No outro dia, Julia acorda cedo e ora ajoelhada antes do sol nascer em seu quarto antes de sair para trabalhar, Ricardo se levanta e acorda as crianças para tomarem café, ele diz que ele pode levar as crianças até a escola, ela agradece se despede e sai para o trabalho mais cedo.
Ao final do dia, Júlia está chegando em casa depois de um dia quente e cansativo, as nuvens se amontoavam e o vento ficava mais forte e os cabelos negros dela se bagunçam ao vento enquanto saia do carro e caminhava até sua casa, algo desperta sua atenção, a casa está apagada e as janelas fechadas, ao passar pela porta, tudo está apagado menos a lâmpada da escada, ao entrar sente um receio e ela chama.
- Amor, acenda as luzes por favor, você sabe que odeio ficar no escuro, espero que não seja uma brincadeira.
Ninguém responde, ela então caminha até o interruptor da sala, começa a ouvir grunhidos, como se alguém tentasse falar, mas ao se aproximar do canto da sala, atrás do sofá seus filhos Lucas e Priscila estão amordaçados e amarrados, eles estavam tentando chamar atenção de sua mãe, com as lágrimas escorrendo ela partiu em direção a eles e os liberta.
- Meus filhos, quem fez isso com vocês? Onde está seu pai?
Lucas olha para sua irmã primeiro e depois diz.
- Foi o pai que fez isso!
Espantada no meio do choro, Júlia pede para repetir.
- O papai foi quem nos amarrou, ele disse que seria a única forma de não encontrarem a gente.
Júlia começa a tentar falar, mas o soluço a interrompe muitas vezes e antes de qualquer reação Ricardo está descendo as escadas em desespero, ao descer e a ver diz a sua esposa.
- Meu amor você chegou, que bom achei que você tinha sido pega.
Ao ver seus filhos de pé e atrás de Júlia com medo nos olhos, ele volta a dizer a ela com a voz mais grossa.
- Por que você soltou as crianças?
Júlia entristecida, mas ao ver Ricardo se enfurece.
- Mas o que é isso, é melhor você me explicar direito o que foi isso, amarrando nossos filhos como se fossem criminosos.
- Você tem que falar baixo, ou eles irão te ouvir.
- O que está acontecendo com você, isso não faz sentido é alguma brincadeira?
Ricardo olha para os lados, nota que há uma cortina aberta, ele a fecha, se aproxima dela e fala muito baixo para que apenas ela pudesse ouvir.
- Estão nos vigiando.
- Mas quem?
Julia diz em tom incontestada e volta a dizer. – E mesmo assim por que amarrou nossos filhos?
- Fale baixo, eles podem ouvir.
- Olha aqui.
Furiosa Julia continua a dizer ainda mais alto.
- Você está parecendo um maluco, por que está dizendo essas coisas? ninguém está por aqui!
- Eu amarrei eles, pois só assim não seriam mortos, as crianças fazem barulho demais.
- Ah então é assim, vai amarrar quando fizerem barulho, me diz logo o por que de tudo isso, eu quero saber.
Ricardo está vigiando no vão da cortina enquanto fala.
- Não é necessário agora e aliás você não pode fazer nada.
- Chega disso, já perdeu a graça agora, parou.
Ele sem dizer nada, corre escada acima e são ouvidos móveis sendo arrastados, ela então leva seus filhos ao sofá e os abraça, todos chorando de medo, logo com os passos dele se aproximando, as crianças abraçadas em sua mãe chorando novamente com o medo do pai delas. Júlia não aguentava mais, a raiva estava estampada em seu rosto.
- Sai da minha casa, anda saia!!
Ricardo fica surpreso, com essa reação e fala manso.
- Júlia você sabe que isso não é brincadeira, estamos em perigo!
- Perigo? pelo jeito só enquanto você estiver aqui dentro! eu não sei o que você anda pensando ou o que está usando para agir assim, mas saia agora.
-Não posso fazer isso, se eu sair desta casa acabou para mim.
Todos estavam na sala, Júlia ajoelhada com as crianças tomada pelo ódio se levanta gritando
- Saia agora!!
Ela abre a porta da sala, ele olha diretamente para fora e se arrepia com a abertura da casa, e corre como um rato para cima e bate a porta do seu quarto, Júlia sai pela a porta e vê a rua, os vizinhos e algumas crianças jogando futebol, alguns olham para ela, Julia puxa a maçaneta e a fecha.
