Ramiro estava cuidando dos animais, os guardou e ficou conversando com outros funcionários, contando o que tinha acontecido, eles subiram espiar a casa, viram Otávia jogando tudo pra fora, Matteo estava chegando com o carro de Emily, quando viu suas coisas no quintal, correu até Otávia, tentando a impedir, foi pegar uma mala dentro de casa, a chamando de maluca.
Quis sair e a deixar falando sozinha, quando ela entrou na frente, levou um chacoalhão, ele começou gritar a ofendendo, dizendo que se não fosse por ele, ela não teria mais nada, porque vivia doente, sem lavar um copo, com a casa suja e que nem foi mulher dele, durante todos aqueles anos, a jogou em cima da mesa no escritório e foi saindo, a briga estava dando eco pela casa toda. Ela foi atrás alterada, tentando o impedir, perguntando o que estava acontecendo, achando que era um caso de pouco tempo, porque a meses ele estava distante, a evitando, disse que dessa vez ia dar certo, porque ela estava sentindo, que iriam ter um filho e tudo ia voltar a ser como antes, perguntou porque ele fez aquilo, com uma amiga dela, ele a afastou tentando chegar ao carro - Eu não quero mais ficar com você, não suporto nem mais ouvir a sua voz. - Precisei encontrar mulher na rua, porque aqui nunca tive. - Eu estou apaixonado, amo ela. Ela continuou avançando, querendo saber quando começou o caso, foi tentar pegar a chave do carro, ele bateu nela duas vezes no rosto, a humilhando muito, falou até que os pais dela teriam vergonha da mulher fraca que ela se tornou, e estava a deixando, com as terras falidas dela. As duas funcionárias estavam perto escondidas nervosas, Ramiro também ficou ouvindo escondido no escuro, muito incomodado com dó de Otávia, Amélia a mais nova começou chorar desesperada, pediu para ele ir lá ajudar, ele continuou sentado observando, até que viu ela apanhando e arremessou um tijolo no parabrisa do carro. Depois de apanhar, Otávia estava gritando que queria se divorciar e nunca mais olhar na cara dele, Ramiro se aproximou para a defender, só de vê-lo perto, Matteo recuou, enfiou algumas de suas coisas no carro e saiu às pressas. Otávia estava sentada, se levantou arrasada chorando, disse que não era pra ninguém falar sobre aquilo e nem o deixar entrar lá de novo, mandou Ramiro ficar de olho, entrou rápido envergonhada, correu se trancar no quarto desorientada, ficou se olhando no espelho, se sentindo um lixo, um nada e se odiando. Ela realmente achava que merecia aquilo, se sentia inferior a ele por causa da idade, ele tinha cerca de dez anos a menos e o idolatrava, nem percebia que estava em um relacionamento tóx ico cheio de manipulações. Miro tinha ido pegar o dinheiro da quinzena, pra ir embora no dia seguinte, porque não estava gostando da desorganização da fazenda, desistiu e voltou pra casa do caseiro, onde estava ficando. Na manhã seguinte, Otávia acordou cedo, cheia de hematomas, não teve coragem de sair do quarto, só conseguia pensar em Matteo, começou ligar cedo para ele, que não atendeu ligação nenhuma e ficou visualizando as várias mensagens, ela queria resolver tudo logo. Miro foi logo cedo até a casa, deu um susto em Amélia na cozinha, a menina que cuidava da limpeza lá, ele se aproximou batendo palmas de propósito, ela era outra desaforada, perguntou se ele não tinha educação, ele sentou a mesa - Não! Cadê a patroa, pra me pagar? - Se ninguém aparecer e dar o meu dinheiro, vou desfazer tudo o que fiz, começando com os bichos. - Vai lá chamar ela! Quero ir embora, desse lugar doido. Amélia retrucou hostil - Não vou e é melhor você sair daqui, com esses sapatos imundos. - O seu lugar é lá fora, com os bichos iguais a você. Ele se