Santiago Romero.
20:25 ― Bogotá. ― Colômbia.
Levei o meu charuto até a boca ao observar o Charles e os outros capangas batendo no infeliz que me deve uma boa quantidade de dinheiro.
― Por favor, perdoname. (Por favor, me perdoe.)
― Perdonar?( Perdoar?) ― Perguntei com um pequeno sorriso. ― Você me deve uma boa quantia em dinheiro, devo lhe perdoar por isso?
― E-E-Eu vou pagar... Eu juro!! ― Neguei com a cabeça.
― Eu lhe dei dois malditos meses para poder me pagar, o que você fez? Me diga? ― Ele engoliu seco.
Me aproximei dele e o Charles o obrigou a ficar de joelhos.
― Me diga, Thiago. O que você fez com o meu dinheiro?
Ele começou a chorar e isso só me estressou mais ainda, segurei o seu maxilar e apaguei o meu charuto em sua bochecha o fazendo gritar de dor.
― Responde carajo!!! (Responda caralho!!!) ― Gritei e o mesmo falou.
― E-E-Eu gastei... Mas eu vou pagar!
Apertei o lugar onde está ferido o fazendo choramingar de dor.
― Não vai ter a próxima vez, Thiago. Eu ainda fui muito gentil com você por ter lhe dado dois meses.
Me levantei e peguei a arma da minha cintura e coloquei na sua boca.
― Tem sorte de eu não matar a sua família, eles vão viver por causa de você, sua vida pela deles. ― Atirei sujando minha mão de sangue.
O Charles me entregou um paninho e limpei as minhas mãos e joguei no pano na cara do infeliz morto.
― Corte o corpo dele e jogue para os cachorros, tenho certeza que estão famintos. ― O mesmo acenou.
― Sim, meu senhor.
Andei até o carro que está me esperando e entrei já pegando outro charuto, sim, eu sou viciado em fumar.
― Para onde, mi señor? (meu senhor?) ― Meu motorista particular perguntou.
― Para casa, Jonas. ― Falei ríspido.
― Certo.
Sinto o carro começar a andar e soltei um pequeno suspiro.
Meu nome é Santiago Romero, tenho quarenta anos e sou o líder da máfia colombiana. Para eu poder me tornar um líder, foi algo bastante difícil já que eu não era o herdeiro e sim o meu irmão mais velho. Toda a minha família me renegava por eu ser adotado, minha mãe sempre quis ter outro filho e nunca conseguiu, eu fui abandonado pela minha família biológica no meio da rua quando eu tinha dez anos. ― A família Romero me encontrou e me acolheu, por alguns anos foi tudo flores, mas logo tudo se tornou um grande pesadelo. Meu corpo todo tem algumas cicatrizes que escondo por baixo das tatuagens, todos eles me maltratavam e me faziam o bichinho de estimação deles.
Até que um certo dia a máfia Rússia invadiu a Colômbia e matou toda a minha família, eu escapei por estar preso no porão todo machucado pelo o que os infelizes fizeram comigo. Depois daquele dia eu assumi a máfia colombiana e comecei os negócios, mudando várias coisas, ganhei inimigos por acharem que eu era inexperiente, eu era sim, mas não burro o suficiente para cair em armadilhas feitas por eles. ― Para chegar onde eu cheguei hoje, passei por muitas coisas que ninguém aguentaria, fui traído várias vezes, teve bastante invasão de máfias rivais querendo assumir a Colômbia, só fez eu ganhar mais cicatrizes e respeito.
Por causa de tudo que eu passei, eu odeio toques de pessoas e quando alguém me toca, a única coisa que eu quero fazer é matar essa pessoa por ter ousado me tocar. É um trauma de infância que eu tenho e não gosto de falar sobre isso.
Saí dos meus pensamentos com o carro freando fortemente.
― Que porra foi essa, Jones!!!? ― Bradei irritado.
― Sinto muito, meu senhor. É que apareceu uma garota.
Franzo a testa confuso e desci do carro e o mesmo também desceu, vejo uma linda moça parecendo está desorientada.
― Ei, está tudo bem? ― Perguntei me aproximando dela.
A mesma me olhou e eu prendi a respiração.
P**a que pariu! Que mulher linda, eu nunca vi algo assim.
Percebi que ela iria desmaiar e rapidamente a segurei em meus braços, mordi os lábios por estar segurando alguém. Respirei fundo e a peguei no colo indo para o carro, a coloquei sentada no meu colo com cuidado, a mesma cheira a fumaça.
