— Eles confessaram rapidinho, né? — Perguntou Jorge.— Foi, sim. — Respondeu Luan.— Dos três, quem é o chefe? — Jorge continuou.Luan deu um chute no homem do meio.— Esse aqui. Se chama Max Moura.Max logo começou a gritar:— Solte a gente agora! Isso aqui é sequestro... É crime!Luan quase riu da cara do idiota.— E o sequestro que vocês fizeram não era crime?Jorge, atento, logo percebeu algo estranho.— Eles confessaram tão fácil assim que foi a Isabela que mandou?— Foi... Foi ela sim! A Isabela mandou a gente! — Disse Max, todo apressado.Jorge tirou o celular do bolso e mostrou para ele uma foto qualquer de uma mulher que achou na internet.— É essa aqui?Max balançou a cabeça na hora:— É ela! Essa mesma!Luan fez uma cara de total confusão.— Filho da puta... — Ele segurou o rosto do homem com força. Naquele momento ele também tinha percebido que foi enganado.— Então você foi comprado, né?Agora tudo fazia sentido.Estava na cara que eles tinham sido pagos para jogar o nome
— Mais tarde?! Luan, você está esquecendo quem você é? Você tem coragem de fazer meu irmão esperar? — Clara estava furiosa. — Luan, eu ordeno que você me arrume isso agora! Te dou uma hora. Quero ver seu pessoal no hospital. Se atrasar um minuto, juro que você vai se arrepender!Depois de soltar aquela ameaça, Clara desligou com um estalo seco.Luan olhou para o celular, com uma cara de sofrimento. Como a vida dele podia ser tão difícil assim?Mas obviamente, aquele não era momento para reclamar. Ele precisava resolver a situação o mais rápido possível.Só assim conseguiria dar uma resposta ao Jorge.Na verdade, nem era tão complicado assim.Seus olhos se fixaram em Max.Com os métodos certos, será que ele teria coragem de ficar calado?...Uma hora depois, Luan apareceu no quarto do hospital.Clara estava de olho no relógio o tempo todo.— Você se atrasou um minuto. — Disse ela, fria como gelo.Luan tratou logo de se explicar:— O trânsito estava um caos, cheguei o mais rápido que pud
Ela se aproximou de Max, apertou os olhos e encostou a ponta do taco de golfe, a parte usada para bater, em sua virilha.— Naquele dia, quando você estava me perseguindo, estava bem ousado, dizendo até que ia me estuprar. Mas agora, estou bem aqui na sua frente, e cadê essa ousadia toda? Hã?Max tremia de medo.— Uuuh...Clara apertou com força.Parecia que algo havia estourado!A parte de baixo da calça ficou completamente molhada.O homem arregalou os olhos de repente, suas pupilas estavam tremendo.— Uuuh... — Os gemidos abafados eram tudo o que Max conseguia emitir.Os seguranças ao lado fizeram caretas de dor involuntárias, como se fosse eles que estivessem levando o golpe nos testículos.Clara ainda se sentia satisfeita com aquilo.Ela deu mais alguns chutes nele, ainda mais fortes.— Luan. — Clara precisava do depoimento, ela queria entregá-lo a Sandro, para que ele visse claramente quem Milena realmente era.Luan sabia o que Clara queria, e já estava preparado.Ele se aproximou
Sandro não queria ouvir nem uma palavra dela.— Vou te dar um minuto, saia da minha vista.Milena baixou a cabeça, com o ódio nos olhos atingindo o auge.— É por causa da sua noiva, ou da Isabela? — Ela levantou a cabeça, com uma expressão de pura pena.Sandro se irritou.— Preciso repetir de novo?!— Ok, eu vou embora. — Milena se levantou com dificuldade do chão, tremendo, e não conseguiu andar mais do que dois passos antes de desmaiar no sofá.— Milena?! — Sandro franziu a testa.Tudo em silêncio. Ele se aproximou do sofá e deu um leve chute nela.Mas Milena não reagiu.— Porra! — Sandro explodiu de raiva.Ele pegou o telefone fixo da mesa e discou 192.Milena pensou que Sandro a levaria para o hospital.Mas não esperava que ele fosse chamar uma ambulância e não a levasse pessoalmente.Ela mordeu a parte interna da boca.O coração dela estava dolorido e cheio de ódio.Aquele homem realmente era implacável.Assim que virava as costas, ele não lembrava nem um pouco dos sentimentos an
