Isabelly — Isabelly? — Ouço a voz da minha mãe me despertando.— Hum?— Por que não mostra a fazenda para o Daniel, querida? — Ela pede e eu o observo conversar com o meu pai em um canto afastado. — Ele ainda não conheceu o lugar, e só temos algumas horas para mostrar-lhe. O seu pai e seu tio vão se reunir no escritório em alguns minutos para uma rápida reunião. — É impressão minha a minha mãe me cercou de todos os lados para descartar a possibilidade de ouvir um não da minha boca? Só tem um probleminha, eu não quero dizer-lhe não, porque estava mesmo buscando uma oportunidade de ouro para ficarmos sozinhos outra vez. Oh Deus, isso soa tão clichê!— Ah Tá, tudo bem. Eu posso mostrar tudo pra ele — responde rápido demais e a morena abre um sorriso bem espalhafatoso. Rápido demais para o meu gosto, Isabelly, agora a minha mãe pode estar pensando besteiras. Bufo.— Sorvetinho vem brincar com a gente. — Cris entra empolgado na varanda. Ele está suado e sujo, sendo a criança que sempre de
Isabelly A noite estou de banho tomado, com uma roupa leve, largado no sofá do meu apartamento e com alguns papéis espalhados em cima da mesinha de centro. Está na hora de pôr as atividades em dia pois na segunda estarei de volta a vida real. Às onze da noite estou acabada e sonolenta, louca para cair de vez na minha cama, porém, o meu telefone tocar, tirando a minha concentração do trabalho. Procuro o aparelho perdido entre a papelada e o atendo sem olhar quem é o indivíduo.— Alô?— Meu Deus, até que enfim essa mulher resolveu dar sinal de vida! — A voz de Shirley resmunga do outro lado me fazendo abrir um largo sorriso. — Posso saber por onde a senhorita andou esses dias? Estou tentando falar com você desde sexta à noite!— Desculpe! Eu estava na casa dos meus avós, no interior. Você sabe, um daqueles passeios em família.— Aaah, eu queria tanto sair pra dançar um pouco!— Não vai dar, batom, estou atolada de trabalho para amanhã.— Ah vai, Belly, ajuda a sua amiga!— É sério, Shi
Daniel — Aguarde um instante, senhor Ávila, o senhor será o próximo. — A jovem de aparentemente vinte anos diz por trás da sua mesa. Após olha a sua lista no computador, meneio a cabeça e nervoso aguardo em um sofá de couro da recepção da clínica. Logo sinto as gotículas de suor se formarem na minha testa. Eu afrouxo o nó da gravata e tento respirar. Uma porta branca frente se abre bem na minha frente e a doutora Lilian Lacerda aparece meu campo de visão. A loira sorri assim que me ver e caminha em minha direção. Educadamente eu me levanto e lhe estendo uma mão.— Daniel Ávila! — Ela fala um tanto animada e ignora a mão estendida, puxando-me para um abraço, que hesito em dar por um instante, mas acabo cedendo e retribuo o gesto. — Venha, vamos até a minha sala. — O consultório em tons de verde e branco tem uma decoração singular. Nada chamativo demais ou elegante demais. Uma mesa branca no centro da sala com alguns papéis e porta retratos de sua pequena família. No canto da sala tem
DanielAnsioso por vê-la chego pelo menos meia hora adiantado, anuncio para a recepcionista a reserva e ela me leva para a mesa de sempre, pois sabe que gosto de privacidade nas reuniões. A Ao me sentar como sempre o garçom me traz uma taça do seu melhor vinho e depois, fico sozinho na mesa a aguardando. Então tomo um gole da bebida, depois outro e mais outro, e olho para o relógio. Meu coração acelera assim que a vejo passar pela porta e confesso que essa é a melhor visão do meu dia. Isabelly se aproxima da mesa com o modo profissional de sempre e eu não consigo evitar de pensar o quanto ela está sexy. Merda, eu chego a salivar acompanhando curva do seu corpo com o meu olhar e quando ela sorri eu sorrio também. Automaticamente eu me levanto e puxo uma cadeira para ela se acomodar.— Oi! — Ela diz ajeitando a sua bolsa no encosto da ceira e põe uma pasta no seu colo.— Oi, Isa, quer beber alguma coisa? — Ela olha para o um copo com o resquício da bebida.— O mesmo que você, por favor!
