Isabelly.— Esse é o túmulo da Susy, Isabelly. — Ele diz, observo todo o local. O lugar é lindo! Tem um canteiro com rosas brancas ao redor, um gramado verdejante e um muro de hera que separa o vinhedo e o casarão do lugar. E como se fosse um jardim secreto, onde somente Daniel conseguisse entrar e sair dele, pelo grande muro de Hera estendido de canto a canto não há quem consiga encontrar o jardim, acredito que só cheguei até aqui naquela noite porque o segui. — Eu a enterrei aqui porque... porque ela sonhava com um lugar assim e esse foi o meu último presente de casamento para ela antes de... antes da sua partida. — diz sem tirar os olhos do túmulo a sua frente, tocando o mármore frio com as pontas dos dedos. — Aquela noite eu tive uma visão com ela — fala e em choque eu simplesmente não digo nada. — As suas últimas palavras para mim foram... — Ele me olha nos olhos finalmente. — Ela vai consertar tudo.— Ela vai consertar... tudo? — indago, me sentindo meio perdida. Susy apareceu p
Isabelly — Pedi que fizesse uma sopa de legumes. A noite aqui costuma ser bem fria, será bom para nos esquentar. Espero que goste.— Está uma delícia! —Durante todo o jantar Daniel fala de coisas engraçadas e é encantador a forma como se comunica, além de ser atencioso e carinhoso o tempo todo. Muitos adjetivos para um homem que até ontem para mim era apenas desagradável. Após o jantar ficamos no balanço da varanda, apenas apreciando o vento frio que traz o cheiro adocicado do vinhedo misturado aos das rosas do jardim. Observo o gracioso balançar das roseiras embaladas pelo vento que apesar do frio cortante, exibe um céu límpido e estrelado.— Essa é a primeira vez que eu estou à vontade nesse lugar — confessa, cheirando os meus cabelos. Não digo nada, apenas aguardo que ele continue. — Geralmente eu só vinha pra cá pra resolver negócios, ou pra me martirizar e pedir que a morte me levasse logo. — Ele suspira. As palavras que saem da sua boca parecem como punhais sendo enfiadas em me
Isabelly— Ainda temos duas horas. — Ele diz em meu ouvido. Suspiro baixinho. Sentiram isso? Eu senti as segundas intensões nessa frase. — O que quer fazer? — Socorro, ele não me perguntou isso! Rio por dentro, porque eu sei exatamente o que ele quer que eu diga.— Eu quero você, Daniel Ávila! — ralho bem pertinho do seu ouvido, ouvindo o quanto a sua respiração ficou pesada apenas com o meu sussurrar e por fim, beijo demoradamente o seu pescoço, alcançando o seu maxilar, até chegar a sua boca. Inesperadamente ele me puxa para os seus braços e as minhas pernas envolvem a sua cintura, e Daniel caminha comigo sem parar o nosso beijo.— Vem, vamos matar essa a nossa cede. ***Horas depois... O avião pousa no aeroporto do Rio de Janeiro exatamente as sete da noite. Daniel me ajuda com a bolsa e caminhamos para fora do saguão em busca de um táxi. Assim que nos acomodamos no banco traseiro do carro o meu celular começa a tocar. Eu o confisco dentro do bolso da calça e suspiro o atendendo e
Isabelly — Daniel eu... — balbucio, procurando coragem. — O Francis, ele apareceu aqui e...— O Francis, o que ele queria?— Ele... me pediu para voltar. — Daniel da dois passos cautelosos em minha direção, porém, ele para e põe as mãos nos bolsos.— E? — Deus me dê forças!— E eu disse sim. — Ele me encara perplexo. — O que você disse?__ Me Desculpe, Daniel, eu... — As lágrimas preenchem os meus olhos e imediatamente elas descem por seu rosto e a droga do arrependimento bate na minha cara com força. No entanto, eu não posso voltar atrás, não posso deixar a minha mãe ir para cadeia e não posso deixar o meu pai se acabar no sofrimento. Sem me dizer uma palavra Daniel sai do meu apartamento e em me sinto ser partida ao meio. O meu coração se rasgar e começa a sangrar dentro de mim. O choro iminente me domina e eu me deixo ir ao chão. Não sei quanto tempo passei ajoelhada no meio da minha sala, chorando como uma condenada. Só sei que muni de forças, enxuguei as minhas lágrimas e dec
