Amélia tinha birra dela, só de saber que era considerada filha do Miro, enquanto ele nunca nem a viu, tentou pegar o celular - Vai você procurar ela, tá com tempo livre mesmo. Melinda jogou no gramado rindo - Eu mesma guardo o meu cavalo. Foi indo para o carro, Otávia estava se aproximando com Henri, ficou tensa de ver que tinham chego, Amélia ficou furiosa, nem viu eles, estava olhando Melinda ir para o carro, correu na frente e tirou a chave do contato - Você não ouviu, que precisa esperar? Melinda tentou pegar, quando Amélia jogou a chave no chão provocando, levou um puxão de cabelo, as duas começaram a brigar, se ofendendo, saíram no tapa, caíram no chão grudadas, Henri correu para separar, o marido de Melinda ajudou, Otávia também, perguntou o que tinha acontecido, Melinda falou alterada - Essa menina mal educada, que não respeita nada nem ninguém. Amélia retrucou - Pega a sua arrogância e enfia bem no meio do seu... Melinda partiu para cima dela de novo, dizendo
Quando amanheceu ele mexeu com ela, pegando no pé, por cima do lençol, disse que ia pegar o carro com o guincho e logo voltava, buscá-la, Amélia só concordou, esperou ele sair, ligou para o avô contando o que aconteceu, recebeu alta antes de Miro voltar e mesmo indisposta, preferiu sair sozinha, foi de uber até outro hospital, mandou o endereço para o avô ir buscá-la, mandou uma mensagem para Miro no perfil fake " Odeio despedidas e já fiz o que queria, espero que possa me perdoar um dia, pelo tanto que prejudiquei vocês. Obrigada por ter passado a noite comigo, vai atrás da sua felicidade agora enquanto é tempo. Boa sorte!! Quando eu encontrar o meu vô, te mando o endereço de onde é pra levar o carro. " Miro estava chegando de volta no hospital, para encontrar Melinda, entrou para procurar Amélia, ficou confuso, com a sensação de impotência, achou que ia se aproximar dela e não entendeu, o que ela fez. Respondeu perguntando a onde ela estava, pediu para conversarem pessoalmente
Foi até sua casa a procurar, levou várias caixas do chocolate preferido dela de presente, chegou entrando como de costume, o carro dela estava na garagem, a encontrou no sofá de pijama, e já passava da hora do almoço, jogou as caixas no sofá perto dela - Porque você não me atende mais, minha linda? Ficou com aquele olhar de deboche, ela continuou assistindo séria - Aprendi com você! Ele se sentou perto, na beirada do sofá - É sou bom nisso. Você sabe que eu não queria dizer aquilo, sem a minha linda, nada funciona. Começou mexer no celular - Eu não consigo comprar um presente direito, olha aqui. Mostrou pesquisas sobre joias, anéis e pulseiras, viu que dessa vez era grave, se deitou em cima dela, abraçando - Fiquei nervoso, só quero fazer a coisa certa com todas as mulheres da minha vida. - Amélia só me encontrou pra contar da Otávia, eu não sei o que pensar. - Porque ela não me contou nada, e se for de outra pessoa, nunca se sabe. Melinda aumentou a televisão -
Quando saíram para fora, não teve como não ver, Miro estava uma carroça do outro lado da rua, um modelo simples coberto de flores e arranjos, toda enfeitada, Roxana estava nela, com a crina toda trançada com muitas flores também, as patas enfaixadas tudo combinando as cores. Ele estava vestido a caráter, camisa country, calça jeans, botas e chapéu, tinham mais de vinte cavalos, a cidade toda parou com o evento, sem entender o que era, quando ele a viu saindo, se levantou, colocaram música alta em uma caixa de som " Cê que sabe amor - Cristiano Araújo ", ela ficou olhando surpresa paralisada, ele começou a falar em um microfone, olhando na direção dela - Bom dia, pra todo mundo aí. Cês me desculpa a bagunça! - Olha não sou muito bom com as palavras não, mas sou bom de sentir as coisas. - Tem uma pessoa aqui, que eu gosto demais sabe, não sei se ela ainda quer ficar comigo. - Mais eu quero ficar com ela, sou doido por essa leoa brava, que me mudou demais. - Eu durmo e acord
