Ao vê-la ali sentada de madrugada, Erick não diz nada, e esperava que ela também não falasse nada para o aborrecê-lo ainda mais, por isso ele segue para o closet, voltando com um short de pijama, coisa que ele raramente usava. Pensou que o silêncio dela fosse o melhor, mas estava enganado, ser ignorado por Paulina estava o incomodando ainda mais, por isso depois de se deitar e tentar dormir sem secesso, ele se levanta e vai até ela, mas ela parecia estar concentrada na leitura, pois nem o olhou quando ele para a sua frente. — A dor de cabeça passou? — Pergunta, mesmo sabendo que nunca existiu dor de cabeça. — Sim — Ele revira os olhos, pensando que ela sabia como fazer para o irritar. — Está sem sono? — Acordei para beber água e não consegui dormir novamente, apenas isso — Ela jamais diria a ele que estava acordada desde a hora que ele saiu. — Eu estava com Pietro, precisava conversar com alguém — Ele fala se sentando ao lado dela — Não gosto de te ver aborrecida assim — Pauli
Era difícil acreditar que Gonçalo estivesse ali diante dela, reconhecendo que errou, ele que sempre foi um homem que gostava de impor as suas vontades por se achar o dono da razão. Talvez a idade tenha o tornado mais humano, Paulina pensa o observando tão a vontade sentado em um banco da praça, mesmo vestindo social, como costumava andar. — Que bom que você reconhece isso. — Paulina... — Gonçalo parecia querer dizer mais alguma coisa, mas parecia buscar palavras. — Fala, eu estou ouvindo — Paulina pede, após Gonçalo ficar em silêncio. — Me desculpe por ter te acusado de traição, sei que esse foi o meu maior erro. — É isso mesmo, ou será que eu estou sonhando. Gonçalo Albuquerque me pedindo desculpas, fico até desconfiada. — Não precisa debochar e muito menos ficar desconfiada — Gonçalo olha para frente, mas sem ver o que se passava, ele apenas queria que ela entendesse que se arrempedeu de ter usado os métodos errados para mantê-la ao seu lado — Eu sei que agi errado, mas
Erick decide ir até Paulina, tentaria contornar a situação, mesmo que não tivesse pensado em um jeito para isso. Ele encontra Paulina no quarto de Eduarda, a ajudando a se vestir, Eduarda havia escolhido um vestido bonito, como ela mesma dizia. — Martina disse que você a levou para passear, como foi o passeio? — Ele pergunta para puxar assunto. — Foi legal, papai — Eduarda responde depois de Paulina ajeitar o seu vestido. — Se eu soubesse onde estavam eu teria ido até vocês, a esposa do cliente com quem eu ia jantar não estava se sentindo bem e por isso fomos obrigados a cancelar o jantar. — Não fomos longe, estávamos nessa praça aqui perto de casa, onde tem o espaço reservado para as crianças — Paulina pega a sandália para calçar em Eduarda. — Deixa que eu faço isso — Erick se oferece e Paulina aproveita para pentear os cabelos loiros de Eduarda, os prendendo na frente, e pondo um laço lilás, da cor do vestido. — Veja, papai, como eu estou linda — Eduarda dá uma voltinha
Naquela noite o casal decide esquecer os momentos tensos que estavam vivendo, talvez na manhã seguinte eles conversassem a respeito, mas a noite não foi feita para discutir relacionamentos, era como estavam pensando naquele momento, e já esgotados de se amarem, eles adormecem abraçados. Paulina na manhã seguinte acorda antes de Erick despertar, e depois de ficar o olhando por um tempo, o vendo dormir com a respiração regular, ela se levanta e vai cuidar de Eduarda. Quando chega no quarto do seu amorInho, ela se deita ao lado dela, e a acorda com carinho, fazendo com que Eduarda acorde sorrindo para ela. – Bom dia, meu amorzinho. Vamos acordar, ainda não é o final de semana e temos aula. Eduarda se espreguiça e Paulina a ajuda no banho e a se arrumar. Depois disso elas descem e encontram Erick já arrumado para ir para a empresa. Ao vê-lo tão lindo, ali saboreando o seu café da manhã, ela se pergunta se havia necessidade de dizer com quem ela iria jantar. Mas depois de tomarem o c
