Uma espada do cabo prata com um diamante redondo vermelho escarlate no meio das laterais, mais outros três diamantes ovais da mesma cor que o outro pela extensão do cabo. A lâmina cor prata estava toda desenhada, os desenhos representavam a floresta. Tinha as fases da Lua, folhas e raízes.Sua bainha era toda vermelha, com um desenho sendo destacado nela, era o símbolo da Tribo Boldwin, uma Lua Prata com duas espadas cruzadas na frente dela. A espada era menor que as dos Alfas, pois foi feita sob medida para mim e sou mais baixa que eles. As espadas que os lobisomens usavam sempre foram mais curtas que as dos humanos para que pudéssemos colocá-las atrás das costas e poder empunhá-las quando necessário, dependia muito do tamanho dos nossos braços. No entanto, eram pesadas e extremamente afiadas, pois tínhamos força para suportar o peso. Porém alguns preferiam espadas maiores e as colocavam na cintura para manuseá-las.Minha espada era linda e pela cor prata e o símbolo que estava na ba
– Bem-vinda a minha tribo! – Alec falou assim que chegamos.Eu estava segurando a mãozinha da Kamilla com um pouco mais de força que o habitual enquanto observava aquela aldeia e seus habitantes. Todos os lobisomens estavam parados olhando para mim, alguns sérios, outros mais zangados, tinham pessoas que pareciam me temer. Eu me tornei uma lenda para aquelas pessoas.“Karolina, a loba que estava ao lado do tão temido e sombrio Imperador.”O Drakon realmente tinha fama e não era para menos, o vampiro com seu exército de mortos-vivos derrotou um exército poderoso e armado até os dentes de lobisomens e humanos na Guerra Maldita.Entrando com passos lentos, de cabeça erguida sem demonstrar nenhuma fraqueza ou medo, mantive-me o mais natural possível, mas observando até a respiração daquelas pessoas que não paravam de me encarar, até a Kamilla ao meu lado estava tão normal quanto eu. Acho que aprendi essa compostura do babaca do Lúcius enquanto a menina herdou dele.Observei um pouco aquel
Todos da aldeia estavam sussurrando, conversando entre si, eu não escutava nada o que eles diziam, fiquei encarando a Kamilla sentadinha ao meu lado comenda enquanto balançava as perninhas animadamente. Perdida em meus pensamentos imaginei ela já adulta encontrando seu companheiro, casando-se, vivendo uma vida feliz ao lado dos seus filhos e marido naquele lugar bonito, mas por enquanto seríamos apenas nós duas vivendo cada segundo intensamente.– Podemos continuar? – A voz do Alec me fez sair dos meus devaneios.– Aaah... sim, sim... podemos sim. – Disse.– Karolina, diga-nos como foi seu primeiro encontro com o Imperador. – Ele já estava sentado novamente.– Eu estava perto da fronteira entre as duas tribos com a minha amiga Maria Elena e minha filha Kamilla. Conversávamos sobre o desaparecimento de algumas escravas humanas da Tribo Calmon e ninguém sabia quem estava causando aquele evento. Até que escutei passos entre as árvores e o vi.– Você já sabia quem ele era? – Alec pergunto
– Foi assim que vocês aceitaram se juntar a ele? – O Alec falou depois de ter mandando os lobisomens se calarem novamente.– Mais ou menos, ele tinha água e nós estávamos com sede, então eu preferi ficar perto de uma possível ameaça contra mim e as meninas, pois assim ele não tentaria nada porque eu o observaria o tempo todo, impossibilitando do Imperador nos atacar.– “Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda”. – Ele disse uma frase de um dos filósofos que eu estudava quando criança, Alec estava muito pensativo.– Karolina, você pode nos confirmar de que estava com o Imperador apenas porque precisava de comida e água e não por estar unida com ele e a Tribo Calmon para atacar a Tribo Boldwin?– Sim. Apesar de ter o sangue da tribo, afirmo que não tenho nada com o Alfa Calmon e sua alcateia.– Então por que você fugiu da gente quando nos encontramos?– Fiquei com medo de que atacassem a minha filha, Kamilla, por ela ter o sangue da Tribo Calmon.– Conte-nos como
