O tempo passou também na aldeia do clã das montanhas, Aram e o clã trabalharam arduamente para reconstruir as moradias destruídas, bem como os galpões de suprimentos. Nesse meio tempo ele havia mandado alguns betas sondar sobre os lobisomens que estavam nas proximidades,e se eles seriam uma ameaça.Pelo que puderam descobrir, o grupo que os atacou era uma vertente que não desejava trégua e nem a paz. Era o mesmo grupo que havia entregue Lucine como uma forma de trégua e distração. Não havia outros clãs de lobisomens nas proximidades, e os outros que existiam não tinham o menor interesse no território, nem nenhuma rivalidade com o clã de lycans das montanhas.Porém uma coisa que todo o grupo havia aprendido na prática, era que lobisomens não eram de confiança. Nunca se deveria baixar a guarda para aqueles vermes que andavam sobre quatro patas. Quando Lucine foi embora, ninguém mais ousou falar sobre a Luna, era como se ela jamais tivesse existido. No início houveram alguns comentários
Lucine já estava a um mês em sua nova vida, quando começou a se sentir muito doente. Perdeu um turno de serviço porque simplesmente não conseguia se manter em pé ou parar de vomitar. No outro dia, estava um pouco melhor, mas por insistência de todos foi procurar um médico que pediu alguns exames e constatou que ela estava grávida. — Isso é impossível! Ela contradisse o médico quando este lhe deu a notícia.— Bem, de acordo com seus exames é exatamente isso que está acontecendo com você. Um falso positivo é bastante improvável! Tem realmente certeza que não é possível você estar grávida?Ela parou para pensar no seu cio, e nas ervas que havia tomado. Talvez por ser uma Alfa Suprema, seu organismo funcionasse de forma diferente, tirando o efeito delas no seu corpo. Ou talvez tivesse se esquecido de tomar alguma das vezes. Ela não fazia ideia do que podia ter acontecido, mas o fato é que poderia sim estar esperando um filho.— Me desculpe, doutor, é óbvio que é possível! Eu só fui peg
Alguns dias depois, ao final do turnos delas, Lira perguntou a Lucine o que ela faria na tarde de folga que ambas teriam no final de semana.— Não sei, na verdade meus planos estavam entre organizar a casa, assistir tv ou trabalhar na minha horta.— Nossa, olha para essas opções, fico entediada só de imaginar. Nada disso, que tal irmos à praia tomar um sol e beber uns refrescos enquanto jogamos conversa fora?A ideia parecia boa, estava mesmo precisando pegar um pouco de sol para melhorar seus níveis de vitamina E.— Tudo bem, nos encontramos lá ou você quer que eu te busque em casa?— Me pega lá em casa, e vamos juntas.Lucine foi buscá-la no horário combinado e as duas se instalaram com suas cadeiras em um local sem muitas pessoas ao redor, não muito longe de um quiosque que vendia bebidas. Lira buscou um drinks para si e algo sem álcool para Lucine.— Nossa eu preciso começar, achei que você não iria aceitar o meu convite. Mas me conta, você tem realmente uma horta? Quem tem tempo
Ultimamente Aram detestava a visita do tio, na verdade, detestava qualquer visita que viesse interromper o seu bem-sucedido e satisfatório calvário de dor e autopiedade. Yasmina havia partido para a vida além da vida e ele merecia todo aquele sofrimento pois não a tinha protegido. A Deusa Lua o havia abençoado quando a colocou em seu destino e ele não fora digno daquela graça, às vezes, escolher permanecer vivo era muito mais difícil do que morrer.Agora ele teria que viver o resto de seus dias sob o peso de ter sido indiretamente responsável por sua morte e a dor de não ter mais a sua Luna destinada. Para viver seu suplício, ele só precisava ficar sozinho, o que era muito difícil, visto que ainda era o Alfa daquele clã, apesar de vir há meses negligenciando seus deveres. Ele não fazia questão de ouvir os muitos lamentos do tio, que vinha trazer notícias do conselho de anciãos. O homem disse a Aram que os mais velhos estavam a ponto de desistir dele e já estavam procurando uma saída p
