DANTEInfelizmente o trajeto não era tão longo quanto eu queria ele era na verdade curto demais. Os braços delicados de Aurora se apertavam cada vez mais a mim sempre que eu acelerava um pouco além do limite o que me fez fazer isso muitas vezes somente para senti-la colar o corpo ao meu e ver seus olhos se fecharem com força pelo retrovisor, ela era graciosa e perfeita em tudo o que fazia. E eu precisava parar de repara nisso, ou acabaria em um caminho que com toda certeza, seria um caminho sem volta. Será que ainda tinha tempo para voltar atrás? Eu não sabia responder, tudo o que eu sabia era que aquela garota estava alugando um apartamento na minha cabeça, afinal, eu pensava mais nela do que em qualquer outra coisa e aquilo me enlouquecia. Pensava em Aurora das formas mais quentes as mais singelas pensava em seus sorrisos, em seus olhos brilhantes quando se animava com algo. Mas também pensava em sua boca carnuda, em sua pele quente e em como seu corpo era debaixo daquelas roup
AURORAQuando finalmente entrei em casa, encontrando a sala vazia e silenciosa me permiti respirar novamente. Sentia meu coração acelerado, minhas pernas estavam meio moles e eu jurava que estava até um pouco tonta, tudo isso era nervosismo? Tudo isso era causado por Dante? Deixar um beijo no rosto dele só deixou as coisas piores. Assim que me aproximei senti aquele cheiro marcante e tão sedutor, tão atraente. Quando meus lábios encostaram em sua pele quente e macia, eu desejei estar beijando sua boca e não sua bochecha. Claro que ninguém além de mim saberia daquela informação, mas saber que eu desejava Dante na mesma intensidade que ele me desejava, ou até mais, estava me atormentando. Era mesmo só desejo?Claro que era mas que pergunta idiota! Não podia ser nada além disso, eu não queria que fosse nada além disso, afinal, admitir que Dante me enlouquecia daquele modo era admitir que eu estava apaixonada e isso eu não estava, ao menos eu torcia para não estar. Tentei me ocupar d
Antes mesmo da aula acabar eu já estava saindo da escola. Não era do meu feitio matar aula, mas hoje eu tinha um motivo especial para fazer isso, muito mais que especial, na verdade. Sai da sala de fininho e caminhei pelos corredores em direção ao meu armário, guardando tudo o que eu precisava guardar lá dentro e fechando a porta o mais silenciosamente possível, torcendo para nenhum aluno enxerido aparecer e estragar minha fuga. Deixei o armário trancado e, a passos rápidos, segui em direção à saída da escola, passando pelas grandes portas duplas que me deixavam no jardim. Minha saída silenciosa estava indo bem até que, subitamente, uma parede alta de músculos interceptou meu caminho. Dante tinha as sobrancelhas erguidas, sua mochila presa no ombro direito e a testa um pouco suada, não conseguia acreditar que, àquela hora da tarde e naquele calor ele estava treinando. O encarei com certa descrença e ele continuou me olhando com uma expressão de interrogação no rosto. — Que é? — pe
Enquanto andávamos pra lá e pra cá eu a observava, tão sorridente e relaxada, se divertindo como nunca havia visto. Eu estava tão feliz quanto ela com aquele momento com as brincadeiras bobas e com os risos sem motivo, tudo era perfeito ao lado dela e, não importava quanto fosse durar, eu vou aproveitar cada instante. Seguimos pelos andares, passamos em lojas e mais lojas, livrarias, lojas de roupas e até uma loja de sapatos quando terminamos, Eva e eu seguimos para um café que tinha uma fachada muito fofa e parecia bastante movimentado. O lugar tinha grandes janelas de vidro que davam uma ótima visão do lado de dentro e contava com mesinhas bonitinhas e cadeiras acolchoadas rosa, além disso, nas paredes haviam pinturas diversas de gatos de todas as cores possíveis. Deixamos as sacolas no guarda volume e seguimos em direção ao balcão para fazer os pedidos, só então eu notei o nome do local e entendi onde estávamos. Era um “CatCoffe” e, dali de onde eu estava, conseguia ver uma área