― Para o hospital agora!!! ― Falei ordenando.
― Sim, senhor.
Peguei o seu braço com cuidado e vi uma grande queimadura.
― ¿Qué te pasó niña?(O que aconteceu com você garota?)
Ao ver o quanto a mesma está tão machucada, senti uma grande e enorme raiva ao pensar naquelas pessoas que fizeram mal a ela. Passei a mão com cuidado em seu rosto e ela está tão pálida e isso me deixou muito preocupado, a minha preocupação só aumentou quando vi sangue em sua cabeça.
― Acelere!!!! ― Falei irritado por esta demorando tanto.
― E-Estamos chegando!
Que preocupação é essa? Eu nunca senti algo assim por alguém? Que porra está acontecendo comigo?
Não é hora de pensar nisso, essa garota precisa urgentemente de socorro médico.
21:00 ― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.
― Chegamos, meu senhor! ― Jones avisou.
― Abra a m*****a porta!!
Ele rapidamente desceu do carro e abriu a porta para mim, desci com ela em meus braços e fui andando rapidamente para dentro do hospital, meu terno ficou sujo de sangue.
― Alguém ajuda aqui!!!! ― Falei alto para chamar atenção dos médicos.
Logo veio uma equipe com uma maca.
― A coloque aqui.
A coloquei com cuidado e foram levando ela e eu acompanho, não quero deixá-la sozinha.
― Sinto muito, senhor. Mas não pode passar por aqui. ― Vejo que eles a levam para sala de cirurgia.
― Ela vai ficar bem? ― Perguntei ríspido para ela.
― Iremos fazer o possível.
Segurei o braço dela com força, a única coisa que gosto sobre o meu problema com o toque, é machucar as pessoas, ai eu gosto de tocá-las.
― É melhor que ela fique bem, doutora. Se não é a sua vida e daqueles médicos que vão está em risco! ― A mesma tremeu toda e isso me deixou muito satisfeito. ― Agora vá cuidar daquela garota!
A deixei ir e ela rapidamente correu para sala de cirurgia.
Eu preciso saber quem é ela, o que aconteceu com ela, preciso saber de tudo. Mas, preciso saber o seu nome.
Me sentei na cadeira e suspirei, porque eu ainda estou aqui? E porque eu salvei essa garota. O que está acontecendo comigo? Porque eu sinto essa sensação de proteção com essa menina?
Estou ficando louco, isso sim.
****
Levantei rapidamente assim que vi o médico se aproximando de mim.
― E a garota!? ― Questionei friamente o fazendo se assustar pelo o meu tom.
― Ela está bem, a cirurgia foi um sucesso. ― Isso me fez suspirar um pouco aliviado. ― Só que tem um problema.
― Qual problema?
― A pancada na cabeça dela foi muito forte e é capaz dela não lembrar de absolutamente nada.
Passei a mão no rosto frustrado com isso.
― Tem alguma possibilidade dessa informação ser falsa? ― Perguntei.
― Eu sinto muito, mas não. O seu cérebro mostrou graves problemas e tem uma grande possibilidade dela não lembrar nem quem ela é. Nada a lembrar,
Suspirei cansado.
― E quando ela vai lembrar?
― Bom, aí que tá outro problema.
― P**a merda, fala logo tudo de uma vez caralho!! ― Rosnei irritado o fazendo se assustar.
― É que.... Tem... Tem uma grande possibilidade quando ela lembrar do passado.... Talvez ela não se lembre das novas memórias.
― Porra!! Isso é realmente possível? ― Ele acenou com a cabeça. ― Ela tem mais algum ferimento?
― Só algumas queimaduras que já foram tratadas, a fumaça em seu pulmão já foram retiradas. A mesma se encontra bem, o problema vai ser quando ela acordar, a mesma vai está muito assustada por não lembrar de nada. É como se ela acabasse de nascer.
― Eu vou me responsabilizar por ela, todo o custo eu vou pagar. ― Ele acenou com a cabeça. ― Quando ela vai acordar?
― Bom, como ela estava muito fraca e agora está sedada, daqui a dois dias no máximo.
Acenei com a cabeça.
― Tudo bem. Daqui a dois dias estarei de volta, cuidem dela se não vão ter um grande problema.
Dei as costas para ele sem esperar a sua resposta, saí do hospital e entrei no carro o Jonas me olhou sem saber o que fazer.
