Aram e Lucine ficaram por alguns momentos, encarando o teto da cabana exaustos. Depois de um tempo, Aram se levantou nu como estava e foi para o banheiro tomar um banho. Aquilo havia sido incrível, ele pensou enquanto deixava a água escorrer pelo seu corpo.Nunca havia tido tanto prazer com uma fêmea antes, talvez fosse devido à ligação com a Luna. Tudo nela o atraía, o cheiro, maciez da pele. Os beijos eram viciantes, definitivamente não conseguia mais imaginar um mundo onde ele não pudesse beijá-la ou estar com ela. Só de pensar nisso, Aram já ficou duro novamente. Talvez fosse o momento de ir até o quarto convidar sua Luna para se juntar a ele no banho. Havia ainda uma infinidade de coisas que planejava fazer com ela.Quando voltou para o quarto com apenas uma toalha enrolada na cintura, viu que Lucine estava adormecida na cama. Mal havia se movido desde que ele foi para o banheiro, devia mesmo estar exausta. Ele a cobriu, vestiu uma cueca e se deitou ao lado dela. Com certeza ter
Na tarde do dia seguinte, Aram levou Lucine para a floresta para continuar com o treinamento. Lucine tentava se concentrar para transformar-se em lobo, mas por algum motivo naquele dia seu foco estava um pouco disperso. Talvez fossem as lembranças do que eles haviam feito na noite passada. Era sempre um pouco constrangedor encará-lo no dia seguinte, e ela não sabia bem como agir. Ele a havia ensinado a tocá-lo de uma forma que lhe dava prazer, além de ter dado prazer a ela também de várias formas diferentes. Outra vez foram dormir muito tarde, mas nenhum dos dois reclama da privação de sono. Aram foi trabalhar pela manhã e ela cuidou de seus afazeres em casa. Ele havia dito na noite do dia anterior que iriam novamente treinar na floresta, ela não se preocupou, pois julgou que já estava com seus dons bastante evoluídos.— Aram, eu não sei o que está acontecendo, a transformação está sendo mais difícil hoje.Aram esboça um sorriso irônico, afinal ele nem havia começado e seu plano já
Aram demorou mais do que o previsto e quando chegou em casa, Lucine estava na cozinha terminando o jantar. Ele se escorou de braços cruzados no arco que levava à cozinha e ficou a observando.— Ah, você já chegou, acho melhor jantar antes de ir tomar banho. Já está tudo pronto, se demorar vai esfriar.Lucine usava um dos suéteres que ele havia a cedido quando ela ainda não tinha muitas roupas. Aquela foi uma das peças que ela nunca devolveu, obviamente era uma de suas roupas favoritas, pela frequência com que ele a via vestindo. A peça ficava como um vestido nela, indo até quase a altura dos joelhos.Ela estava usando uma meia 7/8 preta grossa com a cara de um gatinho de orelhas rosadas no topo. Havia as comprado com o primeiro dinheiro que ganhou descascando nozes com Ruth e Rosina, um serviço que fazia esporadicamente. Quando ela percebeu a cara que ele fez para a peça na loja, justificou que era algo muito comum e bastante usado nas séries asiáticas que ela assistia.A combinação
O rugido de chamas ardentes e o tumulto da aldeia em pânico preencheram os sentidos de Lucine quando ela acordou abruptamente. O coração dela disparou ao ouvir os gritos desesperados de seus vizinhos ecoando pelas paredes de sua cabana. Ao lado dela, Aram já estava se levantando. Quando foram dormir, após a lição na pia da cozinha, tudo parecia normal, Lucine não entendia o que podia estar acontecendo.Rapidamente, eles se vestiram, Aram se aproximou da janela e espiou para fora. Seus olhos se estreitaram quando ele percebeu a terrível verdade: a aldeia estava sendo atacada! — Acho que estamos sendo atacados! Eu deveria ter previsto, depois dos fatos suspeitos que aconteceram durante o dia.Lucine pousou a mão sobre o braço dele, tentando tranquilizá-lo.— Você não tinha como saber, Alfa. Com passos rápidos, saíram pela porta de sua cabana e foram recebidos por uma cena aterradora. A aldeia estava mergulhada em trevas, com apenas o brilho sinistro das chamas que devoravam os galpões
