Santiago Romero.
Dois dias depois.
10:00 ― Casa do Romero. ― Escritório ― Bogotá. ― Colômbia.
Passei mais uma noite acordada trabalhando, eu às vezes passo cinco dias acordados por não conseguir dormir direito. Assim que fecho os olhos os meus pesadelos começam a me atormentar, o meu médico particular recomendou um remédio para poder me ajudar a dormir, só que não quero ficar tomando medicamentos que podem fazer mal à minha saúde. Já sou fodido, não quero ficar mais ainda.
Soltei um suspiro e levantei da cadeira pegando o meu paletó que estava no braço do sofá, saí do escritório indo para o andar de baixo vendo a empregada.
― Buenos días señor. ― Falou com uma voz sexy.
Eu odeio quando tentam mudar a sua voz para algo sexy, isso é algo extremamente irritante.
― Estou saindo! ― Passei por ela saindo da minha mansão.
Eu sei que a Laura sente alguma coisa por mim, mas não sou um homem de me envolver amorosamente, nunca sentir algo assim por ninguém e nem sei o que é amor.
Entrei no carro já pegando o meu charuto e acendendo.
― Para onde, meu senhor? ― Jonas perguntou.
― Hospital!
Faz dois dias que eu não paro de pensar naquela garota, sei que a mesma é muito mais nova do que eu. Mas, ela conseguiu mexer comigo de um jeito que eu ainda não sei explicar o que é. Só que eu sinto vontade de protegê-la, de matar aqueles que tentaram alguma coisa com ela. Estou louco para saber tudo sobre ela, mas o problema é que a mesma não vai lembrar de nada. Talvez eu mande o Charles procurar sobre algum acidente que aconteceu envolvendo fogo, deve aparecer nos jornais.
Cruzei as pernas e dou mais uma tragada no meu charuto e solto a fumaça.
Irei proteger você, senhora desconhecida.
*****
10:30 ― Hospital. ― Bogotá. ― Colômbia.
O Jonas abriu a porta do carro para mim e desci olhando tudo em volta, depois da antiga invasão que teve aqui, eu me tornei um homem muito desconfiado e tenso, sempre acho que vai acontecer alguma coisa ruim.
Entrei no hospital e fui caminhando até o quarto dela, eu já paguei o que eles me cobraram por estarem cuidando dela, também exigir que a mesma estivesse no melhor quarto e receba a melhor comida desse hospital.
― Fique aqui e só deixe entrar quem for o médico responsável por ela. ― Ordenei ao Jonas que acenou com a cabeça.
― Sim, senhor.
Entrei no quarto dela e a vejo bem limpa e com ataduras em volta da sua cabeça, vi também ataduras envolta do seu braço e outra na perna.
― O que aconteceu com você, garota? ― Questionei para mim mesmo.
Me aproximei da cama e observei o seu rosto.
― Seu rosto está bem melhor do que antes. ― Eu sentia uma vontade enorme de passar o polegar em sua bochecha, mas me segurei.
Fui até uma poltrona que tem no quarto que era de frente para ela, isso é perfeito caso a mesma acorde. Me sentei e soltei mais um suspiro e peguei o meu celular para mandar uma mensagem ao Charles.
Mensagem:
Eu: Charles, tente descobrir se na região aconteceu algum incêndio e se alguém está desaparecido. >10:40>
Observo que o mesmo já visualizou a mensagem.
Charles: Pode deixar, chefe. Irei verificar e depois lhe informo. >10:40<
Eu: Muito bem, qualquer informação me avise. >10:41<
Desliguei o celular e guardei no bolso do meu paletó, olhei para frente e a minha respiração ficou presa ao encontrar o seus lindos olhos castanhos claro.
― Q-Q-Quem é você? ― Perguntou bastante assustada.
Porra, que voz linda é essa?
Observei e notei algo muito maravilhoso, a roupa do hospital que a mesma está usando, deixou bem apertado nos seus peitos.
Que grande! Caralho, eu nunca me senti tão excitado em toda a minha vida.
Balanço a cabeça e suspirei.
