O restaurante para o qual Ian me levou era sofisticado, mas nada muito chique, o que me agradou bastante. O caminho até o restaurante foi divertido; por um momento, pensei que, após o quase beijo entre nós dois, o clima ficaria pesado, porém me enganei. Ian soube deixar o clima bem leve. Achei que seria impossível eu ficar tão confortável ao lado de outra pessoa que não fosse Rosana, meu irmão e Eliot; entretanto, com Ian foi diferente. Ele conseguiu me fazer querer viver algo novo ainda mais. — Espero que este local esteja ao seu agrado, dama bonita! — Ian puxou a cadeira para eu sentar. — A primeira vez que vim a este restaurante, me lembrei de você. — De mim? — Ele se sentou à minha frente. — Por que de mim? — Porque, desde o dia em que te conheci, não consigo parar de pensar em você. — Minha alma gelou. — Então, todo o meu dia é pensando em você. — Você consegue ser bem direto quando quer. — Desculpe! — Ele me encarava. — Te desculpar? Por quê? — Fiquei sem entender o m
Tinha certeza de que a deusa Selene estava ao meu lado, pois ela atendeu ao meu pedido. Não foi fácil trilhar o caminho que percorri em busca de cura para a loba da minha companheira e trazê-la de volta para mim. O lugar de Tamara é ao meu lado, e nada nem ninguém conseguirá me impedir de alcançar o meu objetivo: ter o seu brilho na minha vida. Esses dezoito meses, setenta e oito semanas longe dela fizeram com que os planos que eu tinha organizado para uma vida inteira fossem por água abaixo. Tamara foi a única pessoa que me fez ver que eu poderia continuar a viver sem ter o título de alfa. Eu entreguei a alcateia ao meu pai novamente, e mesmo ele dizendo que ficaria no meu lugar temporariamente, até eu me erguer, deixei bem claro para ele que só voltaria a ser alfa com minha Lua ao meu lado. Será que é difícil para as pessoas que me cercavam entenderem que eu não tinha mais vida sem Tamara? Se bem que eu os entendo, pois fui o que mais demorei para entender a importância que ela tin
Avisei apenas meu pai sobre a pequena viagem que eu iria fazer; não revelei o motivo da viagem. Ele me pediu muito para eu abrir mão de Tamara, pois eu já tinha feito muito mal a ela. Meu pai tentou me avisar que ela não era mais minha companheira e que o sentimento que eu sentia por ela era apenas porque ela estava fora do meu controle. Então, como explicar minha vida ter ido totalmente para fora dos trilhos? Era como se até respirar tivesse se tornado difícil. Ninguém poderia me dizer o que eu deveria fazer quando se tratava da minha companheira. A viagem foi muito rápida; antes mesmo do anoitecer, eu já estava em frente ao endereço que praticamente roubei de Luís. Vi o exato momento em que ela entrou no prédio com uma mulher que eu nunca tinha visto. A mulher ao lado de Tamara falava muito, mas o que aumentou minha ira contra ela não foi ela não permitir que eu ouvisse a voz da minha companheira, e sim ela insinuar que o encontro que Tamara poderia ter terminaria em um namoro. A m
Após o breve resumo de como foi minha noite de encontro com Ian, minha amiga foi embora e mal deu tempo de tirar a roupa que eu estava. Eu mal tinha tirado minha jaqueta quando ouvi a porta e, como tinha certeza de que seria Rosana, fui até a porta sem a jaqueta. — Você sempre volta. — Abri a porta, sem nem mesmo olhar para a pessoa, mas o que me surpreendeu foi a pessoa que estava à minha frente, e não era Rosana. — Alfa? — Será que eu deveria chamá-lo assim mesmo após ter cortado o laço com a sua alcateia? — O que traz você aqui? Está tudo bem com Túlio? — Ele continuou me olhando como se procurasse as palavras certas. — Então? — Não. — Sua voz saiu rouca, então ele limpou a garganta. — Quero dizer, está tudo bem, mas eu precisava falar com você. — Ele deu a entender que queria entrar em minha casa, porém eu não permiti. — Eu não tenho nada a conversar com você. — Me coloquei à frente da porta. Jonathan desceu seu olhar por meu corpo. — Deixei bem claro quando saí da alcateia,
