Acordada com o barulho de uma enfermeira que havia derramado uma caixa de suco no chão, estava desorientada, havia dormido demais, mas ao olhar a hora ficou assustada já passava das nove e havia apagado ali na sala de espera, dormiu sobre as cadeiras, se levantou rápido e atravessou as portas e logo uma das enfermeiras a reconhece e tenta a acalmar.
- Calma mãe! Não precisa correr.
- Calma? Onde está Priscila? Onde esta minha filha?
Estava desesperada, não se lembrava de para onde sua filha tinha ido, a enfermeira parecia acostumada com essas atitudes e tenta acalma-la.
- Se acalme senhora Julia, sua filha está bem, ela iniciou psicoterapia, mas ao chegar em casa precisa fazer uma reabilitação nutricional e farmaco terapia com anti- depressivo.
- Obrigada mesmo , não sei como agradecer.
Julia ficou muito feliz com a notícia a ponto de a abraçar
No outro dia bem cedo, as estrelas jogadas no tecido da noite que brilham intensamente, esperando o sol as ofuscar, Julia acordou no meio da noite e se lembrou que deveria ligar novamente a doutora Alessandra.- Mesmo com a melhora das crianças nos últimos dias tudo deveria melhorar ainda mais com uma profissional para nos fortificar como familia.Acabou ficando acordada o resto da noite até amanhecer e a luz que tocava sua pele chegava queimar levemente, momentos depois de cuidar dos filhos, notou que Lucas estava bem melhor, não sentia medo das coisas a sua volta, agia como uma criança normal e agia como antes, Priscila comia bem e continuava com sua medicação controlada, mas ela ainda parecia mais magra, sua mãe não menciona sobre para não a desencorajar ou amedrontar, então a diz para cuidar de Lucas pois precisava sair agora.Quando se aproxima para entrar no carro, nota m
Subindo as escadas que pareciam levar a uma sala de segurança e do controle de câmeras, não tinha ninguém, para ela isso era um alívio, nua se sente ainda mais indefesa, Julia fica mais do que feliz, aquele lugar fedido e largado com manchas de café no chão e na mesa, uma mesa cheia de botões para selecionar quais cameras olhar, dois aparelhos telefone, ao pegar e colocar nos ouvidos não tinham linha, encontra em um cabide pregado uma farda de segurança completa desde botas, calças, camisa e jaqueta, ela veste tudo com tanto gosto agora protegida do frio e usando roupas, eram bem grandes para ela, só que agora não seria momento para reclamar tamanho de roupa.Sabe que deveria sair dali, a saída não era muito difícil, mas precisaria de chaves, para passar pelo portão e em pouco tempo procurando encontra jogado um molho de chaves em uma das mesas no mesmo escrit
Enquanto continuava seu banho pensava e repensava cada segundo do que aconteceu, Julia não sabia se tinha mesmo acontecido tudo aquilo ou apenas em sua mente, ao terminar o banho nota pegadas ali dentro, pegadas de barro, com aquele fato levanta um dos pés para olhar a sola, avermelhado e marrom são as cores que escorriam da tez branca e enrugada dos pés, suas unhas sujas como se tivesse trabalhado na terra por horas, volta ao banho chorando e se limpa com força para que cada detrito saia dela, satisfeita volta ao quarto para se vestir e descer para o jantar.Nas escadas o cheiro de frango cozido disparam em suas narinas, fazendo a salivar, as crianças sentadas na mesa esperando pela mãe.- Vem mãe, vem comer.Apenas acenando se aproxima e senta na cadeira, sua filha coloca um prato à frente de sua mãe, com os talheres ao lado, Julia fica mais do que feliz, no prato arroz, feijão e fran
