Quando amanheceu ele mexeu com ela, pegando no pé, por cima do lençol, disse que ia pegar o carro com o guincho e logo voltava, buscá-la, Amélia só concordou, esperou ele sair, ligou para o avô contando o que aconteceu, recebeu alta antes de Miro voltar e mesmo indisposta, preferiu sair sozinha, foi de uber até outro hospital, mandou o endereço para o avô ir buscá-la, mandou uma mensagem para Miro no perfil fake " Odeio despedidas e já fiz o que queria, espero que possa me perdoar um dia, pelo tanto que prejudiquei vocês. Obrigada por ter passado a noite comigo, vai atrás da sua felicidade agora enquanto é tempo. Boa sorte!! Quando eu encontrar o meu vô, te mando o endereço de onde é pra levar o carro. " Miro estava chegando de volta no hospital, para encontrar Melinda, entrou para procurar Amélia, ficou confuso, com a sensação de impotência, achou que ia se aproximar dela e não entendeu, o que ela fez. Respondeu perguntando a onde ela estava, pediu para conversarem pessoalmente
Foi até sua casa a procurar, levou várias caixas do chocolate preferido dela de presente, chegou entrando como de costume, o carro dela estava na garagem, a encontrou no sofá de pijama, e já passava da hora do almoço, jogou as caixas no sofá perto dela - Porque você não me atende mais, minha linda? Ficou com aquele olhar de deboche, ela continuou assistindo séria - Aprendi com você! Ele se sentou perto, na beirada do sofá - É sou bom nisso. Você sabe que eu não queria dizer aquilo, sem a minha linda, nada funciona. Começou mexer no celular - Eu não consigo comprar um presente direito, olha aqui. Mostrou pesquisas sobre joias, anéis e pulseiras, viu que dessa vez era grave, se deitou em cima dela, abraçando - Fiquei nervoso, só quero fazer a coisa certa com todas as mulheres da minha vida. - Amélia só me encontrou pra contar da Otávia, eu não sei o que pensar. - Porque ela não me contou nada, e se for de outra pessoa, nunca se sabe. Melinda aumentou a televisão -
Quando saíram para fora, não teve como não ver, Miro estava uma carroça do outro lado da rua, um modelo simples coberto de flores e arranjos, toda enfeitada, Roxana estava nela, com a crina toda trançada com muitas flores também, as patas enfaixadas tudo combinando as cores. Ele estava vestido a caráter, camisa country, calça jeans, botas e chapéu, tinham mais de vinte cavalos, a cidade toda parou com o evento, sem entender o que era, quando ele a viu saindo, se levantou, colocaram música alta em uma caixa de som " Cê que sabe amor - Cristiano Araújo ", ela ficou olhando surpresa paralisada, ele começou a falar em um microfone, olhando na direção dela - Bom dia, pra todo mundo aí. Cês me desculpa a bagunça! - Olha não sou muito bom com as palavras não, mas sou bom de sentir as coisas. - Tem uma pessoa aqui, que eu gosto demais sabe, não sei se ela ainda quer ficar comigo. - Mais eu quero ficar com ela, sou doido por essa leoa brava, que me mudou demais. - Eu durmo e acord
Era quase fim de semana e os poucos funcionários da fazenda coronel bento, estavam correndo com os preparativos para os patrões irem ao evento country mais esperado do ano, a festa do peão de boiadeiro em Barretos, um super evento para amantes de músicas sertanejas, exposições agropecuárias, competições de rodeio e tudo relacionado. Otávia a patroa e herdeira de tudo, sempre participou e dessa vez nem queria ir, estava muito desanimada, enfrentando mais uma tentativa falha de engravidar, se sentindo como uma mulher que não merecia a benção de ser mãe, sempre se culpava muito por isso, e seu marido a cobrava demais, sem ter empatia pela situação. Ele a deixou extremamente frustrada a semana toda, com comentários sobre ela estar ficando velha para ser mãe, só porque já passava dos trinta e cinco anos. Ela não era capaz de se impor e o confrontar, sempre que parecia estar errada, já ia se desculpando, tentando amenizar qualquer atrito, mas dessa vez não adiantou, ele estava irredutíve
