DANTENa terça, os corredores ainda estavam meio silenciosos, boa parte dos alunos do ensino médio estavam na festa e os que não estavam ainda estavam tristes por perder tal evento, então, não havia a empolgação e gritaria que era comum para as primeiras horas do dia. Além disso, alguns ainda estavam sofrendo com as consequências da bebedeira e da ressaca, o que era o caso de alguns dos caras do time, incluindo Marck, que ainda parecia um morto-vivo.— Devia ter ficado para o final da festa, foi bem legal — Marck, falou, enquanto calçava os tênis para o treino. — Por que você foi embora mesmo?— Porque eu não queria acabar como um zumbi em plena terça-feira. — Dei três tapinhas no ombro dele e segui para a quadra interna, então comecei a me alongar e aquecer.— Todo mundo aqui — Clay gritou assim que entrou na quadra —, estamos a dois meses dos estaduais — pela primeira vez, eu via ele agindo como nosso capitão —, então, esses dois meses vão ser de treinos intensivos mesmo! — Todos a
AURORABem, nós realmente não precisávamos estar ali agora, mas Sharon sabia ser bem persuasiva quando queria, o que me fazia imaginar por que ela realmente queria estar nessa quadra, já que Dillan não fazia parte do time de basquete, logo, não estaria ali, e eles sequer estavam juntos pelo que eu soube. As garotas se moviam de um lado para o outro, treinando a coreografia que já sabíamos de cor ao som da primeira música, porém, a maioria, apesar de fazer tudo corretamente, não prestava atenção aos movimentos, deixando a coreografia mecanizada.Mas a culpa não era inteiramente delas, afinal, o time oposto também não ajudava. Os meninos estavam completando mais uma série de exercícios, já estavam suados e a maioria estava sem camisa, incluindo Dante, que, sem dúvida, era o alvo da maioria dos olhares.— Já que não podem se concentrar por cinco minutos em uma música, vou dar um intervalo — Sharon falou, revirando os olhos e abaixando um pouco a música.E, nesse momento, Clay anunciou u
ClayO fato das garotas precisarem usar a quadra no mesmo dia que nós era estressante, não posso negar, principalmente quando Sharon claramente não precisava daquele dia. Estava irritado, mas decidi não pegar no pé de ninguém, amanhã começaríamos de verdade. Corri os olhos pela quadra e suspirei, vendo Aurora se alongando em um canto e, do outro lado, Dante conversando com algumas garotas que pareciam muito satisfeitas por tê-lo por perto, principalmente Marcela. — Clay? — ouvi alguém me chamar, sabia exatamente quem era, sua voz conseguia ser inconfundível. — Oi, Sharon — respondi, sem olhar para trás, cruzando os braços e me escorando na parede.Estava irritado com ela, isso era mais que óbvio, qualquer um que me olhasse, saberia que aquele não era um bom dia para me encher o saco. Odiava quando meus planos não davam certo, sempre fui meio metódico para algumas coisas e o time era uma dessas coisas.— Alguém já disse que você fica incrivelmente sexy com uniforme do basquete? — el
EvangelineClay não apareceu na segunda, nem na terça, Aurora havia ido à escola com papai e mamãe havia me levado. Ele havia desaparecido, eu me sentia esquecida, há dois dias ele não me dava notícias e eu não conseguia fazer mais nada, nem pensar em mais nada. Emma não havia ido à escola hoje, o que contribuiu ainda mais para meu humor amargo. A manhã se arrastou e, enquanto as horas passavam, eu pensava e repensava em todas as possibilidades para o distanciamento repentino dele. Não entendia o que havia acontecido, se ele havia se cansado de mim ou se eu estava sendo dramática. Quando as aulas finalmente acabaram, percebi como meu dia havia sido improdutivo, já eram três da tarde e eu não havia pensado em nada além daquilo. Já era fim de tarde e nada de notícias Clay não respondeu minhas mensagens, Aurora também ainda não havia aparecido e eu não conseguia imaginar porque eles estariam na escola até agora, não fazia muito sentido, provavelmente ele estaria fazendo alguma coisa ma
