De manhã as crianças vão à escola na hora, enquanto Júlia está se arrumando para o trabalho e Ricardo havia acabado de chegar de uma corrida a pé, estava caminhando direto para o banheiro até que sua esposa chama sua atenção.
- Ricardo, pare de moleza e depois desse banho você vai ter que arrumar todas essas malas.
- Mas eu não gosto disso! Ninguém ama fazer, olha eu tenho que ir vai tomar banho e faz isso logo.
- Ah isso me lembra algo.
Ricardo se aproxima do guarda roupa e abre o armário e na parte de cima puxa uma caixa de sapatos, Júlia ao ver ele fazendo isso o diz.
- Amor vai mexer com isso agora?
- Júlia eu preciso saber se está tudo certo, não finja que não mexe com isso, sabendo cuidar não fica perigoso.
- Eu sei meu pai me ensinou tudo, tá bem, mas eu não quero nem ver, tenho que me arrumar aliás.
Júlia sai do quarto e ele com as mãos afasta os papéis, confere, analisa em detalhes e guarda novamente, Júlia entrando novamente com um pente no cabelo.
- Por que ainda tem essa coisa? isso não serve para nada.
- Meu amor, eu espero nunca ter que usar isso, muito menos você.
- Amém meu amor.
E ao dizer isso Júlia passa por ele ainda penteando o cabelo com a escova e caminha para a porta e vai para o trabalho, Ricardo aproveitando o resto de seus dias de férias coloca uma música animada em seu celular e aos sons de Jerry Lee Lewis great balls of the fire, começa a tomar um banho demorado pois estava suado pela corrida, depois de terminar de se vestir, observa aquelas malas grandes e pequenas todas muito cheias, para Ricardo sua preguiça tomava conta dele, mas decide se sentar no chão e arrumar todas as malas.
Muitas peças de roupas e pequenas estátuas de figuras históricas e de monumentos, fotos de Júlia e Ricardo em pontos turísticos a maioria das imagens era da Arábia, levou muito tempo tirando e colocando em gavetas, redobrando e arrumando muitas camisetas, calças, blusas, colares, chapéus, bandanas, bonés e pulseiras, muitas das roupas eram com os nomes das cidades que visitou como as cidades de Hurghada, Alexandria e o Cairo, depois que terminou de organizar tudo por mais em menos duas horas, entre todos os itens que havia visto e comprado por estes países, algo chamou mais sua atenção, mesmo entre bolsas de tecidos tão exóticos e colheres de prata com frases gravadas, uma caixa com alto relevo, esta caixa preta e cinza, estava em suas mãos, mas Ricardo não conseguia se lembrar de onde teria comprado ou pelo menos visto isso.
Nem semelhança de nada que tivesse visto, diz a si mesmo.
Júlia deve ter comprado escondida, deve ter sido caro este negócio.
A caixa parecia muito leve e presume que não havia nada ali dentro, e enquanto analisava suas ranhuras e até dizeres em baixo e alto relevo em volta, os seus dedos serpenteavam por ela inteira e uma curiosidade de abri-la desperta em sua mente e em seu coração.
É uma sede olhar ali dentro e lentamente o abre, revelando o inominável, o semblante é de alegria e felicidade, mas se desmonta em desencanto e angústia por não abrir essa caixa ainda, mesmo com seus sentimentos se deturpando o som da porta consegue chamar sua atenção, e Ricardo fecha a caixa e a coloca novamente na mala e joga para debaixo da cama, agora o som da porta fechando com uma forte batida o faz levantar de súbito e suando muito, desce as escadas devagar e consegue ouvir conversas de vozes finas e falando muito rápido, estão na cozinha e faltando poucos degraus ele pula dali para encontro e seus filhos se surpreendem e Priscila o diz.
- Pai? está, tudo bem?
