Santiago Romero.08:00 — Casa do Romero — Bogotá — Colômbia.Acordei sentindo uma grande dor de cabeça, parecia que iria explodir de tanta dor.— Porra! — Coloquei a minha mão na testa.Consegui me sentar na cama com dificuldade e olhei para frente.Então não foi um sonho ruim, ela realmente se lembrou de tudo.Passo a mão no rosto tentando controlar as minhas emoções, só que está sendo muito difícil.— Merda!As malditas lágrimas voltam a cair pela minha bochecha, respiro fundo tentando conter as lágrimas.Isso que dá por amar alguém, você sofre quando ela parte, estou sozinho novamente nesse lugar escuro.Escutei batidas na porta.— Vá embora!! — Gritei para sei lá quem estar batendo na porta.— Eu não vou embora, Santiago. — Escutei a voz do Thomas do outro lado.— Vai embora Thomas!!! Quero ficar sozinho!!!— Não vou deixar você se afogar nessa mágoa, ela não iria querer isso.— Não fale dela!!! — Gritei com raiva.Não quero ouvir.— Santiago, ela te ama, só esqueceu esses sentime
Valery Garcia.Duas semanas depois. Essas semanas foram um pouco duras para mim, eu consegui voltar ao trabalho na lanchonete, encontrei meus antigos amigos e foi muito legal. Só o problema era me acostumar com tudo de novo, porque na minha antiga casa era perto dos meus trabalhos, até poderia ir a pé às vezes, mas agora dependo de táxi ou de ônibus. No começo foi muito difícil mesmo, o Diego me ajudava nisso me levando ao trabalho, já que era o caminho dele pro trabalho dele, então não tive muito problemas. — Meu chefe no começo ficou com medo de mim, eu não sabia o porquê dele estar com medo de mim, depois descobri que eu estava sendo procurada como criminosa por matar o meu próprio pai.Fui na delegacia saber sobre isso e graças a Deus foi tudo um engano e voltei a trabalhar do jeito que eu gosto, Júlia quando descobriu onde eu estou morando agora, só vive na minha cola agora, até dorme na minha casa, amiga interesseira da porra. — Mais tirando todos esses problemas no começo que
Valery Garcia.Saímos do quarto e fomos caminhando para o elevador assim que eu tinha me arrumado.— Ei, o que acha de sairmos hoje para uma balada? — Perguntou apertando o botão do elevador.— Sério mesmo Júlia? Eu estou morta de cansada, acha mesmo que eu vou tá pulando por aí e descendo até o chão, do jeito que eu estou? Não, minha querida, eu vou ficar em casa dormindo.Ela revirou os olhos.— Você é chata viu.— Chata nada, sou uma mulher cansada isso sim.— Eu também trabalho, Valery, nem estou morrendo tanto assim. — Dei de ombro para ela.— Mas eu sim, então não conte comigo para essa balada, só quero estar dormindo nesse momento.As portas do elevador abriram e entramos, quando a porta estava quase fechado uma mão impediu.— Quase que eu não pegava. — Diego falou sorrindo para nós duas. — Bom dia meninas.— Bom dia, Diego. — Respondemos juntas gentilmente.— Dormiu bem? — Perguntou-me olhando.Sorri de leve.— Dormir sim, obrigada por pergunta Diego. — Ele sorriu.— Ainda não
Santiago Romero.Duas semanas tinham se passado depois daquele dia que eu vi a minha linda esposa entrar no carro daquele homem. Desde aquele dia eu me tornei um casca, um corpo sem alma, não sinto vontade de fazer absolutamente nada. Sei que ela não iria me querer ver assim, mais eu não consigo viver sem ela ao meu lado. — Não sei quantas noites eu passei chorando ou fui inundado com pesadelos fortes que me deixaram acordado por várias noites, voltei a ser aquele homem que mal consegue dormir, porque toda vez que eu fecho os olhos a vejo indo embora, ou sendo morta. Não consigo viver assim mais.O Thomas, Charles, até o Jonas tem tentando me animar, Thiago também veio me ver e tentar me tirar desse lugar escuro, mas suas tentativas foram em vão. Eu não sinto vontade de fazer nada, só estou vivo por causa do Thomas que tem me obrigado a se alimentar e tomar banho, cuidando da minha saúde e do meu machucado no ombro, já está até melhor, posso até mover e não sinto tanta dor, o feriment
