Daniel — Precisamos de um banho — falo, mas ela geme algo que não consigo entender, fazendo-me rir. Levanto-me com ela nos meus braços e vamos para o banheiro. — Espere aqui, querida — peço, afastando-me para encher a banheira com água morna. Ponho alguns sais perfumados, a e a ajudo a entrar na água, me posicionando atrás dela no mesmo instante. Seguro uma esponja macia e rosada que está em uma pequena bandeja prateada e calmamente começo a lavar o seu corpo. Isa está com os olhos fechados, provavelmente apreciando os meus cuidados. Saber que Isabelly me ama assim como eu a amo é tudo pra mim. É o apoio que eu precisava para fazer o que já devia ter feito há dias. Libertar-me de uma vez por todas as grades da minha prisão, quebrar o que resta das correntes e me entregar sem reservas a esse amor. Após o banho a ajudo a se secar e vamos para cama. A faço deitar-se completamente nua, sobre o toque dos meus beijos e a abraço aconchegando-me ao seu corpo. Por fim, puxo um lençol e envolv
Daniel — Está, mas eu não quero esperar nem mais um minuto. — Tudo bem. — Seguro a sua mão e a levo para o sofá. Isa se senta por cima de suas pernas e eu me sento de frente pra ela. Respiro fundo e olho em seus olhos. — Susy e eu nos conhecemos no refeitório da faculdade. Eu fazia o primeiro período de administração de empresas e ela estudava letras. Os três primeiros dias ficamos paquerando de longe até que tomei coragem e a convidei para sair. Desde então nós não nos desgrudamos mais, em um período de dois anos nós noivamos e nos casamos. — Respiro fundo e continuo. — Alguns meses após o nosso casamento descobrimos que ela tinha um problema cardiovascular, mas não era nada que a pudesse tirá-la de mim, até ela engravidar. — Dou de ombros. — Sabíamos que não devia levar essa gravidez a diante, porém, era o seu sonho ser mãe um dia e ela insistiu nesse sonho, e consequentemente eu não consegui dizer-lhe não. Contudo, ela parou de trabalhar e eu tomei todos os cuidados necessários. M
Christopher Ávila.Uma reunião de família. Reunião de família seguido de um passeio, foram as palavras da minha avó Sara assim que pus os pés dentro de casa.— Você sabe sobre o que o seu pai quer conversar? — Débora pergunta me ajudando a pôr uma camisa vermelha que tem o S do Super-Homem estampado no centro dela.— Não. Vovô disse que ele chega em alguns minutos e pediu para eu não me atrasar.— Acha que ele vai me demitir? — Ela parece preocupada.— Não acho. — Minha babá sorri rapidamente de boca fechada e balança a cabeça fazendo sim.— Bom, desça logo, eu vou em alguns minutos. — Ela pede e eu saio correndo do meu quarto. Demitir a Débora até que não seria uma má ideia, ainda mais isso trouxer a Sorvetinho para morar aqui conosco. Sorrio amplo demais dos meus pensamentos. Ah sim, é uma ótima ideia ela vir morar aqui. Eu teria uma mãe e um pai finalmente juntos. Lembrar dos dois indo à escola me buscar naquele dia me faz suspirar e no dia seguinte os meus amiguinhos não falavam e
Christopher Ávila — Ah, meu caro pirata, não pense que será tão fácil assim! — Ele rosna, se embolando pelo piso pintado de branco e pega a sua espada de volta, e começamos mais a luta. Horas depois já estamos em alto mar e com o barco encorado. Meu pai está me ensinando a pescar pela primeira vez e a Sorvetinho também, e eu estou adorando esse dia! Se eu tivesse um diário como as meninas têm, teria muito o que escrever sobre esse dia, pena que está acabando e que logo estarei em casa com os meus avós. O lado bom disso é que eles vão estar juntos em algum lugar e isso quer dizer que eles querem ficar perto um do outro o tempo todo. Desembarcamos quando o sol já está quase se pondo e o céu está mesclado com as cores laranja, vermelho e azul. É um tipo de arco íris espalhado nas nuvens. Penso. Sorvetinho segura a minha mão e me ajuda a me acomodar no banco de trás do carro e depois, ela põe o cinto de segurança. Do lado de fora eles conversam sobre algo que não consigo ouvir, mas riem