Lucas e sua irmã haviam visto, seu pai pular os degraus da escada e em desespero suspirar enquanto sua pele pingando em suor, Lucas estava sentado para a bancada da cozinha e sua irmã estava preparando sanduíches com pães, queijo e presunto, e Ricardo ainda não tinha respondido, e os dois olham um para o outro e começam a rir e Ricardo os vê rindo e a tensão do medo e a preocupação se dissipa, e voltando um sorriso ao seu rosto.
- Peguei vocês, como foi na escola?
As crianças continuam rindo e então contam sobre todas as aulas que tiveram hoje e tudo que fizeram até chegar em casa, Ricardo se senta junto à mesa para comer, depois de comerem decidem assistir a um filme juntos, antes diz a seus filhos para conferir os trincos das portas da casa e se as janelas estavam fechadas, ao voltarem para a sala, Lucas vê seu pai olhando pela cortina como sempre fazia a essa hora, mas desta vez o pergunta enquanto se senta ao sofá.
- Papai, por que o senhor sempre fica trancando tudo e olhando lá pra fora?
- Bem filho, eu fico preocupado sobre nossa segurança e em como podemos nos proteger aqui em casa, o papai ama muito vocês e tenho sempre que conferir se está tudo bem, mas vamos esquecer isso e vamos logo ver esse filme.
Os três assistem ao filme enquanto comem pipoca e Priscila fez para ela dois sanduíches de salame, ao terminarem o filme, colocam outro filme em seguida e passam a maior parte da tarde assistindo filmes e comendo, durante um dos filmes que passava mais aflição, os seis olhos não piscavam enquanto o assassinato do protagonista ocorria, mas o arrepio fino e gelado da nuca para as costas e corta tudo em um grito.
- Buuh.
Os três pulam do sofá e Priscila em um grito de medo fino e Júlia a gargalhar ao ver a reação dos três, todos reclamam dela ter os assustado no final do filme.
- Desculpe crianças e meu amor, não sabia que você um homem feito iria ficar tão assustado!
-Eu não me assustei eu me surpreendi. – E Lucas entra ao meio da conversa.
- Ah pai, o senhor se assustou sim.
- Chega de mentir que eu me assustei e vão lá fazer pipoca para sua mãe, só pipoca Priscila.
Ricardo fala tudo com muito carinho com seus filhos, mas Júlia ao ouvir isso fica irritada e olha para sua filha, enquanto Priscila caminhava para a cozinha sua mãe à chama para dizer.
- Filha eu já lhe disse para não ficar comendo esse monte de coisas, vai acabar engordando de novo, então eu estou de olho, pode ir.
Priscila apenas aceita tudo o que sua mãe disse e caminha mais devagar e o semblante triste para a cozinha, ela e seu irmão começam a estourar pipoca na panela, e Ricardo abraça e beija sua esposa, mas ela apresenta uma expressão complacente e de dúvida com uma das sobrancelhas mais levantada, se aproxima dele.
- Ric, eu espero que o senhor tenha mesmo arrumado nosso quarto.
- Ah minha querida infelizmente para você eu fiz tudo e agora resta você sentar logo essa bundinha boa ai no sofá para vermos um filme.
Ele dá um beijo na testa, ela sorri e vai até a cozinha para ajudar a fazer a pipoca e pegar o refrigerante, com a comida pronta se sentam para assistir e Júlia pergunta.
- Qual filme que é? não dá muito medo não é você sabe como eu fico!
- Relaxa meu amor é tranquilo.
O filme atrai a atenção de todos facilmente, tudo iniciou com calma e um enredo simples sobre uma viagem, mas algo dá errado nesta casa e cada um deles é atacado de forma diferente e com 1 hora de filme, com o clímax do par romântico, o personagem principal está passando pela porta e um monstro o ataca, Julia surpresa se assusta dizendo.
- Ai que medo!
O zumbi come metade do rosto em apenas uma mordida.
- Calma meu amor é só um filme.
Ela agarra Ricardo e esconde o rosto em seu peito, e as crianças vendo aquela cena esquecem do filme e começam a rir de sua mãe e ela os diz.
