Suspirei, irritado por ver que ela havia deixado a porta aberta novamente, me agachei paa pegar as duas notas de despejo do chão, guardei-as junto com as chaves no bolso e empurrei a maçaneta. O apartamento dela cheirava a morango, baunilha, tão suculenta, minha boca saliva apenas de imaginar degustar tal sabor.
Tirei meus sapatos e chamei Batman estalando a língua, o grande gato rajado não apareceu, ele deveria estar profanando a cama dela, satisfeito de ter seu amor e devoção. Liguei a luz da cozinha sem medo, Kess tinha um sono tão profundo que eu poderia fazer uma vitamina de banana agora mesmo deixando o liquidificador na potência máxima e ela não acordaria, as pílulas que Kess tomava dopariam um cavalo.
Guardei algumas coisas que ela havia esquecido em cima da mesa dentro da geladeira, enchi os dois jarros com água também, deixados na prateleira sem uma gota d’água. inspirei mais uma vez o cheiro dela, todo o lugar cheirava a sobremesas, incluindo os jarros de água. Tirei também sua garrafa preta, de dentro da bolsa pendurada na cadeira, a água que coloquei na garrafa de mão, ontem, continuava intocada. Me irritava que Kess não cuidasse da própria saúde, e o fato de eu estar andando livremente em seu apartamento Deixava muito óbvio que sua segurança não era um tópico tão importante quanto andar por aí espalhando seu cheiro doce.
Agarrei o casaco vermelho embolado na alça da bolsa e cheirei profundamente. Meu pau pulsou com o suor alí, picante e doce, tão doce. Meu desejo seria esfolá-lo até gozar apreciando a maneira que ela erguia a perna, descansado seu um pé na cama para passar seus hidratantes com cheiros de sobremesas, se inclinado, mostrando a curvatura perfeita que suas costas faziam, o cabelo roçando na das costas e Kess tremendo levemente arrepiada com o roçar alí, observando todo e qualquer movimento da tela frívola de um notebook gélido. Não, agora, não.
Apertei-o, ajustando na minha cueca box.
Batman finalmente apareceu, abrindo a porta do quarto dela, cutucando com o focinho e a almofada da patinha rajada ajudando-o, ele abriu uma fresta suficiente para passar, se espreguiçou e se acomodou na frente da porta, me observando desconfiado. Batman não gostava da minha presença alí. O pequeno felino era possessivo com Kess, mostrando suas presas irrisórias, Mostrei meus próprios dentes, revidando a investida.
O vento gélido que escapou da porta, inundando ainda mais o ambiente com seu almíscar, testou minha vontade.
Desejava entrar no quarto aconchegante me deitar ao lado de Kess e puxar seu corpo adormecido contra o meu, sentir direto a fonte: atrás de sua pequena orelha rosada. Por que esse inconveniente teve que derrubar suco em seu computador enquanto ela estudava ? O gato bastardo me fez perder todo seu histórico de navegação e cortou a conexão com as câmeras da casa, fritou todo o sistema de monitoramento.
Peguei seu notebook novo envolto de farelos de pão na mesa e comecei a trabalhar. Conequei o novo sistema às câmeras, adiando o momento que daria atenção aos pequenos sinos de aviso de nova mensagem.
“Sua dona tem andado ocupada, Bat” reclamei, me preparando mentalmente para abrir sua mensagens.
Ele soltou um miado baixo, acho eu, em concordância, pulando e ajeitando sua bunda peluda no estofado da cadeira ao lado da minha, levantando sua atenção para o novo notebook de sua dona. Demos uma trégua depois do nosso costumeiro concurso de mijada.
As mensagens que vi me fizeram repensar o bunker abandonado que tinha, só prendendo-a ela eu teria certeza que nenhum outro homem a desejaria, protegendo-a de olhares famintos.
Acompanhei duas das conversas que ela estava tendo, seu chat estava lotado de propostas, todos havidos para sentar aos pés de Kess e deixá-la castigá-los como bem entendesse.
Eu queria, eu iria prender ela no meu bunker, mas não podia, Eu só… precisava mantê-la segura. Sorri satisfeito que ela os rejeitou tantas vezes, eles eram insistentes apesar disso. Me alegrou que muitas das vezes Kess apenas visualizou.
