Na frente do restaurante, havia uma multidão de pessoas curiosas.Isabela franziu a testa, prestes a se aproximar, quando Jorge disse:— Espere um pouco.— Hã? — Ela olhou para ele, confusa.— Com tanta gente assim, será que não é melhor chamar a polícia?— Eu já mandei eles chamarem, será que não chamaram? — Isabela respondeu.Pelo visto, não tinham feito.Ela rapidamente pegou o celular e fez a ligação para a polícia.Jorge foi à frente dela, abrindo caminho.Os familiares do falecido estavam gritando na porta, dizendo que a responsabilidade pelo que aconteceu era do restaurante do Tomas.— Você está maluca? A polícia já disse que não tem nada a ver com o meu filho! Foi ele quem assediou a mulher e se deu mal, morreu porque mereceu... — Disse Fernanda com raiva.— Você... — A parente do falecido estava furiosa, e empurrava Fernanda. — Você que merece, você que devia ter morrido!As duas mulheres se empurravam uma à outra.— Sogra, parem de brigar! — Felícia tentou separar as duas.As
Isabela foi barrada na porta pela enfermeira.— Você é familiar da paciente? Por favor, vá pagar primeiro.— Ah, tá. — Isabela correu até o caixa no saguão e pagou três mil reais.Ela voltou e ficou esperando na porta da sala de cirurgia.Pelo que ela havia visto pouco antes, parecia que a criança da Felícia não conseguiria sobreviver.Cerca de meia hora depois, o médico saiu, e Isabela foi até ele.— Você é familiar da paciente? — O médico perguntou.— Sim. — Isabela assentiu.— Ela teve um aborto. Quando foi trazida, a criança já havia saído. — O médico, vestindo seu jaleco branco, continuou. — O estado emocional dela não está muito bom. Você, como familiar, deve tentar confortar ela. E o marido dela? Seria bom ele vir acompanhar.— Tá bom. Obrigada. — Isabela respondeu.— Ela provavelmente não vai conseguir andar por enquanto, então coloque ela na área de descanso. Quando ela acordar e não tiver mais nenhum desconforto, pode ir para casa descansar.— Tá bem, muito obrigada, doutor.
Naquele momento, era a família do falecido que estava causando problemas no restaurante deles, e com certeza era culpa da família do falecido.Se algo tivesse acontecido com sua nora, ela poderia simplesmente processar aquela família do falecido.Naquele momento, a família do falecido estava fazendo escândalo na delegacia, e a polícia já estava tentando entrar em contato com os parentes deles, pedindo para que viessem até lá. Se os parentes não colaborassem, a polícia iria forçar a convocação dos familiares, incluindo os parentes do falecido, para a sala de interrogatório.De acordo com o Artigo 23 da Lei de Administração de Segurança Pública, quem perturbar a ordem de órgãos, entidades ou empresas, a ponto de impedir o funcionamento normal de atividades como trabalho, produção, serviços médicos, ensino ou pesquisa científica, e não causar danos graves, pode receber uma advertência ou multa de até 2000 reais. Se o caso for mais grave, a pessoa pode ser detida por 5 a 10 dias, além de u
— Hoje não, tia. Vou voltar amanhã. A gente vai embora. Não tem problema, de carro fica tranquilo. — Isabela recusou rapidamente.Se fosse só ela, até tudo bem, poderia passar a noite lá. Mas tinha o Jorge com ela.Por um lado, ela temia que Jorge não se acostumasse. Por outro, não queria dar trabalho. Se ficassem, ainda teriam que preparar o jantar e arrumar o quarto, seria um incômodo.— Já está tão tarde e vocês não comeram ainda, que tal jantarem aqui antes de irem? — Disse Fernanda.Isabela respondeu:— A gente come algo no caminho de volta, não precisa se preocupar, tia. Depois de tudo que aconteceu em casa, melhor você voltar e preparar alguma coisa para a Felícia. Aborto deixa a mulher muito fraca.Ao pensar na Felícia e no aborto, Fernanda suspirou.— Eu estava tão animada, achando que logo teria meu neto nos braços, mas... Realmente, a sorte virou contra mim.Ela estava claramente frustrada.Isabela não respondeu. Não havia muito o que dizer, afinal, uma situação daquele jeit