― Para casa, Jonas!
― S-Sim, senhor.
Cruzei as pernas e passei a mão na testa cansado.
Porque essa garota me chamou tanta atenção assim? Por que esse desejo de protegê-la?
― Droga.
São tantas perguntas e nenhuma única resposta.
Santiago Romero.Dois dias depois. 10:00 ― Casa do Romero. ― Escritório ― Bogotá. ― Colômbia.Passei mais uma noite acordada trabalhando, eu às vezes passo cinco dias acordados por não conseguir dormir direito. Assim que fecho os olhos os meus pesadelos começam a me atormentar, o meu médico particular recomendou um remédio para poder me ajudar a dormir, só que não quero ficar tomando medicamentos que podem fazer mal à minha saúde. Já sou fodido, não quero ficar mais ainda. Soltei um suspiro e levantei da cadeira pegando o meu paletó que estava no braço do sofá, saí do escritório indo para o andar de baixo vendo a empregada. ― Buenos días señor. ― Falou com uma voz sexy.Eu odeio quando tentam mudar a sua voz para algo sexy, isso é algo extremamente irritante. ― Estou saindo! ― Passei por ela saindo da minha mansão. Eu sei que a Laura sente alguma coisa por mim, mas não sou um homem de me envolver amorosamente, nunca sentir algo assim por ninguém e nem sei o que é amor. Entrei no
Valery Garcia.10:35 ― Hospital. ― Bogotá. ― Colômbia.Sentia uma grande dor na cabeça bastante forte, eu tentava abri os olhos só que eu não consegui de jeito nenhum. Eu conseguia ouvir o que as pessoas ao meu redor falavam, mas de modo algum eu conseguia abri os meus olhos, era como se um peso enorme os tivessem sobre eles, isso me deixou bastante assustada. Escutei a porta sendo aberta e escutei passos dentro desse quarto.― O que aconteceu com você, garota? ― Escutei a voz de um homem.Como assim o que aconteceu comigo? Quem é você? Escutei seus passos se aproximando de mim. ― Seu rosto está bem melhor do que antes. Antes? Ele me conhece? Porque sua voz me deixa tão calma? Ele é um conhecido meu? Me esforcei para abri os olhos mais uma vez e finalmente eu consegui abri-los, rapidamente os fechei por causa da luz que me cegou por alguns instantes, voltei abri os meus olhos e medo se instala dentro de mim.Onde eu estou? Quem eu sou? Meu Deus, eu não sei quem eu sou. Olhei par
Santiago Romero.11:30 ― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.Observei ela fazendo vários exames e notei que a mesma não sentia bem, mas entendi que é porque não lembra de nada, claro que a mesma vai se sentir insegura no ambiente que nunca viu na vida. ― Enquanto ela estava ocupada, liguei para a dona Camila para vim aqui tirar as medidas dela e trazer um vestido longo e grande, se ficar folgado não tem problema, é só para ela não poder sair vestida com a roupa do hospital. Também mandei ela trazer um conjunto de peças intimas para ela. Enfim, eu ainda estou surpreso com tudo o que está acontecendo comigo. Eu nunca pensei que me importaria com alguém assim.É, eu me importo com essa garota, estou começando achar que posso.... Não, isso é impossível. ― Meu senhor? ― Me virei vendo o Charles entrando na sala. ― O que faz aqui? ― Questionei quando o mesmo parou ao meu lado. ― Chefe, parece que essa garota está sendo procurada pela máfia americana. ― Olhei para ele sem acreditar nisso.― C
Valery Garcia.12:50― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.Soltei um suspiro e sorri de leve com isso, esse homem é incrível e eu nem posso negar. Peguei o vestido junto com o conjunto de peças íntimas e caminho até o banheiro, entrei e notei que esse banheiro é muito limpo e bem organizado, acho que pode ter algo haver com ele. ― Até agora eu realmente fico confusa com tudo, porque? Eu perdi a memória e quando eu fico perto dele me sinto bastante segura, é como se ele desse a sensação de casa. Sei que pode parecer loucura ou idiotice, mas é o que eu sinto. Talvez nós realmente possamos descobrir sobre essas novas sensações que estamos sentindo nesse momento.Consegui tirar a roupa do hospital e tomei um banho com cuidado para não molhar a atadura na minha cabeça.― Droga! ― Acabei molhando a atadura do meu braço.Resolvi terminar logo o banho porque se não é capaz de eu molhar a minha cabeça, me vestir com bastante dificuldade no banheiro, por causa do meu braço e algumas dores que sinto a
