sabia o que dizer. Até que ouvi a campainha tocar.Ah, ele está brincando comigo.Ainda na chamada, saí da cama, pisando descalça no piso de madeira enquanto descia as escadas. Eu destranquei a porta, abrindo-a e lá estava ele.Parado na minha porta naquele terno, segurando um buquê de rosas e sorrindo com
DamonEla é linda.Sentada à minha frente, a luz bruxuleante das velas fazendo suas joias brilharem, aquele vestidinho justo abraçando seu corpo, piercings nos mamilos aparecendo como uma provocação. Acho que ela não tinha a mínima ideia de como me deixava louco.O garçom pousou nossos pratos, mas eu mal olhei para a comida. Meu apetite era por ela. Cortei meu bife, observando-a enquanto ela mergulhava um pedaço de lagosta na manteiga e dava uma mordida.— Você gostou? — perguntei em voz baixa.Ela assentiu, engolindo em seco. — Está bom.— Mas não é melhor que eu. — Dei um sorriso irônico.— Você é tão convencido.Lambi os lábios, ainda olhando para ela. — Não, candy. Só constatando os fatos.Ela desviou o olhar, mas vi o pequeno sorriso que ela tentou esconder.— Conte-me sobre sua família.Ela piscou, como se não esperasse por aquilo. Nem eu, para ser sincero.— Minha família?— Sim. Pais, irmãos, tudo isso.Ela se mexeu um pouco, girando a taça de vinho entre os dedos. — Bem.