HERMANN E CLARA ESTAVAM almoçando quando Norbert chegou do trabalho, estava tudo tranquilo, o clima estava harmonioso, era muito bom ver o garoto bem novamente.
–– Senhor Norbert, eu...
Norbert o abraçou.
–– Que bom que está bem, filho, não sabe como alegra meu coração ao vê-lo assim, fiquei muito preocupado, mas agora estará tudo bem, a guerra acabou e estamos todos a salvo.
–– Mas estamos enfrentando uma séria crise.
–– Crises sempre existiram e sempre existirão, isso faz parte do crescimento da sociedade, o importante é que estamos vivos, as demais coisas automaticamente se consertam com o tempo, e outra, essa é uma lição que aprenderá com o tempo, crise é uma ótima oportunidade, alguém sempre ganha alguma coisa.
OS TRÊS PASSARAM A SEREM visto
CHRISTIAN ABRIU A PORTA e aquela seria a primeira vez que entraria naquela casa sabendo que não teria realmente ninguém para recebê-lo com um abraço caloroso e aconchegante depois de um dia estressante.Assim que Christian fechou a porta atrás de si, uma voz tranquila ecoou no ar em meio à escuridão que fez sua alma sair de seu corpo e voltar como um turbilhão:–– Sente-se, Christian Fairbanks... ou, devo chamá-lo de Hans Strausbank?Christian ia acender a luz, mas, naquele exato momento, alguém se antecipou e a luz foi acesa antes que ele pudesse tomar qualquer decisão ou ter qualquer reação.Apesar do susto inicial, achando que sua alma tinha saído de seu corpo devido à voz, ao olhar quem falava, não tinha nada demais em sua aparência que lhe causava medo pela familiaridade que lhe causava por causa do
HERMANN FOI ADOTADO por um membro de uma comunidade exotérica chamada Thule, Norbert, que tinham alguns membros um tanto quanto exóticos, homens que acreditavam na superioridade da raça ariana e pouco tempo depois montaram um partido político que vinha dando o que falar. Seus métodos eram pouco convencionais, mas estava surtindo efeitos catastróficos.Ser um assassino profissional dava a ele toda a liberdade de fazer o que bem entendia, tinha seus horários, transava com quantas mulheres desejava, ainda mais depois do que fazia com elas, sempre acabava tendo um quero mais.No começo foi complicado, pois por ter sido adotado, todos achavam que seus pais eram traidores da pátria, indignos da supremacia da raça, o que Hermann concordava plenamente, mas deixou isso de lado e decidiu reconstruir sua vida junto com aquele país em ruínas, e a ascensão do
–– NA VERDADE, queremos que você tome o lugar dele nesta missão.O tom de voz de Leonard Kerington irritava ardentemente Christian, era uma calma extrema – e ao mesmo tempo, encantadoramente perigosa.Christian, momentos antes, queria apenas ficar sozinho no seu canto, chorar tranquilamente a morte de seus pais e, de repente, tinha cinco homens estranhos dentro de sua casa querendo que ele voltasse ao seu passado e revivesse tantos momentos de dor do qual Christian ardentemente queria esquecer.–– Meu irmão está morto – disse Christian tentando assumir novamente o controle da situação –, eu mesmo o vi... morrendo... – Ele hesitou por alguns milésimos de segundos, e disse por fim – quando ele morreu, nunca contei aos meus pais... – ele deu uma pausa escolhendo as palavras certas – para que eles tivessem um pouco de esperança, mas a verdade nua