Parada olhando aquele retrato do meu tio, eu não conseguia parar de admirá-lo. Edmundo Stevens, um Betha da Tribo Boldwin. Com certeza foi um grande homem, apesar de sua morte prematura e ele nunca ter dito nada sobre quem era, dava para ver que ele parecia ser um homem honrado e de grandes feitos. Naquele momento pude sentir meu coração cheio de cicatrizes finalmente se aliviando um pouco.Meu tio certamente teria morrido mil vezes pelo Lúcius se isso fosse me proteger ou lutar contra a Tribo Calmon. Eu sabia que um Betha nunca conseguiria derrotar um Alfa, ele também sabia disso e talvez tenha escolhido morrer lutando para que me desse tempo o suficiente de fugir, mas só consegui fazer isso cinco anos depois.Ao menos, eu fugi e voltei para o que eu posso chamar de casa.Olhei para o retrato da mulher e vi que ela tinha a mesma cor de cabelo e olhos do meu tio. Seus cabelos eram grandes como o meu, pele branca e ela parecia ser alguém dócil. Poderia ser minha mãe?Li novamente a pla
Eu estava apertando minha mandíbula com força e meus punhos estavam fechados. Aquilo soava tão patético! Ridículo! Fiquei desconfiada quando o vi relutante para falar o motivo de o antigo Alfa entregar aquele terreno para meu tio, mas ter a confirmação me fez sentir tanta raiva.Se fosse outra mulher de qualquer tribo estaria eufórica agora já pensando no seu vestido de casamento e em como ela era a pessoa mais sortuda do mundo por se casar com um Alfa como o Alec. Mas eu sou eu, a Karolina, sou a pessoa que ama liberdade e em tomar minhas próprias decisões. E descobrir que durante minha vida inteira fiquei isolada em uma cabana sem conhecer o mundo afora e também nenhuma alma viva além da do meu tio, apenas porque decidiram que eu deveria passar dezoito anos aprendendo a ser uma esposa ideal para um homem que eu nem sabia da sua existência, me fez sentir a mulher mais patética do mundo.Eu tinha que todos os dias passar por estudos e treinos pesados, aprendi a ser uma menina boba e i
Augusto não se importou com a minha reação e continuou falando:– A mãe era uma mulher que aparentava ser uma pessoa fraca e submissa, mas lá no fundo ela era uma mulher incrível que morreu lutando para salvar seu filho da tirania do pai. – Continuei com as sobrancelhas franzidas, pois não sabia disso.– O pai dele era um dos homens mais cruel que eu já conheci na vida. Ele espancava a criança e a sua esposa se algum deles dissesse ao menos um não para ele. Lúcius teve uma infância difícil. O pai não permitia a aproximação da mãe, pois dizia que ela ia deixa-lo fraco e incapaz de liderar a tribo. Mas o pior aconteceu quando o ex-Alfa Calmon matou sua ex-Luna. – Ele parou de falar. Fiquei confusa e perplexa por saber dessas coisas.– O que aconteceu? – Perguntei.– A mãe do Lúcius tentou fugir com o filho quando ele tinha 10 anos e mais algumas pessoas, porém teve alguém do grupo que traiu a mãe dele e contou seu plano de fuga para o ex-Alfa. Quando o antigo Alfa Calmon soube, ele pren
Com a carta na mão direita, eu estava de cabeça baixa, olhos fechados e esfregando a esquerda no rosto, pensando.– Eu nunca vou ficar zangada por ter passado dezoito anos ao seu lado, seu velho rabugento. – Murmurei. Apesar de não gostar por saber o motivo de ter ficado naquela cabana, eu não posso reclamar da vida que tinha, pois foram os melhores anos para mim.Levantei do banco e fui buscar a Kamilla. As crianças já estavam indo embora com seus pais e eu precisava encontrar onde ficava a casa do Dindo. Peguei-a nos braços e perguntei para a senhora que ficou responsável por ela onde ficava a casa do Edmundo Stevens.Segui o caminho em direção à casa. Quando a encontrei dei um suspiro de felicidade. Ela era parecida com a cabana no meio da floresta, só que mais moderna, maior, com duas árvores em frente de cada lado da entrada e tinhas flores caindo das árvores ao chão, deixando tudo mais bonito. Abri a porta e entrei, ela estava limpa e bem conservada, acho que isso tem o dedo do