― Se acalme, está tudo bem. ― Falei me levantando indo até ela, a mesma se encolheu toda. ― Eu não vou machucá-la, senhorita. Só quero ajudar.
― E-E-Eu.... ― Percebi que a mesma parecia muito nervosa. ― E-Eu não sei quem eu sou... O que está acontecendo comigo? Você sabe quem eu sou?
Aproximei da sua cama.
― Infelizmente ainda não, eu a encontrei no meio da estrada toda desorientada e a trouxe para o hospital. Você sofreu uma pancada muito forte na cabeça e isso resultou na perda de memórias.
Ela começou a chorar e isso me deixou incomodado, não queria vê-la chorando.
― Ei. ― Me agachei perto da sua cama. ― Tudo vai ficar bem, eu irei protegê-la e tentar descobrir tudo sobre você.
Ela me olhou com seus olhos vermelhos.
― P-Porque está me ajudando, moço? ― Perguntou ainda assustada.
Bom, essa pergunta eu estou me fazendo há dois dias.
― Bom, eu também me pergunto isso.
Me levantei e encarei ela e suspirei.
― Que tal fazermos um acordo? ― Ela franze a testa confusa.
― A-Acordo?
― Sim. Eu vou protegê-la e tentar descobrir tudo sobre você. Em troca, você se torna minha. Eu não vou fazer nada com você, só quero que fique comigo.
― Porque?
Até eu descobrir o que é esse maldito sentimento.
― Porque sim, você vai morar comigo e vai ter tudo o que quiser. Qualquer informação que eu tiver sobre você, irei avisar.
Ela mordeu os lábios e acenou.
― Irei chamar o médico para examiná-la, eu já volto. ― Quando eu ia me virar senti a sua mão segurar a minha.
Pela segunda vez eu não senti repulsa ou vontade de matar alguém por me tocar.
― V-Você vai ficar comigo? ― A encarei bastante sério.
― Sempre, nunca vou deixá-la sozinha, então não se preocupe. ― Ela acenou e soltou a minha mão.
Saí do quarto e olhei para a minha mão, eu ainda sentia o calor da sua mão envolta da minha.
Que sentimento é esse?
― Senhor? ― Me virei para o Jonas que engoliu seco. ― Tudo bem?
― Sim, fique aqui e não deixe ninguém entrar! ― Ele acenou e eu o encarei muito sério. ― Se você ousar entrar dentro desse quarto, Jonas. Seu corpo vai ser mutilado por mim, ouviu bem?
Ele engoliu seco e acenou várias vezes.
― Bueno chico. (Bom menino.)
Caminhei pelo imenso corredor desse hospital atrás daquele maldito médico que me atendeu, dobrei a direita e o vejo conversando com uma enfermeira.
― Doutor!! ― Chamei sua atenção.
O mesmo se despediu da enfermeira e veio até mim em passos rápidos.
― Sim, senhor?
― Ela acordou e de fato não lembra de absolutamente nada. ― Ele acenou.
― Vamos então, irei fazer alguns exames nela para ver se ela ainda tem algum problema.
Não falei nada e seguimos andando de volta para o quarto dela.
Eu ainda consigo sentir o toque dela, a minha vida toda eu transava com as mulheres de quatro e nunca cheguei a ter um orgasmo por não ficar totalmente excitado, mas essa garota somente com sua voz e sua beleza, me deixou com um enorme problema no meio das pernas e uma grande confusão na minha mente.
Eu só espero descobrir o que é esse sentimento antes dela recuperar a memória.