Era quase fim de semana e os poucos funcionários da fazenda coronel bento, estavam correndo com os preparativos para os patrões irem ao evento country mais esperado do ano, a festa do peão de boiadeiro em Barretos, um super evento para amantes de músicas sertanejas, exposições agropecuárias, competições de rodeio e tudo relacionado. Otávia a patroa e herdeira de tudo, sempre participou e dessa vez nem queria ir, estava muito desanimada, enfrentando mais uma tentativa falha de engravidar, se sentindo como uma mulher que não merecia a benção de ser mãe, sempre se culpava muito por isso, e seu marido a cobrava demais, sem ter empatia pela situação. Ele a deixou extremamente frustrada a semana toda, com comentários sobre ela estar ficando velha para ser mãe, só porque já passava dos trinta e cinco anos. Ela não era capaz de se impor e o confrontar, sempre que parecia estar errada, já ia se desculpando, tentando amenizar qualquer atrito, mas dessa vez não adiantou, ele estava irredutíve
Ramiro estava cuidando dos animais, os guardou e ficou conversando com outros funcionários, contando o que tinha acontecido, eles subiram espiar a casa, viram Otávia jogando tudo pra fora, Matteo estava chegando com o carro de Emily, quando viu suas coisas no quintal, correu até Otávia, tentando a impedir, foi pegar uma mala dentro de casa, a chamando de maluca. Quis sair e a deixar falando sozinha, quando ela entrou na frente, levou um chacoalhão, ele começou gritar a ofendendo, dizendo que se não fosse por ele, ela não teria mais nada, porque vivia doente, sem lavar um copo, com a casa suja e que nem foi mulher dele, durante todos aqueles anos, a jogou em cima da mesa no escritório e foi saindo, a briga estava dando eco pela casa toda.Ela foi atrás alterada, tentando o impedir, perguntando o que estava acontecendo, achando que era um caso de pouco tempo, porque a meses ele estava distante, a evitando, disse que dessa vez ia dar certo, porque ela estava sentindo, que iriam ter um f
Ela ficou olhando sem entender tamanha ousadia, disse que não queria brigas lá e ia demitir os dois se algo voltasse a acontecer, foi se afastando olhando Miro, algo nele cativou ela, pensou que talvez o olhar profundo, a postura de quem sabia se impor, ficou admirada por ele ter a defendido de seu ex marido, ficou curiosa, fez algumas perguntas sobre ele a uma funcionária, que o elogiou dizendo que estava gostando do trabalho dele, o outro rapaz foi atrás dela pra falar que não iria mais trabalhar, pegou o dinheiro e foi embora cedo. Otávia ficou o resto do dia fora, andando pelas terras, só voltou quando o sol se pôs, foi para o estábulo procurando Miro e na volta passou pela casa do caseiro, estava andando no escuro, ao se aproximar da casa que ele ficava, um cachorro começou a latir, ele estava alerta por causa das ameaças do antigo colega de trabalho, saiu olhar com uma faca na mão, ela parou um pouco longe por causa do cachorro - Ramiro, venha até aqui. Ele chamou atenção do
Ela se virou no susto desconcertada - Você! Tentou disfarçar, foi chegando perto o olhando fixamente no rosto, evitando olhar para o corpo - Enquanto eu ainda nem almocei, você até já está cochilando. - Eu disse que precisava de ajuda, acho que você não está me levando a sério Ramiro. Ele entrou no quarto, pegou uma toalha e se enrolou - A patroa estava me procurando no guarda roupa? - Enquanto você dormia, eu já tinha tratado de quase todos os bichos. - Por isso, agora eu cochilo e você ainda não fez a sua parte. Foi para a cozinha, desligou uma panela de pressão, colocou embaixo da torneira - Não vai querer a minha comida, né dona? Ela ficou olhando irritada - Quero que siga o ritmo de trabalho dos outros. - O que seria da fazenda, se cada um fizesse o seu próprio horário? Ele sorriu irônico - Ritmo? Ninguém lá tá com muita vontade de trabalhar não o dona. Ela foi saindo com autoridade, o achando petulante - Quero que faça o horário normal, das sete as