O vento cortante carregava o cheiro de sangue e terra molhada. Darius liderava o grupo de guerreiros da matilha pela floresta, seus sentidos aguçados captando cada detalhe ao redor. A tensão era palpável. Algo estava errado.Os limites do território estavam marcados por sinais de uma luta recente. Árvores caídas, pegadas espalhadas no solo e o inconfundível cheiro de lobos que não pertenciam à alcateia.Elias estava ao lado de Darius, sua expressão séria.— Isso não foi um ataque aleatório. Eles queriam ser notados.Darius rosnou em concordância. Os invasores haviam deixado rastros de propósito. Mas por quê?— Há algo mais. — Um dos guerreiros se aproximou, segurando um pedaço de tecido rasgado entre os dedos. Estava sujo de sangue e carregava um símbolo estranho bordado em fios dourados.Darius o pegou, franzindo a testa.— Eu já vi isso antes…Elias estreitou os olhos.— Isso pertence à Matilha da Lua Negra.O nome fez o ar parecer mais pesado.A Matilha da Lua Negra era conhecida p
A casa de Aurora estava silenciosa, envolta pela escuridão da floresta ao redor. O caminho até ali foi feito em silêncio, mas a tensão entre ela e Darius era palpável, como uma corrente invisível puxando os dois na mesma direção. Ele caminhava ao lado dela, os olhos brilhando no escuro, como os de um predador que encontrou sua presa e não pretende deixá-la escapar.Aurora sentia o corpo quente, os lábios ainda formigando pelo beijo que haviam compartilhado. Era errado se sentir assim? Confusa, desejando algo que, até pouco tempo atrás, parecia impossível?Darius parou assim que chegaram à porta. Seus dedos roçaram levemente no pulso de Aurora, um toque quase hesitante, diferente da força bruta com que sempre se impunha. Ela olhou para ele, vendo algo diferente em seu olhar – não apenas desejo, mas um tipo de necessidade que a fazia estremecer por dentro.— Me deixe entrar. — A voz dele era baixa, grave, carregada de algo primal.Aurora não sabia o que responder. Sabia que permitir que
A noite estava carregada de promessas não ditas, de desejos reprimidos que agora explodiam com a força de uma tempestade. Dentro da casa de Aurora, o silêncio era quebrado apenas pela respiração acelerada dos dois. O beijo entre eles era feroz, um duelo de vontades e instintos, onde nenhum dos dois queria ceder, mas ao mesmo tempo, ansiavam pela rendição do outro.Darius a pressionou contra a parede, suas mãos deslizando pela cintura dela, segurando-a como se temesse que ela desaparecesse. Aurora não resistiu. Não mais. Seu corpo respondia ao dele de maneira primitiva, como se a recusa não fosse uma opção.— Você sente isso? — A voz de Darius saiu rouca, carregada de algo que ele próprio tentava controlar.Aurora fechou os olhos por um instante. Claro que sentia. O vínculo entre eles era uma chama que queimava sem piedade, consumindo qualquer resquício de racionalidade que ainda restasse.Mas ao mesmo tempo, algo dentro dela gritava que não deveria ser assim.— Eu… — Ela tentou falar,
O silêncio da noite foi quebrado apenas pelo farfalhar das folhas ao vento. Aurora sentia seu coração martelar contra o peito, ainda tentando compreender o que acabara de acontecer. Darius estava ali, diante dela, esperando… E essa espera a consumia por dentro.Ele havia recuado, mas a intensidade de seu olhar continuava queimando sobre sua pele. Era um jogo de paciência, um embate entre desejo e razão, mas Aurora sabia que, mais cedo ou mais tarde, essa barreira iria ruir.— Vou ficar no limite do meu controle por você, Aurora. Mas não me teste além do que posso suportar. — Darius disse, a voz carregada de algo sombrio e perigoso.Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Parte dela queria ver até onde poderia empurrá-lo, queria brincar com esse fogo que ardia entre os dois. Mas a outra parte, a racional, sabia que estavam pisando em terreno instável.Aurora não conseguiu responder. Ela apenas desviou o olhar, tentando ignorar o calor que tomava conta de seu corpo. Darius suspirou