Valery Garica.10:00 — Casa do Romero — Quarto — Bogotá — Colômbia.Continuamos abraçados ainda, não conseguia me afastar de jeito nenhum dele.— Isso parece ainda um sonho para mim. — Falou com o seu rosto em meu pescoço.— Mas não é um sonho, meu amor. Eu estou aqui com você. — Beijei seus cabelos com carinho. — Eu te amo tanto, Santiago.Ele soltou um suspiro e tirou o seu rosto do meu pescoço e me encarou.— Eu também te amo, te amo tanto que chega a doer o meu coração. — Beijei a ponta do seu nariz.— Tenho que voltar àquele hotel para pegar algo muito importante.— O que?— A minha aliança, eu tirei ela por não fazer a mínima ideia o porque de eu estar usando uma aliança. — Ele riu de leve em meu pescoço.— Vamos tomar um banho e podemos buscar suas roupas e a sua aliança, mas se quiser posso comprar outra. — Neguei com a cabeça.— Não, aquela aliança tem uma ótima história, ótimas memórias, não quero trocar ela. — Ele sorriu.— Tudo bem, vamos tomar um banho e podemos ir buscar
Santiago Romero.Sete anos depois.Nunca pensei que a minha vida iria mudar tanto depois que eu a encontrei naquela estrada. Eu sou o homem mais feliz do mundo por ter encontrado a felicidade, minha luz, meu tudo, eu amo tanto essa mulher por ter me escolhido e por ter me dado uma linda família. — Sete anos atrás depois da nossa reconciliação, ela descobriu que estava grávida, não vou mentir, eu fiquei em estado de choque, porque eu nunca pensei que um dia eu iria ter filho. O período foi muito tenso para nós dois, porque ela ficou uma mulher muito bipolar, as vezes me amava e outras vezes me odiava, também procurava por sexo e tudo mais.Mais eu fiquei tão feliz por ter um filho com a mulher que eu mais amo nesse mundo, eu chorei quando soube que ela estava esperando um menino, meu garoto, foi o dia mais feliz da nossa vida. — Eu não tenho palavras para descrever o quanto eu sou o homem mais feliz desse mundo pela família que eu tenho.Sou o homem mais sortudo.****08:00 — Casa do c
Valery Garcia. 18:55 ― Casa dos Garcias. ― Bogotá. ― Colômbia.Cheguei em casa por mais um dia cansada por trabalhar tanto, sinto que meu corpo vai desmaiar por tanto esforço que eu faço. Fechei a porta e soltei um suspiro ao ver o meu pai mais uma vez na sala de estar fumando e bebendo, isso acontece tanto que já não aguento mais. ― Eu tenho vinte e oito anos e tranquei a faculdade de gastronomia por causa dele, não tínhamos muita coisa para comer em casa, ele não trabalha e sim gasta todo o dinheiro que ganha na rua. Então, resolvi começar a trabalhar para ajudar dentro de casa.― Pai, quantas vezes já te falei para não beber e fumar aqui dentro? ― Me aproximei dele e o mesmo soltou um resmungo.― Não quero saber, me deixa em paz e vai fazer o jantar que estou com fome!Eu só aguento isso porque querendo ou não, ele é o meu único parente vivo.― Pai, eu estou cansada do trabalho, não vou fazer nenhuma comida agora. ― Ele me olhou feio. ― E nem adianta olhar para mim assim, eu não v
Santiago Romero. 20:25 ― Bogotá. ― Colômbia.Levei o meu charuto até a boca ao observar o Charles e os outros capangas batendo no infeliz que me deve uma boa quantidade de dinheiro.― Por favor, perdoname. (Por favor, me perdoe.)― Perdonar?( Perdoar?) ― Perguntei com um pequeno sorriso. ― Você me deve uma boa quantia em dinheiro, devo lhe perdoar por isso?― E-E-Eu vou pagar... Eu juro!! ― Neguei com a cabeça.― Eu lhe dei dois malditos meses para poder me pagar, o que você fez? Me diga? ― Ele engoliu seco.Me aproximei dele e o Charles o obrigou a ficar de joelhos.― Me diga, Thiago. O que você fez com o meu dinheiro?Ele começou a chorar e isso só me estressou mais ainda, segurei o seu maxilar e apaguei o meu charuto em sua bochecha o fazendo gritar de dor.― Responde carajo!!! (Responda caralho!!!) ― Gritei e o mesmo falou.― E-E-Eu gastei... Mas eu vou pagar!Apertei o lugar onde está ferido o fazendo choramingar de dor.― Não vai ter a próxima vez, Thiago. Eu ainda fui muito ge