Jorge olhou para Clara por um bom tempo e respondeu com voz profunda:— É linda.Os olhos de Clara brilharam.— Sério? Quando você vai trazer ela para casa? — Perguntou ela.Alícia, com sua postura elegante e um sorriso suave no rosto, olhou para o filho com expectativa. — Jorge, já que você está namorando, traga para a gente conhecer. Se ela topar, já marca o casamento! — Alícia estava feliz com o fato de o filho ter uma namorada. — Não temos exigências sobre a menina, o importante é que você goste dela.Ela entendia bem o temperamento do filho. Quando Jorge se decidia por algo, ninguém conseguia mudar sua opinião.Claro que ela também queria que a futura nora e o filho tivessem uma boa posição na sociedade, mas sabia que, no fundo, sentimentos como aquele não dependiam de status ou riqueza.Ela acreditava que o amor tinha a ver com destino.Alícia sempre imaginou que sua filha casaria com um rapaz perfeito de boa família, alguém excelente, capaz de combinar com ela.Mas Clara, para
— Agora estou ocupado. — Sandro respondeu secamente.Mal terminou a frase, desligou na cara dela.Clara olhou para a tela do celular, incrédula. Foi assim que ele desligou a ligação dela?Ela ficou olhando fixamente para o aparelho, furiosa, e o atirou com raiva!Mas Sandro jamais veria aquela explosão de fúria dela.Sandro, com a voz fria, disse:— Já saiu tão rápido?Pela forma como ele falou, parecia que ele achava que Milena tinha passado pouco tempo lá dentro.— Dr. Sandro, não seja assim comigo. — Milena, com os olhos vermelhos, correu até ele e abraçou sua cintura. — Você sabe o quanto eu sinto sua falta?Ela era mestre em fazer o papel de vítima.Com seu olhar inocente e aqueles olhos grandes e molhados, sempre parecia frágil e encantadora.Sandro afastou suas mãos com força.— Milena, por sua causa, a Isabela se divorciou de mim. Você sabe o quanto eu te odeio agora?— Eu nunca imaginei que a Isabela fosse se divorciar de você... — Milena parecia apavorada. — Eu posso explicar
Clara se levantou e entrou no closet para escolher uma roupa, mas, por mais que olhasse, achou que nada ali estava bonito.Ela experimentou várias peças até que encontrou uma que gostou.Afinal, como Sandro finalmente tinha sido gentil com ela, não podia deixar de aparecer bonita diante dele.Acordou cedo, fez a maquiagem e se arrumou toda.Desceu as escadas, e Alícia gritou chamando ela para o café da manhã, mas ela disse que tinha compromisso e saiu.Alícia ficou observando a filha sair, soltando um suspiro. Na noite anterior, ela tinha tentado convencer o filho a ficar em casa, dizendo que fazia tempo que ele não estava ali. E ele, com um pouco de relutância, acabou ficando.De manhã, no entanto, ele não comeu nada e saiu rapidamente.A filha também era daquele jeito.Nem namoro deveria ser motivo para sair tão cedo."Os jovens de hoje em dia, quando estão apaixonados, realmente são intensos.", Alícia pensou consigo mesma.Clara dirigia, com uma expressão ansiosa no rosto.Jorge tam
Tomas acenou com a cabeça e começou:— Aconteceu ontem à noite, porque trabalho com comida de noite e fecho mais tarde. Eu lembro que era por volta das onze horas, quando chegaram três homens, pediram lagosta grelhada e cerveja. Na mesa ao lado, estavam duas meninas. Elas terminaram de comer e foram embora, mas, na saída, uma delas acabou esbarrando em um dos homens. Eles pediram desculpas, e na hora eu não estava lá, então não sei se ela pediu desculpas ou não. De qualquer forma, eles começaram a discutir.Ele esfregou o rosto, tentando se lembrar:— Eles estavam brigando alto e empurrando as duas meninas. Eu fiquei preocupado, porque elas poderiam se machucar. Como sou o dono do lugar, e não queria que isso afetasse o meu negócio, então fui tentar apartar a briga. Mas aqueles três homens eram muito agressivos. Não importava o quanto eu me desculpasse, não adiantava nada. Eles empurraram as meninas, e uma delas caiu sobre uma mesa que ainda estava bagunçada. A outra menina, tentando d
