THEOAs coisas iam exatamente como eu planejei, mesmo que minha amiga não soubesse desse plano. Observei enquanto os dois dançavam e enchiam a cara, logo estavam bêbados e loucos na pista, voltei a me misturar com as pessoas em e a curtir a festa, já que sabia que oque eu estava querendo não aconteceria agora, afinal, apesar de meio bêbado, Dante ainda estava sóbrio demais opara ouvir sua consciência.Cheguei a pista de dança e passei as mãos pela cintura de alguém que eu conhecia bem, Amberthy dançava sozinha e, assim que sentiu minhas mãos em sua cintura, relaxou um pouco mais o corpo, colando as costas em meu peitoral. — Não imaginei que fosse mesmo acatar meu pedido — falei, ao seu ouvido, percebendo sua pele se arrepiar. — Fala de mim, mas sabia muito bem o que eu queria com ele aqui, não é?— Não tenho nada a ver com isso — ela resmungou, movendo o quadril no ritmo da música. — Dante é idiota se cair na sua arapuca, e eu só queria uma carona para a festa, só isso. — Claro com
CLAYNo momento em que Aura me pediu uma carona, eu sabia que as coisas não dariam certo. Tudo estava calmo demais, pacifico demais, depois da última turbulência nossa vida entrou em uma calmaria que eu quase acreditei que duraria mais que duas semanas. Mas o que eu podia fazer? Ela estava ao meu lado o tempo inteiro, eu estaria ao lado dela também. Cheguei a sua casa e dirigi com ela em silêncio enquanto via como ela estava ansiosa, talvez até empolgada. Por mais que ela negasse Aura estava apaixonada, talvez apaixonada como nunca antes, e eu tinha medo de como essa historia iria acabar. Pela primeira vez torcia para que alguém fosse mais do que aparentava, eu torcia para que Dante fosse mais do que aparentava. Mas nem toda torcida do mundo nos livrou do que estava bem na nossa frente. Eu perguntaria alguma coisa se não a conhecesse, se não soubesse quase que exatamente o que havia acontecido quando Aura entrou no carro e se jogou em meus braços, somente por isso eu não perguntei
DANTENão posso mentir, sentia algo estranho, arrependimento talvez? Remorso? Pode ser qualquer uma dessas coisas, ou todas elas, mas mesmo assim estava ali, agora sóbrio, encarando a merda que havia feito. Já eram quatro da madrugada e eu estava olhando para o teto, deitado em uma cama de casal com Lenna dormindo tranquilamente ao meu lado. Eu sabia que estava errado, que não deveria ter feito o que fiz, não com Aurora, mas também estava cansado, e não podia iludi-la por muito mais tempo, não podia me iludir por muito mais tempo, e agora tudo começaria outra vez, eu tinha que deixar as coisas para trás e recomeçar, essa era a pior parte de sempre acabar fazendo merda.Me levantei da cama e peguei minhas roupas, as vestindo e saindo do quarto, passei as mãos no cabelo enquanto descia as escadas para os corredores vazios e silenciosos, todos já haviam ido embora para suas casas e o local estava uma completa bagunça. Como todas as portas estavam escancaradas, não foi difícil sair para
SHARON Eram mais ou menos seis da tarde quando cheguei a casa de Aurora, acompanhada por Emily e Megan, havíamos combinado de fazer uma visita a ela, as coisas se espalharam rápido pela escola então todos já sabiam do acontecimento da noite anterior, e nada melhor do que uma pequena festinha do pijama para animar as amigas.— Acho que ela não vai estar no clima, Shar — Emily falou enquanto eu tocava a campainha, esperando que Aurora viesse nos atender.— Por que acha que estamos aqui Emy ? — perguntei revirando os olhos. — Precisamos animar ela, se não fosse pra deixar ela triste no meio das cobertas, a gente nem vinha, né? — reclamei, impaciente.Emy estava tentando fugir daquela festa do pijama o dia todo, para ela, Aurora não precisava daquilo e tinha que ficar sozinha, mas eu sabia como Rora podia ser destrutiva às vezes, então, quanto mais companhia para ela, melhor. A maçaneta girou e apenas uma pequena fresta se abriu, então, o rosto de Aurora surgiu, tampando a v
