O sangue escorria pela palma da mão de Jorge. Ele franziu a testa, levantou o pé e chutou César para longe, rapidamente envolvendo a cintura de Isabela e a tirando das garras de César.Isabela virou parcialmente o corpo e caiu nos braços fortes e firmes de Jorge. Os braços dele eram tão poderosos, como vinhas vivas, envolvendo sua cintura. O corpo dela estava colado ao dele. Ela podia até sentir claramente o batimento forte e constante do seu coração.Ela ergueu a cabeça e viu o rosto impassível dele. Normalmente calmo e controlado, naquele momento, ele exibia uma raiva intensa em seu semblante.Os olhos de Jorge sobre César estavam sombrios e ameaçadores, como lâminas invisíveis, prestes a cortar qualquer um à sua frente.Isabela raramente o via com tanta raiva.Era a primeira vez que ela presenciava uma explosão de raiva tão forte dele.Ele estava tão irritado, seria por causa dela?Assim que o pensamento surgiu, ela rapidamente o descartou.O carinho dele por ela tinha a ver com o p
— Vamos. — Disse Isabela, determinada a levar Jorge ao hospital.— Dr. Jorge, pode ir tranquilo, aqui a gente se encarrega, é uma bobagem, podemos resolver, pode ficar tranquilo.Jorge assentiu com a cabeça.Isabela segurou o braço dele e o levou até a calçada para pegar um táxi. Jorge a observava, notando como ela parecia preocupada com ele, e um sorriso suave surgiu nos seus lábios sem perceber.Felizmente, era fácil pegar um táxi, pelo menos mais rápido do que voltar dirigindo. O táxi parou na calçada, e ela foi até a porta para abrir.— Dr. Jorge, entre primeiro.Jorge se abaixou para entrar no carro, se afastando para deixar Isabela sentar.— Para o hospital. — Isabela disse, entrando no carro e fechando a porta.— Para qual hospital? — Perguntou o motorista.— O mais próximo, por favor. — Respondeu Isabela.— Ok. — O motorista começou a dirigir.Isabela, impaciente, apressou:— Por favor, senhor, se apresse, alguém está ferido no carro.O motorista olhou pelo retrovisor e respond
Ele parecia que estava brincando.Isabela sabia que ele estava apenas brincando, mas mesmo assim soprou sobre ele. Seus lábios, rosados como pétalas de flor tocadas pelo orvalho da manhã, eram suaves e cheios de vida.O efeito da anestesia ainda não havia passado para Jorge, e ele não sentia a brisa quente em sua pele.Toda a sua atenção estava nos lábios dela.Os lábios de Isabela tinham uma forma impecável, e tanto ao falar quanto ao sorrir, ficavam incrivelmente bonitos.Jorge se lembrou de como seus lábios eram macios da última vez que a beijou.Ele apertou os lábios com força, retirando a mão.Isabela virou a cabeça para olhar ele.— Já não dói? — Perguntou ela.Jorge respondeu com o movimento do seu pomo-de-adão.Ele tossiu um pouco e disse:— A anestesia ainda não passou, não dói.Isabela ficou em silêncio.Mas, como ele se machucou por causa dela, não levou a mal.— Que bom que não dói.Ela olhou para os remédios que estava segurando. Eram vários, parecia que tinha pelo menos u
— Não é assim... — Jorge estava prestes a explicar, quando o som de um celular tocando interrompeu suas palavras.Ele franziu ligeiramente a testa. Pegou o celular e, antes de apertar o botão de atender, disse para Isabela:— Me espere um minuto.Mas Isabela não obedeceu, aproveitando que ele estava distraído, saiu de seu braço e disse: — Não se esqueça de tomar o remédio.E, como um coelho assustado, abriu a porta e saiu correndo.Jorge franziu ainda mais a testa. Atendeu a ligação com voz claramente irritada:— O que foi?Clara ficou sem reação por um momento.Quem havia feito algo para irritar ele daquele jeito? Por que estava falando com tanta grosseria?— Nossos pais estão te chamamando em casa. — Disse Clara.— Disseram por quê? — Jorge perguntou.— Eu não sei. — Clara respondeu, mexendo os dedos nervosamente.Embora o incidente na festa de noivado já tivesse passado, ela sentia que seus pais ainda estavam insatisfeitos com Sandro e a família Marques.Ela imaginava que a causa d
