Fruto podre

O parque do Ibirapuera estava especialmente tranquilo naquela tarde. A chuva dos últimos dias tinha dado um descanso e o sol, filtrado pelas árvores, criava rastros de luz no chão, o ar fresco ainda carregando o cheiro de grama molhada. Guilherme caminhava com Lean presa ao canguru, a bebê balbuciando feliz. Tábata os acompanhava, observando-os com um sorriso terno, mas, por trás do sorriso, havia uma inquietação crescente.

Guilherme andava tranquilo, os dedinhos gorduchos da bebê agarrados ao tecido da camisa dele, soltando murmúrios satisfeitos. O carinho que ele dedicava à menina era genuíno, natural.

— Olha só, abelhinha — Guilherme disse, apontando para um casal de patos deslizando pela lagoa. — Os patinhos nadando.

Lean balbuciou, os olhinhos amendoados brilhando de curiosidade seguindo um pássaro na direção contrária, as mãozinhas rechonchudas agarradas a camisa dele.

Tábata sorriu, mas era superficial, apenas no exterior. O calor no peito que sentia ao vê-lo assim era rapida
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