DANTEAssim como todos, eu estava eufórico. Não demorou muito para meu convite chegar às minhas mãos e, assim que o peguei, percebi que haviam mais programações do que imaginei, Sharon realmente queria um evento inesquecível. Na manhã seguinte, depois de arrumar minha mala e sair de casa em silêncio, peguei um táxi para a escola. Aparentemente, Amberthy não havia sido convidada e isso me fez pensar que, talvez, eu não fosse o único que sabia daquela estranha amizade com o pária da escola. Assim que o carro estacionou na frente da escola, percebi que não havia sido o primeiro a chegar, pelo contrário, quase fui o último. Todos já estavam ali e alguns até já estavam embarcando no ônibus. Paguei o motorista e, saindo apressado do carro, corri até o veículo, encontrando Marck em meio a pequena multidão de alunos que com certeza ocuparia todos os assentos dos dois ônibus que estavam disponíveis para levar os convidados. — Cara, achei que você ia perder o ônibus! — ele falou, dando dois
AURORA *HORAS DEPOIS*A manhã e à tarde passaram tão rápido que mal consegui explorar o lugar. Quando dei por mim, já eram quase seis da tarde e eu mal tinha tempo para me arrumar antes da festa. Havia acabado de sair do banho e, no quarto que era destinado a Sharon, restavam somente Emy, Megan e eu. — Está ficando linda, Mag — falei sorrindo para minha amiga e me sentando na cadeira da penteadeira, começando a fazer minha maquiagem. Mag vestia um vestido preto, com botas de cano curto, seus cabelos estavam presos de forma elegante e sua maquiagem estava perfeita, diferente de mim, ela já estava pronta. — Você vai arrasar naquele vestido — ela falou, apontando para o embrulho onde meu vestido estava e caminhando até a cama, o abrindo e estendendo sobre ela para que ele ficasse próximo a mim e eu o vestisse mais rápido. — Ele é perfeito!— Clay, como sempre — comentei, rindo levemente enquanto passava a base por todo meu rosto. — Ele tem um gosto incrível. — Eu até achei que ele n
DANTEA vida, em geral, é extremamente engraçada e eu tenho certeza que quem rege o destino e toda essa baboseira tem um senso de humor extremamente sarcástico. Estava em meio ao pessoal do time, não havia visto Aurora em lugar algum desde que havia chegado e segurava minha plaquinha de número cinquenta, a plaquinha premiada, bem firme nas mãos.Estava distraído com uma conversa, Marck estava bem animado para o campeonato, assim como todos os outros, e nós sabíamos que esse era o último fim de semana em que poderíamos fazer corpo mole, logo os treinos intensos começariam. — Número cinquenta, cadê você? — a voz de Sharon soou mais uma vez no microfone e, quando percebi que ela falava de mim, ergui minha plaquinha.Assim que o fiz, todos na festa se calaram e, à medida que eu caminhava em direção à entrada do lugar eu percebi o porquê e um riso enorme tomou conta do meu rosto. Aquele era o momento que esperei por um bom tempo e ele chegou da forma mais inusitada que eu poderia imagina
AURORA — Não adianta negar, todos vimos que ele a levou até lá — falou minha amiga, enquanto começava a desamarrar a venda. Não importa o que viram, com certeza negaria até a morte. Eu mal sentia minhas pernas, mal ouvia o que Sharon falava, estava completamente atordoada. Meu coração estava batendo tão rápido que eu jurava que podia ouvi-lo, minha respiração estava acelerado e minha pele estava quente, sem contar o desejo, claro como a água mais cristalina, que fazia meu corpo se arrepiar e me deixava completamente a mercê de quem havia me beijado. Fazia muito tempo que não me sentia assim e quase não me lembrava da sensação de receber um beijo como aquele, um beijo que me deixou completamente louca. — Está pronta? — Sharon perguntou, sua voz claramente carregava uma nota de malícia e ela parecia alegre demais. Então, bem devagar, ela retirou a venda dos meus olhos, que se abriram assim que me vi livre do tecido, em busca de quem havia me feito passar aquela vergonha pública
