Isabela decidiu relaxar um pouco, pensando que um drinque poderia ajudá-la a dormir melhor. Talvez, com a mente clara no dia seguinte, ela encontrasse uma solução para o caso.Uma garrafa de uísque importado foi dividida entre eles e, após duas ou três rodadas, a garrafa já estava vazia. O álcool começou a subir à cabeça de Isabela, a deixando tonta e confusa.Foi então que a porta do camarote se abriu bruscamente, e um casal entrou tropeçando, envolvido em um beijo apaixonado.Dentro do camarote, apenas Isabela e Jorge estavam presentes. Eles não estavam cantando, não haviam chamado acompanhantes, nem estavam jogando. O ambiente estava silencioso, iluminado apenas por uma luz suave e difusa.O casal parecia não perceber que havia outras pessoas no espaço, como se estivessem prestes a se entregar a atos impróprios.O beijo deles era intenso, como lava derretida, consumindo a razão de ambos. Eles buscavam alívio um no outro, as mãos desesperadas puxavam e arrancavam as roupas.O homem a
O pomo de Adão proeminente de Jorge estava levemente avermelhado, se movendo para cima e para baixo enquanto ele tentava se acalmar. Quando finalmente recuperou a compostura, ele gentilmente colocou o braço dela em volta de seu pescoço, se virou de lado e, com um braço sob suas pernas e o outro apoiando suas costas, a levantou com suavimente.Ao sair da balada noturna, ele acenou para o manobrista, pedindo que chamasse um motorista particular. Enquanto esperava, dois carros se aproximaram lentamente.Fabiano e Gabriel saíram do mesmo carro, um após o outro, enquanto do outro carro desceu Sandro.Gabriel avistou Isabela sendo carregada por um homem na entrada e não conseguiu conter uma exclamação:— Puta que pariu!Fabiano, ao lado, parecia desinteressado e deu uma olhada de desprezo para ele.— O que foi? Viu um fantasma ou algo assim?— Não, olha lá! — Gabriel apontou para a entrada.Fabiano apertou os olhos para enxergar melhor.— Aquele homem está carregando a Isabela?— Quem mais
— Nada... Nada mesmo, haha... — Fabiano riu de forma forçada, puxando Gabriel pelo braço e acelerando o passo para alcançar Sandro.Gabriel franziu a testa, seus olhos estavam fixos nas costas tensas de Sandro. Ele não conseguiu segurar a curiosidade e perguntou: — Sandro, o que foi? Parece que você não está bem.Sandro puxou os cantos da boca em um sorriso amargo, dizendo com voz baixa e carregada de emoção: — Estou amaldiçoado.Desde o divórcio com Isabela, ele percebeu que não conseguia tirá-la do coração. Especialmente quando viu a casa, onde viveram juntos por quatro anos, destruída por suas próprias mãos. Era como se seu coração também tivesse sido dilacerado. Ele tentou reconquistá-la, mas Isabela foi implacável, sem lhe dar nenhuma chance. Toda vez que se lembrava do rosto frio dela, sentia uma dor aguda no peito.— Hoje, a gente não vai embora sóbrio. — Sandro declarou com voz rouca, puxando a gravata que o sufocava.Gabriel entendeu na hora. O baixo-astral de Sandro tinha
No entanto, Lara ainda tinha uma pulga atrás da orelha. Os advogados que ela conhecia sempre estavam de terno e gravata, bem arrumados, mas Jorge estava vestido de forma casual, quase como se não pertencesse ao ambiente de um escritório de advocacia. Isso a fez questionar se ele realmente era um advogado do escritório de Isabela.Naquele momento, um cliente se aproximou para comprar sushi. Caio foi rápido para atendê-lo, preparando com habilidade o molho de soja e a wasabi, entregando os hashis com um sorriso.Lara hesitou por um instante e sussurrou: — E se eu for lá amanhã de novo?Caio balançou a cabeça. — Melhor não. Pelo jeito, eles ainda estão no começo do relacionamento. Se a gente ficar se intrometendo, pode acabar pressionando a Isa. Quando as coisas ficarem mais sérias, aí a gente se preocupa. Pra mim, não importa tanto o quanto ele ganha ou o que ele faz, só importa que ele seja uma boa pessoa, responsável e que realmente cuide da Isa.Depois de tudo o que aconteceu com S
