Larissa Fernandez Depois dos sustos na casa da minha mãe, tomei uma água, e fiquei ouvindo tudo o que ela falava, mas a minha cabeça estava em outros lugares, e não consegui raciocinar nada. Fui me aproximando dela aos poucos, e encostei na beira da pia aonde ele lavava a louça e então, falei: — Mãe! Não conta nada para o Augusto que eu passei mal, tá? Ele ficaria muito preocupado, e eu não quero deixar ele assim, por nada! — claro que eu tenho medo! Se aconteceu de eu engravidar, ele investigaria, pois quinze dias, seria bem difícil que seja dele. — Como, nada? E, se você estiver com alguma coisa? Pode estar doente, filha! — falou ela, com um olhar preocupado. — Não se preocupe, que se eu passar mal outra vez, eu vou no médico! — negociei. — Tudo bem, então! Mas, não me enrola dona Camila! — disse sorrindo. Ouvimos o som da buzina, e me lembrei da saudade dele que eu fosse abrir a porta, e eu fui para fazer um agrado. E, não é que ele apareceu com flores para mim? E,
Larissa Fernandez — Nossa! — Puxei uma cadeira para me sentar. — então as chances são grandes de ter sido ela, a estar me observando esses dias! Mas, se era... porquê foi embora sem pedir ajuda da minha mãe? Poderia ter contado tudo, e pedir ajuda! Que estranho! — Isso é estranho! Mas posso ver se descubro algo! — o Hélio respondeu. — Quanto quer para esse serviço? Não tenho muito dinheiro ainda! — expliquei. — Não preciso de dinheiro, está tudo bem! — ele afirmou, mas desconfiei... ele deve querer outra coisa. — Eu prefiro pagar em dinheiro, Hélio! Não vou mais trair o Augusto, só fiz isso aquele dia, porque eu havia prometido, mas quero fazer as coisas certas, agora! Estou tentando ser feliz de forma errada, e quero me sentir bem comigo mesma, entende? — falei, e ele puxou uma cadeira para perto de mim, e segurou as minhas mãos. — Larissa! Me desculpe por ter te tratado como tratei, não precisa fazer mais nada comigo por obrigação! Fui um cretino! Eu vou t
Augusto Petrov Eu consegui o perdão da minha mulher, e agora voltamos a ficar bem. Perto da sua mãe ainda a trato melhor, pois faz parte do acordo que eu fiz com o Isaque, então isso tenho que cumprir. Mas, a minha vida nunca está cem por cento, e ao sair para trabalhar pensei que teria mais um dia comum de trabalho, e voltaria para casa no final da tarde, para passar um tempo com a Camila, mas os meus planos mudaram. — Augusto? — falou o meu assistente. — O que foi? — perguntei, e o vi entrando na minha sala, onde eu trabalho com algumas coisas ilegais. — Vim perguntar se não testou a nova substância? Chegou ontem de manhã, parece que aperfeiçoaram, e agora ficou mais top! — ele falou, me despertando a curiosidade. — Não usei! Mas, aonde está? — perguntei. — Tem uma parte aqui, o resto a gente já levou para o galpão, é muito arriscado deixar a mostra! — falou me entregando uma parte. — Ok, vou testar, e depois de digo o que eu achei. — Tá bom! Vou trabal
Augusto — Eu sinto muito patrão! — ele falou, e precisei sair para respirar lá fora. Minha chance de ter um herdeiro acabou de ir pelo ralo, e a minha mulher pode me odiar. Quando respirei melhor, fui procurar o médico para maiores informações, e o primeiro de jaleco branco que eu avistei, o parei. — Eu gostaria de saber notícias da minha esposa, se chama Camila Petrov! — falei. — Ela já está indo para o quarto! Aguarde que o médico já vem falar com o senhor. — Ok! Esperei mais um tempo, até o médico vir. — Familiares de Camila Fernandez? — Perguntou o médico. — Camila Petrov! Ela é a minha esposa, e está casada! — falei bravo. — Ok! Pode entrar para vê-la, ela acabou de fazer uma curetagem, de um embrião com poucas semanas! O senhor viu quem foi que a assaltou, tem alguma informação sobre o ocorrido? — perguntou ele. — Não! Infelizmente eu estava em reunião, e apenas agora, conseguiram contato comigo! — menti. — Ok! Ela terá que cuida