- Ei parem com isso, este filme dá medo mesmo.
Ricardo entra na brincadeira.
- Sua mãe não tem culpa de ser medrosa.
Julia ao ver ele a caçoando tambem se levanta e diz a todos.
- Já chega, já está tarde, todos para a cama!
Ricardo enquanto desligava a televisão, ainda brinca.
- Júlia, até eu?
- Você principalmente, Lucas e Priscila escovem os dentes antes de dormir, vem Ric quero ver se você fez tudo certinho, mas antes vamos limpar isso aqui.
Os dois obedecem na hora, enquanto as crianças estão escovando os dentes e Júlia e Ricardo estão limpando a sala, ele olha pelas janelas e as fecha e então as portas, tudo em um ritual de seguranca diário.
- Amor, você e muito paranoico! pare de se preocupar, nós moramos bem, olha que bairro lindo.
- Eu só gosto de ter cuidado, alguém pode acabar aparecendo, mas posso tentar diminuir um pouco.
Ao terminar de limpar tudo e com as crianças dormindo nos quartos, Ricardo agarra Júlia e a leva no colo pelas escadas e a pousando na cama, ela diz.
- Não, não, primeiro eu vou tomar banho e depois eu tomo conta de você.
- Ok estarei te esperando
Ricardo então se deita na cama e Júlia ao se levantar olha o quarto e não vê nenhuma mala jogada.
- Meus parabéns fez tudo correto, hoje vai ter tudo então.
Júlia vai tomar um banho muito rápido e volta de toalha rapidamente para seu marido.
Durante a madrugada com apenas os sons dos grilos lá fora, alguns movimentos a despertam do sono, na janela iluminado pelas luzes amarelas dos postes, com as mãos no vidro e o rosto estático, Ricardo está de pé olhando para fora segurando a cortina com suas mãos apertando o tecido e Júlia fica quieta durante alguns segundos até dizer.
- Ric?
Ele olhava em foco para fora e a voz de sua esposa não chamou sua atenção, ela volta a dizer.
- Ricardo, o que está fazendo aí? Vem pra cama logo.
E então ela se levanta e toca seu ombro, ele se estremece como se tivesse acabado de acordar e a diz.
- Querida! Claro, vamos dormir.
E se deita novamente para dormir, Julia não consegue entender o que devia ter sido isso, mas tenta esquecer e dormir ao seu lado.
Durante o sábado as crianças passaram adiantando alguns trabalhos escolares e Júlia e Ricardo saíram para comer e ver a cidade um pouco, já fazia muito tempo que não viam o centro da Paulista, todos os restaurantes iluminados, pessoas arrumadas em carros luxuosos caminhando para dentro de baladas e bares, em volta deles muita gente e muitos comércios que embelezam a noite de São Paulo, dentro de um lindo restaurante, Julia ria de uma das piadas de Ricardo, bebados pelo vinho que estavam tomando para acompanhar a carne.
- Ah Ric, você é muit bobo, não fala assim, ela é minha amiga do trabalho.
- Mas tem que concordar que ela é estranha!
- Sim tem razão, esta uma noite linda hoje, mas a gente tem que ir amor, amanha tenho que trabalhar cedinho.
- Sim esse vinho é bom demais, é melhor irmos antes que peçamos mais um.
Os dois depois de uma noite linda sobre as estrelas voltam cedo para casa, as crianças já estavam dormindo em frente a televisão, os deixam descansar ali, os dois sobem para cama para dormirem também.
O dia é domingo e todos estão de pijama tomando cafe da manha, Lucas pega a caixa de cereal e coloca em uma tigela, ao colocar o leite ele derruba tudo, sua mãe diz.
- Filho tenha cuidado.
Ricardo a acalma e a diz em seguida.
- Tudo bem Querida. Essas coisas acontecem, pode deixar que o papai limpa.