O silêncio da casa de Aurora era quase ensurdecedor. Depois do que acontecera entre ela e Darius, sua mente se recusava a encontrar descanso. Sentada na beira da cama, ela sentia a respiração pesada, os lábios ainda formigando do beijo feroz que haviam compartilhado.Ela deveria sentir raiva.Deveria odiá-lo por invadir sua vida, por não lhe dar espaço, por confundi-la de maneiras que ninguém jamais havia feito.Mas, em vez disso, ela sentia falta.Falta do calor de seu corpo.Falta da maneira como ele olhava para ela, como se ela fosse algo precioso e, ao mesmo tempo, perigoso.E isso a deixava furiosa consigo mesma.Seus dedos apertaram os lençóis enquanto tentava encontrar alguma lógica na situação. O vínculo entre eles era poderoso, mas será que era só isso? Será que seu corpo estava reagindo apenas ao chamado da ligação sobrenatural, ou havia algo mais ali? Algo mais profundo… algo que ela temia reconhecer?Antes que pudesse afundar ainda mais em sua confusão, um som do lado de f
A lua estava alta no céu quando Aurora decidiu sair de casa para clarear a mente. Depois da noite intensa com Darius, seus sentimentos estavam um caos. Seu corpo ainda carregava a lembrança do toque dele, do calor, do desejo que a consumiu por inteiro. Mas sua mente tentava resistir, tentando não se perder completamente naquele vínculo incontrolável.Ela precisava de ar.Caminhou até a floresta, onde o vento frio cortava sua pele, trazendo um pouco de lucidez. O problema era que, por mais que tentasse se afastar do Alfa, algo dentro dela sempre a puxava de volta. A ligação era mais forte do que qualquer lógica.Mas havia uma outra questão.Elias.Desde que o conhecera, sentia algo estranho em sua presença. Era reconfortante, mas, ao mesmo tempo, parecia estar escondendo algo.Foi então que o sentiu.O cheiro dele se misturava ao da floresta, sutil, mas presente.— Você não deveria andar sozinha a essa hora. — A voz de Elias soou próxima, suave, mas com um peso diferente daquela calmar
O silêncio dentro da caverna era sufocante. A escuridão era quebrada apenas por tochas presas às paredes de pedra, espalhando uma luz fraca e tremulante. Aurora não sabia dizer quanto tempo havia passado desde que Elias a trouxe para aquele lugar. Seu corpo ainda doía da luta que travou contra ele, mas sua mente se recusava a ceder.Ela sentia nojo. Nojo dele, nojo da forma como ele olhava para ela, nojo do toque dele, sempre invasivo, sempre querendo mostrar que estava no controle.Elias a observava do outro lado do cômodo improvisado como um lar. Ele estava sentado em uma cadeira de madeira, como se fosse o rei daquele pequeno universo deturpado que havia criado.— Você vai acabar gostando daqui, Aurora. — Ele disse, quebrando o silêncio. — Não precisa ter medo.Ela riu sem humor, sua voz carregada de veneno.— Medo? Eu sinto repulsa.Os olhos dele brilharam por um instante, e o sorriso tranquilo que carregava vacilou. Elias odiava resistência.Ele se levantou devagar, caminhando at
Aurora manteve sua expressão serena enquanto Elias a observava com um brilho satisfeito nos olhos. Seu sorriso era o de um homem convencido de que havia vencido, de que finalmente a havia dobrado. Mas ela sabia a verdade: era apenas uma questão de tempo até que ele percebesse que estava sendo enganado.No entanto, até que esse momento chegasse, Aurora precisava ser convincente.— Quero tentar, Elias. — Sua voz saiu suave, como se estivesse se rendendo ao destino que ele havia escolhido para ela. — Mas preciso de tempo.Elias ergueu a mão e acariciou seu rosto. Aurora conteve o impulso de se afastar, de cuspir no chão e gritar que jamais se submeteria a ele.Ele acreditou.— Eu sabia que você veria as coisas pelo meu ponto de vista. — Elias murmurou, deslizando os dedos pela linha de seu maxilar.Ela forçou um sorriso e desviou o olhar, fingindo estar tímida.— Você quer que eu cozinhe alguma coisa? — Ela perguntou, tentando parecer dócil.Elias riu.— Já está se comportando como minha