Em pouco menos de uma hora, o caminho que Douglas foi instruído se aproximava do fim, de baixo do horizonte apresentavam algumas casas, ao chegarem mais perto o asfalto era escasso, o pouco que se tinha estava coberto por terra e areia, uma cidade um pouco afastada das outras e muito diferente de campinas, depois de parar o carro um pouco afastado das casas, olham em volta e nada alem dessa cidade, então os dois descem, Douglas confere os bolsos antes de sair e tranca o carro.
- É Júlia, melhor pararmos antes, não acredito que tenha qualquer policiamento nesta vila, olhe para isso.
- Claro, é melhor garantirmos uma distância com o carro pelo menos.
Douglas ao lado dela, os dois caminham até mais próximo da entrada da cidade e adentram as ruas, eles veem casas pequenas e algumas feitas em barro a mão, todas muito cinzentas e marrons, logo mais a frente algumas ocas de formatos indígenas,
O escaldante caminho de volta é longo e cansativo param apenas uma vez para abastecer e comerem, mesmo assustados com tudo o que viram na cidade, tentam manter o bom humor durante a viagem de volta e tentam manter conversas passageiras e simplórias, passam por uma pequena garoa entre um pedagio e outro, entre a estrada e as monstanhas colossais ao lado esquerdo um arco-iris se forma, mesmo ela com a cabeça tão dolorida de pensar, Julia sabe que verá os filhos assim que chegar em casa, mas não pode evitar o medo de que tenham tido os sintomas novamente.O trânsito foi leve na volta, o céu alaranjado e uma leve brisa balançava aos poucos as pipas que os meninos e meninas nas ruas tentavam por vezes empinas, era o inicio do dia com o sol a raiar, Douglas estaciona em frente a casa de Júlia, algumas crianças brincavam ali na rua, um grupo de garotos jogavam futebol e outros empinavam suas pipas nos c&eacu
Acordando apenas às nove horas da manhã, um dia quente, com o sol forte pela manhã, ao descer as escadas antes de ir tomar café da manhã, vê que o chão e toda a cozinha estava suja, enquanto ainda estava limpando a cozinha, ao terminar de lavar louça apanhou o saco de lixo da cozinha e leva até lá fora e ao sair encontra seu filho se contorcer no chão, ela solta tudo, deixando o lixo cair ao chão e se espalhar, sujando a entrada da casa, corre para acudir seu filho, ao pegar ele no colo, sente o corpo muito mole e o leva para dentro, ela então começa a afastar as coisas e deixa a porta aberta para que ele não se assustasse na hora que acorda-se.- Meu filho o que foi, acorde por favor, me diga o que sente.Ele melhora de repente, se levanta muito agitado e fecha a porta, suspirando e tremendo uma das pernas ainda, sua mãe fica assustada, pois ele teve uma rea&
Ao acordar bem, como a muito tempo não fazia, depois de ir ao banheiro confere o celular e vê que mais e mais chamadas foram feitas, todas relacionadas ao trabalho, ela sabe que mesmo com tudo isso, teria que ir hoje explicar na escola o que está acontecendo, diz para seus filhos se arrumarem para que fossem com ela, Lucas parecia meio cansado enquanto sua irmã estava cheia de energia mesmo com o corpo magro e os braços finos, trancaram toda a casa e saíram para a escola o caminho não era longo, mas isso não impede que todos se sintam felizes, todos os dias mantidos em casa e agora podendo sair para locais limitados os deixam com saudade da velha escola.Ao chegarem na escola Osaque Bandeiras, uma grande instituição de ensino, muito renomada por seu campo de futebol em tamanho oficial e a banda da escola que todos os anos faz uma apresentação de natal em frente a prefeitura, a escola &eac
