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Capítulo 2 – Negação e Desejo


 

O silêncio entre eles era sufocante. Aurora sentia o peso do olhar de Darius sobre si, intenso e predatório. Seu corpo respondia ao chamado do laço, cada célula ansiando por ele, mas sua mente se recusava a ceder.

Não podia ser ele.

Ela deu um passo para trás, tentando recuperar o fôlego.

— Eu não sou sua. — Sua voz era mais firme desta vez.

Darius franziu o cenho, seu lobo rosnando dentro dele. O ar ao redor pareceu vibrar com sua fúria reprimida.

— Não minta para mim, Aurora. — Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles. — Você sentiu. Eu sei que sentiu.

Ela engoliu em seco. Sim, sentiu. O vínculo era inegável, ardia em sua pele como uma marca invisível. Mas aceitar isso significava aceitar um homem que, até aquele momento, ela só conhecia por sua fama.

Ela cruzou os braços, tentando esconder o tremor nas mãos.

— Eu não confio em você.

As palavras foram um golpe mais forte do que qualquer ferimento. Os olhos de Darius brilharam em fúria e algo sombrio passou por seu rosto. Ele inspirou profundamente, como se tentasse controlar a tempestade dentro de si.

— Você não me conhece. — Sua voz saiu mais rouca, carregada de algo que Aurora não conseguiu decifrar.

Ela soltou uma risada seca.

— Eu conheço sua fama. E isso já é o suficiente.

Darius fechou os punhos. Seu lobo estava inquieto, à beira da tormenta. Ele nunca precisou provar nada a ninguém, nunca precisou convencer ninguém de sua lealdade ou de sua verdade. Mas agora, com sua companheira diante dele, resistindo ao vínculo que os unia, ele percebeu que pela primeira vez… ele teria que lutar por algo que realmente queria.

Ou melhor, por alguém.

Aurora não esperou sua resposta. Virou-se para sair, para fugir antes que seu próprio lobo a traísse e a fizesse se jogar nos braços daquele Alfa.

Mas antes que pudesse dar mais de dois passos, um rosnado profundo reverberou atrás dela.

Instintivamente, ela congelou. O instinto de sobrevivência de seu lobo gritou para que não desafiasse a fúria de um Alfa. Mas Aurora não era uma fêmea submissa.

Ela se virou para encará-lo, e o que viu fez seu coração disparar.

Os olhos de Darius estavam completamente dourados, seu lobo à beira do colapso. Suas presas estavam ligeiramente expostas, os músculos rígidos.

Ele não gostava da ideia de vê-la indo embora.

Você não pode fugir de mim, Aurora. — Sua voz saiu mais gutural, carregada de posse e desejo reprimido.

Ela engoliu em seco.

Eu posso tentar.

Darius deu um sorriso perigoso.

— Então corra, minha pequena loba. Mas saiba de uma coisa… — Ele deu um passo à frente, sua aura se espalhando como uma onda, poderosa e esmagadora. — Eu sempre vou te encontrar.

Ela queria acreditar que suas palavras não a afetavam, mas algo dentro dela vibrou com a promessa. Seu coração martelava, sua respiração acelerada. Era como se o próprio universo estivesse contra ela, forçando-a a aceitar o que não queria.

— Você não pode me obrigar a aceitar isso, Darius. — Aurora forçou sua voz a soar firme. — Um laço não é suficiente para construir confiança.

Darius fechou os olhos por um segundo, como se estivesse se segurando para não perder o controle. Quando voltou a encará-la, havia algo mais ali—não apenas a fúria do lobo, mas a frustração do homem.

— Eu nunca toquei em nenhuma outra mulher. — Sua voz saiu baixa, mas cada palavra carregava peso. — Nunca.

Aurora arregalou os olhos, surpresa.

— Você espera que eu acredite nisso? — Ela deu uma risada nervosa. — O grande Darius Blackwood, o cafajeste da alcateia, dizendo que sempre esteve esperando por sua companheira?

O maxilar dele enrijeceu.

— Acredite no que quiser, Aurora. Mas a verdade continua sendo a mesma.

Ela sentiu algo revirar dentro dela. Se aquilo fosse verdade…

Não. Ela não podia cair nessa.

Virando-se novamente, Aurora começou a se afastar, sua mente um caos. Mas então, um movimento chamou sua atenção.

A poucos metros dali, um grupo de lobos da outra alcateia observava a cena com um interesse perigoso. Um dos homens, alto e forte, sorriu de canto ao cruzar os braços.

— Parece que sua fêmea não quer você, Alfa. — A voz carregava deboche.

Aurora sentiu um arrepio de alerta. Mas foi a reação de Darius que realmente a fez prender a respiração.

O rosnado que saiu de sua garganta foi diferente de todos os outros—selvagem, ameaçador, letal.

E antes que Aurora pudesse reagir, ele já estava avançando.

O lobo de Darius estava à beira da tormenta, e nada o impediria de proteger o que era seu.


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