Isabelly.— Esse é o túmulo da Susy, Isabelly. — Ele diz, observo todo o local. O lugar é lindo! Tem um canteiro com rosas brancas ao redor, um gramado verdejante e um muro de hera que separa o vinhedo e o casarão do lugar. E como se fosse um jardim secreto, onde somente Daniel conseguisse entrar e sair dele, pelo grande muro de Hera estendido de canto a canto não há quem consiga encontrar o jardim, acredito que só cheguei até aqui naquela noite porque o segui. — Eu a enterrei aqui porque... porque ela sonhava com um lugar assim e esse foi o meu último presente de casamento para ela antes de... antes da sua partida. — diz sem tirar os olhos do túmulo a sua frente, tocando o mármore frio com as pontas dos dedos. — Aquela noite eu tive uma visão com ela — fala e em choque eu simplesmente não digo nada. — As suas últimas palavras para mim foram... — Ele me olha nos olhos finalmente. — Ela vai consertar tudo.— Ela vai consertar... tudo? — indago, me sentindo meio perdida. Susy apareceu p
Isabelly — Pedi que fizesse uma sopa de legumes. A noite aqui costuma ser bem fria, será bom para nos esquentar. Espero que goste.— Está uma delícia! —Durante todo o jantar Daniel fala de coisas engraçadas e é encantador a forma como se comunica, além de ser atencioso e carinhoso o tempo todo. Muitos adjetivos para um homem que até ontem para mim era apenas desagradável. Após o jantar ficamos no balanço da varanda, apenas apreciando o vento frio que traz o cheiro adocicado do vinhedo misturado aos das rosas do jardim. Observo o gracioso balançar das roseiras embaladas pelo vento que apesar do frio cortante, exibe um céu límpido e estrelado.— Essa é a primeira vez que eu estou à vontade nesse lugar — confessa, cheirando os meus cabelos. Não digo nada, apenas aguardo que ele continue. — Geralmente eu só vinha pra cá pra resolver negócios, ou pra me martirizar e pedir que a morte me levasse logo. — Ele suspira. As palavras que saem da sua boca parecem como punhais sendo enfiadas em me
Isabelly— Ainda temos duas horas. — Ele diz em meu ouvido. Suspiro baixinho. Sentiram isso? Eu senti as segundas intensões nessa frase. — O que quer fazer? — Socorro, ele não me perguntou isso! Rio por dentro, porque eu sei exatamente o que ele quer que eu diga.— Eu quero você, Daniel Ávila! — ralho bem pertinho do seu ouvido, ouvindo o quanto a sua respiração ficou pesada apenas com o meu sussurrar e por fim, beijo demoradamente o seu pescoço, alcançando o seu maxilar, até chegar a sua boca. Inesperadamente ele me puxa para os seus braços e as minhas pernas envolvem a sua cintura, e Daniel caminha comigo sem parar o nosso beijo.— Vem, vamos matar essa a nossa cede. ***Horas depois... O avião pousa no aeroporto do Rio de Janeiro exatamente as sete da noite. Daniel me ajuda com a bolsa e caminhamos para fora do saguão em busca de um táxi. Assim que nos acomodamos no banco traseiro do carro o meu celular começa a tocar. Eu o confisco dentro do bolso da calça e suspiro o atendendo e
Isabelly — Daniel eu... — balbucio, procurando coragem. — O Francis, ele apareceu aqui e...— O Francis, o que ele queria?— Ele... me pediu para voltar. — Daniel da dois passos cautelosos em minha direção, porém, ele para e põe as mãos nos bolsos.— E? — Deus me dê forças!— E eu disse sim. — Ele me encara perplexo. — O que você disse?__ Me Desculpe, Daniel, eu... — As lágrimas preenchem os meus olhos e imediatamente elas descem por seu rosto e a droga do arrependimento bate na minha cara com força. No entanto, eu não posso voltar atrás, não posso deixar a minha mãe ir para cadeia e não posso deixar o meu pai se acabar no sofrimento. Sem me dizer uma palavra Daniel sai do meu apartamento e em me sinto ser partida ao meio. O meu coração se rasgar e começa a sangrar dentro de mim. O choro iminente me domina e eu me deixo ir ao chão. Não sei quanto tempo passei ajoelhada no meio da minha sala, chorando como uma condenada. Só sei que muni de forças, enxuguei as minhas lágrimas e dec