Estava difícil lidar com a ideia de que não o veria mais nos fins de semanas que Brandon ia visitar o filho.Embora estivessem numa luxuosa casa de veraneio em Capri, numa ilha no Golfo de Nápoles, Emma mal não sentiu vontade de sair para conhecer as belas paisagens acidentadas ou até mesmo de ir ao centro de compras.Por vezes, ela só ficava ao lado do filho e sempre estava atenta aos sites de notícias.Havia uma bolsa em torno de seus olhos inchados. Na maioria dos dias, ela não queria comer, apenas chorava.Certa manhã, Emma se sentou na poltrona ao lado do berço.Os olhos azuis do bebê se concentravam nos coloridos bichinhos do mobile giratório.— Você precisa descansar, minha filha! — Noemi a advertiu no momento que lhe entregou uma xícara com chá de camomila — Há dias que você não dorme.Emma continuou calada. Sempre que pegava no sono, ela sonhava com Brandon. Enquanto dormia, o subconsciente tratava de evocar as recordações dos eventos que antecederam o divórcio.Ela devia esta
— O Brandon vai querer ver a Emma… — Isabella falou ao pegar a bolsa. — O meu filho continua magoado com aquela mulher. — Celine assegurou. — E se Emma for procurar por ele? — Eu já avisei para não passarem nenhuma informação para ela. Isabella respirou aliviada, mas continuava com receio de que Brandon se irritasse quando visse a notícia sobre o noivado na mídia. — Vamos, logo! O piloto já está nos aguardando no hangar. — Espere um minuto, preciso usar o toalete. — Não demore! — Impaciente, Celine retrucou. Assim que trancou a porta do lavabo, Isabella tirou o celular da bolsa e ligou para a sua fiel assistente. — Envie o contato da sua prima que trabalha naquele hospital de Miami onde o meu noivo está internado. — Sussurrou Isabella. — Sim, preciso de mais notícias sobre o Brandon. Batidas na porta apressaram-na. Isabella encerrou a chamada e jogou o iPhone na bolsa. — Vamos! — Celine falou do outro lado. — Estou pronta, — esboçando um sorriso, Isabella saiu
Emma continuou chutando e socando o ar no banco carona do carro, enquanto o homem tapava a sua boca com firmeza. — Acalme-se, querida! — pediu em um tom sereno. Emma reconheceu a voz antes mesmo de ver o rosto da mulher. Ela fitou a elegante mulher. — Solte ela! — ordenou Gustava quando o carro começou a andar. O homem liberou Emma, que se ajeitou no banco, o coração ainda batia acelerado e a sua respiração continuava entrecortada. Seus olhos vasculharam em volta para entender a situação. De um lado, havia um brutamontes e de outro, a sócia de Brandon. — Pare esse carro agora! — Emma gritou, mas o motorista do carro apenas olhou pelo retrovisor para Gustava, que negou com a cabeça e então, ele continuou a dirigir. — Quero te ajudar! — disse Gustava. Em questão de segundos, recordou-se daquela mulher e da sua relação com o seu ex-marido. — Você sempre foi contra o nosso casamento e insistia para que ele me demitisse da livraria. Por que você quer me ajudar agora? — As coisas m
O hospital Jackson Memorial era o único centro de traumatologia adulto e pediátrico em Miami. Celine conversava com a médica que cuidava de Brandon e ouvia sobre o estado de saúde de seu filho. Em uma cafeteria longe do hospital, Isabella estava sentada combinando tudo com a enfermeira que estava no setor de trauma adulto onde estava internado. — A sua prima falou bem de você! — Isabella esboçou um sorriso refreado. — Ela recomendou bastante o seu trabalho e no momento, quero que você continue cuidando do meu noivo. — Claro, — respondeu em meio ao sorriso. — Como está o meu noivo? — O senhor Zucconi despertou, mas tivemos que aplicar um calmante — informou a enfermeira Karen. — Ele estava chamando o nome de uma tal de Emma, — teceu o comentário antes de bebericar um gole do café. Um nó no estômago se formou quando Isabella sentiu um ligeiro desconforto. — Karen, preciso que você continue dando a mesma medicação ao meu noivo, — disse Isabella com secura. Pondo o enve