AURORAAcordei um pouco melhor no dia seguinte, as garotas ainda estavam amontoadas nos colchões que colocamos no chão, dormindo tranquilamente. Me levantei devagar e tentei sair dali sem pisar em nenhuma delas, quando consegui, olhei para o relógio, vendo que tinha acordado alguns minutos mais cedo, então resolvi tomar banho.Apesar da choradeira que foi a noite anterior, eu não estava dolorida ou cansada, pelo contrário, me sentia mais leve, ao menos aqui, em quanto a água caia por meu corpo. Quando sai do banheiro, Sharon já estava de pé, os cabelos escuros estavam bagunçados e o rosto meio inchado, nem parecia a patricinha do dia anterior.— Bom dia — ela falou, com a voz um pouco rouca, passando as mãos nos cabelos, dando um pequeno sorriso sonolento. — Como está?— Bem melhor — sorri para ela. — Vai, pode ir tomar banho, eu vou acordando as meninas.Sharon pegou uma toalha dentro da bolsa que havia trazido e foi para o banheiro, fechando a porta atrás de si. Fui até meu guarda r
DANTEO dia começou péssimo, ainda mais pelos olhares tortos que recebia pelos corredores, mas não os culpava, afinal, eles já sabiam de tudo e eu sempre era o errado da situação, na verdade, dessa eu era mesmo.Lembrar disso levou meus pensamentos involuntariamente a Aurora, seus olhos castanhos cheios de lágrimas que desciam por suas bochechas rosadas, eu sabia que aquilo ia acontecer mais cedo ou mais tarde, só não sabia que seria tão doloroso, principalmente pra mim. Achei que Aurora era só um sonho bobo do meu coração, mas agora que eu sabia que a havia perdido, sentia que ela era muito mais que isso, muito mais que um amor adolescente, e eu tinha certeza que o buraco que ficaria em meu coração após a sua partida jamais se fecharia. Mas, mesmo assim, não podia fazer nada, apesar de odiar Theo, agora eu tinha certeza de que ele estava certo, cedo ou tarde eu faria aquilo, ou até pior, e ela ficaria ainda mais magoada. Agora, olhando para trás, percebo como a ilusão tinha de se ac
DANTEEstava nos jardins dos fundos da escola, dando uma última olhada em tudo que ia deixar para trás daqui a algumas horas, e apesar de tentar, meus pensamentos nunca paravam de vaguear até os olhos castanho e o sorriso fácil de Aurora, e era nessas horas que eu tentava ao máximo não voltar atrás, não me jogar aos pés dela e pedir perdão, um perdão que eu não merecia.Senti as gotas de chuva começarem a cair e suspirei, dando as costas, procurando voltar para dentro para pegar minhas coisas, não podia mais ficar por ali. Então, uma voz ecoou em meio ao barulho da chuva. Ouvi a voz dela me fez estremecer, só de vê-la, todo meu corpo pesou com a culpa infeliz que carregava nas costas.Vamos lá, Dante, ela é só uma garota. Mas eu sabia muito bem que Aurora não era "só uma garota" e por isso eu estava fazendo isso, ela não merecia estar com alguém como eu, Aurora merecia muito mais do que eu podia lhe dar e eu tinha plena consciência disso.— Me diz — ela gritou assim que me alcanço
DANTE Os dias passaram rápido, mais rápido do que eu imaginei que seriam, porém, mais vazios do que eu achei que poderia suportar. Já faziam quase dois meses desde que parti, desde que deixei tudo para trás, desde que deixei Aurora para trás, e não me arrependo nem um segundo sequer. Eu sinto sua falta, porém sei que mais cedo ou mais tarde ela irá me esquecer, e vai viver sua vida com alguém melhor que eu, ao menos eu espero isso. Precisei de alguns dias para convencer Tabatha a me deixar ir, ela sabia que algo havia acontecido e tentou de todas as formas tirar a verdade de mim, mas insistir em dizer que apenas precisava voltar para a casa do meu tio por parte de pai, onde morei a maior parte do tempo desde que meus pais se foram. Inventei a desculpa de que a cidade lembrava muito minha mãe e que não estava me fazendo bem, então, depois de deixar bem claro que a casa dela estaria sempre de portas abertas para mim, me comprou uma passagem e me embarcou. Deixei minha moto na casa de