— Então, você não a ama, né? — Perguntou Clara.Sandro respondeu de forma direta:— Não, não amo.Clara sorriu, aliviada.Milena, ao ouvir aquilo, ficou com o rosto distorcido de ódio.Seu rosto jovem e bonito estava tomado por uma sombra.Se não fosse pelo pouco juízo que tinha, provavelmente teria saltado em cima dele naquele momento.Milena sabia que só teria chances se ficasse na escuridão, à espreita, ganhando vantagem. Se aparecesse na frente daquela mulher, ela também não teria nenhuma chance.Ela conhecia seus pontos fortes e fracos. Sabia exatamente o que fazer para sair ganhando.A festa de noivado, por conta da confusão criada por Milena, não terminou de forma perfeita, mas pelo menos foi concluída.Clara trocou o vestido de noiva e foi se divertir com Sandro, Gabriel e Fabiano.Eles se divertiram bastante, e Clara logo se esqueceu dos incidentes do evento....Quando Isabela estava no trabalho, viu que tinha um e-mail novo na caixa de entrada. Pensou que fosse algum tipo de
Antes que Isabela pudesse responder, Milena, com um ar de quem achava que a conhecia muito bem, continuou:— Pelo que eu sei, você ama muito ele. Não é do seu feitio desistir tão fácil. Essa pose de indiferença é só fachada para mim. Na verdade, é só uma forma de se fazer de forte. Para que isso? Não tem necessidade.Isabela ergueu uma sobrancelha, mas não se deu ao trabalho de se defender.— Você vai ficar quieta mesmo? Deixar outra mulher tomar o que é seu? O seu casamento...— Ela nunca tomou nada meu. Eles começaram a ficar depois que me divorciei. A única ladra aqui é você, que destruiu o nosso casamento e ainda acabou atrás das grades por causa de homem! Não foi burrice? E ainda ficou com um registro criminal, isso vai afetar até seus futuros filhos, sabe? Para que tudo isso, Milena? Quem está fazendo drama aqui é você. — Isabela já sabia o que ela queria, pegou sua bolsa e se levantou. — Não me procure mais, não mande mais cartas para minha casa. Se continuar fazendo isso, vou t
César a encurralou por trás, uma faca cravada no pescoço de Isabela.— Vadia! Você fraudou o processo para me ferrar! Invadiu meus interesses! Vou acabar com você! — César perdeu o controle, sua expressão estava completamente transtornada.Isabela se assustou no começo, mas, ao entender a situação, fez um esforço enorme para se acalmar.— Você está enganado, eu só segui os procedimentos legais...— Cale a boca com essas palavras bonitas, você fez de propósito! Para ganhar o processo, armou uma armadilha para mim! Eu já sabia! Não existe almoço grátis, aquele advogado Sandro, que apareceu do nada, querendo ser meu defensor e ainda por cima sem cobrar honorários... Era tudo combinação sua! — César estava cada vez mais agitado, e suas palavras saíam cada vez mais furiosas!A força nas suas mãos fez com que ele cortasse a pele do pescoço de Isabela.Ela sentiu uma dor aguda.Dentro do escritório, alguém percebeu o que estava acontecendo e imediatamente ligou para a polícia.Na recepção, In
O sangue escorria pela palma da mão de Jorge. Ele franziu a testa, levantou o pé e chutou César para longe, rapidamente envolvendo a cintura de Isabela e a tirando das garras de César.Isabela virou parcialmente o corpo e caiu nos braços fortes e firmes de Jorge. Os braços dele eram tão poderosos, como vinhas vivas, envolvendo sua cintura. O corpo dela estava colado ao dele. Ela podia até sentir claramente o batimento forte e constante do seu coração.Ela ergueu a cabeça e viu o rosto impassível dele. Normalmente calmo e controlado, naquele momento, ele exibia uma raiva intensa em seu semblante.Os olhos de Jorge sobre César estavam sombrios e ameaçadores, como lâminas invisíveis, prestes a cortar qualquer um à sua frente.Isabela raramente o via com tanta raiva.Era a primeira vez que ela presenciava uma explosão de raiva tão forte dele.Ele estava tão irritado, seria por causa dela?Assim que o pensamento surgiu, ela rapidamente o descartou.O carinho dele por ela tinha a ver com o p