DanielDois dias depois...Após ouvir as suas palavras que saíram da sua boca não pude mais olhar na sua cara. Desnorteado, entro no carro e dirijo direto para um bar na orla marítima, e peço uma garrafa de uísque com um copo. Fico no balcão saboreando o amargo da bebida, misturado a essa nova dor. Ela disse que me amava, mas bastou esse infeliz aparecer na sua frente para ela correr para os seus braços. Não me permito chorar, não vou chorar. Desde o nosso término não tenho ido em casa, estou dormindo escritório e a cada dia invento uma desculpa para não preocupar os meus pais, mas a verdade, é que não sei o que dizer para o Cris. Céus, ele estava tão feliz com a nossa união. Como dizer para uma criança que os seus sonhos foram frustrados? Que ela não vai voltar mais? Sacudo os fios dos cabelos quando penso nessa conversa que em breve terei com o meu filho. Ela disse que me amava. Repito. Que espécie de amor é esse? Ela nem hesitou, não havia remorso, nada. Merda, preciso voltar para
Isabelly.Dois dias do meu prazo já se foram e eu estou desesperada. N meu escritório olho para a tela do meu celular com o nome de Daniel piscando o tempo todo nela e por muitas vezes penso em ligar pra ele, mas simplesmente não tenho coragem. O pior é que eu sei que não devo fazer tal coisa. Solto uma respiração audível pela boca e olho as horas. Em alguns minutos terei que ir ao encontro do meu pai e dos meus tios, advogados da minha mãe para saber se já temos algum trunfo. Nervosa, eu pego a bolsa, as chaves e o meu celular no exato momento que chega uma mensagem. Pego o parelho sentindo o meu coração palpitar violentamente dentro do meu peito e penso se seria ele, o meu Dani. Contudo, a minha alegre ansiedade é afogada quando vejo que a mensagem e do Francis....Francis Fox:O relógio não para, Isabelly.Tic - tac... tic - tac....Guardo o celular dentro da bolsa sentindo um frio na minha espinha. Céus, se não houver qualquer mudança hoje terei que arrumar as minhas coisas, ir
Isabelly — Você acha que sabe de tudo, não é? A bonequinha dos Albuquerque, criada como uma princesa, tendo tudo do bom e do melhor. A sua mãe ferrou com a vida do meu pai! — Ele range entre dentes.— Foi isso que o seu pai te disse? Ele roubou, Francis, enganou, manipulou e extorquiu.— NÃO! — Altera o tom da voz. — O meu pai foi a ruína porque a sua mamãe mentiu em pleno tribunal e o acusou. Mas ele não fez isso.— Eu vim pegar os papéis que você roubou da minha casa. — Ele sorri sarcástico.— Se você veio pra ficar, para mim não tem problema.— Francis, você tem três minutos para pegar esses papéis.— Ou?— Ou a federal vai invadir a sua casa e pegá-los pessoalmente. — O Observo engolir em seco e andar pela sala, passando as mãos nos cabelos. Então ele para de repente e me olha.— Você está mentindo, Isabelly. — Sorrio debochada.— Você acha? — Ele titubeia.— Você não ver? Eu te amo, Isabelly! Eu só quero que você volte para mim. Eu posso ajudar a sua mãe e tirá-la de lá...— Um
Daniel.— FORA DO MEU QUARTO AGORA! — grito em fúria para uma Débora que soluça descontroladamente.— Você não pode fazer isso comigo, Daniel! — Ela rebate transtornada. — Eu não invadi o seu quarto, foi você quem me chamou! — Saio do quarto deixando-a falar sozinha, entro no quarto de hóspedes e tomo um banho frio e demorado, enquanto penso no porquê Isabelly veio até aqui? Será que finalmente ela se deu conta loucura que estava fazendo? Ou as coisas Francis e ela não deram certo? — Por que você veio aqui quando jogou na minha cara que não me queria? — rosno baixinho, encostando-me nos azulejos. As perguntas bombardeiam a minha cabeça e eu não tenho resposta para nenhuma delas. Horas depois estou trancado no escritório da minha casa, vestido para mais um dia de trabalho, porém, com as mãos enfiadas nos bolsos e olhando pela janela que dá para o jardim da casa. A porta se abre atrás de mim e eu sei que Débora está bem ali, parada e me olhando. Posso ouvir o som da sua respiração e mes