Valery Garcia.10:35 ― Hospital. ― Bogotá. ― Colômbia.Sentia uma grande dor na cabeça bastante forte, eu tentava abri os olhos só que eu não consegui de jeito nenhum. Eu conseguia ouvir o que as pessoas ao meu redor falavam, mas de modo algum eu conseguia abri os meus olhos, era como se um peso enorme os tivessem sobre eles, isso me deixou bastante assustada. Escutei a porta sendo aberta e escutei passos dentro desse quarto.― O que aconteceu com você, garota? ― Escutei a voz de um homem.Como assim o que aconteceu comigo? Quem é você? Escutei seus passos se aproximando de mim. ― Seu rosto está bem melhor do que antes. Antes? Ele me conhece? Porque sua voz me deixa tão calma? Ele é um conhecido meu? Me esforcei para abri os olhos mais uma vez e finalmente eu consegui abri-los, rapidamente os fechei por causa da luz que me cegou por alguns instantes, voltei abri os meus olhos e medo se instala dentro de mim.Onde eu estou? Quem eu sou? Meu Deus, eu não sei quem eu sou. Olhei par
Santiago Romero.11:30 ― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.Observei ela fazendo vários exames e notei que a mesma não sentia bem, mas entendi que é porque não lembra de nada, claro que a mesma vai se sentir insegura no ambiente que nunca viu na vida. ― Enquanto ela estava ocupada, liguei para a dona Camila para vim aqui tirar as medidas dela e trazer um vestido longo e grande, se ficar folgado não tem problema, é só para ela não poder sair vestida com a roupa do hospital. Também mandei ela trazer um conjunto de peças intimas para ela. Enfim, eu ainda estou surpreso com tudo o que está acontecendo comigo. Eu nunca pensei que me importaria com alguém assim.É, eu me importo com essa garota, estou começando achar que posso.... Não, isso é impossível. ― Meu senhor? ― Me virei vendo o Charles entrando na sala. ― O que faz aqui? ― Questionei quando o mesmo parou ao meu lado. ― Chefe, parece que essa garota está sendo procurada pela máfia americana. ― Olhei para ele sem acreditar nisso.― C
Valery Garcia.12:50― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.Soltei um suspiro e sorri de leve com isso, esse homem é incrível e eu nem posso negar. Peguei o vestido junto com o conjunto de peças íntimas e caminho até o banheiro, entrei e notei que esse banheiro é muito limpo e bem organizado, acho que pode ter algo haver com ele. ― Até agora eu realmente fico confusa com tudo, porque? Eu perdi a memória e quando eu fico perto dele me sinto bastante segura, é como se ele desse a sensação de casa. Sei que pode parecer loucura ou idiotice, mas é o que eu sinto. Talvez nós realmente possamos descobrir sobre essas novas sensações que estamos sentindo nesse momento.Consegui tirar a roupa do hospital e tomei um banho com cuidado para não molhar a atadura na minha cabeça.― Droga! ― Acabei molhando a atadura do meu braço.Resolvi terminar logo o banho porque se não é capaz de eu molhar a minha cabeça, me vestir com bastante dificuldade no banheiro, por causa do meu braço e algumas dores que sinto a
Valery Garcia.― Tudo bem? ― Perguntou.Abri os olhos e vi sua expressão de preocupado.― Estou sim, só estou feliz em ter saído do hospital. ― Ele acenou e cruzou as pernas.― Irei tentar descobri direito o que meu chefe de equipe falou sobre a máfia americana atrás de você. ― Falou de repente.― Tudo bem, eu realmente quero entender isso também. ― Ele colocou a mão na minha coxa.― Não fique preocupada com isso, quero que tente descansar porque ainda não está cem por cento bem.― Vou tentar não pensar muito nisso, eu fico preocupada querendo ou não, Santiago. ― Falei um pouco cabisbaixa.― Então não pense muito nisso, meu anjo.― Tudo bem.****Observo a enorme mansão na minha frente.― Uau, é aqui que você mora? ― Olhei para ele que está ao meu lado.― Agora nós moramos. ― Falou e colocou o braço de volta na minha cintura. ― Vamos.Andamos e notei vários homens armados nos olhando, quer dizer, todos estão praticamente me olhando de um jeito estranho. O mesmo abriu a porta da frent