Gonçalo finge ignorar a presenca de Giulia e Paulina acredita que toda aquela mudança nele, tinha nome, Giulia. Ela sorri pensando em como a vida era engraçada, será que haveria uma troca de casal, ela se pergunta, gostando da ideia de Gonçalo tirar de vez o fantasma de Giulia de sua vida. Depois de terminar a taça de vinho que estava bebendo Paulina diz que precisa ir embora, mas antes que faça tal coisa, Giulia se aproxima da mesa onde eles estavam. — Como vai Paulina? Erick não está com você? — Giulia pergunta com naturalidade. — Eu costumo ir com ele quando ele sai com você? — Paulina responde sem muita paciência. — Não há nada que te impeça de ir, somos amigos e não um casal — Giulia olha para Gonçalo que apenas a olhava em silêncio — Olá, Gonçalo, há quanto tempo. — Boa noite! — Gonçalo responde voltando em seguida a atenção para Paulina — Se puder nos dar licença, eu agradeço, mesmo que atualmente eu e Paulina não sejamos um casal, não temos você como amiga. — Paulina
Quando Gonçalo se afasta com Paulina, Giulia continua o olhando, mas ele simplismente a ignora, a deixando irritada. Por saber dos sentimentos de Erick por Paulina, mesmo ele tentando negar, ela liga para ele contando sobre o jantar, mas ele apenas agradece por ela ter ligado. Encerrada a ligação Giulia se pergunta qual o segredo de Paulina para ter dois homens lindos aos pés dela.Se sentindo irritada, sem saber ao certo o motivo da irritação, Giulia decide ir embora, sem mesmo pedir algo para comer, comeria um sanduíche quando chegasse em casa, já que não sabia cozinhar e nem tinha empregada, já que passava mais tempo viajando do que em casa.Por mais que tentasse evitar, Gonçalo povoava os seus pensamentos, queria acreditar que era por achá-lo insuportável, mas mesmo pensando dessa forma, o queria por perto e esse sentimento a incomodava, pois nunca havia pensado em um homem ao ponto de dormir pensando nele. Se sentia vivendo a sindrome do Estocolmo, quanto mais ele a ignorava, mas
Eduarda fica radiante ao saber que os pais a levariam para a escola juntos, sempre era Paulina quem a levava e buscava e, geralmente depois de deixa-la na escola, Pauliana ia até o orfanato, onde ficava um pouco, fazendo trabalhos voluntários. Esse era um tipo de trabalho que sempre gostou de fazer, muitas crianças eram abandonadas a própria sorte e isso lhe cortava o coração, por saber que em qualquer parte do mundo existiam pessoas frias e sem amor. — Quer que eu te deixe em algum lugar? — Erick pergunta quando eles entram no carro. — Hoje eu estou pensando em voltar para casa. — Que tal me acompanhar até a empresa, não tenho nenhum compromisso importante hoje e assim você poderá conhecer as dependências administrativas, já que a fábrica, como sabe, não funciona aqui. — Eu vou adorar — Paulina responde empolgado, era a primeira vez que ele a convidava para conhecer a empresa. — Seu pai também gostou muito, e se quer saber já coloquei em prática algumas dicas que ele me de
Giulia estava em seu apartamento, xingando todas as gerações de Gonçalo. Ele havia dito a ela que ligaria para combinarem de almoçar juntos, mas a noite havia chegado e nem uma mensagem ela recebeu, nenhum pedindo de desculpas por não poder levá-la para almoçar, ou mesmo marcando um outro dia. — Ah Gonçalo, eu vou te fisgar e te deixar um cordeirinho — Giula fala para si mesma, irritada com ela mesma por dar muita importância para ele. Já estava deitada tentando dormir, mas o sono se negava a chegar, sua vontade era ligar para Gonçalo e dizer umas boas verdades, mas isso com certeza a deixaria ainda mais possessa, pois ele simplismente iria ignorar o seu desabafo. Ao se levantar para beber água, escuta o seu telefone tocar e aos tropeços ela o alcança atendendo esbaforida. — Alô! — Ainda quer almoçar comigo? Ou por um acaso desistiu? — Eu... eu... — Se desistiu, ótimo! Boa... — Gonçalo, Gonçalo! — Sim? — Gonçalo parecia se divertir com a situação, mas se ele estava