A luz é ainda maior agora no interior do quarto, fazendo acordar facilmente Júlia e sua filha, as duas deitadas no tapete ao lado da cama, Lucas de olhos fechados, sua mãe fala com ele e o chama pelo nome, mas nada ele responde e continua adormecido, ela chama sua filha que ainda estava sentada no tapete.- Ontem foi um choque tudo isso, mas precisamos falar sobre.- O que mãe, eu não fiz nada, eu apenas estava lendo a história e aí de repente!- Priscila, o que foi que estava acontecendo neste quarto? O que eram aquelas coisas que estava dizendo?- Mas mãe eu não me lembro de nada eu apenas fiquei adormecida.- Minha filha você não me parecia adormecida.- Mãe eu não sei tá legal, o que eu sinto era algo bom, eu apenas repetia essa sensação, me fazia esquecer as coisas que eu vi, as coisas que eu vejo em meus sonhos.- Por q
Com a lua no céu, sente se iniciar aos poucos uma dor de cabeça, a fazendo franzir o rosto e deixando os olhos cerrados, mas em poucos segundos seus olhos retornam ao normal e algo chama sua atenção, a única parte do quarto iluminada, a luz do luar que entra pela janela ilumina a parede ao lado da cama, a mesma parede com os símbolos e dizeres ininteligíveis, mas o que chama sua atenção é que em volta desta parede agora há diversos outros símbolos desenhados, em maior quantidade, mais do que a última vez que olhou, estes agora tem texturas mais grossas e acabamentos mais violentos.As dores de cabeça agora aumentam levemente não conseguindo se manter de pé, a forçando procurar por remédios no banheiro, revira os pequenos armários do lavatório, mas nada encontra, então decidi por ir até o banheiro do corredor, enquanto caminh
O caminho de volta parecia não acabar, muito nervosa errou por muitas vezes as ruas e freiou bruscamente quase acertando outros carros e atravessando muitas vezes o farol vermelho e arriscando a vida de pedestres, até chegar em sua residência. Todos que estavam ali brincando na rua, já haviam se recolhido, mas Julia fica assustada novamente com outra coisa de lhe tirar o fôlego, ao parar em frente a sua casa, tudo estava apagado, mesmo que lembrasse de ter deixado as luzes acesas dos quartos.Ao sair do carro se aproximou com medo ao tentar destrancar a porta, mas estava aberta e abriu com facilmente sem girar a maçaneta..- Está arrombada, mas de dentro pra fora, Meus filhos tentaram fugir?Com tantas dúvidas e sua dor de cabeça ainda com mais pontadas, empurra devagar a porta, por alguns segundos o silêncio e a escuridão dominam sua atenção, a casa parecia nã
Tantas lágrimas secaram antes que pudesse saber para onde seus filhos foram, a essa hora já havia revirado cada colchão, puxado cada armário e olhado a cada centímetro dos bairros em volta, muitas vezes desligou uma chamada à polícia pois não poderia explicar os fatos, pensariam que estivesse louca, não comeu por dias, desesperada pelas respostas que não poderia alcançar, se permanecia a passear entre os quartos as escuras.Deitava-se nas camas de seus filhos para com as lágrimas sofrer, encostada a janéla observava a família do vizinho do outro lado da rua, onde duas crianças brincavam com bexigas d’água e o pai delas brincava junto a elas, todos rindo alto, logo a mãe das crianças usando um avental os chama para comer, depressa elas obedecem entrando aos pulos, o marido dela se aproxima e ela dá a ele o avental, se beijam e se despedindo
Júlia sentada na cama, de frente ao detetive desacordado, que logo desperta e devagar observa a criatura com atenção ao seu lado, então entra no quarto e com muito medo pergunta a Júlia.- O que é isso?Ele se surpreende com a atitude de Júlia que estava vislumbrando a luz âmbar do sol da tarde e a ele responde muito intediada.- Eu não sei, mas talvez já tenha sido meu marido.- Surpreso com a revelação ele olha de volta para o corpo no corredor e volta a ela.- Este é o seu marido? Aquele que me pediu para procurar?- Ele não era assim, eu não sabia que algo assim existia.Douglas ouvia o que ela dizia, mas não parava de olhar em volta e de sua testa escorria suor, Júlia por ver seu desespero volta a dizer a ele.- Detetive, você não está bem, sente-se, eu sei que não será f&a