Ramiro estava cuidando dos animais, os guardou e ficou conversando com outros funcionários, contando o que tinha acontecido, eles subiram espiar a casa, viram Otávia jogando tudo pra fora, Matteo estava chegando com o carro de Emily, quando viu suas coisas no quintal, correu até Otávia, tentando a impedir, foi pegar uma mala dentro de casa, a chamando de maluca. Quis sair e a deixar falando sozinha, quando ela entrou na frente, levou um chacoalhão, ele começou gritar a ofendendo, dizendo que se não fosse por ele, ela não teria mais nada, porque vivia doente, sem lavar um copo, com a casa suja e que nem foi mulher dele, durante todos aqueles anos, a jogou em cima da mesa no escritório e foi saindo, a briga estava dando eco pela casa toda.Ela foi atrás alterada, tentando o impedir, perguntando o que estava acontecendo, achando que era um caso de pouco tempo, porque a meses ele estava distante, a evitando, disse que dessa vez ia dar certo, porque ela estava sentindo, que iriam ter um f
Ela ficou olhando sem entender tamanha ousadia, disse que não queria brigas lá e ia demitir os dois se algo voltasse a acontecer, foi se afastando olhando Miro, algo nele cativou ela, pensou que talvez o olhar profundo, a postura de quem sabia se impor, ficou admirada por ele ter a defendido de seu ex marido, ficou curiosa, fez algumas perguntas sobre ele a uma funcionária, que o elogiou dizendo que estava gostando do trabalho dele, o outro rapaz foi atrás dela pra falar que não iria mais trabalhar, pegou o dinheiro e foi embora cedo. Otávia ficou o resto do dia fora, andando pelas terras, só voltou quando o sol se pôs, foi para o estábulo procurando Miro e na volta passou pela casa do caseiro, estava andando no escuro, ao se aproximar da casa que ele ficava, um cachorro começou a latir, ele estava alerta por causa das ameaças do antigo colega de trabalho, saiu olhar com uma faca na mão, ela parou um pouco longe por causa do cachorro - Ramiro, venha até aqui. Ele chamou atenção do
Ela se virou no susto desconcertada - Você! Tentou disfarçar, foi chegando perto o olhando fixamente no rosto, evitando olhar para o corpo - Enquanto eu ainda nem almocei, você até já está cochilando. - Eu disse que precisava de ajuda, acho que você não está me levando a sério Ramiro. Ele entrou no quarto, pegou uma toalha e se enrolou - A patroa estava me procurando no guarda roupa? - Enquanto você dormia, eu já tinha tratado de quase todos os bichos. - Por isso, agora eu cochilo e você ainda não fez a sua parte. Foi para a cozinha, desligou uma panela de pressão, colocou embaixo da torneira - Não vai querer a minha comida, né dona? Ela ficou olhando irritada - Quero que siga o ritmo de trabalho dos outros. - O que seria da fazenda, se cada um fizesse o seu próprio horário? Ele sorriu irônico - Ritmo? Ninguém lá tá com muita vontade de trabalhar não o dona. Ela foi saindo com autoridade, o achando petulante - Quero que faça o horário normal, das sete as
Ele se aproximou devagar com desdenha e um riso debochado - Oooo patroa eu achei que devia trabalhar feito os outros. - Não foi o que me disse? Ela até se corou de raiva, falou alterada - Vai agora pegar o transporte e o arrume se tiver com algo estragado. - Quero tudo pronto em uma hora. Saiu brava, ele começou rir falando com a outra funcionária - Grossa do jeito que a dona otária é, dava mesmo pra andar no transporte dos cavalos. Com a missão de dificultar a vida dela, ele foi pegar o transporte, arrumou o pneu, a tranca da porta, deixou longe e não colocou nenhum dos cavalos lá e nem cuidou dos outros, ela estava dentro da casa, se arrumando para ir conversar com um amigo de seu pai, na fazenda ao lado. Miro foi até a casa chamar ela, assobiou na porta da cozinha, provocando Amélia, ela estava na sala limpando, quando ouviu barulho foi olhar, só então ele entrou sujando o chão - Cadê a patroa? Ela se alterou - Não pisa aqui com essas botas imundas, você é mui