Após limpar tudo, Júlia diz para que saiam todos para andar de bicicleta, todos ficam muito felizes e se preparam para saírem, com todas as bicicletas deitadas na calçada em frente a casa, o sol radiante e âmbar ilumina e aquece a todos, enquanto já montavam nas bikes, Ricardo diz a todos.
- Esperem, eu esqueci meu boné.
Ao subir rápido entra em seu quarto se abaixa perto da cama puxa a mala de Julia, coloca os dedos no zíper e congela pensando.
- Será que eu deveria olhar mesmo aqui dentro? não está certo, não sei dizer por que, ,mas não sei, mas eu também quero, isso não sai da minha mente.
O zíper é aberto, a caixa é vista, seus olhos lacrimejam ao vislumbrar, passa a lingua em seus labios, mas sons de passoso o fazem fechar e guardar novamente na mala embaixo da cama, abre o armário e procura pelo boné e a porta é aberta por Júlia.
- Meu amor, não achou ainda esse boné.
De pé ele fecha a porta do armário e coloca boné.
- Já achei Jú, podemos ir agora.
Os quatro montam em suas bikes e percorrem muitas voltas nas ruas e parques da região, ao final da tarde retornam e guardam as bicicletas no quintal dos fundos, Ricardo muito agitado guarda muito rápido sua bicicleta e não aguenta e corre para o quarto e para aproveitar o tempo que tem até todos entrarem.
Debaixo da cama puxa a mala e abre com cuidado a caixa, no momento seu rosto é iluminado, mas ao ouvir sua família, fecha rapidamente a caixa e a guarda novamente no mesmo lugar, desce para sua família e todos bebiam suco e se junta a mesa com eles e conversam bastante, mas sua mente continuva lá em cima, de baixa da cama, dentro da bolsa, ao final do dia decidem ver mais um filme com pipoca.
Durante o filme Ricardo se levanta e confere a porta e em seguida ele olha duas vezes pela
- Amor, pare de olhar tanto e conferir tudo, me deixa até com medo assim.
- Ta bem, acho que está tudo certo.
Ele volta calmamente ao sofá e assisti o resto do filme com a família, após o final, todos eles arrumam a mesa para o jantar, Julia e seu marido trazem da cozinha as panelas, enquanto as crianças organizam os talheres, pratos e copos, antes de comerem, todos dão as mãos e oram, agradecendo e pedindo a bênção para aquela refeição.
Enquanto comiam, Priscila comia muito, uma garfada depois da outra, sua mãe a olhou brava.
- Você quer virar uma bola. – Sua mãe furiosa diz a Priscila. – Não quero você comendo tanto assim.
- Desculpa.
Priscila chateada e triste por ouvir tudo aquilo, come menos e mais devagar.
- Não pode ficar comendo assim.
- Sim, mamãe.
Respondeu de cabeça baixa, depois de todos jantarem, Lucas está brincando no chão com seus carrinhos.
Ao terminar de lavar a louça, todos sobem para deitar. No meio da noite se mexendo muito na cama, Julia desperta do sono, Ricardo estava de pé ao lado da cama, olhando pela janela novamente.
- Amor, onde você vai?
Sem a olhar ele a responde.
- Júlia onde comprou aquela caixa?.
Julia estranha essa atitude e a forma como ele disse, tão séria e sem olhar para ela.
- Ricardo como assim, eu comprei uma caixa? Eu não comprei nada, porque está perguntando isso?
Ela se levanta, liga a luz e então se aproxima de Ricardo, ele parecia estar muito cansado e estava muito suado e a diz.
- A caixa preta e cinza que está em sua mala, entre as coisas da viagem, tinha esta caixa.
- Eu não me lembro de nada assim, me mostre isso amor, vamos ver isso logo.
Ele se abaixa puxa a mala, hesita um pouco e puxa o zíper, os olhos de Júlia visualizam a caixa, a caixa preta com detalhes e ranhuras em uma cor mais cinza e simbolos descritos em alto relevo, Júlia repara que seu marido estava fixado nesta caixa, olhava e a tocava com esmero e Julia o responde.