AURORAClay, Emilly e Megan me arrastaram para longe da multidão e, quando paramos de andar, estávamos em um cantinho menos movimentado do salão, um pouco mais distante das pessoas que estavam encarando. Megan não demorou para enfiar um copo de bebida em minhas mãos e, erguendo o copo, eu bebi um grande gole sem nem saber o que era. Com certeza, em uma festa cheia de jovens sem supervisão de adultos ou autoridades, aquilo não seria só um suquinho. Confirmei minhas suspeitas quando senti o sabor amargo e o ardor do álcool descer por minha garganta, me fazendo despertar do transe em que eu estava, voltando a mim e piscando diversas vezes antes de sentir os dedos de Clay em meu rosto. Meu amigo segurou meu rosto entre as duas mãos e me fez olhar para ele, mas, apesar de se esforçar para se manter sério, eu percebi que ele queria rir. — Meu Deus, eu tô muito ferrada — foi a única coisa que consegui dizer, sentindo meu coração ainda disparado e minhas pernas ainda trêmulas. Parecia que
DANTEEu tentei, juro que tentei, de todas as formas possíveis, com todas as bebidas possíveis, esquecer que ela estava ali, há alguns metros de mim, dançando e se divertindo como nunca havia visto desde que ela cruzou meu caminho. A Aurora tímida e fechada havia dado lugar a uma garota completamente desinibida, sensual e sexy, que estava me tirando a sanidade enquanto eu tentava, a todo custo, me manter longe. Mas meus esforços foram por água abaixo, ou melhor, vodca abaixo, quando a vi sozinha, dançando no ritmo de uma música que eu não conhecia, mas que mesmo assim parecia combinar perfeitamente com a sensualidade que ela exibia ali naquele momento. Todos estavam distraídos com suas próprias vidas, com suas próprias vontades. Alguns estavam bêbados demais para notar qualquer coisa, enquanto outros não se preocupavam com nada que pudesse gerar uma fofoca ali, todos queriam somente se divertir. Então, era isso o que eu faria também, aproveitaria a oportunidade, afinal, ela poderia
DANTEPorra. Maldita hora que resolvi me enfiar nessa pista! Não tinha controle do meu corpo, das minhas reações, qualquer toque de Aurora era motivo para meu corpo estremecer e pulsar cheio de desejo e tesão. Beijá-la era a única coisa que eu queria, sua boca era tudo o que eu desejava. Queria sentir cada mínimo detalhe do seu corpo com minha língua, queria ouvir sua voz doce chamando meu nome e ver seus olhos castanhos se revirando enquanto eu a levava a loucura. Desde quando ela me deixava assim? Meus lábios estavam pressionados em sua pele e, bem devagar, eu subia os beijos por seu pescoço, enrolando meus dedos em seus fios castanhos e a mantendo bem perto de mim, arrastando minha boca por seu maxilar enquanto a via sorrir e arfar bem baixinho, fechando os olhos e os apertando com força. Aurora parecia tão empenhada em se entregar quanto eu estava. Ah, se não estivéssemos em uma maldita pista de dança cercado por pessoas que eu veria na semana seguinte. — “Wanna know what it
— Já deu de festa pra você — falei, puxando Aura em direção à saída enquanto ela resmungava. Talvez, só talvez, incentivar ela a beber e curtir a festa adoidada não tivesse sido uma ideia tão boa. Não é como se eu estivesse totalmente sóbrio também, mas estava um pouco mais que ela, logo, tinha um pouco mais de juízo. — Mas você disse que eu tinha que me divertir — Aura murmurou, esticando os braços e bocejando. — Foi muito bom.— Não tenho certeza se você vai achar isso amanhã cedo — comentei, rindo enquanto entrávamos na casa.Arrastei Aura pelas escadas tropeçando nos meus próprios pés enquanto riamos da minha péssima coordenação motora, então, abrindo a porta com um dos pés, a coloquei na cama, tirando seus sapatos e jogando o cobertor sobre ela, que logo se encolheu e fechou os olhos. — Não me lembre de nada disso amanhã — pediu minha amiga me fazendo rir enquanto se virava para o outro lado e, em questão de segundos, caia em um sono profundo. Estiquei meus braços e passei um