Naquele dia, quando Isabela Lopes foi levada ao tribunal pelo próprio marido, Sandro Marques, uma nevasca intensa tomava conta da cidade.Ela ainda se lembrava de como acreditava em seu amor. Durante sete anos, desde que se apaixonaram até o casamento, sempre teve certeza de que ele amava ela e que viviam um casamento feliz.Tudo mudou, porém, quando ele entregou ela às autoridades, sem hesitar, por causa de uma palavra dita por Milena.O juiz começou a leitura do caso de Isabela, acusada de porte de substâncias proibidas.— No dia 23 deste mês, durante uma blitz na Rua Oeste, agentes encontraram substâncias ilícitas no veículo conduzido pela Sra. Isabela. — Declarou o juiz. — Esta audiência é para examinar os detalhes da acusação. Solicito que o autor leia suas alegações.Sandro se levantou, o corpo alto e imponente vestido com um terno preto impecável, que só aumentava seu ar sério e afiado. Seus olhos, que um dia transbordavam de amor por sua esposa, agora mostravam apenas desaponta
Isabela se virou para olhar Sandro. Era curioso como palavras tão decisivas agora pareciam deslizar com facilidade.Sandro, com uma expressão gélida, retrucou sem titubear:— Não vou me divorciar de você. Você sabe disso muito bem.— Você é advogado, deveria entender o que está em jogo. Se eu for condenada, vou parar na cadeia...— Com as provas contra você, Isabela, não posso fazer nada além de seguir o que a lei manda...— Não, Sandro. Não é sobre provas. É sobre você acreditar na Milena e não em mim.Isabela sentia cada palavra pesando no ar. Era mais do que simplesmente uma questão de confiança: ele estava disposto a vê-la presa para defender Milena.Ele baixou os olhos e, evitando a intensidade do olhar dela, depois caminhou para as escadas, sem oferecer qualquer explicação:— Vamos para casa.Isabela ajustou o casaco grosso ao corpo e seguiu até o carro. Aquele dia estava frio e o vento cortava o rosto dela como pequenas lâminas geladas. Ela entrou no carro e o silêncio entre ele
Na cozinha, não havia sinal dela, nada do costumeiro movimento enquanto ela preparava o jantar. No quarto, o vazio reinava. A casa parecia outra sem a presença dela. Ele pegou o celular, já impaciente para ligar e perguntar onde ela estava, mas foi surpreendido ao ver a tela cheia de notificações de gastos no cartão. Como estava incomodado com as ligações constantes, havia deixado o celular no silencioso, sem imaginar que as notificações de consumo o tomariam de surpresa.A tela do celular estava cheia de registros de gastos, e ele não pôde deixar de franzir a testa.Ele tentou ligar para Isabela, mas ninguém atendeu. Sentiu um vazio incômodo crescendo dentro dele e puxou a gola da camisa para aliviar o desconforto, como se o ar tivesse ficado mais pesado. Em vez de se perder na angústia, foi ao escritório, buscando se distrair com trabalho, uma tentativa de colocar a cabeça no lugar. No entanto, o que ele encontrou sobre a mesa paralisou ele: o acordo de divórcio. Ao lado, a aliança q
— Sou eu, sim. — Disse Isabela, com um leve aceno de cabeça.— Este é um envio urgente para a senhora. — Respondeu o entregador, estendendo-lhe uma prancheta. — Pode assinar aqui, por favor?Isabela pegou a prancheta, assinou rapidamente e a devolveu ao rapaz. Em troca, ele lhe passou um envelope grosso, de papel pardo, que ela recebeu com uma expressão enigmática. Assim que fechou a porta, respirou fundo e rasgou o lacre com um pouco de pressa. Ao abrir, seus olhos pousaram sobre o documento que não imaginava receber tão cedo: o acordo de divórcio assinado por Sandro.Seus olhos brilharam com uma expressão de leve surpresa e satisfação ao ver a assinatura dele ali, estampada de maneira firme. Colocou o envelope ao lado e abriu o notebook na mesa. Ao observar tudo aquilo, ela constatou que o acordo de divisão de bens havia sido aceito. Isso significava que Sandro não tinha objeções em relação aos termos que ela havia estabelecido.Com a decisão dele em mãos, Isabela começou a organizar