- Eu não comprei isso, não sei como isso foi parar dentro da minha mala, sera que alguem te deu isso na viagem?
- Não, eu me lembraria de comprar algo assim.
- Isso me dá um pouco de medo, sabe, do nada isso aparecer assim, tem algo ai dentro?
Rapidamente ele a responde. – Não, não tem nada.
- Tá será que pode tirar do quarto? estou com medo disso aqui, não me sinto bem olhando isso, eu não nem sei o que é.
Ele concorda desce para a sala e guarda com muito cuidado a caixa dentro do armário e sobe com Julia, mas enquanto subia repetia a olhar trás em direção ao armário.
No outro dia, Julia acorda cedo e ora ajoelhada antes do sol nascer em seu quarto antes de sair para trabalhar, Ricardo se levanta e acorda as crianças para tomarem café, ele diz que ele pode levar as crianças até a escola, ela agradece se despede e sai para o trabalho mais cedo. Ao final do dia, Júlia está chegando em casa depois de um dia quente e cansativo, as nuvens se amontoavam e o vento ficava mais forte e os cabelos negros dela se bagunçam ao vento enquanto saia do carro e caminhava até sua casa, algo desperta sua atenção, a casa está apagada e as janelas fechadas, ao passar pela porta, tudo está apagado menos a lâmpada da escada, ao entrar sente um receio e ela chama.- Amor, acenda as luzes por favor, você sabe que odeio ficar no escuro, espero que não seja uma brincadeira.Ninguém responde, ela então caminha até
Na manhã seguinte o vento do sul passa pela cidade, os fios se bagunçam ao vento e Júlia está organizando as malas de seus filhos, para levá-los a casa de sua mãe, Lucas e Priscila estão comendo na mesa, mas Priscila está comendo demais, ela se aproxima para corrigir.- Minha querida não coma tanto, se lembra?- Ah mãe, hoje eu acordei com tanta fome, só mais um pouco.- Tá bem, mas vai logo, temos que ir rápido.Júlia ao se virar se depara com Ricardo.- Malas? Aonde vão?Julia olha para as crianças e volta a ele dizendo.- Olha não se preocupe, elas irão apenas ficar fora por alguns dias.Ricardo não fica nada contente e sua expressão é de medo.- Lá não será seguro, devemos ficar aqui, comigo eles estarão bem e salvos.Ela avan&ccedi
Júlia acorda com algo viscoso e quente em seu peito, assustada com o que pudesse ser isso, coloca as mãos em cima e estava bem quente e fedia demais, ao tocar em sua filha que estava dormindo com a cabeça em cima dela, estava da mesma forma, suja e sua boca estava o mesmo viscoso e um forte cheiro fétido, antes de ligar a luz, Júlia já sabia que sua filha havia vomitado, e assim com a luz revelando que assim como ela sua filha também encharcada e suja de vômito, estavam as cobertas, tapete e o chão. Júlia estranhava, era uma quantidade grande e de muita comida remoída, a primeira coisa que faz é acordar sua filha, que desperta com medo e dores na barriga, ela explica a Priscila que tinha vomitado em tudo enquanto dormia, diz sua filha que não acordou enquanto fazia isso, Júlia desce as escadas para pegar um balde e uma toalha, enquanto estava limpando o vomito que tinha escorrido ao ch&a
Chegando no consultório, é uma casa a moda antiga com apenas uma placa prateada com os dizeres, Instituto Morais, todo o resto é pintado de branco e detalhes em relevo feito em gesso e com um lago bem na entrada, não há portões apenas a porta, ao entrar é recebida por uma recepcionista.- Pois não, boa tarde! marcou um horário?Desorientada e não conseguindo fixar o olhar para a recepcionista.- Bem, não, mas preciso mesmo falar com a doutora Alessandra!- Desculpe, mas não pode vir sem marcar hora, terei que pedir para marcar uma hora por telefone e assim poderá falar com ela.- Não irei!Julia grita, com a moça, na mesma hora muitos funcionários param e a observam e para diminuir a preocupação dos que envolta a olham.- Desculpe, eu não precisava gritar, mas eu preciso da ajuda dela, ela é
