– Maria Elena é uma bruxa? Claro que não, Lúcius. Ela é uma humana. – Afirmei para ele.– De fato, ela é uma humana, mas eu havia encontrado quem os humanos diziam ser uma bruxa.– Como você sabia que era ela? Poderia ser qualquer outra mulher.– Me entregaram um retrato pintado dela.– Um retrato?– Sim. – Ele disse enquanto beijava meu pescoço. – E advinha quem divulgou esse retrato?– Quem? – Perguntei me afastando dos amassos.– O Imperador.– O Imperador!? – Arregalei os olhos, surpresa.– Ele quem espalhou o boato de que a mulher praticava bruxaria e que ela era sua amante. Pagou umas moedas de ouro para algum pobre fingir que viu uma bruxa voando, fantasiou algumas vampiras de bruxa e as fizeram pular de lugares que são impossíveis para os humanos, as bruxas andavam até com vassouras, aquele homem tem criatividade. – Lúcius deu uma gargalhada. – O vampiro aproveitou o medo que as pessoas sentem por ele e o alastramento de uma doença misteriosa, juntou as duas coisas... – Ele ge
Ele tinha começado a abrir a porta do quarto que minha filha estava dormindo, mas assim que eu apareci, ele parou o que estava fazendo e me encarou. Ficamos nos encarando.O homem era muito forte, tão alto quanto o Lúcius, musculoso e belo. Sua beleza era peculiar. Seus cabelos eram grandes na altura do peito cor de mel, cacheados, a barba estava em cavanhaque e era um pouco grande com bigode. O homem usava apenas uma calça marrom escura folgada feita de pele presa em um cinto grosso com desenhos na cor prata e caíam cordas em formato de tranças ao redor, as cordas e o desenho representavam sua tribo e em seus pés tinham botas curtas da mesma cor da calça. O que mais me chamou atenção foi seu corpo coberto de tatuagens. Ele tinha tatuagens pelos dois braços, peito, barriga e costas. Suas pernas estavam cobertas pela roupa e tinha uma espada na cor prata atrás das costas. Aquele homem parecia um bárbaro. E tinha uma cara de zangado, acredito que nem todo mundo tem coragem de ficar na f
Alec Boldwin. Aquele nome que foi pronunciado por aquela voz grossa não saia da minha cabeça. Ele era realmente o Alfa? Se sim, poderia ter me matado, os Alfas são os mais poderosos entre os lobisomens, como que eu consegui pegar sua espada? Ele não deve ter usado toda sua força contra mim ou teria sido meu fim.Lembrei-me daquela noite que lutei contra um dos seus Bethas e de que o Alfa tinha olhos verdes. Ainda com a espada na sua garganta, observei a cor dos seus olhos e realmente eram verdes da cor da grama. Merda! O que eu fiz? Posso piorar a situação entre as duas tribos e eu preciso reverter isso. Baixei meu braço retirando a espada da sua garganta.– Desculpe-me por tê-lo atacado, sou um pouco arisca com estranhos. – Ajeitei minha postura ficando de frente para ele. O Alfa ainda estava zangado.– Qual o seu nome? – Ele me perguntou.– Karolina.– Karolina de quê?– Apenas Karolina. – Eu não tinha sobrenome.– Certo, Apenas Karolina. – Ele não gostou da resposta, pensou que eu
– Eu também pertenço a sua tribo? Quer dizer que meu tio é alguém de lá? – Fiquei perplexa. Minha vida toda parecia estar em volta de um mistério. Nem meu próprio nome eu sabia, ou o nome do meu tio e da minha mãe. Saber que eles poderiam ser de lá me deu esperança. Descobrir o passado da minha família, quem são meus avós ou até mesmo se tenho algum parente vivo que não seja a Kamilla. Algum primo, sobrinho ou outro tio. Nossa! Fiquei em êxtase. E se minha mãe teve outra filha? Será se ela me amaria como irmã ou me trataria como a Arlete trata? Provavelmente ela me trataria melhor, pois a Arlete tem ódio de mim por causa do Lúcius. Ela me odeia e me culpa pelo seu casamento fracassado.– Temos muita coisa a discutir e você ainda precisa se esclarecer com a minha tribo pelos eventos ocorridos, preciso fazer uma audiência com você e meu povo na alcateia, portanto Apenas Karolina, quero que compareça lá daqui a duas noites, ou seja, amanhã. Você aceita?Eu estava disposta a esclarecer tu
