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–– FICOU EXCELENTE, MEU RAPAZ... – Disse David Sherman, editor-chefe do New York Times, eufórico de alegria para o jovem Christian Fairbanks, elogiando-o em sua primeira matéria, que era quase tão brilhante quanto muitas de suas principais matérias feitas até aquele dia.

–– Muito obrigado, Sr. Sherman – disse Christian humildemente, tentando esconder o sorriso de emoção –, minha mãe era historiadora de uma universidade na Alemanha antes da Grande Guerra acontecer, se refugiou aqui nos Estados Unidos. Ela me ajudou bastante em toda a pesquisa. Em minha entrevista, o senhor disse que se lhe trouxesse uma matéria completa e bem-escrita sobre o Primeiro e Segundo Reich o senhor me contrataria...

Christian estava muito contente com o elogio do editor-chefe do maior jornal da América – senão do mundo –, esperando ansiosamente David contratá-lo, para que enfim realizasse o grande sonho de sua vida, ser um jornalista do glorioso New York Times.

–– Mas é claro, meu rapaz, vai ser um privilégio trabalhar com você – David Sherman abraçou Christian como um pai abraça um filho – é um talento nato para o jornalismo, espero que a sua história com a sua mãe nos tragam muitas páginas de grandes matérias, estamos precisando de jornalistas que sejam ousados em trazer excelentes histórias de forma objetiva e criativa.

David Sherman segurava o currículo de Christian em suas mãos e analisava de uma maneira completamente interessada. Apesar da pouca idade, Christian tinha um currículo invejável, excelentes notas na faculdade – era o melhor em tudo –, já tinha sido editor de um pequeno jornal colegial muito bem-sucedido e agora o tinha impressionado em sua primeira matéria, e isso não é para qualquer pessoa, principalmente se tratando do homem mais exigente do meio jornalístico que existia na face da Terra, David Albert Sherman. 

–– Quer dizer que além de ser recém-formado em jornalismo, você também fala alemão fluentemente?

–– Sim, Senhor... nasci em Berlim, mas vim para os Estados Unidos quando ainda era criança, no final da guerra. Meu pai sempre falou alemão comigo dentro de casa na esperança de um dia voltarmos para sua terra natal e o inglês deixou que aprendesse sozinho na escola, assim eu teria mais oportunidade em uma vaga de emprego, acho que meu velho nunca se desligou completamente da Alemanha, ele adorava aquela terra.

–– Tenho certeza disso, filho. 

David Sherman gostava do que estava ouvindo, ele precisava de pessoas com idioma fluente em diversas línguas, e o alemão não era um idioma fácil de encontrar em um jornalista americano, talvez com conhecimentos gerais na língua, mas fluente era muito difícil.

–– E então, senhor? – Disse finalmente Christian tentando quebrar o silêncio daquele momento.

–– Mas é claro que você está contratado, garoto – disse vivamente o editor, como se estivesse comemorando um gol aos quarenta e nove minutos do segundo tempo –, seja bem-vindo ao meu jornal.

David Sherman apertou a mãos de Christian calorosamente, seguido de um forte abraço, que fez Christian lembrar imediatamente de seu pai nos bons tempos.

–– Tenho certeza que nos trará grandes e incontáveis alegrias, vá para casa descansar um pouco e amanhã volte com suas coisas para que possamos te mostrar a mesa aonde irá trabalhar, e as pessoas que farão parte da sua nova e brilhante vida.

 Christian Fairbanks cumprimentou novamente o novo chefe com todo o orgulho que alguém poderia ter dentro de si mesmo, era o elogio que esperou a vida toda em receber de um editor-chefe do New York Times.

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