Emma continuava atrás da enorme pilastra, os pensamentos disparados como um tornado. A sua respiração irregular parecia ecoar pelo grande corredor do hospital. Sobressaltada, ela segurou o filho com força ao ver a Doutora Mancini se aproximar.— Está tudo bem? — A voz da médica era serena, mas surpreendeu Emma, que retrocedeu alguns passos.— Ah, você fala o meu idioma, — Emma tentou disfarçar o nervosismo com um sorriso forçado.— Sim. — A médica sorriu de volta, em um gesto acolhedor. — Você é a ex do senhor Zucconi?Emma engoliu em seco após assentir com um movimento de cabeça.— Não se preocupe, a mãe do senhor Zucconi voltou para o hotel, — a voz mansa da doutora era como um bálsamo para sua mente inquieta.Uma onda de alívio percorreu o seu corpo. O nó em seu estômago desfez-se ligeiramente. Ela respirou fundo, buscando coragem.— Posso ver o Brandon por alguns minutos? — Emma indagou em voz baixa. — Brandon não foi apenas meu marido, mas um grande amigo que esteve ao meu lado n
— Eu permiti, senhorita Bolena! — A doutora admitiu.— Por que fez isso? — A fúria de Isabella focou na médica. — Ela é a ex e trouxe o filho dele… achei que a presença do filho pudesse auxiliá-lo na recuperação.— O Brandon não pode se estressar. Essa mulher deu o golpe da barriga no meu noivo e ele nem mesmo sabe se o filho é realmente dele. — As palavras estavam cheias de veneno.— O Brandon é o pai do meu filho e ele mesmo assumiu isso para todos. — Emma garantiu.— Não foi o que ele me disse alguns dias antes do acidente.— É mentira! — Emma se recusou a acreditar.— Pouco antes da viagem, ele fez um exame de paternidade… — Olhando para o bebê, Isabella rebateu.— Por favor, discutam sobre isso longe do meu paciente. — A médica falou. — Acabei de chegar para ver meu noivo.— Saiam, por gentileza! — A doutora Mancini abriu a porta.Segurando o filho com cuidado, Emma se retirou. Marco endireitou os ombros ao ver a mulher com o herdeiro Zucconi.De longe, os olhos de Isabella fuz
No transcorrer dos dias, Emma fazia caminhadas pela areia da praia durante as manhãs. Ela sempre levava Lucca, pois ainda estava desconfiada da senhora Gambino. Certo dia, Emma fez uma chamada de vídeo com a mãe. Ela mostrava a beleza da famosa Miami Beach e a alegria do netinho ao pôr os pezinhos na água salgada pela primeira vez. Em algum momento, Emma expressou a vontade de voltar para casa. Já tinha tentado visitar Brandon outras vezes, mas depois da última vez que o viu, ela descobriu que havia uma ordem de restrição. Por mais que tentasse, Emma mal conseguia passar da recepção do hospital. — Melhor você voltar para casa, minha filha! — Noemi aconselhou. — Quando Brandon estiver na Itália, você poderá conversar com ele. — O voo está marcado para as 9 da manhã — disse Emma, desolada. — Vou te buscar no aeroporto. Emma concordou com a cabeça. Depois de tudo o que Gustava falou, ela achou melhor não aceitar mais ajuda daquela mulher. Após encerrar a chamada, Emma fe
Após fechar a pequena livraria, Emma correu para o salão de beleza do centro da cidade. Assim que chegou, ela foi recebida pela cabeleireira que logo começou a escovar os longos cabelos castanhos, deixando-os sedosos e brilhantes. Ao mesmo tempo, a manicure tratava de suas unhas, cuidando para cada detalhe ficar perfeito. Enquanto Emma desfrutava desse tratamento de beleza, um maquiador profissional, renomado na região, se aproximou. Ele realçou seus traços delicados com toques sutis, dando um viço ao seu rosto e fazendo seus olhos castanhos brilharem ainda mais. Quando ela finalmente se olhou no espelho, ficou extasiada com seu novo visual. Nunca tinha se produzido tanto como naquele fim de tarde. Era como se visse uma versão nova de si mesma, uma mulher confiante e radiante, pronta para reconquistar o pai de seu filho. Às cinco da tarde, Emma já estava dentro de seu Citroën, dirigindo de volta para casa. No caminho, ela ligou para mãe do carro. — Oi, Emma, está tudo bem?