O CHEIRO DA MORTE é agridoce, assim como o sangue, a primeira vez você fica apreensivo, mas depois de um tempo começa a gostar do Gran Finalle, até entende que isso faz parte da vida, uns tem que viver e outros tem que morrer, e porque não pelas minhas mãos?MUITOS PENSAM QUE O NAZISMO é violento – pensou ele satisfeito consigo mesmo –, não vejo as coisas dessa maneira, o nazismo nos libertou para nosso verdadeiro propósito, desde o começo fomos criados para conquistarmos o mundo. A raça ariana tem o sangue da conquista correndo em suas veias, fomos nós que libertamos o mundo das mãos de Roma, fomos nós que tiramos o mundo da escuridão que a igreja católica tinha nos colocado com a Idade Média, e agora vamos mostrar ao mundo novamente quem é a luz na escuridão.ELA
–– NÃO... POR FAVOR... eu faço tudo o que você quiser se me libertar... juro que jamais falarei para alguém sobre isto.Hermann sorriu satisfeito com a dor que causava nas pessoas, ele já havia matado de todas as formas conhecidas e em todas elas a sensação era a mesma...Prazer... Puro e maravilhoso prazer...Ver alguém perder a vida, principalmente de forma lenta causava nele uma imediata e irrefreável ereção.–– Não acha que sou estúpido ao ponto de acreditar que não falará nada a ninguém sobre isso, não é mesmo?–– Eu juro, não falarei nada.–– Que você não falará nada eu sei, me certificarei disso...ALÉM DE MATAR, sexo era o seu segundo maior prazer, para ele estar compartilhando a cama com inúme
CHRISTIAN SE DESPEDIU DE TODOS os seus pouquíssimos amigos que ainda tinha. Despediu-se de seu chefe – David Sherman – o qual lhe deu bons conselhos primorosos para melhorar ainda mais a sua escrita e não se meter em algumas enrascadas jornalísticas que normalmente jornalistas principiantes se metiam.O que invariavelmente era o seu caso...Despediu-se também de seu melhor amigo – John B. Smith –, o qual lhe recomendou jamais deixar a sua vida cristã, não importava onde estivesse, o Senhor estaria com ele.Christian o abraçou e disse para que ele não se preocupasse com isso, tudo estaria bem, e em poucos meses ele estaria de volta.CHRISTIAN FOI PARA O PORTO – de navio teria um pouco mais de tempo para decorar todas as informações, e de colocar em ordem seus pensamentos, afinal, tinham sido muitas informações em tão pouco tempo
A PRIMEIRA LEMBRANÇA da pequena Anne era a dor que a fome pode causar em uma pessoa, não somente no seu corpo, mas em suas mais tenras lembranças estavam destroçadas, não é algo que alguém goste de passar...Mas quando passa é impossível de esquecer... Da mesma forma que você passa a lutar com todas as suas forças para não querer voltar a senti-la novamente, era um inimigo que tinha que se certificar em destruí-lo por completo, pois se voltasse, além de trazer as piores lembranças, também traria novas lembranças ruins.Ser uma garota naquela Alemanha arrasada pela guerra era a pior coisa que existia no mundo, nada do que ela fizesse poderia mudar aquela situação catastrófica, tudo era consequência do que alguém causou, ela, uma vítima de tudo e todos só podia orar para quem quer que fosse
CHRISTIAN CHEGOU EM BERLIM na noite de 15 de maio de 1927, pegou um Taxi e foi para o apartamento luxuoso de seu irmão no centro de Berlim, ele jamais imaginou que seu irmão estivesse tão bem de vida assim, aquele lugar era simplesmente um sonho, tudo – simplesmente tudo – era de um bom gosto incomensurável.Ele olhou todas aquelas fotos emolduradas, tantos momentos em que ele se mostrava feliz, talvez por ter encontrado um caminho sem estar ao seu lado, da mesma forma que ele havia encontrado um caminho no jornalismo.DALI EM DIANTE, ELE TERIA que se acostumar com o nome Dietrich Hammler, e as mordomias que isso lhe aplicaria – pelo menos era isso que Christian imaginava no mais íntimo de seu ser.A PRINCÍPIO, TODOS o cumprimentaram com a maior naturalidade possível, ninguém notara a incrível semelhança entre os dois. Aparentemen