DANTE Quando deixei a casa de Aurora, segui direto para a casa da minha tia, ainda um pouco distraído, o que não era nada bom, afinal, estava pilotando. Minha tia provavelmente não estaria em casa, mas, infelizmente, Amberthy não me daria tanta paz quanto eu desejava. Aparentemente, minha prima se sentia cada vez mais incomodada com minha presença, principalmente depois da minha entrada no time de basquete. O incômodo dela não me afetava em nada, Amberthy e eu sempre trocamos farpas, mas agora eu não tenho intenção alguma de deixar a cidade, ao menos não por enquanto. Não demorei muito para estacionar minha moto na frente de casa e tirei o capacete, notei que eu teria mais companhia do que imaginei, infelizmente. Havia um carro estacionado na frente de casa e, mesmo dali, eu podia ouvir as vozes animadas de Amberthy e de uma outra garota que eu não conseguia reconhecer.— Que ótimo — murmurei, pendurando o capacete na moto e seguindo para dentro, abrindo a porta sem cerimônia algum
AURORA— Quatro dias de festa? — perguntei, desacreditada, enquanto olhava para Sharon. A morena me encarava como se aquela fosse a coisa mais óbvia do mundo, como se festejar seu aniversário por quatro dias seguidos não fosse um completo absurdo. De fato, Sharon achava que não era. — Por que essa surpresa toda? Eu já até tenho algumas opções de sítios para passarmos esses dias! — Ao contrário de mim, Sharon estava completamente empolgada enquanto falava, puxando uma pequena pasta dentre seus livros e estendendo-a para mim. — Veja, você precisa me ajudar a escolher. Estávamos em uma lanchonete que havia próxima à escola, sentadas em uma mesa que ficava logo ao lado de uma das grandes janelas de vidro que havia no local. Eu queria estar em casa ou, no mínimo, a caminho da escola, mas Sharon praticamente me intimou, às sete da manhã, a ir conversar com ela enquanto tomávamos café. Mas, até certo ponto, eu entendia sua preocupação, afinal, dia 17 estava chegando e, com ele, seu anive
AURORA— Roupas de banho, um vestido de gala e algumas roupas para caminhadas e programas diurnos, vamos fazer uma trilha também — ela falou, enquanto saiamos do carro. — Vai comprar alguma coisa? — Só o biquíni e algumas roupas para as atividades do dia, Clay vai cuidar do vestido para a festa oficial — comentei, sorrindo animadamente e seguindo para dentro com ela. — Tem certeza? — Sharon perguntou com os lábios torcidos e uma expressão incrédula no rosto. Ri levemente e caminhei ao lado dela pela entrada do shopping observando as lojas sem muito interesse, suspirando pesadamente e pensando aonde iríamos primeiro. — Claro que tenho, sabe que ele sempre faz isso pra mim — respondi, sentindo-a me puxar para a direita, em direção a uma loja de roupas de praia. — Você devia ser mais independente — resmungou a morena, jogando os cabelos para trás como se aquela fala fosse digna de um nobel. Sharon me empurrou para dentro da loja com o mínimo de delicadeza possível, olhando para a s
— As coisas na minha casa estão caóticas, meu pai quer que minha mãe vá embora e ela está cogitando voltar para o Brasil — ela continuou, com a voz trêmula e esganiçada, tentando falar baixinho para que ninguém a escutasse. — Eu não quero voltar para o Brasil, Rora, nem quero que meus pais se separem! Eu sempre achei que teria minha família unida para sempre, sempre quis ser igual a eles, mas as coisas estão tão ruins! Estiquei minha mão para ela e toquei seu ombro, apertando um pouco e tentando mostrar que eu estava ali. Sentia um misto de emoções que iam muito rápido da tristeza à raiva. Não dos pais dela, claro, nem todos os casamentos duram para sempre, mas de mim, de Dillan, de todos que conviviam com Sharon por tempo suficiente para saber quando ela não está bem, nenhum de nós notou. — Sharon… Se quiser, você pode passar alguns dias na minha cara — ofereci, arrastando minha cadeira para perto dela e a abraçando. — Não é uma mansão como a sua, mas meus pais vão gostar de te rec