levantou irritado - Oooo menina tonta. Começou bater o pé sujando a cozinha de barro - Você é muito ocupada né? - Não quero atrapalhar. - Quando ver a patroa, fala que eu não vou fazer mais nada e quero o meu dinheiro até amanhã. Ela ficou furiosa olhando, Otávia tinha se levantado porque ouviu voz de homem, estava ouvindo a conversa dos dois escondida, assim que ele saiu, ela entrou na cozinha preocupada - Se tem como o meu dia piorar, eu não sei como. - Ele disse quanto precisa receber? Se ele for embora, quem vai cuidar de tudo? Amélia disse que não sabia e a alertou de que ele cuidava de muitas coisas lá na fazenda mesmo, deu a entender que tudo ia parar sem ele, a colheita principalmente, Otávia sentou a mesa chorando - Vai falar pra ele, que depois eu o procuro para conversar. - Sai daqui por favor. Preciso ficar sozinha! Amélia foi dar o recado, ele estava deitado, em uma área de descanso dos funcionários, com várias redes, ficou quieto ignorando o recado, Amélia saiu brava, não encontrou Otávia em casa. Ela tinha ido pegar a égua e saiu para cavalgar, viu os poucos funcionários, estavam na plantação, a olhando de longe, Ramiro estava lá cobrando desempenho dos colegas. Ele era muito experiente com tudo na roça, escondendo algumas coisas importantes de seu passado obscuro, vivia na simplicidade, pulando de trabalho em trabalho, sem se prender ou apegar a nada, com quarenta e um anos, só queria tranquilidade, dizia não ter ninguem e ser solteiro, ele quem estava delegando as tarefas aos outros funcionários, ficou surpreso ao ver a patroa passeando, ja que diziam que ela nunca chegava nem perto deles. Miro perguntou a um colega, como a patroa era, o rapaz começou rir com maldade, dizendo que ela precisava ser domada, amarrada, pega por trás na marra igual bicho. Miro que não era de levar desaforo pra casa, não gostou, sorriu com cinismo - Ela é brava mesmo? E se você tivesse a chance, pegava ela desse jeito? O rapaz disse com orgulho que sim, começou falar que imaginava muito aquilo, até falou como faria, indo até a casa, entrando pelos fundos, já que o patrão sempre viajava e a deixava sozinha, ainda mais agora divorciada, perguntou se Miro não queria ir junto, visitar a patroa a noite, nem terminou a frase e levou um soco. Os dois começaram a brigar no meio da plantação, Otávia foi até eles, perguntou o que estava acontecendo, ameaçando demitir os dois, Miro tirou a camiseta, para limpar o rosto - Paga a minha quinzena e eu vou embora patroa. - Eu não trabalho com esse tipo de gente. Ela se aproximou, em cima da égua, reparando no porte físico de Miro, o achando forte atraente - Que tipo de gente? O que aconteceu? Ele estava sentado no chão, a olhou contra o sol, ela estava de calça jeans, bota montaria, camiseta polo e chapéu, com os cabelos soltos ao vento, longos escuros, era difícil não reparar na beleza dela, o contorno do corpo, a postura impecável, o cheiro de perfume amadeirado forte marcante. Ele se levantou a olhando fixamente sério, invocado como não deveria fazer, por respeito e sem se importar em encarar ela - Você não vai querer saber patroa! Gente sem vergonha mal caráter. Saiu andando sem dar mais explicações, foi se lavar ali perto em uma torneira, pensando na pele dela, estava corada e maquiada, batom vermelho, pensou que parecia uma escultura de mulher, que merecia ser bem tratada, respeitada Ele não voltou a trabalhar nem pareceu respeitar qualquer autoridade, ficou de mal humor e foi pescar, pensando em abandonar a fazenda urgentemente, mas com dó de a deixar sozinha.Ela ficou olhando sem entender tamanha ousadia, disse que não queria brigas lá e ia demitir os dois se algo