Peguei o ID dos dois únicos bastardos doentes que ela teve uma conversa decente cogitando se eu faria algo a respeito dos demais que mandaram imagens indecentes para seus olhos doces e puros veem. A maioria eram apenas pervertidos curiosos.. Fechei o site, conectei meu notebook com o dela, reforcei meu cavalo de Tróia e averiguei os antivírus.
Afinal, não queremos outros pervertidos invadindo sua rede.
“Não é mesmo Bat? Só nós podemos” perguntei fechando o notebook.
Bat me viu levantar e correu para o quarto de sua dona, não querendo dividir o espaço, o pequeno bastardo não sabe compartilhar. A janela da pia da cozinha parecia agradável de usar para jogar um gato do sétimo andar., ponderei, logo descartando a ideia, ele tinha sorte ter seu amor.
Caminhei afrouxando minha gravata, desabotoei minha minha camisa empurrando a porta com os pés. A escuridão era ofuscada pela luz da cidade, os flesh coloridos dançavam por todos os lugares no quarto, seu pequeno corpo jazia encolhido no meio da cama king. Bat se enrolou ao seu lado, ele olhou para mim e se pudesse falar ele pediria ajuda, apesar que, se pudesse, resolveria a situação ele mesmo. Desafivelei o meu cinto e joguei no chão, junto com a camisa de manga comprida.
“ Eu sei que você só quer vê-la bem, Bat, mas seus presentes não vão ajudar “ murmurei me inclinando na cama fofa para tirar uma pequena barata, morta, perto das mãos de Trêmulas de Kess. Ranjo meus próprios dentes após ouvir seu bruxismo, o rosto tão lindo e angelical dela franzia, sua respiração rápida, os membros trêmulos eram indícios do conteúdo de seus sonhos. Infelizmente esses eu não podia matar e enterrar no vale do rio doce.
Descartei a barata na lixeira inox ao lado da cama, na cabeceira um copo com água tomado pela metade e sua cartela de zolpidem quase finalizada.
Batman rosnou baixo para mim, mostrando suas presas, detestando ver seu presente descartado, seu ataque de raiva se foi com o gemido de dor que deixou os lábios de Kess. Ele se aproximou dela e esfregou sua carinha rajada no rosto retorcido de dor.
“ Estou aqui, shii shii” murmurei descartando rapidamente minhas calças riscadas. Subi em cima da cama me posicionando atrás de seu pequeno corpo, arrumei seus longos cabelos pretos, enrolando-os e depositando os fios exalando baunilha em cima do travesseiro fofo. Puxei-a sem esforço para se encaixar suas costas no meu peito, a fina camisola que ela usava deixava meu calor aquecê-la, mesmo em seu sono Kess pareceu reconhecer minha presença deixando escapar um leve suspiro de alívio, seus gemidos pararam e ela se mexeu um pouco, se ajeitando, acomodando seu rosto nos meu braço.
Seu espírito me reconheceu, se acalmou com minha presença.
Evitei olhar para seu doce pescoço.
Mordi minha bochecha por dentro com o roçar leve de sua bunda contra minha virilha, ela era quente e cheirava tão bom, encaixei meu nariz em sua orelha e inspirei o céu, o paraíso na terra: sua pele. A abracei por trás ignorando meu pau duro, isso era consequência de estar tão próximo a ela. Kess era tão pequena para mim, que precisei me encolher para abraçá-la na conchinha Maior.
“ Vê? bastardo peludo? É assim que se faz “ murmurei para o gato, satisfeito que meu corpo conseguia dar a segurança que Kess precisava em seus pesadelos.
Ele miou aborrecido, mas se deitou ao lado dela em cima da coberta preta, não querendo deixá-lá.
Minhas mãos descansaram em sua barriga lisa e, mais uma vez, levou casa maldito controle meu para não subir e roças seus pequenos seios deliciosos. Quando Kess me levasse, as palavras sairiam de seus lábios, conscientes e aceitárias.
Eu a teria.
