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JOHN BERNARD SMITH NASCEU em um bairro de classe alta em Nova York, Manhattan, e foi criado para ser um grande executivo para suceder seu pai nos negócios da família que se estendiam há três gerações. Seus pais lhe deram a melhor criação que alguém poderia ter ou sonhar, mas John aos quinze anos de idade teve uma que experiência de vida única que mudou tudo do dia para a noite.

John ficou muito doente, e mesmo seus pais sendo uma das famílias mais ricas de Manhattan – para não dizer, dos Estados Unidos da América –, não puderam mudar absolutamente em nada aquele quadro clínico terrível do qual seu único e amado filho tinha que enfrentar daquele momento em diante. John era filho único por ter sobrevivido a um duro processo de gravidez de risco, onde todos os médicos, sem exceção, predisseram a morte dele e de sua mãe, mas foi um risco que seus pais decidiram correr, a única sequela foi sua mãe não poder gerar mais filhos, mas John nasceu com muita saúde e cresceu sem maiores problemas, o que muitos já diziam na família ser o filho do milagre.

O MÉDICO, INCRÉDULO à princípio, deu apenas duas semanas de vida para ele, e se acreditassem em milagres, estava na hora de começarem a exercitar essa fé, mas que da parte dele já o tinha como um garoto praticamente morto, era uma simples questão de tempo, pois a medicina não tinha mais o que fazer.

Seus pais eram católicos – porém, não tão praticantes –, e mesmo indo às missas todos os domingos, eram tão sem fé quanto qualquer ateu que existisse no mundo, não era uma relação com Deus, mais um usos e costumes que aquela sociedade impunha sobre eles, simplesmente iam à igreja, batiam palmas, ouviam aquelas palavras normalmente consoladoras e voltavam para suas casas tão vazias como quando chegaram naquele recinto, para eles igreja era simplesmente um lugar para ver os amigos que não trabalhavam com eles, simplesmente isso, um evento social.

John pediu uma Bíblia para a enfermeira – uma negra frequentadora de uma igreja evangélica Batista, e eles começaram escondidos, oravam juntos todas as noites, uma semana se transformou em um, dois e três longos meses que ninguém conseguia entender como aquele garoto conseguia suportar aquilo, estava indo além da compreensão humana.

CERTA NOITE, SEU PAI VIU a enfermeira negra orando por seu filho e a tirou do quarto dele aos pontapés e cusparadas nela. Logo em seguida, pediu para que o diretor do hospital – Carlisle Nollan, um amigo de infância do pai de John – que a mandasse embora imediatamente, pois estava perturbando terrivelmente seu filho em vez de ajudá-lo.

Nesse momento de dúvida e tensão – afinal, aquela era a melhor enfermeira-chefe de toda Nova York – John entrou na sala com um pulo de um atleta olímpico em sua melhor forma a protegendo. Ninguém acreditou naquela cena, John não conseguia se levantar da cama fazia treze semanas, e do nada estava ali parado na porta protegendo aquela negra que salvara a sua vida...

Não só a sua vida, mas a sua alma também...

John gritou com o pai:

–– Vai embora, pai.

Seu pai não estava acreditando na cena que se seguia, para ele era tudo uma brincadeira de muito mau gosto do seu filho.

Como ele pode defender essa maldita crioula? – Pensava desesperadamente seu pai enfurecido com seu filho.

 John disse veementemente ao pai:

–– Estou bem graças às orações dela, e não ao seu preconceito infundado de um hipócrita Confederado Georgiano, daqui para frente, irei ajudar as pessoas que mais precisam de mim, darei a eles um mínimo de conforto, afinal, se o espírito do homem tem paz, todo o corpo fica em paz.

–– Faça isso – disse seu pai retrucando – que te deserdarei.

Mas John disse:

–– “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que vem de Deus...”

Seu pai saiu em fúria da sala do diretor – chutando inúmeras cadeiras e cestas de lixo que ia encontrando pelo caminho, virou-se, fitou o filho ainda uma última vez e disse:

–– Escolheu o pior caminho, filho...

Ele sequer percebeu que o filho tinha sido milagrosamente curado, sua mente estava tão ocupada em criticar a enfermeira que não se deu conta que o filho que tanto amava agora, mais uma vez, venceu a morte se projetando para um novo futuro.

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