Valery Garcia.Tenho medo de lembrar e esquecer dele, não quero isso do modo nenhum. Soltei um suspiro e fui para o banheiro quase tendo um treco ao ver que é enorme e também a decoração é preta. ― Ele realmente gosta de preto. Minha nossa que banheiro incrível. Tem uma enorme banheira e um enorme box. ― Ele realmente gosta de coisas grandes. ― Acabei rindo ao pensar em algo impuro. ― Sou uma péssima mulher. Tirei o vestido com dificuldade e bufei.― Caramba, isso é muito chato. ― Falei comigo mesma irritada.Daqui a pouco estou chamando ele mesmo para me dá banho.Me aproximei do espelho e virei de costa olhando por cima do meu ombro, vi que tinha alguns arranhões em minhas costas. ― As vezes eu quero lembrar do que aconteceu comigo as vezes não. Entrei no box e liguei o chuveiro deixando água cair no meu peito e estiquei o braço com as ataduras para cima, me ensaboei com muita dificuldade, muita mesmo. Mas, conseguir tomar um banho melhor do que no hospital. ****Saí do banh
Santiago Romero.Assim que saí do quarto soltei um suspiro, essa garota realmente está me deixando louco, nunca na minha vida senti algo assim por alguém. Ela tem um fogo que me deixa muito louco que nem consigo me segurar, sua boca se tornou o meu vício. — Ela não sabe, mas esse foi o meu primeiro beijo, nunca gostei de toques e nunca iria permitir que alguém me beijasse. Mas assim que ela me beijou eu não senti repulsa ou desejo de matar, a única coisa que senti foi desejo e muito desejo por ela. Eu ainda não sei como essa coisa toda vai funcionar, só que eu espero que demore bastante tempo até isso acabar.Caminhei até o meu escritório e acredito que o Charles já esteja bem esperando lá, eu realmente estou muito curioso para saber o que a máfia americana quer com a minha garota. — Eu só espero que eles não pensam em ficar invadindo o meu território assim, porque não estou afim de outra guerra que deixou muitos dos meus homens feridos e outros mortos.Entrei no meu escritório e vi o
Valery Garcia.11:30 — Casa do Romero. — Quarto — Bogotá. ― Colômbia.Observo a sua face adormecida, ele é tão lindo e também um homem muito machucado, isso eu vejo. Passo o polegar em sua bochecha com carinho e dou um pequeno sorriso, eu estou acordada faz meia hora só olhando ele dormindo. O mesmo deve está muito cansado porque já são onze e meia da manhã, acabei tomando um susto ao sentir o seu braço me puxar para perto dele.— É estranho ter alguém lhe observando enquanto você dorme. — Falou ainda de olhos fechados.Sorri.— É que você é lindo demais, então foi muito difícil não ficar lhe observando. — Falei sem vergonha nenhuma.O mesmo abriu os olhos e me encarou.— Bom dia, querida.Beijei o seu queixo.— Bom dia, querido. Você dormiu bem? — Perguntei preocupada.Ele piscou algumas vezes.— Que horas são? — Perguntou e eu fiquei confusa por ele mudar de assunto.— São onze e meia, porque? — O mesmo arregalou os olhos e se sentou na cama me assustando um pouco. — O que foi?—
Valery Garcia.Assim que nós tínhamos se separado do abraço eu fui tomar banho e ele também, só que em outro quarto, por me nós dois tomávamos banhos juntos, só que eu não quero também ultrapassar o limite dele, sei que o mesmo é um homem cheio de traumas que está começando a se abrir para me. Então é melhor eu tomar cuidado, eu hoje fui muito ousada ao chupá-lo e não vou mentir, fui muito bom. Mas, eu ainda sinto aquela sensação que o mesmo está sendo o primeiro homem que eu fiz um boquete, eu queria tanto saber mais sobre mim sem lembrar. Não quero esquecê-lo porque já sinto que posso gostar dele, o mesmo precisa de alguém que esteja ao lado dele nos piores momentos. Eu vou me esforçar para estar com ele nos piores momentos e apoiá-lo em tudo, quero saber muito sobre ele e já entendo que às vezes ele é inseguro por causa da sua idade. Oh se ele soubesse o quanto é lindo, tenho tanta certeza que muitas mulheres queriam um Santiago para si, só por cima do meu cadáver que vai tê-lo.