Só precisaria que ela me conhecesse primeiro.
Nós nunca deveríamos ter criado aquela história. Eu jamais deveria tê-los feito sofrer, as coisas que imaginamos e escrevemos naquelas páginas era para ser algo divertido para duas adolescentes com hormônios à flor da pele passarem o tempo, e não sermos os monstros da história de duas crianças. Os dois irmãos que eu passaria a amar mais que a mim mesma, eu os fiz se transformar nas criaturas que eles mais odiavam. O meu eu inocente, sem conhecimentos das barbaridades que lhes aconteceriam chegou em casa, um apartamento minúsculo para encontrar Ester debruçada, escrevendo ferozmente no seu notebook roxo, ela estava editando a história que criamos anos atrás. Como toda boa história deve começar, com chamas, caos, gritos e sangue. Foi assim que começamos: Mais uma noite que não consegui dormir, meu irmão mais novo não sabia das coisas que estavam acontecendo e caiu feito pedra no travesseiro, ele não costumava ter medo, entretanto, esses últimos dias, Claus tem dormido comigo, ele
Minha melhor amiga me olha por um longo tempo depois de ler o primeiro capítulo que criei, a ideia inicial não era essa, eu só… derramei toda maldade que eu estava sentindo naquele papel e criei isso. As palavras fluíram sem muito esforço, precisava colocar para fora o que se encontrava entalado. — Não gostou? — Está bom, realmente bom. — Por que está com essa cara então? — perguntei desconfiada. — É a única que eu tenho — ela ri — Falando sério, você matou toda a família deles! Muito cruel. Para sua sorte são apenas personagens — respondeu abrindo seu fichário, agora era a minha vez de avaliar seu trabalho, nossas histórias se complementam e eu estava encarregada de criar um passado sombrio para um ser sombrio e sarcástico. Peguei o fichário que Ester me estendeu, totalmente desconfiada da cara que ela fazia, cheia de expectativa e levemente tendenciosa. O cateter nasal dela, nem se quisesse poderia esconder. — Eu vou me arrepender de ler isso — murmuro para mim mesm
— Está liberada, vá ao hospital, não esqueça de pegar atestado para a tarde de hoje — eu ranjo os dentes, mas fico calada, não tem como ele manipular quantos dias de atestado eu vou pegar, afinal só um médico pode avaliar quantos dias é que eu preciso. Antes que eu posso sair de fininho meu gerente diz o que eu temia: — Acho que terei que repensar sua promoção Maria. Não pude impedir o tique nervoso nos meus olhos, ele seriamente estava me dispensando? Eu aguentei anos de abuso dos clientes, um funcionário idiota sempre comia meu lanche, se espreitando na copa, e ele me fazia trabalhar na reposição de produtos, pegando caixas pesadas, na zeladoria, no caixa, eu fui contratada para ficar no guarda volumes de merda, sentada! pelo amor de Deus! Meu gerente me olha com pena, eu sei que esse desgraçado só está só fingindo, é a mesma cara que ele faz para os clientes. Seguro minha mão dolorida e rosno de dor. A única coisa que desejo é arrastar a cara dele no asfalto, mas infelizme
Por um momento achei que Fernando viria atrás de mim, olhei para trás com a esperança de ve-lo sair da casa. Andei a passos lentos, esperando a porta se abrir, e ele correr atrás de mim, na verdade contava com isso. Depois de uma eternidade virei à esquina, me senti um lixo por cogitar voltar. Não imaginava minha vida sem ele, apressei o passo. A qualquer momento minha dignidade poderia falhar e eu voltar. Eu sabia que era errado, mas os sentimentos não se importam, eles só queriam mais daquela doce droga chamado carinho, Fernando parecia sentir quando eu estava tensa e fazia cafuné, os olhos dele eram calorosos e atentos, ela sabia tudo sobre mim, e isso me fez sentir um estranho vazio, como ele pôde quando sabia o quando eu tenho pavor de ser deixada para trás. O sentimento que mais temia voltou naquele momento com tudo, o abandono, não mais enxergava nada, com o mar tempestuoso nos meus olhos. Corri, só queria chegar em casa e me apossar da cama de Ester. Queria me sentir segura