Eu estava encarando aquela cicatriz esbranquiçada na lateral do corpo do Lúcius, quando me dei conta já estava tocando e passando meu dedo por toda sua extensão.– Você não se lembra? – Ele me perguntou com o braço esquerdo levantado.– Não. – O encarei. – O que mais aconteceu?– Você quer mesmo que eu fale? – Ele parecia estar com receio.– Quero.– Você dizia que via a Deusa da Lua, que ela sempre a chamava de tola, que ela estava zangada e ficava lhe cobrando algo.– Cobrando o que?– Você falava que ela te chamava para adentrar com ela na floresta, que você deveria aprender algumas coisas para que seu destino fosse cumprido.– E o que acontecia depois? – Lembro-me de algumas aparições dela, mas não essas coisas que ele me contou.Ele baixou o braço e a camisa.– Você tentava ir para a floresta, eu não permitia, então... então a trancava. Reforcei as paredes dos lugares onde você mais ficava.– Na cabana afastada e no dormitório das escravas. – Afirmei.– Eu não sabia o que fazer,
Uma espada do cabo prata com um diamante redondo vermelho escarlate no meio das laterais, mais outros três diamantes ovais da mesma cor que o outro pela extensão do cabo. A lâmina cor prata estava toda desenhada, os desenhos representavam a floresta. Tinha as fases da Lua, folhas e raízes.Sua bainha era toda vermelha, com um desenho sendo destacado nela, era o símbolo da Tribo Boldwin, uma Lua Prata com duas espadas cruzadas na frente dela. A espada era menor que as dos Alfas, pois foi feita sob medida para mim e sou mais baixa que eles. As espadas que os lobisomens usavam sempre foram mais curtas que as dos humanos para que pudéssemos colocá-las atrás das costas e poder empunhá-las quando necessário, dependia muito do tamanho dos nossos braços. No entanto, eram pesadas e extremamente afiadas, pois tínhamos força para suportar o peso. Porém alguns preferiam espadas maiores e as colocavam na cintura para manuseá-las.Minha espada era linda e pela cor prata e o símbolo que estava na ba
– Bem-vinda a minha tribo! – Alec falou assim que chegamos.Eu estava segurando a mãozinha da Kamilla com um pouco mais de força que o habitual enquanto observava aquela aldeia e seus habitantes. Todos os lobisomens estavam parados olhando para mim, alguns sérios, outros mais zangados, tinham pessoas que pareciam me temer. Eu me tornei uma lenda para aquelas pessoas.“Karolina, a loba que estava ao lado do tão temido e sombrio Imperador.”O Drakon realmente tinha fama e não era para menos, o vampiro com seu exército de mortos-vivos derrotou um exército poderoso e armado até os dentes de lobisomens e humanos na Guerra Maldita.Entrando com passos lentos, de cabeça erguida sem demonstrar nenhuma fraqueza ou medo, mantive-me o mais natural possível, mas observando até a respiração daquelas pessoas que não paravam de me encarar, até a Kamilla ao meu lado estava tão normal quanto eu. Acho que aprendi essa compostura do babaca do Lúcius enquanto a menina herdou dele.Observei um pouco aquel
Todos da aldeia estavam sussurrando, conversando entre si, eu não escutava nada o que eles diziam, fiquei encarando a Kamilla sentadinha ao meu lado comenda enquanto balançava as perninhas animadamente. Perdida em meus pensamentos imaginei ela já adulta encontrando seu companheiro, casando-se, vivendo uma vida feliz ao lado dos seus filhos e marido naquele lugar bonito, mas por enquanto seríamos apenas nós duas vivendo cada segundo intensamente.– Podemos continuar? – A voz do Alec me fez sair dos meus devaneios.– Aaah... sim, sim... podemos sim. – Disse.– Karolina, diga-nos como foi seu primeiro encontro com o Imperador. – Ele já estava sentado novamente.– Eu estava perto da fronteira entre as duas tribos com a minha amiga Maria Elena e minha filha Kamilla. Conversávamos sobre o desaparecimento de algumas escravas humanas da Tribo Calmon e ninguém sabia quem estava causando aquele evento. Até que escutei passos entre as árvores e o vi.– Você já sabia quem ele era? – Alec pergunto