Acordada com o barulho de uma enfermeira que havia derramado uma caixa de suco no chão, estava desorientada, havia dormido demais, mas ao olhar a hora ficou assustada já passava das nove e havia apagado ali na sala de espera, dormiu sobre as cadeiras, se levantou rápido e atravessou as portas e logo uma das enfermeiras a reconhece e tenta a acalmar.- Calma mãe! Não precisa correr.- Calma? Onde está Priscila? Onde esta minha filha?Estava desesperada, não se lembrava de para onde sua filha tinha ido, a enfermeira parecia acostumada com essas atitudes e tenta acalma-la.- Se acalme senhora Julia, sua filha está bem, ela iniciou psicoterapia, mas ao chegar em casa precisa fazer uma reabilitação nutricional e farmaco terapia com anti- depressivo.- Obrigada mesmo , não sei como agradecer. Julia ficou muito feliz com a notícia a ponto de a abraçar
No outro dia bem cedo, as estrelas jogadas no tecido da noite que brilham intensamente, esperando o sol as ofuscar, Julia acordou no meio da noite e se lembrou que deveria ligar novamente a doutora Alessandra.- Mesmo com a melhora das crianças nos últimos dias tudo deveria melhorar ainda mais com uma profissional para nos fortificar como familia.Acabou ficando acordada o resto da noite até amanhecer e a luz que tocava sua pele chegava queimar levemente, momentos depois de cuidar dos filhos, notou que Lucas estava bem melhor, não sentia medo das coisas a sua volta, agia como uma criança normal e agia como antes, Priscila comia bem e continuava com sua medicação controlada, mas ela ainda parecia mais magra, sua mãe não menciona sobre para não a desencorajar ou amedrontar, então a diz para cuidar de Lucas pois precisava sair agora.Quando se aproxima para entrar no carro, nota m
Subindo as escadas que pareciam levar a uma sala de segurança e do controle de câmeras, não tinha ninguém, para ela isso era um alívio, nua se sente ainda mais indefesa, Julia fica mais do que feliz, aquele lugar fedido e largado com manchas de café no chão e na mesa, uma mesa cheia de botões para selecionar quais cameras olhar, dois aparelhos telefone, ao pegar e colocar nos ouvidos não tinham linha, encontra em um cabide pregado uma farda de segurança completa desde botas, calças, camisa e jaqueta, ela veste tudo com tanto gosto agora protegida do frio e usando roupas, eram bem grandes para ela, só que agora não seria momento para reclamar tamanho de roupa.Sabe que deveria sair dali, a saída não era muito difícil, mas precisaria de chaves, para passar pelo portão e em pouco tempo procurando encontra jogado um molho de chaves em uma das mesas no mesmo escrit
Enquanto continuava seu banho pensava e repensava cada segundo do que aconteceu, Julia não sabia se tinha mesmo acontecido tudo aquilo ou apenas em sua mente, ao terminar o banho nota pegadas ali dentro, pegadas de barro, com aquele fato levanta um dos pés para olhar a sola, avermelhado e marrom são as cores que escorriam da tez branca e enrugada dos pés, suas unhas sujas como se tivesse trabalhado na terra por horas, volta ao banho chorando e se limpa com força para que cada detrito saia dela, satisfeita volta ao quarto para se vestir e descer para o jantar.Nas escadas o cheiro de frango cozido disparam em suas narinas, fazendo a salivar, as crianças sentadas na mesa esperando pela mãe.- Vem mãe, vem comer.Apenas acenando se aproxima e senta na cadeira, sua filha coloca um prato à frente de sua mãe, com os talheres ao lado, Julia fica mais do que feliz, no prato arroz, feijão e fran
A luz é ainda maior agora no interior do quarto, fazendo acordar facilmente Júlia e sua filha, as duas deitadas no tapete ao lado da cama, Lucas de olhos fechados, sua mãe fala com ele e o chama pelo nome, mas nada ele responde e continua adormecido, ela chama sua filha que ainda estava sentada no tapete.- Ontem foi um choque tudo isso, mas precisamos falar sobre.- O que mãe, eu não fiz nada, eu apenas estava lendo a história e aí de repente!- Priscila, o que foi que estava acontecendo neste quarto? O que eram aquelas coisas que estava dizendo?- Mas mãe eu não me lembro de nada eu apenas fiquei adormecida.- Minha filha você não me parecia adormecida.- Mãe eu não sei tá legal, o que eu sinto era algo bom, eu apenas repetia essa sensação, me fazia esquecer as coisas que eu vi, as coisas que eu vejo em meus sonhos.- Por q