Ele se aproximou devagar com desdenha e um riso debochado
- Oooo patroa eu achei que devia trabalhar feito os outros. - Não foi o que me disse? Ela até se corou de raiva, falou alterada - Vai agora pegar o transporte e o arrume se tiver com algo estragado. - Quero tudo pronto em uma hora. Saiu brava, ele começou rir falando com a outra funcionária - Grossa do jeito que a dona otária é, dava mesmo pra andar no transporte dos cavalos. Com a missão de dificultar a vida dela, ele foi pegar o transporte, arrumou o pneu, a tranca da porta, deixou longe e não colocou nenhum dos cavalos lá e nem cuidou dos outros, ela estava dentro da casa, se arrumando para ir conversar com um amigo de seu pai, na fazenda ao lado. Miro foi até a casa chamar ela, assobiou na porta da cozinha, provocando Amélia, ela estava na sala limpando, quando ouviu barulho foi olhar, só então ele entrou sujando o chão - Cadê a patroa? Ela se alterou - Não pisa aqui com essas botas imundas, você é muito porco, mal educado. Ele foi saindo batendo os pés de propósito - Eeee calma desculpa. - Chama a patroa lá. Amélia trancou a porta na cara dele - Espera lá na frente. Ele deu a volta rindo, a achava muito esquentadinha e provocar era um de seus passa tempo favoritos, ficou encostado em um pilar esperando, Otávia saiu pronta, com um vestido de manguinha, transpassado na frente, com fenda na coxa, na altura do joelho na frente e mais comprido atrás, amarelo bebê, botas montaria, cabelo escovado, muito bem maquiada, o olhou séria - Conseguiu? Ele a olhou sério tentando não correr os olhos na roupa ou o decote - Arrumei sim patroa, não sei qual cavalo ia querer, não coloquei nenhum. - Também não subi o transporte porque não tem carro pra isso. Ela foi ficando emotiva de tanta raiva - Não é pra se fazer de idi ota, que eu te pago. - Você ficou desprovido de inteligência, só quando eu passei a te pedir algo? Ele sorriu com deboche afrontando - Que isso patroa, você não pede, manda. - E não me pagou um centavo, caso tenha se esquecido. - Se tivesse explicado melhor o que queria ... Ela foi se afastando - Vou sair e quando voltar, quero que tenha feito as suas obrigações ou a sua mala. Ele disse que ia fazer tudo, ela saiu de carro, Amélia falou com ele pela janela - Porque está fazendo isso pra ela? - Seu caipira mac hista, não aguenta receber ordens de mulher né. - Tomara que te demita e logo. Ele disse que todos seriam demitidos, com a falência, foi cuidar dos animais, fez tudo direito como realmente gostava. Otávia foi a fazenda ao lado, Évan a recebeu, com beijo e abraço - Olá, quanto tempo, tudo bem? - Meu pai precisou sair e eu nem acreditei que ia te encontrar. Ela ficou muito surpresa - Oii, tudo e você? Nem sabia que tinha voltado, fazem muitos anos, que não nos vemos. Ele foi indo para a varanda a guiando com a mão nas costas - Tudo melhor agora, foi no seu casamento a última vez. - Eu ia mesmo te procurar, pois fiquei muito confuso, com algumas coisas. - Sente se aqui, quer beber alguma coisa? - Pedi para arrumarem essa mesa, com as coisas que gostava na época de escola. Ela foi pegando um copo de suco intrigada - Aiii você não mudou nada. - Porque ia me procurar? Évan pegou uma pasta amarela com folhas sulfite dentro - Achei que queria vender uma parte da fazenda pra mim, foi o que o Matteo disse. - Estávamos conversando nas últimas semanas e eu cheguei a fazer uma proposta. Deu a pasta nas mãos dela - Pode olhar, tem sua assinatura até. Otávia começou a ler perplexa - Eu não sabia de nada, nós estamos nos separamos. - Não quero vender nada. Évan ficou a encarando fixamente curioso - Foi o que eu ouvi falar e não entendi, porque você que sempre foi tão ativa, independente. - Falaram que estava em casa sem nem conseguir levantar da cama. - Quando eu quis ir vê-la, ele não deixou, começou a inventar desculpas. - Então eu não fiz compra alguma. Ela começou chorar sentida - Me desculpa, eu não aguento mais, eu não merecia isso. Évan era um fã de Otávia, desde a infância até a adolescência, nunca saiu da zona da amizade, ela não o levava a sério na juventude e não gostava dele ser namorador. Ele não dizia mas era um pouco preconceituoso mac hista, ele ficava com várias mulheres, mais só assumia as que fossem padrão e mais certinhas, como ela era. Ele a admirava de fato, até por ser um pouco carola, tudo nela ele gostava, Otávia nem achava que o interesse dele era tão genuíno ou algo para se levar a sério. Évan a consolou, deu água, ficou sentado próximo, tentando entender o que tinha acontecido, ela desabafou confiando nele, contou tudo com detalhes, ele era advogado, já foi dando