Isabelly.As sete e quarenta e cinco estou dentro de um belo tubinho vermelho de alcinhas, um tecido fino e delicado que desenha cada curva do meu corpo, deixando pouco para a imaginação. Os saltos medianos e uma maquiagem leve, e clássica completam o meu look de morena fatal. Optei por deixas as madechas escuras soltas, caindo como uma bela cascata por minhas costas. E bem na minha frente tem uma mesa posta para duas pessoas, com uma deliciosa lasanha à bolonhesa recém-saída do forno, feita por mim. Ao lado dos pratos pus as taças e os talheres. No meio da mesa tive o cuidado de colocar um arranjo de flores e um balde com gelo, e um vinho dentro dele. Suspiro pensando que a alguns dias atrás eu fiz a mesma coisa para o desgraçado do Francis e levei um belo de um bolo daquele cretino.— Dessa vez vai ser diferente, Belly — falo para mim mesma e ansiosa, passo as mãos pela lateral do meu vestido, sentindo aquele costumeiro suor nervoso. — Relaxe, garota, isso é só um lance e sexo, nada
Isabelly — Eu amo o seu gosto, Isa! — profere com a respiração pesada beijando no meu pescoço, enquanto passa a língua na minha pele e aos poucos ele vai descendo pelo meu corpo, deixando beijos e sugadas ardentes pelo caminho, até chegar a única peça no meu corpo. Ele puxa a calcinha com força e a fica danificada. — Daniel! — Solto um gemido rouco, inclinando a minha cabeça para trás quando a sua língua me penetra com avidez. Contorço-me inteira, mas ele me segura firme no lugar, enquanto me devora faminto. Logo sinto o clímax se aproximando e quando ele dá uma mordidinha ali, eu explodo sibilando palavras sem nexo algum.— Como eu disse, você é uma delícia! — rosna e me invade sem qualquer aviso.*** Horas depois...— Quando é a sua próxima consulta? — pergunto após o nosso terceiro round. Porque esse homem é viciado em sexo, ou seria em mim? Seria presunçoso da minha parte pensar que eu o deixo assim? Bufo. É claro que seria. No entanto, eu gosto tanto das preliminares quando do
Isabelly — Deixa quieto, Isabelly! — digo para mim mesma e desligo o chuveiro. De volta ao quarto eu ponho uma roupa para dormir e me deito na cama, porém, encaro o teto. São quase três da madrugada e eu nem sequer consegui pregar os olhos. Pois é, estou meia remoendo os últimos acontecimentos. — Que droga, Isabelly, já disse que não vale a pena! — ralho e me forço a dormir. — Você tem um dia cheio amanhã, sabia? — Não sei quando exatamente consegui dormir, mas a droga do despertador começou a tocar e eu gemi, abrindo uma brecha de olho e meti a mão no objeto barulhento. Ele caiu e o silêncio voltou. — Ou que droga! — Solto outro gemido e me arrasto até o banheiro. Ligo o chuveiro e grito quando a água fria bate no meu corpo, me despertando imediatamente. Troco de roupa rapidinho, beberico uma xícara de café e pego o meu celular, jogando-o na bolsa em seguida. Na empresa a minha manhã começa bem agitada. Reuniões, contratos, projetos, mais reuniões, mais contratos, contas e mais con
Daniel.Saio do apartamento de Isabelly a ponto de explodir, estou sufocando, é sempre assim e acho que isso nunca mudará, estou preso definitivamente no meu passado, estou preso a ela e não há nada que eu possa fazer quanto a isso. O mesmo sentimento de culpa me corrói por dentro todas as vezes que eu me envolvo com uma mulher, depois vem a dor, a solidão, o desespero, em seguida a depreciação e por fim as lágrimas e então eu me humilho pedindo-a o seu perdão, para minha felicidade Christopher está na casa dos meus pais, quando isso acontece eu não consigo raciocinar direito, meu cérebro entra em pânico e não quero que o meu filho me veja assim em hipótese alguma. Porque a sexta-feira não chega logo? Me pergunto angustiado. Abro a gaveta do criado mudo ao lado da minha cama e pego os comprimidos que a doutora Lilian passou no dia anterior, tomo dois antidepressivos de uma só vez e sem água, me deito na cama olhando a imagem de Susy na parede de frente para minha cama sorrindo para mi