A luz é ainda maior agora no interior do quarto, fazendo acordar facilmente Júlia e sua filha, as duas deitadas no tapete ao lado da cama, Lucas de olhos fechados, sua mãe fala com ele e o chama pelo nome, mas nada ele responde e continua adormecido, ela chama sua filha que ainda estava sentada no tapete.
- Ontem foi um choque tudo isso, mas precisamos falar sobre.
- O que mãe, eu não fiz nada, eu apenas estava lendo a história e aí de repente!
- Priscila, o que foi que estava acontecendo neste quarto? O que eram aquelas coisas que estava dizendo?
- Mas mãe eu não me lembro de nada eu apenas fiquei adormecida.
- Minha filha você não me parecia adormecida.
- Mãe eu não sei tá legal, o que eu sinto era algo bom, eu apenas repetia essa sensação, me fazia esquecer as coisas que eu vi, as coisas que eu vejo em meus sonhos.
- Por q
Com a lua no céu, sente se iniciar aos poucos uma dor de cabeça, a fazendo franzir o rosto e deixando os olhos cerrados, mas em poucos segundos seus olhos retornam ao normal e algo chama sua atenção, a única parte do quarto iluminada, a luz do luar que entra pela janela ilumina a parede ao lado da cama, a mesma parede com os símbolos e dizeres ininteligíveis, mas o que chama sua atenção é que em volta desta parede agora há diversos outros símbolos desenhados, em maior quantidade, mais do que a última vez que olhou, estes agora tem texturas mais grossas e acabamentos mais violentos.As dores de cabeça agora aumentam levemente não conseguindo se manter de pé, a forçando procurar por remédios no banheiro, revira os pequenos armários do lavatório, mas nada encontra, então decidi por ir até o banheiro do corredor, enquanto caminh
O caminho de volta parecia não acabar, muito nervosa errou por muitas vezes as ruas e freiou bruscamente quase acertando outros carros e atravessando muitas vezes o farol vermelho e arriscando a vida de pedestres, até chegar em sua residência. Todos que estavam ali brincando na rua, já haviam se recolhido, mas Julia fica assustada novamente com outra coisa de lhe tirar o fôlego, ao parar em frente a sua casa, tudo estava apagado, mesmo que lembrasse de ter deixado as luzes acesas dos quartos.Ao sair do carro se aproximou com medo ao tentar destrancar a porta, mas estava aberta e abriu com facilmente sem girar a maçaneta..- Está arrombada, mas de dentro pra fora, Meus filhos tentaram fugir?Com tantas dúvidas e sua dor de cabeça ainda com mais pontadas, empurra devagar a porta, por alguns segundos o silêncio e a escuridão dominam sua atenção, a casa parecia nã
Tantas lágrimas secaram antes que pudesse saber para onde seus filhos foram, a essa hora já havia revirado cada colchão, puxado cada armário e olhado a cada centímetro dos bairros em volta, muitas vezes desligou uma chamada à polícia pois não poderia explicar os fatos, pensariam que estivesse louca, não comeu por dias, desesperada pelas respostas que não poderia alcançar, se permanecia a passear entre os quartos as escuras.Deitava-se nas camas de seus filhos para com as lágrimas sofrer, encostada a janéla observava a família do vizinho do outro lado da rua, onde duas crianças brincavam com bexigas d’água e o pai delas brincava junto a elas, todos rindo alto, logo a mãe das crianças usando um avental os chama para comer, depressa elas obedecem entrando aos pulos, o marido dela se aproxima e ela dá a ele o avental, se beijam e se despedindo
Júlia sentada na cama, de frente ao detetive desacordado, que logo desperta e devagar observa a criatura com atenção ao seu lado, então entra no quarto e com muito medo pergunta a Júlia.- O que é isso?Ele se surpreende com a atitude de Júlia que estava vislumbrando a luz âmbar do sol da tarde e a ele responde muito intediada.- Eu não sei, mas talvez já tenha sido meu marido.- Surpreso com a revelação ele olha de volta para o corpo no corredor e volta a ela.- Este é o seu marido? Aquele que me pediu para procurar?- Ele não era assim, eu não sabia que algo assim existia.Douglas ouvia o que ela dizia, mas não parava de olhar em volta e de sua testa escorria suor, Júlia por ver seu desespero volta a dizer a ele.- Detetive, você não está bem, sente-se, eu sei que não será f&a