De manhã, Jorge foi acordado pelo som da campainha.Ele se levantou e foi abrir a porta.Ao ver quem estava na porta, Jorge franziu a testa.— O que você está fazendo aqui? — Perguntou ele.— Não posso vir? Claro que vim ver meu filho. — Alícia sorriu.Desde que Jorge mencionou que tinha uma namorada, ela ficou com isso na cabeça.— Quando você disse que tinha uma namorada, no começo achei que você estava mentindo, mas pensando bem, você nunca ficou tanto tempo no país antes. Talvez você não estivesse mentindo.— Mas você poderia ter me avisado antes. — Jorge falou.Alícia entrou com uma caixa de comida.— Se eu tivesse te avisado, você teria deixado eu vir? — Alícia olhou para o filho. Ela sabia bem o tipo de temperamento que ele tinha.Jorge coçou a testa.Era verdade. Se ela tivesse avisado, ele com certeza não teria deixado ela vir.Jorge ajustou o roupão e disse:— Você veio fazer uma vistoria surpresa?Alícia colocou a caixa sobre a mesa e tirou a comida de dentro.— Fiz a Laura
Alícia sorriu, deu uma olhada no filho e imediatamente voltou para dentro.— Então você é a namorada do Jorge?Isabela olhou para Jorge, surpresa. Ela não sabia como responder.As duas acabavam de se conhecer. E Jorge já tinha contado para a família dele?Jorge se recostou em um canto, tentando esconder o sorriso entre a impaciência.— Se você assustar ela, vai ter que me compensar.Alícia olhou para ele com um olhar severo.— Você está tentando me enganar, né?Alícia entendeu naquele momento porque ele tinha sugerido que ela olhasse no quarto. Afinal, a escuridão escondia as intenções.Ela caiu direitinho na armadilha dele.Virando-se para Isabela, Alícia sorriu suavemente e se apresentou.— Sou a mãe do Jorge, Alícia Gonçalves. Não se preocupe.— Oi, Alícia. — Isabela sorriu educadamente. — Muito prazer.Alícia olhou rapidamente para Isabela de cima a baixo e parecia satisfeita.A moça era bonita, com uma boa postura.— Venha, sente aqui!. — Alícia sorriu, convidou animadamente.Isab
Ela conheceu a namorada do seu filho, e ficou bem feliz."Eles até passaram a morar juntas, parece que o dia de se tornar avó não está tão distante", pensou Alícia, satisfeita consigo mesma.— Me leva até lá. — Alícia puxou o filho.Jorge deu uma leve batida no ombro de Isabela e disse:— Volto já.Isabela respondeu com um simples "ok".Jorge seguiu a mãe até a porta e perguntou:— O que foi? Tem algum segredo para me contar?Alícia olhou para o filho com um olhar repreensivo e disse:— Vocês dois, se casem logo. Se ela engravidar antes, isso não é justo para a garota.Jorge ficou um pouco surpreso, mas logo entendeu e não conseguiu conter uma risadinha.— Você está pensando o quê?— Então, vocês já estão morando juntos, né? — Alícia falou.Jorge abriu a boca, mas não rebateu.— Sim, mãe, a gente toma os cuidados necessários, pode ficar tranquila. Antes do casamento, não vai acontecer nada.Alícia instantaneamente não ficou muito satisfeita.— Você não entendeu o que eu quis dizer, né?
— Quanto tempo você vai levar para me amar a ponto de não conseguir viver sem mim? Cinco anos? Dez? Vinte? Cinquenta? Oitenta? Uma vida inteira?Jorge falou com a voz controlada, sem deixar transparecer emoção.— Não sei. Ainda é incerto. — Isabela não olhou para ele.— Tudo bem, eu posso esperar. — Jorge sorriu levemente. Sua voz ficou baixa e prolongada. — Eu posso esperar o tempo que for.Isabela sentiu um arrepio no peito. Ela abaixou a cabeça.— Não faz assim.— Fazer como? — Ele perguntou.A atitude de Jorge a fazia sentir uma pressão enorme.— Me beija.Isabela olhou para ele, surpresa.— Mas eu não me arrumei ainda...— Eu não me importo. — Ele a puxou para mais perto, a mão ainda na cintura dela, acariciando a pele através do tecido. Isabela sentiu um formigamento.Para tentar encerrar logo a situação, ela abaixou a cabeça e foi se aproximando lentamente. Quando estavam a poucos milímetros de distância, Jorge tomou a iniciativa e ergueu o rosto.Seus lábios se tocaram, e o ar