Durante toda a caminhada de volta para a alcateia, ninguém falou nada, foi até melhor assim, não queria interrogatórios. Quando cheguei em casa, meus baús de vinho foram colocados na cozinha e eu aproveitei para comer o que a Clara preparou, já era dia e as meninas estavam dormindo. Uma hora depois, um soldado que estava presente na fronteira bateu na minha porta, ele ficou de cabeça baixa e apenas me entregou um bilhete escondido que retirou da manga. No momento que fiquei sozinha, comecei a ler.“Hoje o pôr do Sol vai estar lindo em frente ao morro, perfeito para uma boa conversa ao redor da fogueira, comendo galinha assada e tomando um bom vinho, já que o chá vermelho é horrível.”No bilhete não havia o nome do remetente, mas eu já sabia de quem se tratava e não fiquei surpresa, então li novamente e o queimei, fui para meu quarto dormir.Horas se passaram, e eu entrei no quarto da Clara acordando-a.– Clara, preciso sair, vou ficar ausente algumas horas, se alguém perguntar, diga q
– Eu aceitei ascender como Suprema, mas não sei se consigo fazer isso, meu objetivo era encontrar um lar para mim e a Kamilla, ser aceita e viver uma vida pacífica. – Baixei minha cabeça.– Karol, sei que está com medo, uma mulher ter que assumir a liderança, comandar os homens é algo contra os costumes, isso nunca aconteceu, mas tudo tem sua primeira vez, e quantas mulheres oprimidas que sonham em alguma oportunidade para mostrarem seus valores e honra num mundo liderado e regrado pelos homens, você estará ajudando?– E quanto ao Alfa Boldwin? Ele me ajudou tanto e agora eu terei que tomar tudo dele? Isso não é injusto?– Você se importa com ele, não é? – Drakon deu um olhar torto para mim com um sorrisinho debochado no rosto. – Karol, se ele se lembrar da profecia irá se sentir ameaçado, e casando-se com ele seu poder será limitado, nunca vai poder ir contra as ordens do marido, você não pode ascender como Luna. Você precisa aceitar seu destino, eu sei que não vai ser fácil e o que
Caminhei apressadamente entre as pessoas e olhando para os lados, tentando evitar ao máximo dar de cara com o Alec que a essa hora, já sabia quem eu era. Quase correndo feito uma fugitiva, finalmente entrei em casa com a caixa nas mãos. Dei um suspiro de alívio, guardei minha roupa e a espada, depois peguei um baú que tinha dez vinhos dentro e saí novamente em direção à casa de uma pessoa que considero meu amigo, Augusto.....................................– Finalmente, você trouxe meus vinhos, pensei que não fosse me dá nunca. – Ele disse emburrado com se eu tivesse prometido alguma coisa. Entramos na sua casa e nos sentamos na sala para conversar, enquanto Augusto abria seu baú todo feliz.– Olha, vou te dizer, eu devolveria todos esses vinhos só para estar presente quando você os pegou. – Riu. – Minha criança, nunca duvidei de você, mas dessa vez me impressionou, humilhar o sanguinário Lúcius Calmon não é para qualquer um. – Riu novamente. – Até o Lucas ficou com dó dele.Franzi
– Morto? Karolina, do que está falando?– Alec, eu não sei bem o que é, mas tem alguma coisa vindo e muitas pessoas contam comigo para impedir que algo de muito ruim aconteça, e eu dei minha palavra a elas.– É o Imperador? Todos estão em alerta por causa dos vampiros nas fronteiras.– Não. – Balancei a cabeça. – Ele não está tramando nada contra nós.– Como você tem tanta certeza sobre isso?– Por que eu conversei com ele hoje. – Alec ficou me olhando surpreso.– Conversou?– Sim, na gruta, antes do pôr do Sol, depois que te vi entrar no santuário. – Ele engou seco.– O que vocês conversaram? – Me olhou desconfiado.Suspirei.– Você ainda confia em mim ou só me vê como uma ameaça agora? – Perguntei frustrada com aquela desconfiança dele.– Desculpe, estou tentando te entender. – Mudou de atitude.– Ele jurou lealdade a mim em troca de ajuda e proteção. – Alec ficou perplexo.– E-ele se ajoelhou? Fez um juramento? – Gaguejou.– Sim. – Ele engoliu seco e baixou a cabeça com as sobrance