O vento passa forte entre os vidros, o pneu gasto faz agudo entre as freiadas, Antonio focado com as mãos na direção, Douglas limpa o cano de uma pistola no banco de carona, Julia ao banco de trás folheia as paginas. Estudo de Alessandra Morais Meu nome é Alessandra Morais, e o que acabo de ver na casa de uma cliente é inacreditável, sua família inteira parece ter tido lapsos mentais perigosos, todos menos ela, o motivo não sei ainda, o marido parece ter ficado paranoico e com síndrome de perseguição e um apego emocional com objetos inanimados a ponto de partir a violência facilmente, e seu filho tem a síndrome do pânico, com medo de tudo ao seu redor, sua filha é bulêmica e anorexa, mas de uma forma extrema, de uma forma jamais vista, é mesmo algo muito triste, mas para mim ajudar esta família seria sim uma dádiva, e todos os testes que poderei fazer, e até mesmo os avanços que terei com eles seriam todos publicados, mas algo que tenho que e
De joelhos cuspindo sangue, Antonio recebe mais um golpe no rosto, enorme gordo tatuado a frente a ele com sua mão roxa de tanto o bater, coloca as mãos no chão para não cair deitado no chão, ao seu lado o calor das fogueiras esverdeadas, a essa distancia sentia ainda maior estranheca dessa coloração no fogo, observa seus amigos ao lado, de joelhos e exauridos, em volta deles estavam de pé todos os homens e mulheres secos, muitos apontam para eles e gritam, Douglas ainda muito desnorteado nota que sua arma ainda esta em seu coldre, surpreso olha para seu amigo, mas ele responde que não com a cabeça, então se virá para Julia que com as palmas das mãos queimadas tenta não tocar o chão, mas logo ela sente falta de algo e olha para trás e envolta, não consegue achar, até ver nas mãos do homem gordo, que voltava para colocar em cima da mesa de pedra a caixa
Gelado por todo o corpo mesmo submersa continua a cair como de um penhasco a baixo, sente como por dentro de algo molhado, viscoso, gelado e sujo, muito sujo, continua cair até sentir sua perna esquerda sair por baixo, como se ja estive chegado ao fim, sua perna sente o vento abaixo, sem conseguir respirar continua a se mexer para baixo para libertar, com a outra perna chuta pelo o mesmo rasgo que a outra perna e ao rasgar como uma pele fina desce o resto e só então sentada no chão observa que estava aprofundada em lama, a mesma lama estranha que sonhou, ao olhar para cima nota que a onde estava dentro da lama era uma verdadeira pele, que há veias e se remexia como um orgão vivo, ela sentada ao chão, em volta não há paredes apenas um céu estranho com cores verdes e roxas, ela se vê em uma plataforma no ar, mas nota agora em volta dela que há homens, todos sorriem, fitão-a, confusa e sonol
Após uma leve turbulencia, as aero moças voltaram a circular dentro do avião, o piloto alerta para que todos os passageiros verifiquem os cintos de segurança e observem pelas janelas, o procedimento padrão em viagens aéreas, Ricardo vê sua esposa acordando e observando o resto da paisagem antes que pousassem, ele prefere prestar atenção ao semblante delicado, os cabelos longos, ondulados e escuros como a noite que abraça a abóbada celeste, uma mulher jovem de trinta e dois anos, sempre se veste com roupas confortáveis e elegantes, em seguida ela vira para ele com um sorriso e lhe dizendo enquanto arrumava o cabelo. - Finalmente chegamos, foi muito bom, mas saudades de casa, não é? – E ele responde com convicção. - Com toda certeza meu amor, foi lindo, mas tenho a saudade do cotidiano. Depois que o avião pousou, a longa fila para saída e a dificuldade para pegar as malas na esteira, no colo tinha apenas a bolsa pessoal de braço de Júlia, e acima no bagageiro d