Paramos antes de pisarmos na terra preta a dois metros de distância do Lúcius que me encarou com seu semblante arrogante, olhou sutilmente para nossas mãos entrelaçadas e depois para o Alec que também o encarava. Mesmo não demonstrando nada, eu sabia que o Lúcius estava apertando a mandíbula com muita força. Eu controlava minha respiração para que não acelerasse, não queria deixar parecer meu nervosismo, mas minhas mãos se tremiam.Respirei fundo.Arlete que foi para o lado dele com um sorriso radiante no rosto ficou olhando para mim como se eu fosse um pedaço de bosta.Todos permaneciam calados, principalmente os Bethas do Lúcius que também estavam presentes, cada um dentro do seu território, separados pela extensão de dois metros da fronteira.Alguém limpou a garganta, era o Lucas, Betha do Alec. Quase pulei de alegria quando ele começou a falar, assim aquele silêncio demoníaco ia embora.– É... Bem... O Alfa Calmon exige a volta da Karolina para sua tribo, no entanto o Alfa Boldwin
Fiquei paralisada sentindo o corpo do Lúcius nas minhas costas e a lâmina afiada na garganta. Ele segurava minha cintura com força, um movimento meu faria com que a espada perfurasse minha pele.Todos estavam chocados com aquela reação repentina dele enquanto dávamos passos para trás.– Solta ela, seu filho da puta! – Alec esbravejou caminhando na nossa direção. Ele foi barrado pelos seus Bethas e soldados que o seguravam seus braços e abdômen.– Se você invadir meu território, eu a mato! – Lúcius o ameaçou.– Você não tem coragem de matá-la.– Tem certeza disso? – Senti a lâmina perfurar meu pescoço com uma dor surgindo no local, uma fina camada de sangue desceu pela minha garganta até o peito. Fiz uma careta gemendo baixinho. – Prefiro ela morta do que casada com você.– Meu Alfa, por favor, não faça isso. – Marcus tentou falar com o Lúcius que não deu ouvido.– Lúcius, você me prometeu que tentaria ficar comigo! – Arlete falou entre lágrimas, sem se preocupar com as regras de não p
Ele se levantou e todos me encaravam enquanto eu caminhava rapidamente entrando no território do Boldwin.– Você está bem? Ele te fez alguma coisa? Te machucou? – Alec se aproximou segurando meus braços. Neguei com a cabeça. – Você quer ir embora?– Sim. – Respondi.Ele pegou na minha mão e começamos a caminhar de volta para a aldeia.– Onde está meu marido? – Arlete perguntou furiosa, a ignorei.– Se você tiver um pouco de decência ficará longe dele, sua vagabunda! – Parei de caminhar e fechei os olhos com som da voz dela na minha cabeça.– Karolina, não dê ouvidos a ela. – Alec tentou conversar comigo, eu permanecia de olhos fechados e quando os abri, as árvores na minha frente foram iluminadas por um vermelho intenso.Virei-me lentamente fixando a visão na Arlete que estava com um vestido longo cor roxa de linho com bordados dourados colado na cintura e busto e uma saia rodada da cintura para baixo, usava um colar de ouro que tinha um pingente roxo em forma de lágrima, uma tiara do
Durante toda a caminhada de volta para a alcateia, ninguém falou nada, foi até melhor assim, não queria interrogatórios. Quando cheguei em casa, meus baús de vinho foram colocados na cozinha e eu aproveitei para comer o que a Clara preparou, já era dia e as meninas estavam dormindo. Uma hora depois, um soldado que estava presente na fronteira bateu na minha porta, ele ficou de cabeça baixa e apenas me entregou um bilhete escondido que retirou da manga. No momento que fiquei sozinha, comecei a ler.“Hoje o pôr do Sol vai estar lindo em frente ao morro, perfeito para uma boa conversa ao redor da fogueira, comendo galinha assada e tomando um bom vinho, já que o chá vermelho é horrível.”No bilhete não havia o nome do remetente, mas eu já sabia de quem se tratava e não fiquei surpresa, então li novamente e o queimei, fui para meu quarto dormir.Horas se passaram, e eu entrei no quarto da Clara acordando-a.– Clara, preciso sair, vou ficar ausente algumas horas, se alguém perguntar, diga q