Sobe as escadas e bate na porta de seu quarto, começa a gritar enquanto chora já quase sem forças.
- Ricardo vai embora logo!, o que você tem em? Por favor pare.
Nada é respondido, Júlia desce novamente para a sala, ao entrar uma luz forte se apaga no mesmo instante, as crianças estão no sofá segurando uma caixa e olhando profundamente, a mesma caixa que viu nas mãos de Ricardo.
- Ei não mexam nisso.
Com um certo receio ela se aproxima, elas fecham a caixa, sua mãe pega e olha a caixa por fora e a guarda em cima da estante, as crianças pareciam tontas, mas ainda assustadas pelas atitudes do pai, e Priscila tremendo a pergunta.
- Mãe o que aconteceu com o papai? ele está se drogando ou algo assim?
Júlia chega perto das crianças, fita os dois com segurança para responder.
- Filha eu queria poder dar uma resposta simples a vocês, mas eu não sei e acho melhor amanhã nós irmos viajar ok? Será melhor!
Os dois não respondem, mas acenam com a cabeça, logo ela pega algumas cobertas e travesseiros e coloca no sofá da sala.
- Hoje vamos dormir aqui, depois a mamãe vai trazer um médico para o papai.
Júlia pensa em deixar seus filhos a salvo, mas agora precisam descansar, o medo dele descer as escadas ainda reside, mas o sono tende a chegar.
Na manhã seguinte o vento do sul passa pela cidade, os fios se bagunçam ao vento e Júlia está organizando as malas de seus filhos, para levá-los a casa de sua mãe, Lucas e Priscila estão comendo na mesa, mas Priscila está comendo demais, ela se aproxima para corrigir.- Minha querida não coma tanto, se lembra?- Ah mãe, hoje eu acordei com tanta fome, só mais um pouco.- Tá bem, mas vai logo, temos que ir rápido.Júlia ao se virar se depara com Ricardo.- Malas? Aonde vão?Julia olha para as crianças e volta a ele dizendo.- Olha não se preocupe, elas irão apenas ficar fora por alguns dias.Ricardo não fica nada contente e sua expressão é de medo.- Lá não será seguro, devemos ficar aqui, comigo eles estarão bem e salvos.Ela avan&ccedi
Júlia acorda com algo viscoso e quente em seu peito, assustada com o que pudesse ser isso, coloca as mãos em cima e estava bem quente e fedia demais, ao tocar em sua filha que estava dormindo com a cabeça em cima dela, estava da mesma forma, suja e sua boca estava o mesmo viscoso e um forte cheiro fétido, antes de ligar a luz, Júlia já sabia que sua filha havia vomitado, e assim com a luz revelando que assim como ela sua filha também encharcada e suja de vômito, estavam as cobertas, tapete e o chão. Júlia estranhava, era uma quantidade grande e de muita comida remoída, a primeira coisa que faz é acordar sua filha, que desperta com medo e dores na barriga, ela explica a Priscila que tinha vomitado em tudo enquanto dormia, diz sua filha que não acordou enquanto fazia isso, Júlia desce as escadas para pegar um balde e uma toalha, enquanto estava limpando o vomito que tinha escorrido ao ch&a
Chegando no consultório, é uma casa a moda antiga com apenas uma placa prateada com os dizeres, Instituto Morais, todo o resto é pintado de branco e detalhes em relevo feito em gesso e com um lago bem na entrada, não há portões apenas a porta, ao entrar é recebida por uma recepcionista.- Pois não, boa tarde! marcou um horário?Desorientada e não conseguindo fixar o olhar para a recepcionista.- Bem, não, mas preciso mesmo falar com a doutora Alessandra!- Desculpe, mas não pode vir sem marcar hora, terei que pedir para marcar uma hora por telefone e assim poderá falar com ela.- Não irei!Julia grita, com a moça, na mesma hora muitos funcionários param e a observam e para diminuir a preocupação dos que envolta a olham.- Desculpe, eu não precisava gritar, mas eu preciso da ajuda dela, ela é