assistência jurídica, se ofereceu para acompanhar o divórcio, sem custo, em nome da amizade do passado. Completamente vulnerável, ela foi aceitando tudo, nem se deu conta de que ele com certeza ia querer algo a mais, além da amizade. Évan só estava de passagem, mas já resolveu ficar, só para investir nela e em suas terras, fez algumas ligações, conseguiu compradores para dois dos cavalos e pegou um para presentear um sobrinho. Ele mesmo fez questão de cuidar da parte burocrática, com aquele valor alto, ela ia poder arrumar algumas coisas mais importantes na fazenda e focar na colheita. Passaram quase o dia todo juntos, ele a levou almoçar fora na cidade, passou no banco se informar como renegociar os pagamentos dos empréstimos, fez tudo o que um bom amigo faria, a tranquilizou bastante. Otávia voltou no final do dia, para buscar os três cavalos, levou Évan e um funcionário dele, Miro já tinha colocado todos no estábulo, estava lá nas redes deitado e continuou, só observando a movimentação de longe, logo foi pra casa. Amélia foi junto com Otávia, para fazer companhia, Évan quem insistiu em não deixá-la andando sozinha e o evitando, ela convidou a empregada, ficaram duas horas fora, conversaram sobre as tarefas fora da casa, Amélia contou que sabia tudo, sobre lidar com as plantações, animais, porque também cresceu no sítio, se ofereceu para ajudar mais lá fora, já que estavam com poucos funcionários e ela precisava muito do emprego. Deu a entender que não tinha família e sofria mal tratos em casa, com um padrasto ru im envolvido, garantiu que era maior de idade e a dois anos morava sozinha se virando, inventou toda uma história triste e Otávia acreditou. Quando chegaram Amélia foi deitar e Otávia passou pela cozinha, pegou biscoitos e leite, foi para o quarto, entrou no escuro usando a luz do corredor, estava distraída, colocou a bandeja em cima da cama, ia voltar para perto da porta, acender o interruptor de luz, foi surpreendida com um puxão no cabelo - Sua va dia vim te dar o que merece.Ela estava com a bolsa em volta do corpo, enquanto era arrastada tentando abrir, teve o vestido rasgado, não conseguiu gritar, derrubou a bandeja no chão, ele a sufocou colocando deitada de bruços, empurrando o rosto contra o travesseiro, a deixou semi nua. Ia abu sar dela, quando ela conseguiu pegar uma arma na bolsa e atirou, nem tentou acertar porque não conseguiria, ele a fez soltar a arma, a jogou no chão dizendo que ia voltar, a chutou duas vezes nas costas e saiu correndo pela janela. Amélia levantou no susto, foi correndo até o quarto com uma faca de cozinha, encontrou Otávia no chão encolhida chorando, com a lingerie rasgada, se aproximou nervosa - O que aconteceu? Está ferida? A cobriu com um lençol, Otávia se sentou no chão, encolhida em estado de choque sem conseguir falar, Miro foi entrando pela porta dos fundos, também armado chamou no corredor - Patroa? É o Ramiro! Amélia respondeu chorando assustada - Estamos aqui. Ele foi entrando apreensivo, perguntou o
Ele mostrou o guarda chuvas dela no canto - Intuição. Ela se aproximou, encostou ao lado séria - Pode ir pra sua casa, não tem muito o que fazer com o tempo assim mesmo. - Tira o dia de folga. Ele se virou para vê-la - Não tenho o que fazer lá também. - Se a patroa quiser posso fazer reparos na casa, começando com a porta que eu arrombei ontem. Ela se sentou ao lado no mesmo banco - É, pode ser. - Você viu alguma coisa? - Carro, moto, qualquer coisa? Ele disse que não, ela pegou o celular tocando do bolso - Com certeza foi o Matteo meu ex, eu não devia ter colocado fogo no carro dele. - Ele não vai parar até tirar tudo de mim. - É melhor vocês irem indo embora, antes mesmo de fechar o mês. - As coisas estão piores do que eu imaginei. Vou me virar sozinha! Se levantou o olhando séria fixamente - E funcionário nenhum vai me respeitar mesmo, não é? Ele estava descascando uma laranja com um canivete - Eeeeee dona, você não tá achando
Ela levantou cada vez mais apreensiva, se virou de costas, com medo dele fazer algo errado, ele começou passar um gel gelado- Se não melhorar, amanhã vai no hospital porque é sério machucar a costela.Ela ficou tensa paralisada, sentindo a mão dele áspera grande e firme, deslizando em suas costas- Uhum, que cheiro bom. Refrescante!Fechou os olhos segurando a respiração, apertou os lábios tentando ficar quieta, começou sentir uma euforia crescendo dentro de si, um arrepio espontâneo, junto de um calorão no corpo todo, suspirou toda arrepiada, ele estava pensando no cheiro dela, de perfume floral, diferente do que usava mais cedo, viu o sutiã dela atrás, de renda vinho, ficou curioso para ver a parte da frente, não fez nada desrespeitoso, achou normal ela arrepiada, deduziu que estava doendo e frio - Pronto dona patroa. Abaixou a roupa dela - Vou te levar de volta. Foi pegando a lanterna, parou perto da por