— Vamos. — Disse Isabela, determinada a levar Jorge ao hospital.— Dr. Jorge, pode ir tranquilo, aqui a gente se encarrega, é uma bobagem, podemos resolver, pode ficar tranquilo.Jorge assentiu com a cabeça.Isabela segurou o braço dele e o levou até a calçada para pegar um táxi. Jorge a observava, notando como ela parecia preocupada com ele, e um sorriso suave surgiu nos seus lábios sem perceber.Felizmente, era fácil pegar um táxi, pelo menos mais rápido do que voltar dirigindo. O táxi parou na calçada, e ela foi até a porta para abrir.— Dr. Jorge, entre primeiro.Jorge se abaixou para entrar no carro, se afastando para deixar Isabela sentar.— Para o hospital. — Isabela disse, entrando no carro e fechando a porta.— Para qual hospital? — Perguntou o motorista.— O mais próximo, por favor. — Respondeu Isabela.— Ok. — O motorista começou a dirigir.Isabela, impaciente, apressou:— Por favor, senhor, se apresse, alguém está ferido no carro.O motorista olhou pelo retrovisor e respond
Ele parecia que estava brincando.Isabela sabia que ele estava apenas brincando, mas mesmo assim soprou sobre ele. Seus lábios, rosados como pétalas de flor tocadas pelo orvalho da manhã, eram suaves e cheios de vida.O efeito da anestesia ainda não havia passado para Jorge, e ele não sentia a brisa quente em sua pele.Toda a sua atenção estava nos lábios dela.Os lábios de Isabela tinham uma forma impecável, e tanto ao falar quanto ao sorrir, ficavam incrivelmente bonitos.Jorge se lembrou de como seus lábios eram macios da última vez que a beijou.Ele apertou os lábios com força, retirando a mão.Isabela virou a cabeça para olhar ele.— Já não dói? — Perguntou ela.Jorge respondeu com o movimento do seu pomo-de-adão.Ele tossiu um pouco e disse:— A anestesia ainda não passou, não dói.Isabela ficou em silêncio.Mas, como ele se machucou por causa dela, não levou a mal.— Que bom que não dói.Ela olhou para os remédios que estava segurando. Eram vários, parecia que tinha pelo menos u
Naquele dia, quando Isabela Lopes foi levada ao tribunal pelo próprio marido, Sandro Marques, uma nevasca intensa tomava conta da cidade.Ela ainda se lembrava de como acreditava em seu amor. Durante sete anos, desde que se apaixonaram até o casamento, sempre teve certeza de que ele amava ela e que viviam um casamento feliz.Tudo mudou, porém, quando ele entregou ela às autoridades, sem hesitar, por causa de uma palavra dita por Milena.O juiz começou a leitura do caso de Isabela, acusada de porte de substâncias proibidas.— No dia 23 deste mês, durante uma blitz na Rua Oeste, agentes encontraram substâncias ilícitas no veículo conduzido pela Sra. Isabela. — Declarou o juiz. — Esta audiência é para examinar os detalhes da acusação. Solicito que o autor leia suas alegações.Sandro se levantou, o corpo alto e imponente vestido com um terno preto impecável, que só aumentava seu ar sério e afiado. Seus olhos, que um dia transbordavam de amor por sua esposa, agora mostravam apenas desaponta
Isabela se virou para olhar Sandro. Era curioso como palavras tão decisivas agora pareciam deslizar com facilidade.Sandro, com uma expressão gélida, retrucou sem titubear:— Não vou me divorciar de você. Você sabe disso muito bem.— Você é advogado, deveria entender o que está em jogo. Se eu for condenada, vou parar na cadeia...— Com as provas contra você, Isabela, não posso fazer nada além de seguir o que a lei manda...— Não, Sandro. Não é sobre provas. É sobre você acreditar na Milena e não em mim.Isabela sentia cada palavra pesando no ar. Era mais do que simplesmente uma questão de confiança: ele estava disposto a vê-la presa para defender Milena.Ele baixou os olhos e, evitando a intensidade do olhar dela, depois caminhou para as escadas, sem oferecer qualquer explicação:— Vamos para casa.Isabela ajustou o casaco grosso ao corpo e seguiu até o carro. Aquele dia estava frio e o vento cortava o rosto dela como pequenas lâminas geladas. Ela entrou no carro e o silêncio entre ele