Valery Garcia.― Tudo bem? ― Perguntou.Abri os olhos e vi sua expressão de preocupado.― Estou sim, só estou feliz em ter saído do hospital. ― Ele acenou e cruzou as pernas.― Irei tentar descobri direito o que meu chefe de equipe falou sobre a máfia americana atrás de você. ― Falou de repente.― Tudo bem, eu realmente quero entender isso também. ― Ele colocou a mão na minha coxa.― Não fique preocupada com isso, quero que tente descansar porque ainda não está cem por cento bem.― Vou tentar não pensar muito nisso, eu fico preocupada querendo ou não, Santiago. ― Falei um pouco cabisbaixa.― Então não pense muito nisso, meu anjo.― Tudo bem.****Observo a enorme mansão na minha frente.― Uau, é aqui que você mora? ― Olhei para ele que está ao meu lado.― Agora nós moramos. ― Falou e colocou o braço de volta na minha cintura. ― Vamos.Andamos e notei vários homens armados nos olhando, quer dizer, todos estão praticamente me olhando de um jeito estranho. O mesmo abriu a porta da frent
Valery Garcia.Tenho medo de lembrar e esquecer dele, não quero isso do modo nenhum. Soltei um suspiro e fui para o banheiro quase tendo um treco ao ver que é enorme e também a decoração é preta. ― Ele realmente gosta de preto. Minha nossa que banheiro incrível. Tem uma enorme banheira e um enorme box. ― Ele realmente gosta de coisas grandes. ― Acabei rindo ao pensar em algo impuro. ― Sou uma péssima mulher. Tirei o vestido com dificuldade e bufei.― Caramba, isso é muito chato. ― Falei comigo mesma irritada.Daqui a pouco estou chamando ele mesmo para me dá banho.Me aproximei do espelho e virei de costa olhando por cima do meu ombro, vi que tinha alguns arranhões em minhas costas. ― As vezes eu quero lembrar do que aconteceu comigo as vezes não. Entrei no box e liguei o chuveiro deixando água cair no meu peito e estiquei o braço com as ataduras para cima, me ensaboei com muita dificuldade, muita mesmo. Mas, conseguir tomar um banho melhor do que no hospital. ****Saí do banh
Santiago Romero.Assim que saí do quarto soltei um suspiro, essa garota realmente está me deixando louco, nunca na minha vida senti algo assim por alguém. Ela tem um fogo que me deixa muito louco que nem consigo me segurar, sua boca se tornou o meu vício. — Ela não sabe, mas esse foi o meu primeiro beijo, nunca gostei de toques e nunca iria permitir que alguém me beijasse. Mas assim que ela me beijou eu não senti repulsa ou desejo de matar, a única coisa que senti foi desejo e muito desejo por ela. Eu ainda não sei como essa coisa toda vai funcionar, só que eu espero que demore bastante tempo até isso acabar.Caminhei até o meu escritório e acredito que o Charles já esteja bem esperando lá, eu realmente estou muito curioso para saber o que a máfia americana quer com a minha garota. — Eu só espero que eles não pensam em ficar invadindo o meu território assim, porque não estou afim de outra guerra que deixou muitos dos meus homens feridos e outros mortos.Entrei no meu escritório e vi o
Valery Garcia.11:30 — Casa do Romero. — Quarto — Bogotá. ― Colômbia.Observo a sua face adormecida, ele é tão lindo e também um homem muito machucado, isso eu vejo. Passo o polegar em sua bochecha com carinho e dou um pequeno sorriso, eu estou acordada faz meia hora só olhando ele dormindo. O mesmo deve está muito cansado porque já são onze e meia da manhã, acabei tomando um susto ao sentir o seu braço me puxar para perto dele.— É estranho ter alguém lhe observando enquanto você dorme. — Falou ainda de olhos fechados.Sorri.— É que você é lindo demais, então foi muito difícil não ficar lhe observando. — Falei sem vergonha nenhuma.O mesmo abriu os olhos e me encarou.— Bom dia, querida.Beijei o seu queixo.— Bom dia, querido. Você dormiu bem? — Perguntei preocupada.Ele piscou algumas vezes.— Que horas são? — Perguntou e eu fiquei confusa por ele mudar de assunto.— São onze e meia, porque? — O mesmo arregalou os olhos e se sentou na cama me assustando um pouco. — O que foi?—