O dia nasce com fortes raios de sol, que entram pela janela e desperta Júlia, ela se levanta espreguiçando, se sente bem melhor, precisava descansar já tinha mais de dois dias sem deitar a cabeça direito, tudo estava sujo o chão e as paredes empoeiradas por tudo o que Ricardo tinha pregado nas paredes, Júlia do sofá se levantou para tomar café, ao terminar conferiu a hora e então notou que seus filhos não tinham descido para comer e grita o nome deles, mas nada é respondido, o medo do que Ricardo poderia ter feito durante a noite.- Aquele desgraçado, por que eu não tranquei a porta do meu quarto.Começa a subir as escadas e primeiramente vai até o seu quarto, e além da bagunça e sujeira, nada e nem ninguém, isso a faz ficar mais assustada e corre para o quarto de sua filha que fica ao lado, empurra a porta e Priscila está enlame
Três dias se passaram, a casa estava mais controlada, Julia ainda estranhava seus filhos terem melhorado derrepente, mas Ricardo não havia voltado para casa ainda, ela aprontava algumas malas para levar seus filhos para a casa de sua mãe, Lucas estava terminando uma tigela de cereais.- Filho, está pronto para ir?- Meu filho, vamos será melhor vocês ficarem por lá, até isso acabar.Ele não muito contente, mas limpa a mesa e aceita.- Ei leve isso no carro para a mamãe.Julia entrega uma mochila cheia de roupas para seu filho e Priscila o ajuda, contrária da decisão de ficar em sua vó a diz enquanto coloca as coisas no carro.- Mãe por que temos que ficar na vovó de novo, aliás estamos querendo achar o papai também.- Filha, encontrar seu pai é meu papel, vocês dois precisam ficar bem, para que assim eu pos
Em pouco menos de uma hora, o caminho que Douglas foi instruído se aproximava do fim, de baixo do horizonte apresentavam algumas casas, ao chegarem mais perto o asfalto era escasso, o pouco que se tinha estava coberto por terra e areia, uma cidade um pouco afastada das outras e muito diferente de campinas, depois de parar o carro um pouco afastado das casas, olham em volta e nada alem dessa cidade, então os dois descem, Douglas confere os bolsos antes de sair e tranca o carro.- É Júlia, melhor pararmos antes, não acredito que tenha qualquer policiamento nesta vila, olhe para isso.- Claro, é melhor garantirmos uma distância com o carro pelo menos.Douglas ao lado dela, os dois caminham até mais próximo da entrada da cidade e adentram as ruas, eles veem casas pequenas e algumas feitas em barro a mão, todas muito cinzentas e marrons, logo mais a frente algumas ocas de formatos indígenas,
O escaldante caminho de volta é longo e cansativo param apenas uma vez para abastecer e comerem, mesmo assustados com tudo o que viram na cidade, tentam manter o bom humor durante a viagem de volta e tentam manter conversas passageiras e simplórias, passam por uma pequena garoa entre um pedagio e outro, entre a estrada e as monstanhas colossais ao lado esquerdo um arco-iris se forma, mesmo ela com a cabeça tão dolorida de pensar, Julia sabe que verá os filhos assim que chegar em casa, mas não pode evitar o medo de que tenham tido os sintomas novamente.O trânsito foi leve na volta, o céu alaranjado e uma leve brisa balançava aos poucos as pipas que os meninos e meninas nas ruas tentavam por vezes empinas, era o inicio do dia com o sol a raiar, Douglas estaciona em frente a casa de Júlia, algumas crianças brincavam ali na rua, um grupo de garotos jogavam futebol e outros empinavam suas pipas nos c&eacu