O dia nasce com fortes raios de sol, que entram pela janela e desperta Júlia, ela se levanta espreguiçando, se sente bem melhor, precisava descansar já tinha mais de dois dias sem deitar a cabeça direito, tudo estava sujo o chão e as paredes empoeiradas por tudo o que Ricardo tinha pregado nas paredes, Júlia do sofá se levantou para tomar café, ao terminar conferiu a hora e então notou que seus filhos não tinham descido para comer e grita o nome deles, mas nada é respondido, o medo do que Ricardo poderia ter feito durante a noite.- Aquele desgraçado, por que eu não tranquei a porta do meu quarto.Começa a subir as escadas e primeiramente vai até o seu quarto, e além da bagunça e sujeira, nada e nem ninguém, isso a faz ficar mais assustada e corre para o quarto de sua filha que fica ao lado, empurra a porta e Priscila está enlame
Três dias se passaram, a casa estava mais controlada, Julia ainda estranhava seus filhos terem melhorado derrepente, mas Ricardo não havia voltado para casa ainda, ela aprontava algumas malas para levar seus filhos para a casa de sua mãe, Lucas estava terminando uma tigela de cereais.- Filho, está pronto para ir?- Meu filho, vamos será melhor vocês ficarem por lá, até isso acabar.Ele não muito contente, mas limpa a mesa e aceita.- Ei leve isso no carro para a mamãe.Julia entrega uma mochila cheia de roupas para seu filho e Priscila o ajuda, contrária da decisão de ficar em sua vó a diz enquanto coloca as coisas no carro.- Mãe por que temos que ficar na vovó de novo, aliás estamos querendo achar o papai também.- Filha, encontrar seu pai é meu papel, vocês dois precisam ficar bem, para que assim eu pos
Em pouco menos de uma hora, o caminho que Douglas foi instruído se aproximava do fim, de baixo do horizonte apresentavam algumas casas, ao chegarem mais perto o asfalto era escasso, o pouco que se tinha estava coberto por terra e areia, uma cidade um pouco afastada das outras e muito diferente de campinas, depois de parar o carro um pouco afastado das casas, olham em volta e nada alem dessa cidade, então os dois descem, Douglas confere os bolsos antes de sair e tranca o carro.- É Júlia, melhor pararmos antes, não acredito que tenha qualquer policiamento nesta vila, olhe para isso.- Claro, é melhor garantirmos uma distância com o carro pelo menos.Douglas ao lado dela, os dois caminham até mais próximo da entrada da cidade e adentram as ruas, eles veem casas pequenas e algumas feitas em barro a mão, todas muito cinzentas e marrons, logo mais a frente algumas ocas de formatos indígenas,
O escaldante caminho de volta é longo e cansativo param apenas uma vez para abastecer e comerem, mesmo assustados com tudo o que viram na cidade, tentam manter o bom humor durante a viagem de volta e tentam manter conversas passageiras e simplórias, passam por uma pequena garoa entre um pedagio e outro, entre a estrada e as monstanhas colossais ao lado esquerdo um arco-iris se forma, mesmo ela com a cabeça tão dolorida de pensar, Julia sabe que verá os filhos assim que chegar em casa, mas não pode evitar o medo de que tenham tido os sintomas novamente.O trânsito foi leve na volta, o céu alaranjado e uma leve brisa balançava aos poucos as pipas que os meninos e meninas nas ruas tentavam por vezes empinas, era o inicio do dia com o sol a raiar, Douglas estaciona em frente a casa de Júlia, algumas crianças brincavam ali na rua, um grupo de garotos jogavam futebol e outros empinavam suas pipas nos c&eacu
Acordando apenas às nove horas da manhã, um dia quente, com o sol forte pela manhã, ao descer as escadas antes de ir tomar café da manhã, vê que o chão e toda a cozinha estava suja, enquanto ainda estava limpando a cozinha, ao terminar de lavar louça apanhou o saco de lixo da cozinha e leva até lá fora e ao sair encontra seu filho se contorcer no chão, ela solta tudo, deixando o lixo cair ao chão e se espalhar, sujando a entrada da casa, corre para acudir seu filho, ao pegar ele no colo, sente o corpo muito mole e o leva para dentro, ela então começa a afastar as coisas e deixa a porta aberta para que ele não se assustasse na hora que acorda-se.- Meu filho o que foi, acorde por favor, me diga o que sente.Ele melhora de repente, se levanta muito agitado e fecha a porta, suspirando e tremendo uma das pernas ainda, sua mãe fica assustada, pois ele teve uma rea&