Larissa Fernandez Enfermeiros vieram no quarto, e começaram a me fazer perguntas, então precisei responder sobre o meu estado de saúde, e os procedimentos utilizados, então uma médica quis conversar no particular, e o Augusto teve que sair. Claro que ela queria me perguntar quem me fez isso, e desconfiaram do Augusto, mas como tenho a intenção de ir embora, e não tenho todos os documentos da Camila, e nem como provar por digitais que é ela, também não posso denunciar, então o melhor foi me calar, e juntar todas as minhas energias para sumir da Argentina, ir o mais longe possível do Augusto, e do Don Pablo. A mulher não ficou nada convencida com as informações que eu passei, mas como era a minha palavra contra a dela, ela acatou. O problema é que não consegui me levantar sozinha, e não posso viajar sem me recuperar, e sem contar que tem o meu rosto que deve estar horrível, e ainda não tive coragem de me olhar no espelho, estou me destruindo, e continuar ao lado deste monstr
Larissa Fernandez Agora vi o Augusto sorrir, e nem sei do que, tudo me assusta nele, é um psicopata, um maluco! Demorou umas duas horas, ainda para eu sair do hospital, e fui numa cadeira de rodas, que me emprestaram até eu me recuperar. Precisei aceitar a ajuda daquele cretino, e isso me enchia cada vez mais de ódio. Ele me ajudou entrar no carro, e fomos em total silêncio para casa. Ao chegar, abriu a porta, e me ajudou a descer. Fui para a cadeira de rodas, e encontrei com a naja na sala, que arregalou os olhos ao me ver. — Meu Deus! — colocou as mãos no rosto. — o que aconteceu com você? — perguntou, e eu olhei para o Augusto, que bufou. — Agora não, mãe! — respondeu, e seguiu empurrando a cadeira até o nosso quarto, e foi me dando um arrepio ao entrar, aquele lugar se tornou sombrio para mim. Me ajudou a ir para a cama, e me cobriu, eu não dei uma palavra, e nem ele. Foi tudo muito estranho, e não vejo a hora de estar bem! — Vou sair, agor
Larissa Fernandez Não consigo acreditar que acabei caindo na mesma armadilha da minha irmã, e de nada adiantou eu ter fugido de lá. Quem sabe eu até não estivesse melhor, se tivesse ido com aquele folgado, mas sempre achei que eu teria o direito de escolha, e seria feliz! Aquele velho sempre pensando só nele, nunca se importou com a gente, até a Camila que ele não tinha contato, deu um jeito de vender, é egoísmo demais para uma pessoa só. E, a burra aqui, pensando que a Camila tinha a vida perfeita, o noivo perfeito... mas agora eu sei, que perfeição passava é muito longe da vida dela, e eu acabei me ferrando do mesmo jeito. Voando nos meus receios, tristezas e pensamentos, fui praticamente acordada de um transe, pela naja que ainda estava na minha frente, e balançava o meu ombro: — Ei! Tá tudo bem? Camila! — falava, me despertando para a realidade. — Oi... eu não sabia! Tem certeza do que está falando? — perguntei. — Claro! Mas eu sei que você não pretende continuar
Larissa Fernandez Duas semanas depois Me olhando no espelho, vejo que agora já posso sair na rua, a maquiagem cobre o hematoma do rosto que faltou curar, e as mangas longas, e calças, cobrem o restante. Me sinto melhor, e já consigo andar sozinha, preciso ir com urgência ver a minha mãe, pois ela já não acredita nas minhas mentiras, e já veio aqui na casa algumas vezes e precisei me esconder, sempre dizendo que eu não estava. Ela não é boba, e sabe que tem alguma coisa errada. O pior é a insistência do Hélio, me manda frequentemente mensagem, e preciso estar sempre apagando, sem contar que vai na minha mãe de vez em quando para perguntar de mim, isso pode estragar todos os meus planos. O Augusto não teve mais surtos, graças a Deus, e nem sempre passa a noite em casa, deve estar indo com frequência na boate, mas é melhor assim, o meu nojo por ele só cresceu nesse tempo. Ele não me forçou a ter relações com ele, mas sempre tenta, principalmente me beij