voltasse a acontecer, foi se afastando olhando Miro, algo nele cativou ela, pensou que talvez o olhar profundo, a postura de quem sabia se impor, ficou admirada por ele ter a defendido de seu ex marido, ficou curiosa, fez algumas perguntas sobre ele a uma funcionária, que o elogiou dizendo que estava gostando do trabalho dele, o outro rapaz foi atrás dela pra falar que não iria mais trabalhar, pegou o dinheiro e foi embora cedo. Otávia ficou o resto do dia fora, andando pelas terras, só voltou quando o sol se pôs, foi para o estábulo procurando Miro e na volta passou pela casa do caseiro, estava andando no escuro, ao se aproximar da casa que ele ficava, um cachorro começou a latir, ele estava alerta por causa das ameaças do antigo colega de trabalho, saiu olhar com uma faca na mão, ela parou um pouco longe por causa do cachorro - Ramiro, venha até aqui. Ele chamou atenção do
Ela se virou no susto desconcertada - Você! Tentou disfarçar, foi chegando perto o olhando fixamente no rosto, evitando olhar para o corpo - Enquanto eu ainda nem almocei, você até já está cochilando. - Eu disse que precisava de ajuda, acho que você não está me levando a sério Ramiro. Ele entrou no quarto, pegou uma toalha e se enrolou - A patroa estava me procurando no guarda roupa? - Enquanto você dormia, eu já tinha tratado de quase todos os bichos. - Por isso, agora eu cochilo e você ainda não fez a sua parte. Foi para a cozinha, desligou uma panela de pressão, colocou embaixo da torneira - Não vai querer a minha comida, né dona? Ela ficou olhando irritada - Quero que siga o ritmo de trabalho dos outros. - O que seria da fazenda, se cada um fizesse o seu próprio horário? Ele sorriu irônico - Ritmo? Ninguém lá tá com muita vontade de trabalhar não o dona. Ela foi saindo com autoridade, o achando petulante - Quero que faça o horário normal, das sete as
Ele se aproximou devagar com desdenha e um riso debochado - Oooo patroa eu achei que devia trabalhar feito os outros. - Não foi o que me disse? Ela até se corou de raiva, falou alterada - Vai agora pegar o transporte e o arrume se tiver com algo estragado. - Quero tudo pronto em uma hora. Saiu brava, ele começou rir falando com a outra funcionária - Grossa do jeito que a dona otária é, dava mesmo pra andar no transporte dos cavalos. Com a missão de dificultar a vida dela, ele foi pegar o transporte, arrumou o pneu, a tranca da porta, deixou longe e não colocou nenhum dos cavalos lá e nem cuidou dos outros, ela estava dentro da casa, se arrumando para ir conversar com um amigo de seu pai, na fazenda ao lado. Miro foi até a casa chamar ela, assobiou na porta da cozinha, provocando Amélia, ela estava na sala limpando, quando ouviu barulho foi olhar, só então ele entrou sujando o chão - Cadê a patroa? Ela se alterou - Não pisa aqui com essas botas imundas, você é mui
Ela estava com a bolsa em volta do corpo, enquanto era arrastada tentando abrir, teve o vestido rasgado, não conseguiu gritar, derrubou a bandeja no chão, ele a sufocou colocando deitada de bruços, empurrando o rosto contra o travesseiro, a deixou semi nua. Ia abu sar dela, quando ela conseguiu pegar uma arma na bolsa e atirou, nem tentou acertar porque não conseguiria, ele a fez soltar a arma, a jogou no chão dizendo que ia voltar, a chutou duas vezes nas costas e saiu correndo pela janela. Amélia levantou no susto, foi correndo até o quarto com uma faca de cozinha, encontrou Otávia no chão encolhida chorando, com a lingerie rasgada, se aproximou nervosa - O que aconteceu? Está ferida? A cobriu com um lençol, Otávia se sentou no chão, encolhida em estado de choque sem conseguir falar, Miro foi entrando pela porta dos fundos, também armado chamou no corredor - Patroa? É o Ramiro! Amélia respondeu chorando assustada - Estamos aqui. Ele foi entrando apreensivo, perguntou o
