Valery Garcia.Saímos do quarto e fomos caminhando para o elevador assim que eu tinha me arrumado.— Ei, o que acha de sairmos hoje para uma balada? — Perguntou apertando o botão do elevador.— Sério mesmo Júlia? Eu estou morta de cansada, acha mesmo que eu vou tá pulando por aí e descendo até o chão, do jeito que eu estou? Não, minha querida, eu vou ficar em casa dormindo.Ela revirou os olhos.— Você é chata viu.— Chata nada, sou uma mulher cansada isso sim.— Eu também trabalho, Valery, nem estou morrendo tanto assim. — Dei de ombro para ela.— Mas eu sim, então não conte comigo para essa balada, só quero estar dormindo nesse momento.As portas do elevador abriram e entramos, quando a porta estava quase fechado uma mão impediu.— Quase que eu não pegava. — Diego falou sorrindo para nós duas. — Bom dia meninas.— Bom dia, Diego. — Respondemos juntas gentilmente.— Dormiu bem? — Perguntou-me olhando.Sorri de leve.— Dormir sim, obrigada por pergunta Diego. — Ele sorriu.— Ainda não
Santiago Romero.Duas semanas tinham se passado depois daquele dia que eu vi a minha linda esposa entrar no carro daquele homem. Desde aquele dia eu me tornei um casca, um corpo sem alma, não sinto vontade de fazer absolutamente nada. Sei que ela não iria me querer ver assim, mais eu não consigo viver sem ela ao meu lado. — Não sei quantas noites eu passei chorando ou fui inundado com pesadelos fortes que me deixaram acordado por várias noites, voltei a ser aquele homem que mal consegue dormir, porque toda vez que eu fecho os olhos a vejo indo embora, ou sendo morta. Não consigo viver assim mais.O Thomas, Charles, até o Jonas tem tentando me animar, Thiago também veio me ver e tentar me tirar desse lugar escuro, mas suas tentativas foram em vão. Eu não sinto vontade de fazer nada, só estou vivo por causa do Thomas que tem me obrigado a se alimentar e tomar banho, cuidando da minha saúde e do meu machucado no ombro, já está até melhor, posso até mover e não sinto tanta dor, o feriment
Valery Garica.10:00 — Casa do Romero — Quarto — Bogotá — Colômbia.Continuamos abraçados ainda, não conseguia me afastar de jeito nenhum dele.— Isso parece ainda um sonho para mim. — Falou com o seu rosto em meu pescoço.— Mas não é um sonho, meu amor. Eu estou aqui com você. — Beijei seus cabelos com carinho. — Eu te amo tanto, Santiago.Ele soltou um suspiro e tirou o seu rosto do meu pescoço e me encarou.— Eu também te amo, te amo tanto que chega a doer o meu coração. — Beijei a ponta do seu nariz.— Tenho que voltar àquele hotel para pegar algo muito importante.— O que?— A minha aliança, eu tirei ela por não fazer a mínima ideia o porque de eu estar usando uma aliança. — Ele riu de leve em meu pescoço.— Vamos tomar um banho e podemos buscar suas roupas e a sua aliança, mas se quiser posso comprar outra. — Neguei com a cabeça.— Não, aquela aliança tem uma ótima história, ótimas memórias, não quero trocar ela. — Ele sorriu.— Tudo bem, vamos tomar um banho e podemos ir buscar
Santiago Romero.Sete anos depois.Nunca pensei que a minha vida iria mudar tanto depois que eu a encontrei naquela estrada. Eu sou o homem mais feliz do mundo por ter encontrado a felicidade, minha luz, meu tudo, eu amo tanto essa mulher por ter me escolhido e por ter me dado uma linda família. — Sete anos atrás depois da nossa reconciliação, ela descobriu que estava grávida, não vou mentir, eu fiquei em estado de choque, porque eu nunca pensei que um dia eu iria ter filho. O período foi muito tenso para nós dois, porque ela ficou uma mulher muito bipolar, as vezes me amava e outras vezes me odiava, também procurava por sexo e tudo mais.Mais eu fiquei tão feliz por ter um filho com a mulher que eu mais amo nesse mundo, eu chorei quando soube que ela estava esperando um menino, meu garoto, foi o dia mais feliz da nossa vida. — Eu não tenho palavras para descrever o quanto eu sou o homem mais feliz desse mundo pela família que eu tenho.Sou o homem mais sortudo.****08:00 — Casa do c