Ele continuou rindo com deboche - Sim senhora! Ela se manteve firme, se sentindo fula com ele - Não confunda as coisas Ramiro, quem tem a alto estima baixa é você. - Se sente inferior a mim? Porque sou sua patroa?- E acha que eu não posso ter um interesse, normal? - Era só um beijo, uma coisa de momento, nada demais.- Sai daqui, vai tratar dos animais e fazer a manutenção das máquinas. - Quero que você verifique as selas, separe as melhores e veja se as ferraduras estão em ordem. Ele percebeu que a deixou com raiva, foi descendo com o mesmo tom audacioso - Sim senhora, pra dar uns bons coices.- Eu sempre levo alguns mesmo. Saiu andando olhando Amélia cavalgar no redondel - Você é muito desajeitada mesmo! - Mole desse jeito vai cair já já, é ele que te guia ou você que guia ele? - Segura firme aí.Ela também ficou com ra i
Ela se assustou, derrubou a garrafa no chão, começou espernear, estapeando ele - Me solta Ramiro! Você está ficando louco?- Soltaaaa! Ele estava tentando a acalmar, pedindo para parar, a soltou quase derrubando - Você é muito do ida patroa, eu tenho mais o que fazer. Vou embora!Ela foi pegar a garrafa rápido - Doido é você, que chegou aqui desse jeito, quer me matar do coração?Ele ficou entre a beirada da ponte e ela - Vai pra casa! Aqui é perigoso. Ela tomou um gole grande - Idai? Não é da sua conta!- Vai cuidar da sua vida, porque finge se importar?Começou rir alterada - Aiiii dona senhora patroa é perigoso, uiii que medo. - Se nem no meu quarto eu fico segura, que diferença faz onde estou?- Eu mal te conheço, vai ver o perigo é você mesmo. - Tem medo de algo acontecer e você ser culpado Dom Ramiro? Se aproximou p
Ele começou rir com a sinceridade dela - Os dois. Até tomei banho! Ela cheirou a jaqueta dele - É, eu pude notar e vou ficar com o seu cheiro, de homem gostoso. Começou rir muito envergonhada - O perfume, homem, é o nome do perfume, né? - Entendeu, o perfume é gostoso! Ele também começou rir a achando doida mesmo, oferecida - É, o nome é esse. - Como você iria se sentir patroa, se eu entrasse no seu quarto, pra mexer nas suas coisas? - Abrir seu guarda roupa de vinte portas? Ela segurou a mão dele em cima da mesa com brincadeira - Quer mexer? Eu deixo!- Não vou me desculpar e se eu tiver oportunidade, faço de novo. - Sou meio curiosa as vezes. - Quando eu era criança, tive uma melhor amiga que morava lá, naquela casa, meu pai só não me deixava dormir. - Eu vivia enfiada lá brincando e a gente até espiava os peões se lavando,
Ela quem teve a iniciativa de o beijar, encostou seus lábios sutilmente, chupou a boca dele, sorriu apreensiva pelo o que estava por vir - Não é nada por ego e me incomoda muito, que fale assim de mim. - Me vê como uma mulher fútil, egoísta, não sou assim.Ele a olhou nos olhos de pertinho, emaranhou a mão no meio do cabelo dela e a conduziu para beijar, sem demora ou sutileza, foi enfiando a língua na boca dela, enquanto a puxava contra si, com uma pegada firme e respeitosa. Nem deu tempo dela pensar direito, Otávia colocou as mãos em volta dele o acariciando e correspondeu igualmente desesperada, ardentemente, abaixou a guarda e não conseguia parar, foi emendando um beijo no outro, trocando selinhos, mordidas de leve, olhares e sorrisos provocantes, a química foi recíproca. O celular dele começou tocar, os interrompendo, ele atendeu ainda abraçado, enquanto falava ela começou dar beijinhos no rosto e pescoço, não pensou mais em nada
Ela se virou rindo de nervoso - Ia te procurar, olha. Se aproximou mostrando a garrafa, toda sem jeito - Quer? É bom para esquentar, né? - Eu ia até lá, te chamar. Ele se sentou desconfiado com aquele olhar de deboche - É? Quero não! - Não bebo. Ela tomou um gole grande no gargalo, se encostou nele em pé, no meio de suas pernas, o abraçando mesmo sentado - Você ainda não deu um jeito nas minhas costas. E nem me colocou na cama! Ele já não sabia o que fazer com ela, estava confuso, pode sentir o quanto estava cheirosa, com um perfume diferente de antes, deduziu que ela tomou banho, começou a tocar nas costas, por cima do roupão - A onde dói? Ela se afastou o pegando pela mão - Vem comigo e eu te mostro. Ele se levantou, parou na porta para tirar as botas sujas, entrou de meias sendo guiado por ela, foram até o quarto em silêncio, nitidamente nervosa ela colocou a garrafa na mão dele - Espera, tem uma coisa que eu quero fazer. - Você me dev