– AAAAAAAAAIIIIIIIIII MINHA CABEÇA, SUA DEMÔNIA! – Eu gritava loucamente sentindo meu crânio quase se quebrando no meio das pernas dessa maluca! Consegui me livrar do seu aperto e a encarei furioso, com os olhos brilhando, rosnei, mas me arrependi de ter feito isso.A mulher se assustou e ao invés de recuar encolhida, não! Ela posicionou sua perna direita e deu um chute no meu peito, me fazendo cair da cama, de costas para o chão e com as pernas para o ar.Essa mulher é louca! É a primeira vez que apanhei de alguém e para ser mais humilhante, ainda foi pelado. Que humilhação! Ainda bem que estamos sozinhos.– Céus! Eu o matei? – Ela sussurrou. Fiquei na mesma posição sem falar nada. A escutei se aproximando lentamente até a borda da cama, vi seus dedinhos sendo depositados na borda e a cabeleira avermelhada surgindo devagar.Fechei os olhos, diminuí a respiração e fingi estar desmaiado no chão.Ele cutucou minha perna, não me movi. Então criou coragem e saiu da cama para encostar o de
Acordei sorrindo de olhos fechados apreciando os carinhos da Kamilla no meu cabelo e rosto, ela me dava uns beijinhos na testa e passava a mãozinha pequena em mim. Tão fofinha! Dá vontade de apertar bem forte!Abri os olhos e vi que ainda era dia.– Sem sono, filhotinha? – Perguntei.– Mamãe... – Ela olhou para baixo.– Me conte o que te aflige, meu amor.– É que... eu... eu sinto falta do papai. – Disse tristinha. Fiquei a encarando em silêncio, até que abri um pequeno sorriso e lhe dei um beijo na bochecha.– Se você sente falta dele, então te prometo que iremos visitá-lo. Tá bom pra você? – Perguntei. Kamilla abriu um sorriso de pura felicidade.– Pode ser hoje? – Perguntou em êxtase sentando-se na cama.– Huummm... se eu não tiver nenhum compromisso e você nenhuma aula, então talvez... Estou dizendo que tal - vez iremos. – Ela concordou animadamente.Eu não menti, não quero ver minha filha triste por causa daquele crápula, e com alguns soldados infiltrados que foram enviados pelos
Não! Não pode ser! Clara não podia ser uma escrava da Tribo Calmon infiltrada. Não! Eu me recuso a acreditar!– Karolina, irei acionar os soldados para procurarem elas. – Alec falou no meu ouvido devido à zoada da multidão, me tirando do devaneio. Levantei a cabeça para encará-lo.– Não, não Alec. Melhor não fazermos um alvoroço na aldeia, vamos deixar todos distraídos com a festa que eles se esforçaram para dar e eu irei atrás delas.– De jeito nenhum que vou deixá-la ir sozinha, eu irei com você. – Indagou já segurando minha mão.– Alec. – O parei. – Você é o Alfa, fique aqui, invente uma desculpa, isso não passa de um mal entendido, elas com certeza estão por aí, eu tinha prometido pra Kamilla que ela ia visitar o pai, ela pode ter falado isso na euforia, crianças são assim. – Dei um sorriso falso tentando persuadi-lo.– Você tem certeza?– Sim, não se preocupe, vou procurá-las enquanto você distrai as pessoas.– Qualquer coisa, você me chama tá bom? – Ele pegou no meu rosto. Afirm
As árvores por onde eu passava, a terra em que meus pés pisavam, todos estavam vermelhos devido a luz da Lua. Se fosse em outro momento, eu estaria admirando a beleza daquela floresta e daquele astro que iluminava meu caminho, no entanto o que sinto é tristeza. De cabeça baixa, apenas voltando minha atenção para o caminho e não tropeçar, em um dia de comemoração, eu não podia me sentir mais triste.Minha filha foi sequestrada pelo próprio pai e eu tenho que ir resgatá-la e... e... aaah como é difícil... terei que matá-lo... enfrentá-lo para que eu e a Kamilla possamos viver uma vida em paz sem que eu me sinta ameaçada por ele. Retirei a espada das costas e fiquei segurando-a quando passava na fronteira, estava perto.No dia em que fugi pensei que nunca mais voltaria para essa aldeia, e aqui estou sozinha indo fazer qualquer coisa pela segurança da Kamilla. Se ele quiser que eu o sirva para sempre, servirei, se ele quiser me matar, morrerei, mas se eu puder matá-lo... matarei.Desacele