Valery Garcia. 18:55 ― Casa dos Garcias. ― Bogotá. ― Colômbia.Cheguei em casa por mais um dia cansada por trabalhar tanto, sinto que meu corpo vai desmaiar por tanto esforço que eu faço. Fechei a porta e soltei um suspiro ao ver o meu pai mais uma vez na sala de estar fumando e bebendo, isso acontece tanto que já não aguento mais. ― Eu tenho vinte e oito anos e tranquei a faculdade de gastronomia por causa dele, não tínhamos muita coisa para comer em casa, ele não trabalha e sim gasta todo o dinheiro que ganha na rua. Então, resolvi começar a trabalhar para ajudar dentro de casa.― Pai, quantas vezes já te falei para não beber e fumar aqui dentro? ― Me aproximei dele e o mesmo soltou um resmungo.― Não quero saber, me deixa em paz e vai fazer o jantar que estou com fome!Eu só aguento isso porque querendo ou não, ele é o meu único parente vivo.― Pai, eu estou cansada do trabalho, não vou fazer nenhuma comida agora. ― Ele me olhou feio. ― E nem adianta olhar para mim assim, eu não v
Santiago Romero. 20:25 ― Bogotá. ― Colômbia.Levei o meu charuto até a boca ao observar o Charles e os outros capangas batendo no infeliz que me deve uma boa quantidade de dinheiro.― Por favor, perdoname. (Por favor, me perdoe.)― Perdonar?( Perdoar?) ― Perguntei com um pequeno sorriso. ― Você me deve uma boa quantia em dinheiro, devo lhe perdoar por isso?― E-E-Eu vou pagar... Eu juro!! ― Neguei com a cabeça.― Eu lhe dei dois malditos meses para poder me pagar, o que você fez? Me diga? ― Ele engoliu seco.Me aproximei dele e o Charles o obrigou a ficar de joelhos.― Me diga, Thiago. O que você fez com o meu dinheiro?Ele começou a chorar e isso só me estressou mais ainda, segurei o seu maxilar e apaguei o meu charuto em sua bochecha o fazendo gritar de dor.― Responde carajo!!! (Responda caralho!!!) ― Gritei e o mesmo falou.― E-E-Eu gastei... Mas eu vou pagar!Apertei o lugar onde está ferido o fazendo choramingar de dor.― Não vai ter a próxima vez, Thiago. Eu ainda fui muito ge
Santiago Romero.Dois dias depois. 10:00 ― Casa do Romero. ― Escritório ― Bogotá. ― Colômbia.Passei mais uma noite acordada trabalhando, eu às vezes passo cinco dias acordados por não conseguir dormir direito. Assim que fecho os olhos os meus pesadelos começam a me atormentar, o meu médico particular recomendou um remédio para poder me ajudar a dormir, só que não quero ficar tomando medicamentos que podem fazer mal à minha saúde. Já sou fodido, não quero ficar mais ainda. Soltei um suspiro e levantei da cadeira pegando o meu paletó que estava no braço do sofá, saí do escritório indo para o andar de baixo vendo a empregada. ― Buenos días señor. ― Falou com uma voz sexy.Eu odeio quando tentam mudar a sua voz para algo sexy, isso é algo extremamente irritante. ― Estou saindo! ― Passei por ela saindo da minha mansão. Eu sei que a Laura sente alguma coisa por mim, mas não sou um homem de me envolver amorosamente, nunca sentir algo assim por ninguém e nem sei o que é amor. Entrei no
Valery Garcia.10:35 ― Hospital. ― Bogotá. ― Colômbia.Sentia uma grande dor na cabeça bastante forte, eu tentava abri os olhos só que eu não consegui de jeito nenhum. Eu conseguia ouvir o que as pessoas ao meu redor falavam, mas de modo algum eu conseguia abri os meus olhos, era como se um peso enorme os tivessem sobre eles, isso me deixou bastante assustada. Escutei a porta sendo aberta e escutei passos dentro desse quarto.― O que aconteceu com você, garota? ― Escutei a voz de um homem.Como assim o que aconteceu comigo? Quem é você? Escutei seus passos se aproximando de mim. ― Seu rosto está bem melhor do que antes. Antes? Ele me conhece? Porque sua voz me deixa tão calma? Ele é um conhecido meu? Me esforcei para abri os olhos mais uma vez e finalmente eu consegui abri-los, rapidamente os fechei por causa da luz que me cegou por alguns instantes, voltei abri os meus olhos e medo se instala dentro de mim.Onde eu estou? Quem eu sou? Meu Deus, eu não sei quem eu sou. Olhei par