A menina chegou ao vilarejo uma semana depois do acordo entre o Lycan e os lobisomens ser firmado. Aram mandou seus betas que possuíam melhor treinamento em combate para ir buscá-la, ele ainda não estava certo que aquele acordo não se tratava de alguma armadilha.Szafir era o beta de confiança de Aram, haviam lutado diversas batalhas e construíram juntos uma estabilidade para o clã. O amigo era um lobo de honra, em quem ele podia confiar. Se fosse realmente uma armadilha, ele era a pessoa certa para identificar e neutralizar o ataque.Porém, tudo ocorreu de forma tranquila. Quando o grupo de betas chegou no local indicado para pegar a garota, seu líder, Szafir, ficou muito impressionado com o aspecto da fêmea que seria a nova Luna da alcateia. Ela realmente parecia bastante jovem e assustada, era óbvio que não era uma convidada bem-vinda naquela matilha de lobisomens. Estava com as mãos e os pés amarrados e a boca amordaçada. Aquilo parecia um tanto exagerado, dado a constituição frág
Aram levou Lucine até a frente da casa e ali já havia uma pequena multidão. Uma mulher entregou a xícara de café a ele e o sal a Lucine, que foi instruída a temperar a bebida. Ela já havia ouvido falar desse costume antigo mas nunca havia presenciado, ficou surpresa em como o noivo conseguiu beber o café tão rapidamente, visto a quantidade de sal que ela havia colocado.Depois, foi preparado um grande banquete, cada membro do clã doava o que tinha disponível para a festa, que era sempre grandiosa. A sacerdotisa reuniu os noivos bem no centro do círculo de mesas, em que estavam a comida e os convidados, os fez ficar bem na frente dela e deu início a cerimônia. Como de costume, ela os abençoou fazendo reverência e preces à Deusa Lua e outras deusas ancestrais, a Deusa do amor e a Deusa da fertilidade. Para Lucine, aquilo era um espetáculo muito exagerado, era estranho como os Lycans haviam parado no tempo, seguindo tradições e costumes que os Lobisomens haviam abandonado há muito. Tod
Aram acordou cedo como era seu costume quando estava sóbrio. Olhou no celular e eram apenas sete horas, não tinha nada programado para esta manhã assim como para nenhum horário do dia. Todos esperavam que ele quisesse ficar sozinho com a esposa e aproveitar o máximo possível a lua de mel, o que estava bem longe da sua realidade.Não podia ficar na cama o dia todo, mas também não podia sair e ficar dividindo a sala com aquela fêmea que o lembrava de tudo o que ele queria esquecer. Lenha, lembrou que precisava cortar lenha. O inverno estava próximo e ele precisava reabastecer seu estoque de lenha seca. Isso certamente o deixaria ocupado no pátio de trás da cabana por pelo menos a manhã toda.Quando ele se vestiu e saiu do quarto, a encontrou ainda profundamente adormecida no sofá. Se aproximou mais e a sacudiu de leve para despertar.— Acorde garota, eu disse que você precisava levantar cedo e guardar as cobertas.Ela acordou assustada olhando para os lados, pareceu por um momento, não
Aram se sentiu observado, ergueu os olhos e a loba estava parada na porta da cozinha encarando-o. Ele podia sentir o cheiro do seu medo, e não entendia, já que ele nem mesmo a havia percebido ali. Quando a olhou mais tempo viu que ela havia trocado de roupa, vestia um conjunto de moletom que parecia ser 5 vezes maior que o seu tamanho. Que belo trabalho Szafir havia feito.— O que foi? Tem algo a me dizer?— Eu, eu queria saber se você não tem nenhuma tarefa que eu possa realizar, não quero ficar sentada no sofá olhando para as paredes.Ele apoiou a lâmina do machado no chão antes de responder à ela.— Você pode, sei lá, assistir televisão. Aproveite para pôr em dia seu programa favorito.— Eu não tenho mais um programa favorito.Ela respondeu a ele em tom bastante sério. Aram deu um longo suspiro, sabendo que não seria tão fácil se livrar da companhia dela.— Então você pode ir pegando toda a lenha que eu rachar e levar para a pilha que tem no galpão.Ele disse, apontando a grande co