Por nossas condições nada sadias dificilmente presenciávamos brigas em Santa Bárbara, não por falta de motivos, nossas energias eram melhor utilizadas em outras atividades, mas eu nunca vi sangue, mesmo quando recebia medicamento nas veias ou quando um colega se machucava, nunca ví porque, de alguma forma, sentia o cheiro antes que o líquido vívido jorrasse para fora e olhava para o outro lado. O destino resolveu mediar essa situação com juros abusivos, pois eu estava no meio de algo sangrento, cerrei os olhos tentando me situar depois da queda. O que presenciei próximo a mim assemelhava-se a um set de ação, não entendia que tipo de arma usavam para fazer rasgos profundos na pele de seus oponentes obrigando a cor escarlate a sair, respingando em todos os lugares. Eles estavam usando as próprias mãos? Como isso era possível?! A sinuosa luz da lua avermelhada se espelhou no rio fazendo juz a um aquífero de sangue.O que poderia descrever como tudo, exceto como homens, lutavam às
— N-ão sei, nasci assim— respondo rápido com receando ser enforcada novamente. Apesar de não estar com medo, eu sabia que ele poderia quebrar meu pescoço sem muito esforço, a força dele era incomum, me erguer e me depositar no chão não lhes custou nenhum esforço.O ser sombrio à minha frente parecia mais assustado do que eu, ele se inclinou dos seus prováveis um e noventa de altura e me olhou com o sobrolho franzido, totalmente focado nos meus olhos, estudando-os. Diria que até fascinado, e aliviado? A coisa toda durou uma eternidade para mim, na real, apostava que foram tão poucos segundos, não ousei me mexer durante sua avaliação minuciosa. Alguns dos seus oponentes aproveitam seu momento de surpresa, a oportunidade perfeita para o atacarem, certamente mais rápidos que a luz, o imobilizaram.Os jatos de sangue, respingos do rio e rosnados caóticos param, aguardando, esperando algo. Eu posso ver melhor, há apenas homens alí, e todos que consigo ver de frente estão com presas para
O que mais um ser da noite teme se não o próprio sol? Amir, o braço direito de meu rival, e cria mais próxima dele, estava atrás de mim, o cheiro da sua pele queimada pairava em toda a sala, formando uma neblina quase imperceptível, nossos olhos aguçados as viam, mesmo que sutilmente, ao menor movimento ela se dissipa, saindo pela janela. Amir estava sentado, seus pulsos, coxas e pés estão contidos com um material especial. O titânio, único capaz de conter um ser da noite, junto com feitiço de contenção que deixa o metal ainda mais forte. Meus filhos estavam queimando sua pele vagarosamente com luz ultravioleta, e mesmo assim nenhum som sai da sua boca, tampouco preciso deixar de apreciar a vista do meu jardim para saber que seu rosto não expressava dor. Particurlarmente não gostava de ouvir gritos de dor, até um vampiro como eu tem traumas. O motivo disso? Ele tinha uma noiva, eram vinculados, por isso não podia ceder à dor, ou ela sentiria também. Pois, após a vinculação,
Amir ambicionava que eu ordenasse a arrastar sua bunda tostada para as masmorras, talvez tricotar e trançar os cabelos do filho? É claro, o pequeno bastardo cheio de hormônios estava preso, não nas masmorras, e sim nos aposentos de Samantha. E suspeitava que não no sentido literal, noivas recentemente vinculadas faziam muito exercício físico. Falando no diabo. Vindo da porta principal um jovem rapaz entrou no corredor acompanhado da minha única prole feminina, com sorriso no rosto e ar leve ele falava animadamente, olhando para todos os lugares, exceto para a frente. Samantha teve que lhes dar uma cotovelada para que ele reconhecesse minha presença. O susto seguido de olhos arregalados deu-lhe uma espécie de tranco, o jovem estudou-me mais do que seria respeitoso, finalmente inclinou-se numa reverência desajeitada. Ela o transformou, agora tinha que ser babá dele, o coração de Sam era mole em demasia. Samantha somente baixou a fronte, me saudando com um sorriso caloroso, passa