Ela ainda estava em uma espécie de transe, e não percebeu quando Aram correu em sua direção, e tentava em vão falar com ela e chamar sua atenção. As chamas que já haviam consumido boa parte da aldeia, agora eram o único som que quebrava o silêncio da noite. A aldeia estava em ruínas, mas havia sido defendida graças à força inigualável da Alfa suprema. Lucine parecia destruída, e totalmente fora do ar. Olhou toda a destruição à sua volta, ignorava até mesmo os gritos de Aram. Até que ela de repente pareceu recuperar a razão e olhou ao redor, como se procurasse por algo.— Lucine, Lucine, você esta bem?Perguntava Aram preocupado, todo coberto de sangue. Até que os olhos dela encontraram os dele e ela finalmente falou. — E a Rosina? Você não a viu?Aram ficou mudo, pois não sabia o que dizer, às pessoas que estavam próximas olharam ao redor, como se houvessem se dado conta de procurar por sobreviventes em meio à carnificina que os cercava. Os sobreviventes começaram a vasculhar os esc
Os homens saíram e foram ajudar os demais com os abrigos improvisados, Lucine e Rosina ficaram sentadas no sofá, em silêncio, cada uma digerindo seu inferno particular. — Eu não consigo engolir e nem entender essa maldita guerra, todo esse ódio entre esses clãs. Lucine desabafou meio que para si mesma, pois tinha certeza que Rosina estava novamente em um mundo à parte, longe dali. Mas para sua surpresa, a amiga respondeu depois de um tempo.— Isso é algo mais antigo do que podemos imaginar, e vai além de tudo que achamos ter conhecimento. É um ódio tão antigo quanto os costumes, é o que aprendemos desde criança por aqui. Uma rixa indissolúvel, uma irá que não pode ser acalmada em aplacada por nada e nem ninguém. Eu costumava achar que tudo isso não passava de exagero, mas hoje tive provas de que não é. — Rosina virou lentamente a cabeça para olhar Lucine nos olhos antes de continuar falando. — Quando eu te conheci, pensei que tudo podia ficar bem, que você era um presente para todos
Aram ficou parado diante da paisagem desoladora, observando o que restava após o desastre. Chamas haviam devorado quase tudo, deixando para trás apenas algumas casas resistindo à destruição. Os betas chegavam apressados, carregando lonas e utensílios para erguer abrigos improvisados. Ao redor, outros sobreviventes carregavam pesadas cargas de madeira, o eco dos passos marcando um ritmo triste e solene. Szafir foi rapidamente assumir seu lugar nas construções, e ajudar os sobreviventes.A culpa pesava sobre os ombros de Aram, uma sombra escura em sua mente. Seus olhos perdiam-se na cena enquanto os betas começavam a armar as lonas, criando um frágil escudo contra o céu ameaçador. Em meio à agitação da reconstrução, Aram não conseguia escapar do turbilhão de pensamentos em sua cabeça.Enquanto observava as atividades ao seu redor, ele se via mergulhado em um mar de confusão e dor. As lembranças da brincadeira despreocupada com Lucine ecoavam, tornando-se dolorosamente irônicas agora. A
Quando juntou seus poucos pertences em uma mochila, Lucine não sabia ao certo para onde ir, então resolveu ir para o único lugar possível. Quando chegou ao que um dia havia sido a casa de sua família, parecia fazer uma eternidade que havia sido levada dali. O lugar estava abandonado, mas aparentemente intacto. Ela ainda encontrou molho de chaves reserva debaixo do mesmo vaso em que havia deixado no passado, antes de haverem saído para o que fora a grande emboscada de Aram. Ela sentou-se no sofá empoeirado, largando a mochila ao seu lado. Olhou ao redor e se sentiu extremamente sozinha e perdida.Tinha certeza que nunca havia pertencido a aquele lugar e mesmo depois de tudo ainda não parecia fazer sentido permanecer ali. Contudo, ela simplesmente não tinha para onde ir, não tinha parentes vivos ou opções. Lucine não tinha ninguém! Ela se levantou e foi tomar um banho, para descansar. Já havia comido em uma lanchonete no caminho, agora precisava dormir um pouco, para pensar com clareza