No momento em que a porta se abriu e o corpo de Tamara se materializou na minha frente, meus olhos percorreram cada centímetro dela. Tamara estava com a mesma roupa que usara em seu encontro, só que, naquele momento, ela estava sem a jaqueta, o que deixou o decote dos seus seios à mostra para quem quisesse ver. O cheiro daquele idiota exalava dela, como se fosse o seu próprio cheiro. Rocco rosnou. Ele queria arrancar as roupas do corpo dela com a intenção de tirar o cheiro dele do corpo da nossa companheira. Meus olhos desciam e subiam por seu corpo quando ouvi sua voz, já sem paciência. — Então? — Sua voz subiu alguns tons. — O que ela perguntou mesmo? — indaguei ao meu lobo. — Ela está pensando que o motivo de sua visita é porque aconteceu algo com seu irmão. — Não. — Esse não era para ser dirigido ao meu lobo, mas percebi que eram meus pensamentos. Limpei minha garganta. — Quer dizer, está tudo bem, mas eu precisava falar com você. — Caminhei em sua direção e ela se colocou
Ela me mandava embora. Eu via o sofrimento em seus olhos, mas não queria sair com aquela dúvida que me consumia há mais de um ano. Tinha que perguntar a ela se o que Talita me falou antes da tragédia acontecer era verdade. Aquele não era o momento certo, mas eu necessitava ouvir dela. E se fosse verdade que em algum momento Tamara tivesse sentido algo por mim, então significava que, lá no fundo do coração dela, poderia existir algum resquício do seu sentimento por mim. — Tamara, eu vou embora, mas antes preciso te perguntar algo... — Coloquei minhas mãos em seus ombros e apertei um pouco, chamando sua atenção. — Peço que você olhe em meus olhos e me responda o mais sincero possível. — Tamara encarou-me. — Se isso te fizer ir embora da minha casa, então pergunte. — Para me mostrar que estava tudo bem para ela, minha companheira sorriu, mas o sorriso não saiu dos seus lábios. — Eu prometo responder e serei bem sincera. — Eu te deixo tão desconfortável assim? — Seus olhos piscaram e
Estava tudo indo tão bem. Conversamos, lembramos de Talita juntos e foi bom saber que minha irmã não tinha me esquecido, que ela, como sempre, soube me ler. Porém, Jonathan tinha que ser ele mesmo. Como pude ter acreditado na história de que ele me deixaria viver a minha vida da forma que eu quisesse? Nunca iria aprender. Jonathan me jogou em uma cela, por culpa dele perdi a minha loba e, para piorar ainda mais a situação, agora estava marcada como propriedade sua. Jonathan estava me beijando quando eu senti uma dor em meu pescoço. Eu estava entregue ao beijo de uma forma que não tinha me dado conta do momento em que ele parou para me morder. Na minha inocência, pensei que ele iria beijar meu pescoço ou algo assim. Como pude me deixar levar daquela forma? Deveria ter o parado antes mesmo de ele conseguir me beijar. — Minha! — Sua voz saiu rouca. — Nunca serei sua. — O empurrei para longe de mim. Estava arrepiada, mas eu queria acreditar que estava daquela forma por puro ódio e nã
Meus pensamentos me atormentavam; a voz em minha cabeça me culpava pelo desmaio de Tamara. “Está vendo o que causou a sua impaciência?” “Tudo que você faz é para destruir a vida dela.” Eu tentava calar a voz da minha consciência, tentava calar a voz de Rocco, meu lobo, mas os dois estavam certos: eu não deveria ter marcado ela sem sua permissão. Tinha que ter respeitado sua decisão de viver a vida dela sem ter nenhuma amarra comigo. — Eu te imploro. — Nunca fui de fazer prece à deusa, mas naquele momento eu iria usar qualquer coisa a meu favor para ver Tamara de olhos abertos. — Eu imploro. — Quando você vai deixar de agir por impulsos? — A voz do meu pai veio em minhas memórias. — Você é um homem de vinte e três anos e age como se fosse um moleque de quinze. — Ele ficou furioso ao saber que eu tinha ido atrás de Tamara e marcado ela sem sua autorização. — Jonathan, será que foi um erro ter entrado a alcateia em suas mãos? Pois estou vendo que você não está adaptado para tomar deci