O tremor fez a casa inteira parecer que ia desabar.Clara virou a cabeça, mas viu Milena se levantando do sofá.Ela olhou Clara com desdém, e em seguida se vestiu e caminhou em direção à porta.Clara estava tão irritada que sentia que seus pulmões iam explodir de raiva.Uma chama queimava em seu peito, e ela achava que se não a liberasse logo, poderia sufocar.Ela correu em direção a Milena.— Vadia! Você quer me prejudicar e ainda tem a audácia de me provocar! — Ela pegou um vaso e o atirou na cabeça de Milena. — Não vou te deixar escapar tão fácil!Milena teve um momento de escurecimento antes de cair no chão.No começo, ela estava fingindo estar desmaiada, mas naquele momento, ela realmente tinha sido atingida e desmaiado.A ambulância chegou, e Clara mandou que levassem Milena embora.Sandro saiu de seu quarto já vestido, e ao ver que Clara ainda estava lá, não disse nada. Ele apenas se preparava para sair.— Vai ao hospital ver aquela vadia? — Clara foi até ele e bloqueou seu cami
Ele levantou ligeiramente o canto dos lábios. Ele não vinha ao escritório de advocacia, mas não tinha dito que não a veria.— Isso aqui é um escritório de advocacia?Isabela sorriu um pouco, ela tinha se esquecido.Só podia culpar a proximidade entre o escritório e onde morava.— Tão apressada assim, para onde vai?Isabela respondeu sinceramente:— Acabei de receber uma ligação, algo deu errado com o meu primo, preciso voltar para ver o que aconteceu.— Eu te acompanho.Isabela hesitou um pouco.Ela ainda não havia pensado em deixar Jorge entrar no círculo de sua família.Aquilo significaria basicamente anunciar o relacionamento deles.Mas a relação dos dois estava apenas começando.Não sabia até onde chegariam, e, por isso, não queria que Jorge se envolvesse demais em sua vida.Jorge pareceu perceber o que ela pensava, e toda a animação de vê-la foi se esvaindo.Ele apertou os lábios, e a frustração que estava segurando há muito tempo transbordou pelas palavras:— Eu sou tão indesejáv
Na frente do restaurante, havia uma multidão de pessoas curiosas.Isabela franziu a testa, prestes a se aproximar, quando Jorge disse:— Espere um pouco.— Hã? — Ela olhou para ele, confusa.— Com tanta gente assim, será que não é melhor chamar a polícia?— Eu já mandei eles chamarem, será que não chamaram? — Isabela respondeu.Pelo visto, não tinham feito.Ela rapidamente pegou o celular e fez a ligação para a polícia.Jorge foi à frente dela, abrindo caminho.Os familiares do falecido estavam gritando na porta, dizendo que a responsabilidade pelo que aconteceu era do restaurante do Tomas.— Você está maluca? A polícia já disse que não tem nada a ver com o meu filho! Foi ele quem assediou a mulher e se deu mal, morreu porque mereceu... — Disse Fernanda com raiva.— Você... — A parente do falecido estava furiosa, e empurrava Fernanda. — Você que merece, você que devia ter morrido!As duas mulheres se empurravam uma à outra.— Sogra, parem de brigar! — Felícia tentou separar as duas.As
Isabela foi barrada na porta pela enfermeira.— Você é familiar da paciente? Por favor, vá pagar primeiro.— Ah, tá. — Isabela correu até o caixa no saguão e pagou três mil reais.Ela voltou e ficou esperando na porta da sala de cirurgia.Pelo que ela havia visto pouco antes, parecia que a criança da Felícia não conseguiria sobreviver.Cerca de meia hora depois, o médico saiu, e Isabela foi até ele.— Você é familiar da paciente? — O médico perguntou.— Sim. — Isabela assentiu.— Ela teve um aborto. Quando foi trazida, a criança já havia saído. — O médico, vestindo seu jaleco branco, continuou. — O estado emocional dela não está muito bom. Você, como familiar, deve tentar confortar ela. E o marido dela? Seria bom ele vir acompanhar.— Tá bom. Obrigada. — Isabela respondeu.— Ela provavelmente não vai conseguir andar por enquanto, então coloque ela na área de descanso. Quando ela acordar e não tiver mais nenhum desconforto, pode ir para casa descansar.— Tá bem, muito obrigada, doutor.