AURORA— Eles precisam mesmo treinar tanto? — perguntei a Sharon, enquanto entrava com ela em seu carro, me acomodando no banco do carona e jogando minha bolsa no banco de trás. — Tanto quanto nós — ela disse dando de ombros e dando a partida. — Você tá muito hiperativa hoje, tomou quantos litros de café? Ou será que está agitada assim por causa do Dante? — Não seja ridícula — resmunguei, me encolhendo no banco. — Em parte é por ele… Mas eu fiquei de encontrar Brian mais tarde, precisamos conversar sobre as coisas e… — E você está completamente ferrada porque o cara que era seu amor de infância apareceu do nada quando você estava começando a ficar afim da pior espécie de macho que existe — Sharon completou, fazendo a curva e rindo. — Sua sorte sempre foi péssima. Suspirei, ela estava certa, eu sempre tive uma sorte terrível e, na minha vida, não existe nada ruim que não possa piorar. Como se já não bastasse a paixão ridiculamente forte que estava sentindo por Dante, Theo aparecend
BrianEstar ali, com ela era estranho, o que não significava que não era bom. Aurora sempre foi a garota dos meus sonhos de infância, claro que depois da faculdade, dos anos longe eu me envolvi com outras pessoas, mas nenhuma que me fizesse sentir o que ela fazia, mesmo quando eu era tão novo. Como eu, ela também seguiu a vida mas não parecia ter dado tão certo, ao menos era o que eu via. Os olhos dela, aqueles grandes e encantadores olhos castanhos, carregavam algo de diferente agora não eram mais tão brilhantes. Eu a conhecia muito bem para saber que algo havia acontecido, que ela não era mais a mesma garotinha de antes. Mas eu também não era o mesmo, então tudo bem. O silêncio no carro era um pouco pesado, eu estava nervoso, mas ela também parecia estar, mesmo que fingisse que não. Então, preferi não forçar uma conversa, não me importava com o silêncio, desde que, depois, consiga falar para ela tudo o que planejei. Segui pela avenida em direção ao centro, passando pelas ruas mo
AuroraAs horas com Brian foram incríveis, muito melhor do que imaginei mesmo com o acontecido estranho. Encontrar Dante ali foi uma grande surpresa, principalmente com Marcela, eles pareciam um casal e, mesmo que eu não quisesse, aquilo me incomodou um pouco. A conversa que tivemos foi longa e meio constrangedora mas foi boa o suficiente para dar um panorama geral para ele do que tinha acontecido, não com todos os detalhes é claro, algumas coisas eu prefiro não contar ao menos não ainda. Quando chegamos em minha casa, Brian me deixou na porta, trocamos nossos telefones e ele prometeu que viria me visitar, nada com segundas intenções, mas quem sabe o que o futuro nos reservava? Realmente agora eu começava a pensar na hipótese que Sharon estava certa e de que eu deveria tentar. Entrei em casa e vi que meus pais ainda não havia chegado, então subi para meu quarto e fui tomar um banho, tentando acalmar minha cabeça. Não demorei muito no banho, coloquei uma roupa quente e confortável e
Aurora Quando deixei a lanchonete, Clay foi direto para a sua casa preferindo não passar para me deixar em casa a fim de evitar qualquer conflito com Eva. Eu segui sozinha para casa e quando cheguei, estava tudo silencioso. Não vi minha irmã em lugar algum, ao menos não do andar de baixo, por isso, subi as escadas e caminhei devagar até a porta do quarto dela. Parei em frente a porta e bati duas vezes, girando a maçaneta em seguida, abrindo a porta e colocando a cabeça para dentro. Eva estava deitada em sua cama com o rosto afundado em seu travesseiro, eu sabia que ela havia me escutado, mas como não protestou, entrei no quarto e me sentei ao lado dela na cama, olhando-a enquanto a ouvi fungar. — Eva… — comecei, erguendo a destra e apoiando-a em seus cabelos claros, acariciando seus fios macios. — Eu sei que é difícil… Sei que não era o que você esperava e…— Não vem com essa — ela ergueu o rosto, me encarando com seus olhos marejados cheios de raiva. — Por que acha que eu quero u