Jorge olhou para Clara por um bom tempo e respondeu com voz profunda:— É linda.Os olhos de Clara brilharam.— Sério? Quando você vai trazer ela para casa? — Perguntou ela.Alícia, com sua postura elegante e um sorriso suave no rosto, olhou para o filho com expectativa. — Jorge, já que você está namorando, traga para a gente conhecer. Se ela topar, já marca o casamento! — Alícia estava feliz com o fato de o filho ter uma namorada. — Não temos exigências sobre a menina, o importante é que você goste dela.Ela entendia bem o temperamento do filho. Quando Jorge se decidia por algo, ninguém conseguia mudar sua opinião.Claro que ela também queria que a futura nora e o filho tivessem uma boa posição na sociedade, mas sabia que, no fundo, sentimentos como aquele não dependiam de status ou riqueza.Ela acreditava que o amor tinha a ver com destino.Alícia sempre imaginou que sua filha casaria com um rapaz perfeito de boa família, alguém excelente, capaz de combinar com ela.Mas Clara, para
— Agora estou ocupado. — Sandro respondeu secamente.Mal terminou a frase, desligou na cara dela.Clara olhou para a tela do celular, incrédula. Foi assim que ele desligou a ligação dela?Ela ficou olhando fixamente para o aparelho, furiosa, e o atirou com raiva!Mas Sandro jamais veria aquela explosão de fúria dela.Sandro, com a voz fria, disse:— Já saiu tão rápido?Pela forma como ele falou, parecia que ele achava que Milena tinha passado pouco tempo lá dentro.— Dr. Sandro, não seja assim comigo. — Milena, com os olhos vermelhos, correu até ele e abraçou sua cintura. — Você sabe o quanto eu sinto sua falta?Ela era mestre em fazer o papel de vítima.Com seu olhar inocente e aqueles olhos grandes e molhados, sempre parecia frágil e encantadora.Sandro afastou suas mãos com força.— Milena, por sua causa, a Isabela se divorciou de mim. Você sabe o quanto eu te odeio agora?— Eu nunca imaginei que a Isabela fosse se divorciar de você... — Milena parecia apavorada. — Eu posso explicar
Clara se levantou e entrou no closet para escolher uma roupa, mas, por mais que olhasse, achou que nada ali estava bonito.Ela experimentou várias peças até que encontrou uma que gostou.Afinal, como Sandro finalmente tinha sido gentil com ela, não podia deixar de aparecer bonita diante dele.Acordou cedo, fez a maquiagem e se arrumou toda.Desceu as escadas, e Alícia gritou chamando ela para o café da manhã, mas ela disse que tinha compromisso e saiu.Alícia ficou observando a filha sair, soltando um suspiro. Na noite anterior, ela tinha tentado convencer o filho a ficar em casa, dizendo que fazia tempo que ele não estava ali. E ele, com um pouco de relutância, acabou ficando.De manhã, no entanto, ele não comeu nada e saiu rapidamente.A filha também era daquele jeito.Nem namoro deveria ser motivo para sair tão cedo."Os jovens de hoje em dia, quando estão apaixonados, realmente são intensos.", Alícia pensou consigo mesma.Clara dirigia, com uma expressão ansiosa no rosto.Jorge tam
Tomas acenou com a cabeça e começou:— Aconteceu ontem à noite, porque trabalho com comida de noite e fecho mais tarde. Eu lembro que era por volta das onze horas, quando chegaram três homens, pediram lagosta grelhada e cerveja. Na mesa ao lado, estavam duas meninas. Elas terminaram de comer e foram embora, mas, na saída, uma delas acabou esbarrando em um dos homens. Eles pediram desculpas, e na hora eu não estava lá, então não sei se ela pediu desculpas ou não. De qualquer forma, eles começaram a discutir.Ele esfregou o rosto, tentando se lembrar:— Eles estavam brigando alto e empurrando as duas meninas. Eu fiquei preocupado, porque elas poderiam se machucar. Como sou o dono do lugar, e não queria que isso afetasse o meu negócio, então fui tentar apartar a briga. Mas aqueles três homens eram muito agressivos. Não importava o quanto eu me desculpasse, não adiantava nada. Eles empurraram as meninas, e uma delas caiu sobre uma mesa que ainda estava bagunçada. A outra menina, tentando d