Naquele momento, Fernanda finalmente entendeu, de forma concreta, a diferença entre familiares e estranhos.Aqueles "amigos" que sempre se diziam próximos... Mal aconteceu um probleminha, já estavam todos com pipoca na mão esperando para ver o show de desgraça.Mas bastou uma ligação para Isabela, que ela largou tudo no trabalho e veio correndo ajudar.A ajuda em momentos de alegria era fácil, mas a verdadeira ajuda era aquela que aparecia quando tudo estava difícil.— Você é a nossa sortuda, nossa anjinha da guarda! — Fernanda disse, agradecida.Dentre todos na família, Isabela era a mais estudada, casou bem, embora o marido tivesse traído e eles tivessem se divorciado, mas ele tinha boas condições financeiras. Naquela época, ele se casar com a Isabela foi, na verdade, uma prova de que ela era realmente uma pessoa de destaque.Senão, com as condições dele, jamais teria se casado com uma mulher de família comum como Isabela.Era justamente por aquilo que Fernanda sentia inveja, pois se
Isabela murmurou um "ok" de concordância.Depois que Felícia saiu, Isabela se recostou no sofá e ficou perdida em seus pensamentos.E de repente, o celular vibrou. Ela tirou o celular do bolso.Viu que era uma mensagem de Jorge: [Quando você volta?]Ela ficou encarando a tela por um bom tempo.Depois de um tempo, respondeu com duas palavras: [À tarde.]Jorge não respondeu mais nada.Ela deslizou a tela do celular.Sem perceber, já tinha muitas mensagens trocadas com ele.— Almoço pronto!Cerca de meia hora depois, Felícia voltou.Isabela se levantou para lavar as mãos.O tio comprou vários pratos de comida temperada, e Lara fez alguns pratos quentes.Na mesa, Fernanda, ainda preocupada, perguntou várias coisas para Isabela.Isabela confirmou que o primo estava bem.Só então Lara pareceu um pouco mais tranquila.Depois do almoço, ela foi embora de carro.Estacionou o carro, caminhou até o escritório de advocacia, e enquanto esperava o elevador, Jorge entrou pelo corredor, passou ao seu
Isabela claramente percebeu o olhar de Jorge.Ela se afastou um pouco, forçou um sorriso, e disse:— Que ajuda você precisa, posso te ajudar em algo?— Ainda é sobre a corrida. — Leonardo disse. — Dessa vez, vamos mudar de pista.— É aquela pista perigosa de que vocês falaram, que pode até tirar vidas? — Isabela perguntou.— Não, é outra. — Leonardo balançou a cabeça.De repente, Leonardo percebeu que as bochechas de Isabela estavam bem vermelhas.— Mana, o que foi? Por que sua cara está mais vermelha que a bunda de um macaco?Isabela ficou sem palavras.O olhar de Jorge estava fixo nela e interveio com voz profissional:— Assistente Isabela, temos um caso para atender essa tarde.— Ah, está bem. — Isabela apenas respondeu.Leonardo ficou sem palavras, e logo virou o rosto, olhando de cara feia para Jorge, murmurando:— Seu ditador.Jorge fez um leve aceno, como se não tivesse ouvido.Isabela deu de ombros, meio sem jeito, e disse:— Você viu, né? Eu ainda tenho trabalho.— Mana, peça
Isabela olhou para ele e disse:— Se você não se interessa por direito, pode pensar em mudar de profissão.Ela achava que Leonardo só tinha o nome no escritório de advocacia, mas não entendia nada, o que para ela era um desperdício de tempo.Mas Leonardo pensava que estava bem daquele jeito. Ele só precisava ter seu nome registrado no escritório de advocacia para dar uma satisfação ao pai, e ainda podia continuar se divertindo. Além disso, não precisava ouvir ninguém o encher o saco. Que maravilha, não é?— Valeu, mana, vou indo. — Leonardo estava vestido com um moletom preto com boné, calça confortável e tênis branco. Ele girava as chaves do carro na mão.Com aquele ar de quem não estava nem aí.Ele entrou no carro e colocou a música no volume máximo.Acompanhava o ritmo da música balançando o corpo, ligou o carro, pisou no acelerador e saiu!O carro voava na estrada!Quando ele deixou a cidade para trás, a estrada ficou bem mais livre.Ele abriu a janela, deixando o vento bater no ro