Ele mostrou o guarda chuvas dela no canto - Intuição. Ela se aproximou, encostou ao lado séria - Pode ir pra sua casa, não tem muito o que fazer com o tempo assim mesmo. - Tira o dia de folga. Ele se virou para vê-la - Não tenho o que fazer lá também. - Se a patroa quiser posso fazer reparos na casa, começando com a porta que eu arrombei ontem. Ela se sentou ao lado no mesmo banco - É, pode ser. - Você viu alguma coisa? - Carro, moto, qualquer coisa? Ele disse que não, ela pegou o celular tocando do bolso - Com certeza foi o Matteo meu ex, eu não devia ter colocado fogo no carro dele. - Ele não vai parar até tirar tudo de mim. - É melhor vocês irem indo embora, antes mesmo de fechar o mês. - As coisas estão piores do que eu imaginei. Vou me virar sozinha! Se levantou o olhando séria fixamente - E funcionário nenhum vai me respeitar mesmo, não é? Ele estava descascando uma laranja com um canivete - Eeeeee dona, você não tá achando
Ela levantou cada vez mais apreensiva, se virou de costas, com medo dele fazer algo errado, ele começou passar um gel gelado- Se não melhorar, amanhã vai no hospital porque é sério machucar a costela.Ela ficou tensa paralisada, sentindo a mão dele áspera grande e firme, deslizando em suas costas- Uhum, que cheiro bom. Refrescante!Fechou os olhos segurando a respiração, apertou os lábios tentando ficar quieta, começou sentir uma euforia crescendo dentro de si, um arrepio espontâneo, junto de um calorão no corpo todo, suspirou toda arrepiada, ele estava pensando no cheiro dela, de perfume floral, diferente do que usava mais cedo, viu o sutiã dela atrás, de renda vinho, ficou curioso para ver a parte da frente, não fez nada desrespeitoso, achou normal ela arrepiada, deduziu que estava doendo e frio - Pronto dona patroa. Abaixou a roupa dela - Vou te levar de volta. Foi pegando a lanterna, parou perto da por
Ele continuou rindo com deboche - Sim senhora! Ela se manteve firme, se sentindo fula com ele - Não confunda as coisas Ramiro, quem tem a alto estima baixa é você. - Se sente inferior a mim? Porque sou sua patroa?- E acha que eu não posso ter um interesse, normal? - Era só um beijo, uma coisa de momento, nada demais.- Sai daqui, vai tratar dos animais e fazer a manutenção das máquinas. - Quero que você verifique as selas, separe as melhores e veja se as ferraduras estão em ordem. Ele percebeu que a deixou com raiva, foi descendo com o mesmo tom audacioso - Sim senhora, pra dar uns bons coices.- Eu sempre levo alguns mesmo. Saiu andando olhando Amélia cavalgar no redondel - Você é muito desajeitada mesmo! - Mole desse jeito vai cair já já, é ele que te guia ou você que guia ele? - Segura firme aí.Ela também ficou com ra i
Ela se assustou, derrubou a garrafa no chão, começou espernear, estapeando ele - Me solta Ramiro! Você está ficando louco?- Soltaaaa! Ele estava tentando a acalmar, pedindo para parar, a soltou quase derrubando - Você é muito do ida patroa, eu tenho mais o que fazer. Vou embora!Ela foi pegar a garrafa rápido - Doido é você, que chegou aqui desse jeito, quer me matar do coração?Ele ficou entre a beirada da ponte e ela - Vai pra casa! Aqui é perigoso. Ela tomou um gole grande - Idai? Não é da sua conta!- Vai cuidar da sua vida, porque finge se importar?Começou rir alterada - Aiiii dona senhora patroa é perigoso, uiii que medo. - Se nem no meu quarto eu fico segura, que diferença faz onde estou?- Eu mal te conheço, vai ver o perigo é você mesmo. - Tem medo de algo acontecer e você ser culpado Dom Ramiro? Se aproximou p