– Eu aceitei ascender como Suprema, mas não sei se consigo fazer isso, meu objetivo era encontrar um lar para mim e a Kamilla, ser aceita e viver uma vida pacífica. – Baixei minha cabeça.– Karol, sei que está com medo, uma mulher ter que assumir a liderança, comandar os homens é algo contra os costumes, isso nunca aconteceu, mas tudo tem sua primeira vez, e quantas mulheres oprimidas que sonham em alguma oportunidade para mostrarem seus valores e honra num mundo liderado e regrado pelos homens, você estará ajudando?– E quanto ao Alfa Boldwin? Ele me ajudou tanto e agora eu terei que tomar tudo dele? Isso não é injusto?– Você se importa com ele, não é? – Drakon deu um olhar torto para mim com um sorrisinho debochado no rosto. – Karol, se ele se lembrar da profecia irá se sentir ameaçado, e casando-se com ele seu poder será limitado, nunca vai poder ir contra as ordens do marido, você não pode ascender como Luna. Você precisa aceitar seu destino, eu sei que não vai ser fácil e o que
Caminhei apressadamente entre as pessoas e olhando para os lados, tentando evitar ao máximo dar de cara com o Alec que a essa hora, já sabia quem eu era. Quase correndo feito uma fugitiva, finalmente entrei em casa com a caixa nas mãos. Dei um suspiro de alívio, guardei minha roupa e a espada, depois peguei um baú que tinha dez vinhos dentro e saí novamente em direção à casa de uma pessoa que considero meu amigo, Augusto.....................................– Finalmente, você trouxe meus vinhos, pensei que não fosse me dá nunca. – Ele disse emburrado com se eu tivesse prometido alguma coisa. Entramos na sua casa e nos sentamos na sala para conversar, enquanto Augusto abria seu baú todo feliz.– Olha, vou te dizer, eu devolveria todos esses vinhos só para estar presente quando você os pegou. – Riu. – Minha criança, nunca duvidei de você, mas dessa vez me impressionou, humilhar o sanguinário Lúcius Calmon não é para qualquer um. – Riu novamente. – Até o Lucas ficou com dó dele.Franzi
– Morto? Karolina, do que está falando?– Alec, eu não sei bem o que é, mas tem alguma coisa vindo e muitas pessoas contam comigo para impedir que algo de muito ruim aconteça, e eu dei minha palavra a elas.– É o Imperador? Todos estão em alerta por causa dos vampiros nas fronteiras.– Não. – Balancei a cabeça. – Ele não está tramando nada contra nós.– Como você tem tanta certeza sobre isso?– Por que eu conversei com ele hoje. – Alec ficou me olhando surpreso.– Conversou?– Sim, na gruta, antes do pôr do Sol, depois que te vi entrar no santuário. – Ele engou seco.– O que vocês conversaram? – Me olhou desconfiado.Suspirei.– Você ainda confia em mim ou só me vê como uma ameaça agora? – Perguntei frustrada com aquela desconfiança dele.– Desculpe, estou tentando te entender. – Mudou de atitude.– Ele jurou lealdade a mim em troca de ajuda e proteção. – Alec ficou perplexo.– E-ele se ajoelhou? Fez um juramento? – Gaguejou.– Sim. – Ele engoliu seco e baixou a cabeça com as sobrance
– AAAAAAAAAIIIIIIIIII MINHA CABEÇA, SUA DEMÔNIA! – Eu gritava loucamente sentindo meu crânio quase se quebrando no meio das pernas dessa maluca! Consegui me livrar do seu aperto e a encarei furioso, com os olhos brilhando, rosnei, mas me arrependi de ter feito isso.A mulher se assustou e ao invés de recuar encolhida, não! Ela posicionou sua perna direita e deu um chute no meu peito, me fazendo cair da cama, de costas para o chão e com as pernas para o ar.Essa mulher é louca! É a primeira vez que apanhei de alguém e para ser mais humilhante, ainda foi pelado. Que humilhação! Ainda bem que estamos sozinhos.– Céus! Eu o matei? – Ela sussurrou. Fiquei na mesma posição sem falar nada. A escutei se aproximando lentamente até a borda da cama, vi seus dedinhos sendo depositados na borda e a cabeleira avermelhada surgindo devagar.Fechei os olhos, diminuí a respiração e fingi estar desmaiado no chão.Ele cutucou minha perna, não me movi. Então criou coragem e saiu da cama para encostar o de